quarta-feira, outubro 31, 2012

Como preencher o vazio da alma

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João Cruzué

O vazio tem várias formas e duas origens. Eu sei que Deus pode falar ao seu coração através desta mensagem, tenha bom ânimo e esteja atento em todo o texto. O que vou escrever aqui, são experiências que tive com Deus e quero compartilhar com você. Deus criou você para ser feliz e ser uma bênção para todos que o/a rodeiam, se você está angustiado/a precisa ter um encontro com Ele.

A primeira
forma de vazio é a falta de algo dentro da alma, do coração, que não se pode ser preenchido com filosofia, sexo, religião, álcool, maconha, cocaína, crack, pornografia, antidepressivos, calmantes, viagens, namorados, futebol... nada. Ele vai sempre estar lá.

É uma tristeza
silenciosa, que pode se esconder até mesmo  atrás de uma "máscara" de um  sorriso. Sorrindo apenas por fora.

Tenho boas notícias!
No evangelho escrito por São João está registrado: " E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede. João 6:35. E, no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. João 7:37 .

Este tipo de vazio só pode ser preenchido por uma pessoa real: Jesus Cristo, o filho do Deus vivo.. Você deve convidá-lo pessoalmente para morar em seu coração. Isso pode ser feito da maneira mais direta e simples possível, isto é, convidando! Sobre este mesmo assunto, convido você a ler este texto: Como se reconciliar com Deus

Há uma segunda forma de vazio. Uma sensação de abandono espiritual. Está escrito: "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu". Eclesiastes 3:1 . Então, há tempo em que você ora e Deus responde com bênçãos. Emprego, cônjuge, universidade, concursos, carros, promoções, vendas magníficas. Você está lá no alto do monte.

Para compensar
estas coisas, e, para saber se você ama a Deus apenas no "monte", pode acontecer que, de repente você comece a perder tudo. Amigos, emprego, cargos na Igreja, dívidas em sua empresa, problemas familiares... é a temporada no "vale", do fundo do poço. Aí, você se sente só. Desamparado, sem amigos. Sozinho.

Em passado
recente, você era querido(a) admirado(a). Agora todos o(a) desprezam. Isto é muito freqüente. Saiba que antes de você, muitos outros servos de Deus passaram pelo mesmo tipo de aflições. O Espírito não o abandonou, embora você não consegue sentir a presença dEle. Jó foi repreendido por Deus porque andou resmungando... reclamando, mas não murmurou.

Jesus teve a mesma sensação e orou: "Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Mateus 27:46 "

Quando estamos no "vale", o adversário costuma alimentar nossos pensamentos com sensações de tristeza e abandono. Não confie no que você estiver pensando. Aprenda a identificar a fonte maligna desses pensamentos e repreenda. O diabo é eficicente em seus ardis quando não é percebido, identificado. " Sujeitai-vos a Deus, e resisti ao diabo e ele fugirá de Vós" O melhor combate, nesta hora, é procurar um lugar íntimo e orar ao Senhor pedindo a vitória. Fiz assim durante um longo tempo de provação.

Cada dia é uma
nova batalha. Fique firme para vencer sua guerra. No tempo do vale, o adversário procura trazer a nossa mente, culpas e pecados do passado. Se eles já foram confessados a Cristo - já foram perdoados.

Aqui, cabe
quatro bons esclarecimentos para resolver problemas de consciência. Primeiro: Pecados praticados antes de ter aceitado Jesus como seu Senhor e Salvador, por favor, leia no blog "Curso Bíblico", no link acima citado, a mensagem "Como se Reconciliar com Deus". Segundo, pecado praticado sozinho e em oculto: o perdão pode ser pedido ao Senhor, e basta. Caso ainda se sinta desconfortável, converse com o Pastor da Igreja. Terceiro: pecado cometido envolvimento outra pessoa: este, não pode ser tratado apenas com Deus. Deve ser dito ao pastor da Igreja. Quarto: escândalos públicos, isto é, coisas que a comunidade fica conhecendo, solução: confesse diante da Igreja, em ocasião apropriada. Uma ilustração: Se o pneu do carro está furado, não adianta consertar a porta ou trocar o escapamento.

Jó foi constantemente acusado pelos "amigos" de que seu sofrimento era conseqüência de pecado. Mas não era. Por trás, o tempo todo, era o diabo que tinha inveja de Jó. Só Deus sabia disso e nunca falou para Jó. Em nenhum momento, Jó aceitou as acusações dos amigos, pois não encontrava em seu coração pecado de morte.

Esta temporada no vale vai passar. E, quando ela passar, você vai estar com sua fé fortalecida. O tempo no vale é permitido por Deus para ensinar a não confiar em nós mesmos, quando estamos lá no alto do monte.

. "Tudo posso naquele que me fortalece"

Também serve
para melhorar nosso caráter, temperamento, ensinar humildade. Serve para confortar os outros, que estão passando pelas mesmas dificuldades, com palavras de ânimo e inspiração. Como agora estamos fazendo.



Autoria: João Cruzué.
SP 26/05/2007....................................................................................................

terça-feira, outubro 30, 2012

Carta a um jovem universitário cristão

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Alderi Souza de Matos* 

Caro irmão em Cristo, 
 
Você tem o privilégio de frequentar um curso superior, algo que não está disponível para muitos brasileiros como você. Todavia, esse privilégio implica em muitas responsabilidades e em alguns desafios especiais. Um desses desafios diz respeito a como conciliar a sua fé com determinados ensinos e conceitos que lhe têm sido transmitidos na vida acadêmica.

Até ingressar na universidade, você viveu nos círculos protegidos do lar e da igreja. Nunca a sua fé havia sido diretamente questionada. Talvez por vezes você tenha se sentido um tanto desconfortável com certas coisas lidas em livros e revistas, com opiniões emitidas na televisão ou com alguns comentários de amigos e conhecidos. Porém, de um modo geral, você se sentia seguro quanto às suas convicções, ainda que nunca tivesse refletido sobre elas de modo mais aprofundado.

Agora, no ambiente secularizado e muitas vezes abertamente incrédulo da universidade, você tem ficado exposto a idéias e teorias que se chocam frontalmente com a sua fé até então singela, talvez ingênua, da infância e da adolescência. Os professores, os livros, as aulas e as conversas com os colegas têm mostrado outras perspectivas sobre vários assuntos, as quais parecem racionais, científicas, evoluídas. Alguns de seus valores e crenças parecem agora menos convincentes e você se sente pouco à vontade para expressá-los. Para ajudá-lo a enfrentar esses desafios, eu gostaria de fazer algumas considerações e chamar a sua atenção para alguns dados importantes.

Em primeiro lugar, você não deve ficar excessivamente preocupado com as suas dúvidas e inquietações. Até certo ponto, ter dúvidas é algo que pode ser benéfico porque o ajuda a examinar melhor a sua fé, conhecer os argumentos contrários e adquirir convicções mais sólidas. O apóstolo Paulo queria que os coríntios tivessem uma fé testada, amadurecida, e por isso recomendou-lhes: “Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem a si mesmos” (2 Co 13.5). As dúvidas mal resolvidas realmente podem ser fatais, mas quando dão oportunidade para que a pessoa tenha uma fé mais esclarecida e consciente, resultam em crescimento espiritual e maior eficácia no testemunho. O apóstolo Pedro exortou os cristãos no sentido de estarem “sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1 Pe 3.15).

Além disso, você deve colocar em perspectiva as afirmações feitas por seus professores e colegas em matéria de fé religiosa. Lembre-se que todas as pessoas são influenciadas por pressupostos, e isso certamente inclui aqueles que atuam nos meios universitários. A idéia de que professores e cientistas sempre pautam as suas ações pela mais absoluta isenção e objetividade é um mito. Por exemplo, muitos intelectuais acusam a religião de ser dogmática e autoritária, de cercear a liberdade das pessoas e desrespeitar a sua consciência. Isso até pode ocorrer em muitos casos, mas a questão aqui é a seguinte: Estão os intelectuais livres desse problema? A experiência mostra que os ambientes acadêmicos e científicos podem ser tão autoritários e cerceadores quanto quaisquer outras esferas da atividade humana. Existem departamentos universitários que são controlados por professores materialistas de diversos naipes – agnósticos, existencialistas e marxistas. Muitos alunos cristãos desses cursos são ridicularizados por causa de suas convicções, não têm a liberdade de expor seus pontos de vista religiosos e são tolhidos em seu desejo de apresentar perspectivas cristãs em suas monografias, teses ou dissertações. Portanto, verifica-se que certas ênfases encontradas nesses meios podem ser ditadas simplesmente por pressupostos ou preconceitos anti-religiosos e anticristãos, em contraste com o verdadeiro espírito de tolerância e liberdade acadêmica.

Você, estudante cristão que se sente ameaçado no ambiente universitário, deve lembrar que esse ambiente é constituído de pessoas imperfeitas e limitadas, que lidam com seus próprios conflitos, dúvidas e contradições, e que muitas dessas pessoas foram condicionadas por sua formação familiar ou educacional a sentirem uma forte aversão pela fé religiosa. Tais indivíduos, sejam eles professores ou alunos, precisam não do nosso assentimento às suas posições anti-religiosas, mas do nosso testemunho coerente, para que também possam crer no Deus revelado em Cristo e encontrem o significado maior de suas vidas.

Todavia, ao lado dessas questões mais pessoais e subjetivas, existem alegações bastante objetivas que fazem com que você se sinta abalado em suas convicções cristãs. Uma dessas alegações diz respeito ao suposto conflito entre fé e ciência. O cristianismo não vê esse impasse, entendendo que se trata de duas esferas distintas, ainda que complementares. Deus é o criador tanto do mundo espiritual quanto do mundo físico e das leis que o regem. Portanto, a ciência corretamente entendida não contradiz a fé; elas tratam de realidades distintas ou das mesmas realidades a partir de diferentes perspectivas. O problema surge quando um intelectual, influenciado por pressupostos materialistas, afirma que toda a realidade é material e que nada que não possa ser comprovado cientificamente pode existir. O verdadeiro espírito científico e acadêmico não se harmoniza com uma atitude estreita dessa natureza, que decide certas questões por exclusão ou por antecipação.

Mas vamos a alguns tópicos mais específicos. Você, universitário cristão, pode ouvir em sala de aula questionamentos de diversas modalidades: acerca da religião em geral (uma construção humana para responder aos anseios e temores humanos), de Deus (não existe ou então existe, mas é impessoal e não se relaciona com o mundo), da Bíblia (um livro meramente humano, repleto de mitos e contradições), de Jesus Cristo (nunca existiu ou foi apenas um líder carismático), da criação (é impossível, visto que a evolução explica tudo o que existe), dos milagres (invenções supersticiosas, uma vez que conflitam com os postulados da ciência), e assim por diante. Não temos aqui espaço para responder a todas essas alegações, mas perguntamos: Quem conferiu às pessoas que emitem esses julgamentos a prerrogativa de terem a última palavra sobre tais assuntos? Por que deve um universitário cristão aceitar tacitamente essas alegações, tantas vezes motivadas por preferências pessoais e subjetivas dos seus mestres, como se fossem verdades definitivas e inquestionáveis?

O fato é que, desde o início, os cristãos se defrontaram com críticas e contestações de toda espécie. Nos primeiros séculos da era cristã, muitos pagãos acusaram os cristãos de incesto, canibalismo, subversão e até mesmo ateísmo! Foram especialmente contundentes as críticas feitas por homens cultos como Porfírio e Celso, que questionaram a Escritura, as noções de encarnação e ressurreição, e outros pontos. Eles alegavam que o cristianismo era uma religião de gente ignorante e supersticiosa. Em resposta a esses ataques intelectuais surgiu um grupo de escritores e teólogos que ficaram conhecidos como os apologistas e os polemistas. Dentre eles podem ser citados Justino Mártir, Irineu de Lião, Tertuliano, Clemente de Alexandria e Orígenes, que produziram notáveis obras em defesa da fé cristã.

Em nosso tempo, também têm surgido grandes defensores da cosmovisão cristã, tais como Cornelius van Til, C. S. Lewis, Francis Schaeffer, R. C. Sproul, John Stott1 e outros, que têm utilizado não somente a Bíblia, mas a teologia, a filosofia e a própria ciência para debater com os proponentes do secularismo. Além deles, outros autores têm publicado obras mais populares acerca do assunto, apresentando argumentos convincentes em resposta às alegações anticristãs. Dois bons exemplos recentes são o livro de Lee Strobel, Em Defesa da Fé (www.editoravida.com.br), que possui um capítulo especialmente instrutivo sobre uma questão até hoje não aclarada pela ciência, ou seja, a origem da vida, e o livro de Phillip Johnson, Ciência, Intolerância e Fé (www.ultimato.com.br), cujo subtítulo já diz muito: “A cunha da verdade: rompendo os fundamentos do naturalismo”. É importante que você, universitário cristão, leia esses autores, familiarize-se com seus argumentos e reflita de maneira cuidadosa sobre a sua fé, a fim de que possa resistir à sedução dos argumentos divulgados nos meios acadêmicos.

Outra iniciativa importante que você deve tomar é aproximar-se de outros estudantes que compartilham as mesmas convicções. É muito difícil enfrentar sozinho as opiniões contrárias de um sistema ou de uma comunidade. Por isso, envolva-se com um grupo de colegas cristãos que se reúnam para conversar sobre esses temas, compartilhar experiências, apoiar-se mutuamente e cultivar a vida espiritual. Muitas universidades têm representantes da Aliança Bíblica Universitária (ABU) e de outras organizações cristãs idôneas que visam precisamente oferecer auxílio aos estudantes que se deparam com esses desafios. Não deixe também de participar de uma boa igreja, onde você possa encontrar comunhão genuína e alimento sólido para a sua vida com Deus.

Em conclusão, procure encarar de maneira construtiva os desafios com que está se defrontando. Veja-os não como incômodos, mas como oportunidades dadas por Deus para ter uma fé mais madura e consciente, para conhecer melhor as Escrituras, para inteirar-se das críticas ao cristianismo e de como responder a elas, para dar o seu testemunho diante dos seus professores e colegas, por palavras e ações. Saiba que você não está só nessa empreitada. Além de irmãos que intercedem por sua vida, você conta com a presença, a força e a sabedoria do Senhor. Muitos já passaram por isso e foram vitoriosos. Meu desejo sincero é que o mesmo aconteça com você. Deus o abençoe!

Nota:
1. Entre os livros de John Stott, leia Por Que Sou Cristão , recém-lançado pela Editora Ultimato.

*Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da igreja Presbiteriana do Brasil.

cruzue@gmail.com

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