Eleições para Prefeito na cidade de São Paulo
Marta Suplicy se reune com Pastores no Colégio Batista Brasileiro

CAMILA NEUMAM
colaboração para a Folha Online
"Sem medo de perder votos, Marta foi direta ao defender a diversidade sexual e as escolas laicas. "Eu não aceitaria campanha contra os homossexuais. Quem conhece a minha história sabe disso, e até pela minha formação como psicanalista, não poderia ser diferente."
A candidata ainda foi questionada quanto a possibilidade de apoiar o estudo religioso nas escolas. "Acho que a escola laica foi uma grande conquista para as escolas estaduais e municipais do país. Se abríssemos espaço para isso, teríamos de ter seis ou sete religiões. Acho que a busca pela religiosidade se faz pela família e não pela escola."
Em meio ao debate sobre o assunto, o diretor do colégio, Gezio Duarte Medrado, tentou amenizar a discussão. "Ela não tentou agradar, se posicionou claramente que é a favor de as pessoas se manifestarem. O que queremos dizer é que somos contra a lei da homossexualidade."
Sobre a possibilidade de perder votos dos cerca de 70 mil batistas ou dos três milhões de evangélicos da cidade por suas opiniões diversas à comunidade, Marta afirmou: "Eu já fui prefeita e a maioria das pessoas já conhece minha opinião. Com isso, já passei por vários cargos com essa posição. Não estou fazendo nada de diferente aqui."
Comentários: Decididamente o ano de 2008 marca o crescimento da consciência política entre os crentes da Capital paulistana e creio que a mesma coisa acontece nas Capitais em todo Brasil. Qualquer candidato a cargos majoritários pode manter sua opinião sobre crenças, escolas, diversidade e homossexualismo. Mas a perda da empatia diante dos evangélicos pode ser politicamente fatal. Aqui na cidade de São Paulo os politicos já contabilizaram a força da "irmandade": três milhões de votos.
Eles podem torcer o nariz para o "cabelão" das mulheres crentes. Podem chamar os pastores e senhores crentes de "homofóbicos" e fundamentalistas atrasados; de o atraso do atraso... Todavia, este voto vai fazer muita falta nas urnas das próximas eleições, pois a consciência de cidadania e o exercício da política está só aumentando na seara evangélica.
Já se vai tarde do nosso meio, aquele sofisma muito eficiente: "política é coisa do diabo!" Ou aquele outro: "eu não voto em pastor!". Se alguém tiver pretensões de se eleger com nosso voto, há de tomar algumas aulas de recliclagem política. Definitivamente deixamos de ser bobos. João Cruzué.
cruzue@gmail.com
.