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João Cruzué*
Em agosto de 2007, quando a Blogosfera Cristã estava perdendo o fôlego, o jovem Valmir Milomem criou a UBE - a segunda Comunidade agregadora de Blogs Evangélicos na Websfera em língua Portuguesa. O selo dos três peixinhos, desenhados pelo designer Lucas Santos agradou. A UBE começou com um apelo comunitário e muita comunicação entre afiliados e administração. Os blogueiros ainda estavam iniciando sua trajetória de publicação de conteúdo. Eram mais humildes e menos individualistas.
E eles fizeram história.
Nomes que eu ainda me lembro, e estão firmes na Internet:
Point Rhema
Geração que Lamba
E Agora, como viveremos?
Confeitaria Cristã
Júlio Severo
Eliseu Antonio Gomes
Reflexões sobre quase tudo
Holofote
Altair Germano
Blog da Maya
Púlpito Cristão
Geremias do Couto
Blog do Ciro
Blog da Irmã Vânia.
Quando fui convidado para a administração e moderação da UBE, em 2008, cerca de 1000 blogs já tinha se afiliado. O ativismo de incentivo à publicação de conteúdo cristão na Internet era muito forte, embora fosse criticado por alguns que focavam na qualidade e não na quantidade do conteúdo.
E como a função COMUNICAÇÃO planejada, exercida e incentivada produz bons frutos, cá estamos nós, quatro anos depois, olhando para nossa militância e agradecendo a Deus, porque valeu a pena. Por influência - principalmente da UBE - União de Blogueiros Evangélicos, o número de editores evangélicos de blogs chegou aos 5 dígitos e espero que nos próximos dois anos chegue nos seis - 100.000 blogs. É bem verdade, que qualidade de conteúdo vem do esforço pessoal, planejamento, compromisso e respeito com os leitores.
A geração teen está aí; no calcanhar dela, a kids. Acho que fizemos a nossa parte. Hoje o conteúdo disponível nas páginas dos buscadores estão cheios de endereços de blogs. Em 2007 isso não existia. Eu sei que a formação de opinião vem da leitura e da observação do que pessoas e influentes e "famosos" andam dizendo e escrevendo.
Mensagem de Twitter não passa de torpedo com uma mensagem implícita: Siga o Mestre, e faça tudo o que ele mandar". Isso produz uma comunicação efetiva de um conteúdo apropriado para amebas. Escrever demais cansa; texto longo, dá sono. Mas conteúdo mesmo, com essência, cerne, precisa de pelo menos, de umas 20 linhas. Alguém já disse na websfera que "sermãozinho produz crentinho". Acho que 140 toques é apenas recado. Eu não sou muito chegado a recados, prefiro falar direto nos meus blogs. Tem dado certo.
Se você ainda não tem um, milita em algum ministério ao serviço do Pai, tem ideias interessantes e posições definidas, já passou, então, da hora de dizer para todo mundo o que você pensa. Quer um incentivo extra? Veja abaixo os resultados alcançados por este vovô, que não é pastor, nem Bispo e não tem amigos influentes na Igreja. Sim! você também pode. Veja as estatísticas de dois contadores de visitas:
Sitemetter
Resultado: 1.233.160 visitantes e 1.849.871 páginas visitas.
de março 2008 até agora. A título de comparação, entre 2005 e 2006,
alcancei apenas 7.000 visitas.
Neocounter
Pelas estatísticas deste "contador" 1.281.216 pessoas
de 204 países já visitaram alguma página de meus blogs nesses três anos.
Apenas a FIFA tem participação em mais países: 208.
Agora eu pergunto: se meus amigos que começaram em 2007 e eu tivessemos desistido e ficado pelo meio do caminho, quem iria fazer o papel de BUMBO na Internet sobre questões como "homofobia", "kit gay" e PL 122? Protestos Evangélicos, divulgação de eventos... Sim! Valeu e tem valido a pena, pena que hoje eles fizeram tanto sucesso que deixaram aquele espírito comunitário. O sucesso foi sim, inegável, que país do mundo conseguiu levar adiante com êxito a construção de uma comunidade de blogueiros que ultrapassaram a casa dos cinco dígitos?
Só lamento uma coisa: é uma pena que não tenhamos tempo para escrever em espanhol. Cerca de umas 20 visitas em cada 100, de meus textos são de visitantes que falam esta língua. Há poucos blogs evangélicos nesta língua. Mais uma coisa. Se tivesse deixado de escrever conteúdo em português para me dedicar em textos na língua inglesa, a probabilidade de que teria triplicado (ou mais que isto) a quantidade de leitores teria sido muito grande.
O desafio está aí.
* O autor: João Cruzué