sábado, setembro 01, 2012

Biografia do Pastor Watchman Nee



Watchman Nee

"A menos que sejamos tratados e quebrantados por meio da disciplina,
estaremos restringindo o poder de Deus, pois sem o quebrantamento
do homem exterior, a igreja não pode ser um canal de Deus."


Pastor Watchman Nee - (1903-1972)

Tradução: João Cruzué

Nee To-sheng ou Watchman Nee, o grande lider cristão chinês, nasceu numa província do Sul da China. Em sua juventude, provou ser um indivíduo dotado de grande inteligência e um futuro promissor. Ele foi consistentemente o melhor melhor aluno da Faculdade Trinity, adqüirindo um excelente histórico acadêmico. Nee, naturalmente, tinha grandes sonhos e muitos planos para uma carreira cheia de realizações.

Em 1920, aos 17 anos de idade, conheceu o evangelho e, após algumas lutas internas, aceitou Jesus como seu Salvador e Senhor. Ao tomar esta decisão, deixou de lado a carreira universitária. Desde então seu ministério passou a ser reconhecido como um dos mais espirituais e significativos do século 20. Seu nome anterior era Nee Shu-tsu, mas após sua conversão, mudou-o para Nee To-sheng. Devido a um costume local, se algum fato mudasse a vida de uma pessoa, ela mudaria de nome. No caso de Nee foi a sua conversão ao cristianismo.

Já bem no início de sua vida cristã Nee começou a escrever. Seu ministério, com aproximadamente 30 anos, foi uma bênção de Deus para a Igreja chinesa, e seus livros ainda serão por muito tempo um manancial de espiritualidade e inspiração para cristãos em todo mundo, em todas as épocas. Sua obra teve um profundo impacto sobre a divulgação do evangelho e o estabelecimento de centenas de igrejas locais através da Ásia. Por causa da sua fé em Cristo, Nee foi preso em 1952 pelo regime comunista de Mao Tse-tung, permanecendo seus últimos 20 anos de vida na prisão.
 
No início ele era um cristão metodista, depois, começou ele mesmo a restauração da Igreja nos moldes da Igreja Primitiva, segundo estava nas escrituras. Ele era ferrenho opositor da fragmentação do corpo de Cristo pela criação indiscriminada de denominações e divisões da Igreja. Sua Igreja em Xangai cresceu e chegou a ter 3.000 membros. Orando, decidiu dividi-la em 15 grupos, chamados de "pequenos rebanhos". Cada pequeno rebanho (grupo familiar) chegava a ter 200 membros. No início dos anos 40, a Igreja de Nee já possuia perto de 500 "pequenos rebanhos". Em 1941, Xangai foi invadida pelo exército japonês e a Igreja começou a passar por necessidades financeiras. Ele e seu irmão montaram um empresa farmacêutica para complementar os recursos para as necessidades da Igreja . Daí pode-se perceber que o sistema de grupos familiares, desenvolvido mais tarde na Igreja sul coreana pelo Pastor Paul Yonggi Cho foi influências do trabalho de Nee.

Em 1949, o Partido Comunista da China derrubou o governo nacionalista e instituiu a Republica Popular da China. A princípio, os comunistas insinuaram um apoio aos líderes cristãos locais, enquanto expulsava os missionários "imperialistas". Dois anos mais tarde, Mao Tse-tung mostrou sua verdadeira intenção - a de controlar as Igrejas. Durante esse tempo, os pequenos rebanhos resistiam a ordem comunista de que todos deveriam ser filiados a Igreja Cristã Nacional, uma organização fantoche. Milhares de membros da Igreja de Nee foram mortos ou colocados em prisões. Havia informantes comunistas se infiltrados entre os grupos.

Os pastores eram rotulados de lacaios dos imperialistas estrangeiros e Nee foi acusado de liderar um grande sistema secreto que envenenava as pessoas com palavras reacionárias. Em 1952 ele foi preso. Antes disso, ajudou a criar várias Igrejas subterrâneas. Em 1956,foi julgado e sentenciado à prisão por 15 anos. Em 1967, ele deveria ser solto, mas com a seguinte condição: de nunca mais voltar a pregar o evangelho. Nee não concordou. Ele foi transferido para outra prisão onde morreu cinco anos mais tarde. Ele preparou a Igreja da China para sobreviver sob a "cortina de bambu" e ela Sobreviveu. Mao se foi, mas Jesus continua na China salvando, batizando e derramando o Espírito Santo. Veja isto nas fotos tiradas mais recentemente: fotos da igreja da china.


A conversão de Watchman Nee
"Meu nascimento foi a resposta de uma oração. Minha mãe tinha muito medo que sucedesse a ela o mesmo que acontecera a sua cunhada que tivera seis filhas, o que segundo os costumes chineses era ruim, pois meninos eram os mais desejados. Mamãe já tivera duas filhas, embora não entendesse completamente o compromisso de uma oração, ela orou ao Senhor: “Se o Senhor me der um filho, eu lho darei de volta como presente". E o Senhor ouviu aquela oração, e eu nasci. Foi meu pai quem me disse mais tarde que antes do meu nascimento mamãe tinha-me prometido ao Senhor".

Para muitas pessoas a característica proeminente da salvação é o ato de ser liberto do pecado. Entretanto, para mim a questão era: se aceitasse Jesus me tornaria seu seguidor e um servo ao mesmo tempo? Fiquei assustado, porque se me tornasse um cristão, então seria chamado para servir a Cristo. E isto teria um preço muito caro para mim. Conseqüentemente, o conflito foi resolvido assim que entendi que minha salvação deveria ter os dois aspectos. Assim, decidi aceitar o Cristo como meu Salvador e servi-lo como meu Senhor. Isto foi em 1920, quando tinha 17 anos de idade.

"Na tarde de 29 de abril de 1920, eu estava sozinho em meu quarto lutando para decidir se deveria ou não crer em Cristo. Primeiro eu estava relutante, mas assim que comecei a orar vi a magnitude de meus pecados, a realidade e a eficácia de Jesus como Salvador. Quando eu avistei as mãos do Senhor estendidas sobre a cruz, elas pareciam me envolver e ouvi o Senhor dizer: Eu já estava aqui esperando por você!"

Observando de fato o sangue de Cristo limpando meus pecados e cobrindo-me de tanto amor, eu O aceitei ali mesmo, em meu quarto. Anteriormente, eu ria das pessoas que aceitavam Jesus, mas naquela tarde a experiência se tornou também real para mim. Chorei. E confessei meus pecados procurando pelo perdão do Senhor. Assim que fiz minha primeira oração, eu recebi uma alegria e paz tais que eu nunca antes tinha experimentado. Uma luz parecia fluir no quarto e eu disse a Jesus: 'O Senhor tem sido deveras misericordioso comigo."

Depois que me tornei um salvo em Cristo, enquanto meus colegas traziam novelas para ler em classe, eu trazia a Bíblia para estudar. Mais tarde eu deixei a Faculdade para entrar em um Instituto Bíblico sediado em Xangai criado pela irmã Dora Yu. No começo, por muitas vezes ela muito educadamente tentou me expulsar do instituto com a explicação de que era inconveniente para mim ficar ali mais tempo. Na realidade era por causa de meu exigente apetite, roupas diletantes e costume de me levantar muito tarde pelas manhãs. Ela queria me mandar embora. Meu desejo de servir a Deus tinha levado um sério revés.

O início de seu ministério
Embora eu pensasse que minha vida tinha sido transformada, de fato permaneciam muitas e muitas coisas que precisavam ser mudadas. Percebendo que eu ainda não estava pronto para o serviço do Senhor, decidi voltar a escola secular. Meus colegas de classe reconheceram que algumas coisas tinha alterado em minha vida mas que existiam muitas outras que ainda permaneciam em meu velho temperamento . Por isso, meu testemunho na escola não era muito poderoso, e quando pela primeira vez dei meu testemunho para o irmão Weigh, ele não me deu atenção.

Seguindo minha nova natureza de salvo já havia muitas mudanças e todo um planejamento de mais de dez anos se tornou sem significado e minhas ambições de uma brilhante carreira já estavam sendo descartadas. A partir daquele dia com uma inegável certeza do chamado de Deus, eu sabia qual deveria ser carreira da minha vida. Eu entendi que o Senhor tinha me escolhido para si, para minha própria salvação e para sua glória. Ele tinha me chamado para servi-lo e para ser seu amigo-operário.

Antes eu desprezava pregadores e pregações porque naqueles dias eles eram assalariados dos missionários americanos ou europeus, e por este serviço ganhavam deles míseros oito ou nove dólares de prata por mês. Eu nunca imaginaria, nem por um momento, que me tornaria um pregador, uma profissão a qual eu considerava tão insignificante.

Depois de me tornar um cristão, tive espontaneamente um desejo de levar outras pessoas para Cristo, mas depois de um ano de testemunho e testemunhando para meus colegas de escola secular, não havia nenhum resultado visível. Eu pensava que mais palavras e mais razões seriam eficientes, mas meu testemunho parecia não ter um efeito poderoso sobre as pessoas.

Tempos mais tarde, encontrei uma missionária da Região Oeste, a irmã Grose, que me perguntou quantas pessoas tinham sido salvas através de mim naquele primeiro ano. Eu abaixei minha cabeça e vergonhosamente confessei que a despeito de minhas tentativas de pregar o evangelho para meus colegas, nenhum deles tinha se convertido.

Então, ela me disse francamente que deveria existir alguma coisa errada impedindo minha comunicação com o Senhor. Talvez fosse um pecado escondido, dívidas ou algum outro impedimento. Admiti que tais coisas existiam e ela me arguiu se estava disposto resolvê-las, imediatamente. Concordei. A seguir me perguntou como dava meu testemunho e eu lhe disse que escolhia as pessoas ao acaso e lhes falava a respeito do Senhor, se elas mostrassem algum interesse. Ao que a missionária me ensinou que eu deveria fazer uma lista e orasse por meus amigos primeiro, enquanto aguardasse pela oportunidade de Deus para testemunhar para eles.

Imediatamente, comecei a colocar minha vida em ordem para eliminar os problemas que impediam minha comunhão com o Senhor. Ao mesmo tempo, fiz uma lista com o nome de setenta amigos com o propósito de orar por eles diariamente. Alguns dias eu orava a cada hora, até na sala de aula. Quando as oportunidades vieram eu tentava persuadi-los a crer no Senhor Jesus. Meus colegas freqüentemente diziam jocosamente, lá vem o Sr. pregador, vamos ouvir sua pregação... Embora de fato, eles não tivessem a mínima intenção de ouvir.

Eu contei depois meu fracasso a irmã Grose e ela me persuadiu a continuar orando até que algum deles fosse salvo. E, com a graça do Senhor continuei orando diariamente, e depois de vários meses, todas, com exceção de uma, das setenta pessoas daquela lista foram salvas.


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Frases de Watchman Nee
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"A menos que sejamos tratados e quebrantados por meio da disciplina, estaremos restringindo o poder de Deus. Sem o quebrantamento do homem exterior, a igreja não pode ser um canal de Deus".

Em sua última carta, escrita no dia de sua morte: "Apesar da minha doença, ainda continuo cheio de alegria em meu coração."

http://www.watchmannee.org
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Um espinho na carne

Nee tinha um espinho na carne controlado pela graça de Deus. Desde 1924, ele era tuberculoso. Sobre esse assunto, estive olhando o material e pude ver que a luta de Nee em oração contra essa doença é de uma inspiração e edificação maravilhosas. Ele dependia do Senhor, todo dia, para viver por causa da doença. Viveu com ela 48 anos. Deve demandar umas duas semanas de tradução. Orem por mim, pois gostaria de compartilhar essa bênção com meus leitores.

Comentários: quando olho para as fotos deste chinês, meus olhos ficam molhados. Para ser cristão na China, naquela época, tinha que desprezar a própria vida. Ele sabia o preço e não negociava. Quando quiseram libertá-lo, em 1968, com a condição de nunca mais pregar o nome de Jesus, ele não aceitou e assim o mantiveram no cárcere até à morte. Quando for da próxima vez a uma livraria cristã, não perca tempo. Watchman Nee escreveu sobre aquilo que vivenciava.

Tradução de João Cruzué


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Agora veja aqui + de 100 fotos da Igreja Evangélica subterrânea da China

Fonte de pesquisa do testemunho
Voidspace.org


cruzue@gmail.com




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sexta-feira, agosto 31, 2012

A animalização da mulher nas letras do funk

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 O funk em quatro atos

João Cruzué

O movimento funk carioca chegou à periferia da Capital paulista há pelo menos oito anos. Como foi difícil aguentar durante alguns meses o som alto das caixas tocando uma música chamada "bonde do tigrão". Mais recentemente, nos fins de semana, a coisa evoluiu. As caixas deixaram as janelas abertas das salas e foram para os porta malas ou mesmo dentro dos carros com potências turbinadas, para tocar funk a qualquer hora do dia, da noite e da madrugada. O febre do funk definitivamente "pegou" na "perifa" de Sampa.

O som muito alto, entretanto, não é o que mais me incomada no Funk. São as letras com palavras chulas despersonificando a mulher que me assustam. Um dia desses, alguns moços do bairro escolheram o começo da minha rua, para colocar o carro na calçada com o porta malas aberto e dali começou um batuque funkeiro em volume máximo. Apesar de, a esta altura de meus 53 anos, já estar um pouco surdo, por causa de barulho, o batuque não incomodava tanto. Mas uma letra "chulíssima" invadia a privacidade de todas as casas da vizinhança, ofendendo todas as mulheres, inclusive minha esposa e minha filha. Era um tal que passar a mão ali... sendo este "verso" um dos mais "castos", entremeado com gritos de orgasmos femininos, palavrões, entre outras coisas que não mencionar aqui. Reclamei, quase apanhei, mas mais o carro não foi mais foi colocado ali.

Como cristão, preciso analisar a assnto sob dois ângulos. Pela ótica de um cidadão, posso dizer que tomei uma atitude de resistência pacífica, sem aceitar a provocação para um confronto físico, graças a Deus, foi uma surpresa não ter apanhado para resolver o problema. Pelo lado espiritual, há outras coisas envolvidas que de agora em diante vou analisar. pois diz repeito ao ao propósito do texto.

Não posso dizer que a música funk seja do diabo, mas quanto as suas letras - posso sim! Elas partem do pressuposto de que toda mulher é uma prostituta, pois usam as palavras e palavrões desse meio. Não estou desprezando prostitutas, são dignas de ouvir o Evangelho, mas estou referindo-me a um linguajar que não é próprio fora do meio. Uma comunidade inteira fica exposta a ouvir este som móvel até se acostumar com ele, goste ou não. Estas letras sujas do funk tiraram a mulher de uma condição que já era ruim, para a condição de animal inferior. De objeto de desejo sexual, para uma cadela disposta à cruza. A diferença entre o sexo conjugal cantado em pura poesia bíblica em Cantares de Salomão para uma letra horrorosa e porca da música funk fica muito bem comparada usando apenas duas frases. "Amada minha" x "cachorras, preparadas e novinhas".

Estive conversando com minha filha, já casada,  ela me disse uma coisa muito triste. Na sua opinião aquelas adolescentes da periferia que estão hoje "quebrando" e balançando o traseiro no meio da rua, daqui a um futuro não muito distante vão estar grávidas. Seus bebês muito provavelmente não conhecerão o pai e serão criados pelos avós. Crescerão revoltados, agressivos, doidos, não porque lá no fundo sejam isso, mas porque usam desse artifício para encobrir a despersonalização. Quando olham outras crianças andando com os pais, e sentindo a falta de um que não conhecem, deparam-se com um vazio que não conseguem suportar. Eles são o produto do desamor, não de um ato conjugal, mas de uma "cruza" entre um "tigrão" e uma "cachorra."

Conheço alguém de um projeto social contando histórias para crianças de periferia. Em sua roda de leitura tinha um garoto terrível, perturbado e malvado. Conversando com ele, ela conta que descobriu que  era super carente de amor. Sua maior frustração era não poder conhecer o pai. Nem sua mãe sabia quem ele era. Aliás, foi criado pela avó, uma vez que a mãe casou-se e tem outra família. Conta ainda, que em determinado dia, pediu às crianças da roda, que levassem algum brinquedo para uma melhor interação livro-criança, na próxima roda. Uns levaram carrinhos, outros celulares de verdade, bonecas etc. Como não tinha nada, o garoto "malvado" levou uma tesoura de costura velha!

Assim, em um país tão mal administrado, onde as receitas públicas são gastas primariamente com juros pagos a banqueiros e agiotas, o enfraquecimento econômico da família nas classes mais baixas é real e aviltante. Cada família enfraquecida não consegue estudar seus filhos;  sem Educação não há como romper com a miséria. Na periferia das cidades grandes eles encontram diversão no Funk. Eu critico as letras do funk que depreciam a mulher, porque suas palavras chulas e movimentos obscenos só fazem aumentar a miséria já existente quando usam a música para roubar sua dignidade, tratando-a como se fosse um animal.






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