sexta-feira, agosto 31, 2012

O perigo da insatisfação dentro da Igreja



Olhar
O corvo e a águia

João Cruzué

Quem é que ainda não reclamou ou comentou sobre alguma coisa dentro da sua Igreja, principalmente, nos dias atuais em que há muitas novidades e mais liberdade de costumes? A insatisfação é como uma moeda de duas faces. Se você não tomar cuidado, pode entrar por um caminho perigoso e perder a alegria da sua salvação.

É muito comum voltar da Igreja para casa, hoje, com um "cesto" de assuntos não muito cristãos, para dizer o mínimo. Boa parte dos crentes não está indo à casa de Deus para adorar, senão para observar e colher as (más)novidades. Conscientemente  ou não.

Quando saímos da posição de adoradores para "observadores" as coisas se complicam. Primeiro isso não agrada a Deus. Seria como uma oferta defeituosa. Acho mesmo que nem oferta seria.  Veio à mente uma imagem: mãos vazias. Depois cultuar de mãos vazias, parafraseando a Bíblia, seria como enterrar o único talento. Talento enterrado. Adoração negativa. Sem pensar nisso você estaria ofendendo a Deus indo ao culto sem nada para oferecer; entristecendo o Espírito Santo.

Uma atitude crítica com respeito  à vida dos outros. Do pregador, do pastor, da mocidade, das senhoras, das crianças. Do estacionamento, do banco pouco confortável, do secretário, do irmão das conversas paralelas durante o culto. Um arsenal completo não da armadura do cristão, mas do crítico anticristão. Quem se age desta maneira dificilmente vai perceber que se comporta assim.

É por isso que muitos de nós não têm mais prazer de ir ao culto. Não ouve mais a voz de Deus nada dentro da Igreja. Já entristeceu tanto o Espírito Santo, que não recebe mais nada. E não recebe nada por que não veio oferecer nada. Outra imagem de pregações antigas: um vaso de boca para baixo.

Antes de mudar de Igreja, seria muito bom fazer uma pequena anamnésia. Por que eu estou insatisfeito com minha Igreja? Tenho sido um adorador ou um crítico? Minha vida é um sacrifício vivo de adoração a Deus ou  só penso em adorar quando vou ao culto? Como  estou diante de Deus? Carrego de volta para casa depois do culto tudo o vi de ruim ou ocupo meu tempo comentando como foi bom o culto? Dependendo da resposta, mesmo que mude de Igreja  sua insatisfação vai segui-lo/a. E aí?

Eu não creio que seja fácil mudar um comportamento crítico enraizado. Eu me humilharia diante de Deus e evitaria conversar sobre assuntos da Igreja  DIUTURNAMENTE com pessoas com o mesmo defeito. Hoje, com tanta liberdade, e tantas Igrejas, e tantos pastores, uma doutrina mais ortodoxa afasta pessoas. Muitas coisas são relevadas e não há, talvez, uma preocupação em ensinar e repisar este assunto. Outra imagem volta a minha mente: a oferta de Abel e a oferta de Caim.

Caim caiu da graça e chegando ao ponto de matar seu irmão, por um problema acontecido na adoração.  Não sei que tipo de oferta os dois levaram. Mas um deles pensou que eliminando o irmão iria resolver o problema da oferta. E o problema não estava o irmão, mas na forma de cultuar de Caim.

E assim, por causa da insatisfação você pode fazer muitas coisas. Acho que entre todas elas apenas é a melhor. Resolva este problema em oração com o Senhor Jesus. Converse com Ele. Chore na presença Dele. Desabafe suas mágoas e mesquinharias com Ele. Se você fizer assim vai resolver a raiz de muitos males. Se você é cristão e anda insatisfeito com tudo, principalmente com a sua Igreja, tome cuidado. Os santos da sua Igreja são mesmo pessoas com um variado leque de defeitos. A palavra de Deus pode limpá-los, deletá-los. Pedro perguntou: Senhor, até quantas vezes devo perdoar meu irmão - sete vezes? Ao que Jesus respondeu: Não apemas sete vezes, mas 70 x 7 - 490 vezes - por dia!

A falta de perdão é como a louça suja que vai acumulando na pia, dia após dia. Da mesma forma que produz uma insatisfação insuportável, chegar em casa e verificar que tem louça por lavar há mais uma semana, um coração que tenha o mau hábito de guardar e comentar tudo o que se passa de ruim na Casa de Deus, além de acabar mesmo muito insatisfeito, vai ficar vazio do Espírito.

Não dê "mole" para a insatisfação. As vítimas podem  ser você e sua família.





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segunda-feira, agosto 27, 2012

Ambientalismo cristão

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Caquizeiro no final do outono
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Olhai os lírios do campo
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João Cruzué

Acho que para algumas árvores a primavera já chegou. Como tudo hoje está com pressa, deve ser por isso que várias delas se cansaram de esperar e já começam exibir as roupas da nova estação.

Por exemplo, meu pé de mexerica já está cheio de novos brotos. E para desgustá-los,  apareceram uma multidão de pulgões. Rápido no gatilho, eu usei um sabão natural que trouxe lá de "Belzonte" e pulverizei água de sabão neles. Me disseram que isto disolve a camada de proteção que os insetos têm. Assim, eles se tornam vulneráveis aos micro-organismos.

O pé de caqui já começou a brotar. Grandão. Do meu quintal foi a planta que mais me decepcionou. Eu plantei lindas sementes de caqui fuiú, e quando mordi a primeira fruta, minha boca pregou de tanto tanino. Aí, fui saber porque ele virou a casaca, e me disseram que eu deveria ter plantado perto dele um tal de "caqui polinizador." Mas esta história é bem mais longa. Na  primeira vez que ele floriu, tinha mais de ums 100 caquizinhos. Eu cresci o olho, com as perspectivas mais promissoras possíveis. Caíu quase tudo, restaram míseros quatro caquis.

 Na segunda vez que ele floriu, a quantidade caquis que vingaram foi muito maior. Maior também foi a freguesia. Um bando de sanhaços começou a bicar tudo que tivesse uma manchinha amarela. Eu fiquei irritado, e colhi todos os que começavam a madurar. Moral da história? Eles se recusaram  amadurecer e só de raiva apodreceram. 

A parte boa são as fotos. Sim, ele é ruim de frutos, mas muito saliente para fotos. Minha vizinha ficou deslumbrada com a cor vermelho-cobreada de suas folhas, quando ele se preparava para hibernar. Prazo para tirar as fotos? só uma semana. E por causa da beleza de suas folhas na chegada do inverno, decidi não lhe passar a foice!

Sim, meu quintal é pequeno, mas é ali que vou  me desapegando do campo a conta gotas. Um pé de couve aqui, outro de salsa ali... uma atemóia, duas acerolas... o tempo vai passando e as saudades da vida no campo vai passando. 

E por falar em couve, radicalizei. De tantas mudas grandes que plantei, apenas uma pegou. E dessa, uma coleção de mudinhas brotaram em seu tronco. Eu usei dois  saquinhos de terra antigos e plantei duas mudinhas. Elas pegaram depressa. Entusiasmado, fiz mais doze saquinhos e plantei mais 10 mudinhas. Depois de grandinhas, vou arranjar um vaso grande para transplantá-las. De novo os pulgões visitaram minhas couves, e eu contra-ataquei pulverizando com água de sabão em pedra.

Decepção mesmo são meus lírios. As únicas plantas que trouxe do sítio, quando minha mãe ainda era viva. No seu habitat, ele dá as caras quando a terra está rachando de tão seca. De surpresa, sua haste rompe aquela secura e lança suas flores vermelho-afogueadas. No clima de São Paulo, ele, um mineiro sistemático, não gosta de florir. Ano passado eu me alegrei com o entusiasmo desses lírios que produziram uns 40 bulbos de duas e três flores cada. Sabe quantos bulbos eu contei este ano? Um! Eu creio que foi por falta de seca. Chovei direto; do começo do ano até a primeira semana de julho. Parece que ele conta os dias de seca para lançar flores. Meio esquisito este cara.

Para quem ainda não sabe fazer um saquinho de terra para plantar mudas ou sementes, vou repetir a receita do terço. Um terço de argila vermelha de barranco, um terço de terra vegetal ou húmus, e um terço de areia média. Eu peneiro esta mistura, e encho saquinhos de polietileno de uns 20 cm de altura por uns 12 a 15 de largura. Quando o saquinho está pelo meio com esta mistura, eu costumo colocar um punhadinho de adubo químico 04-14-08. Depois completo com a outra metade de terra. Molho, e está pronto para uma semente ou muda. No começo do ano, eu achei um limão galego no chão da casa de minha filha. Dentro, havia 7 sementes. Plantei e todas nasceram. Quatro delas eu  as levei para a terra de Drumond. Duas para minha irmã e duas para minha cunhada.

Eu adoro fazer mudas. 

A planta mais difícil que enfrentei foi o figo. Ou "fígado", como costumo brincar. A famosa figueira da Bíblia. Sempre me disseram para plantar os galhos do figo em agosto, quando a planta está hibernando. Resultado? a maioria morre. O grande segredo é plantar seus galhos no verão. Em novembro ou dezembro quando as águas da chuva estão rolando. Cada galho enterrado, dá uma muda. A mesma coisa funciona para o pé de uva ou os ramos da videira, como  diriam os sabichões.

Todo mundo por aqui já está em plena primavera, apesar de que ela só dá o ar da sua graça em 22 de setembro; um dia depois do Dia da Árvore. E por falar em dia da Árvore, veio-me a mente uma tolice. Uma analogia de outro dia que não vou dizer qual é. Segundo esta tolice, se o Dia da Árvore é 21 de setembro, para que servem os outros 364? Pessoalmente acho de uma hipocrisia sem igual ver uma marmanjada bombando na mídia com uma muda de árvore na mão, apenas na semana do dia  21 de setembro. Por que não uma consciência de semear e fazer mudas o ano inteiro, hã?

E para fechar crônica, porque já é meia-noite, algumas palavrinhas a mais. Plantar uma semente ou fazer uma muda, até que não é difícil. Mas as plantas precisam de carinho, de água, de sombra... é preciso ter um compromisso de cuidar de uma vida quando você decide ter ou manter uma plantinha.

Lucas 12:27
Considerai os lírios,
como eles crescem;
não trabalham, nem fiam;
e digo-vos que nem ainda Salomão,
em toda a sua glória,
se vestiu como um deles.

Isaías 61:11
Porque, como a terra produz os seus renovos,
 e como o jardim faz brotar o que nele se semeia,
assim o Senhor DEUS fará brotar a justiça
e o louvor para todas as nações.

Isaías 55
Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, 
e para lá não tornam, mas regam a terra, 
e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador,
e pão ao que come, 
Assim será a palavra que sair da minha boca; 
ela não voltará para mim vazia, 
antes fará o que me apraz, 
e prosperará naquilo para que a enviei. 
Porque com alegria saireis, 
e em paz sereis guiados;
os montes e os outeiros romperão em cântico diante de vós, 
e todas as árvores do campo baterão palmas. 
Em lugar do espinheiro crescerá a faia, 
e em lugar da sarça crescerá a murta; 
o que será para o SENHOR por nome, 
e por sinal eterno, que nunca se apagará.
Buscai ao SENHOR 
enquanto se pode achar, 
invocai-o,
enquanto está perto.