sábado, agosto 02, 2008

CGADB, CONAMAD e o Centenário das Assembleias de Deus


1911
- 2011
CENTENÁRIO DAS ASSEMBLEÍAS DE DEUS NO BRASIL

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Site oficial do Centenário

João Cruzué


Dou graças a Deus pela oportunidade de ter aprendido os rudimentos da fé em Igreja tão hospitaleira como a Assembléia de Deus. Não importa se no Rio Grande do Sul ou em Roraima o acolhimento sempre acontece com o mesmo calor e a mesma prudência, característicos da cultura assembleiana. Eu cresci assembleiano, e lá se vão mais de 33 anos. Curiosamente, nunca me identifiquei muito com o aspecto administrativo e político interno de suas convenções. Pois bem, eu espero que nos próximos dois, três anos, as lideranças tanto da CGADB quanto da CONAMAD venham nos alegrar com um estreitamento significativo de relacionamento. Espero por isso desde 1987, quando se iniciou um distanciamento. Sempre que os ventos das mudanças começam a soprar, surge o embate entre conservadores e liberais, situação e oposição, antigas e novas lideranças. Em tempos de um novo "shift", quero deixar registrado a minha opinião.

Não há mudanças sem crises, é difícil controlar ou implementar uma mudança, mas tendo Paz com Deus em nossos corações, deve-se seguir em frente, pois a vida é uma maravilhosa seqüência de mudanças. Quando Moisés voltou ao Egito para liderar o Êxodo, a grande mudança de Israel para a Terra Prometida de Canaã, enfrentou os problemas comuns a todas as
mudanças. Ele liderou um longo processo de mudança sem conseguir completá-lo. Deus tinha outros planos, e Moisés teve que ungir Josué. O que está no coração de Deus não pode ser impedido nem por conservadorismo nem por medo. O que ele planejou não pode ser desfeito por anjos, demônios ou simples homens.

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ADs do Belenzinho-SP e Madureira-RJ

De repente posso sentir o "cheiro" de mudanças significativas à vista dentro das Assembléias de Deus. Lembro-me perfeitamente de janeiro de 1987, quando houve um afastamento entre os dois maiores Ministérios: Missão e Madureira na convenção da Bahia. Depois disso, o episódio acontecido na Casa Publicadora serviu para afastar ainda mais as duas Casas. Em 2011 a Igreja Evangélica Assembléia de Deus brasileira vai comemorar o Centenário do início das IEADs no Brasil pelas mãos de Deus e dos missionários pioneiros suecos - Daniel Berg e Günar Vingren. Espero que este evento tenha a magnitude de um furacão, que seja forte o bastante para sacudir velhas diferenças e idiossincrasias. Como diz o sábio em Eclesiastes: Há tempo para abraçar e deixar de abraçar. Cremos que chegou o tempo de abraçar.

Sobre uma coisa precisamos reflexionar: o "racha" de 1987 foi de Deus ou sua causa foi presunção humana? Focando a questão, se nossas lideranças não conseguem andar juntas no mesmo caminho, temos um problema de comunicação, e de outro ainda pior: de comunhão! Sem comunhão, podemos até ganhar o mundo, mas a custa de um preço alto. É mais fácil quebrar a comunhão pelo rompimento deo diálogo do que investir tempo em mantê-lo. Se autoridades políticas, conseguem abandonar velhas diferenças em prol de um fim maior, por ventura as lideranças assembleianas seriam tão teimosas ao ponto de desperdiçar o futuro? Se Deus estiver nisto, e este for o tempo apropriado, não me espantaria se ele começasse um processo de purificação e refino da "prata." O que ele fez com Israel, vai fazer nas Assembleias de Deus Brasileiras.

Moisés não tinha mais a mesma motivação para descer a terra do Egito para tirar Israel de lá. Ele já era maduro o suficiente para entender as dificuldades de um processo de mudança; tentou de todas as formas tirar o "corpo" fora. Entretanto era sábio o suficiente para obedecer à vontade do Senhor. Ou ele ia ou ia. As conversas com os anciões de Israel? Difíceis! A primeira audiência no palácio do Faraó? Frustrante! As medidas de retaliação posteriores de Faraó? Duríssimas! A reação dos anciões e oficiais de Israel? Amargas! O SENHOR já tinha até avisado. A saída de Israel do Egito em busca da terra de Canaã foi um processo longo e sem alternativas. Os desobedientes, os profanos, os murmuradores, os rebeldes, os adultos (exceto Josué e Calebe) e os covardes morreram pelo deserto, somente a nova geração de Israel herdou e pisou na Terra Prometida

Quase cem anos já se passaram desde que os missionários Berg e Vingrem fizeram aquela oração no banco de uma praça na cidade de Belém do Pará. Uma oração que foi se cumprindo dia a dia. E outras orações foram sendo feitas e ouvidas, mas ainda algumas estão por si cumprir: entre elas tenho certeza que no coração de muitos ministros há um anseio de ver uma nova geração de líderes dos dois Ministérios - Madureira e Missão - dialogando, trabalhando juntos em um novo processo de mudança.

Dois conselhos vão definir o destino desta mudança: 1. não temos nada a ganhar, pois bem assim está; 2. uma casa dividida não pode prevalecer sobre o inimigo. Conselhos de Aitofel e Itai.

Se por um lado as Assembléias de Deus são hospitaleiras e cresceram muito através de sua forma descentralizada e da simplicidade de obreiros laicos, também não está isenta de nossa crítica. O que posso fazer com isenção depois de 30 anos de "casa". Na ânsia de ter apenas liderados que balancem a cabeça afirmativa para tudo, a IEAD têm desperdiçado muitos talentos. Em alguns ministérios mais e em outros menos tenho visto mais o uso da "tesoura" do que o "regador". Hoje temos milhares de ministros com diplomas graduação e doutoramento em Teologia, mestres em Divindade, doutores em Filosofia cristã e outros títulos, mas isso não tem incrementado a taxa de crescimento de novos convertidos nem multiplicado o Batismo no Espírito Sant. Quanto aos batismos, se deles retirarmos nossos filhos o resultado de nosso cresimento é risível. Concordamos com a impureza do evangelho da prosperidade, mas ele é sucesso de púlpito, pois nossos ministros o toleram excessivamente porque faz "bem" aos ouvidos do povo... Então neste particular de que serviu tanta profundidade e tantos títulos teológicos?

As Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus cresceram evangelizando e separando ministros entre as classes mais pobres da nação. Está deixando de crescer agora, em comparação com os anos 70/80 porque está dando as costas para suas origens - os pobres. Creio que não exista fator de maior distribuição de renda nesta nação do que a ação do Evangelho, pois não há miséria maior que a miséria espiritual. Um pecador pobre ao ser transportado do reino das trevas para o Reino da Luz pela ação e aceitação das palavras do Evangelho, deixará de ser pobre, mais dias menos dias, através da oração, pois agora terá um tratamento de filho de Deus. As Assembléias de Deuns não podem "dar as costas" quanto à evangelização dos mais necessitados da nação por uma omissão preconceituosa.

Se de fato a IEAD envidasse esforços maciços em projetos sérios e consistentes na evangelização dos brasileiros mais pobres, hoje não precisaríamos nos preocupar tanto com projetos e Leis "homofóbicas". É mais objetivo dobrar a quantidade de crentes no Brasil do que perder tempo com "Projeto Brasil" e outras cositas más atrás de representação política. A "prata" da casa pode decepcionar como aconteceu no escândalo dos "sanguessugas".

Insisto em dizer que é muito mais produtivo, tanto para a Igreja quanto para a vida pública, traçar planos de evangelização inteligente e maciça em meio às pessoas pobres de nossa nação. O Evangelho é o melhor remédio para a pobreza. Além de salvar, perdoar, curar, batizar com o Espírito Santo, filiação no Livro da Vida e dar direito a vida eterna, o evangelho enriquece os pobres, pois, via de regra, onde mora Jesus cumprem-se as promessas do Salmo 23. Isso é prioritário, e o exagero da busca de representação política uma consequência de erros estratégicos.

De volta ao leito do texto. Por convicção não podemos ter medo de mudanças, apenas precisamos orar para que a presença do Senhor não nos abandone. Pessoalmente não aprovo a forma dura do Pastor Silas Malafaia ao tratar com excessiva paixão assuntos internos e até externos que envolvem irmãos, cantores, bandas, revistas, mas ele tem dido um instrumento de entalpia neste processo de mudança. Vejo com bons olhos e razoabilidade uma aproximação seguida de comunhão entre os dois maiores Ministérios das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Brasil. O membros da AD querem isso.

Em nossa visão posso ver uma AD unida trabalhando em grandes projetos de evangel
ismo e assistencia social pelo Brasil. Palavras e ações, fé e obras. A Igreja ganhará com isso o respeito de seus milhões de membros, além de dar um tremendo exemplo em união em tempos de tanta divisão. Hoje há uma grande preocupação mundial quanto a escassez de energia, alimentos e água. Sem estas três coisas o mundo físico não caminha. Se houver a mesma preocupação Entre CGADB e CONAMAD em abandonar suas picuinhas e estreitar sua comunhão, uma nova oração no banco da praça de Belém poderá ser feita, agora não mais por dois homens mas por dois Ministérios. Se Berg e Vingren ainda estivessem conosco, não pensariam de outra forma. Esta união é de Deus.

Se a alma
e o coração destes dois Ministéiros forem um, eu espero que sim, quando a segunda oração do banco da praça de Belém do Pará for feita, O SENHOR vai ouvi-la e também fornecerá o combustível necessário para os corações das novas gerações de assembleianos saciarem com o Evangelho a sede das almas dos brasileiros até 2111. Se até lá Jesus ainda não tiver voltado.

João Cruzué - Blog Olhar Cristão


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sexta-feira, agosto 01, 2008

Una nueva relación ciencia-fe

.............................O P I N I Ó N....
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"Otra manera de vivir la fe y la ciencia"

Dr. Pablo Latapi Sarré*

"Hace ocho días (Crónica, 25 de junio) intenté mostrar que el pensamiento científico actual, después de la revolución cuántica, está muy lejos de la antigua concepción mecánica del universo y de la epistemología que le era propia; y por ello la ciencia tiene una idea de sí misma mucho más problematizada que en la época del racionalismo triunfante. Es una paradoja que sean precisamente sus maravillosos descubrimientos los que la llevan a comprender los límites de su “razón científica”. Por lo mismo, la mayoría de los científicos contemporáneos no son arrogantes; no ven con lástima o condescendencia a los que aceptan la religión (“analfabetos científicos” en espera de ser salvados por la ciencia); muchos de ellos asumen una actitud de humildad, derivada del asombro.

"HAY DOS MANERAS DE VIVIR:
UNA COMO SE NADA FUESE MILAGRO;
OTRA, COMO SE TUDO FUESE MILAGRO"
Albert Einstein

Hoy me ocuparé del otro polo de la relación ciencia-fe: la fe religiosa. Si hace 50 años algunos científicos entusiastas proclamaban que la ciencia acabaría con la idea de Dios y con el ámbito de la experiencia religiosa, y si también algunos hombres religiosos recurrían a la razón para “probar” la existencia de Dios o construir una apologética de las verdades de su fe, hoy el escenario es muy distinto. Una mente reflexiva puede ver en la ciencia —dialogando con ella y asumiendo sus incertidumbres— una invitación a la aceptación del misterio, el misterio no como residuo que queda sin explicar por la triunfante ciencia, sino como realidad insondable que está presente en el fondo de lo que somos, y que nos invita a aceptar otro orden de la existencia: el religioso. Ciencia y religión pueden ir de la mano, en beneficio de ambas; religión y ciencia son dos caminos complementarios que se enriquecen recíprocamente en la indagación de nuestras preguntas últimas.

Las múltiples perplejidades por “lo que no sabemos” llevan a todo espíritu honrado a la actitud de admiración; a preguntarnos por “lo que hay detrás” y a intentar construir puentes hacia esas realidades misteriosas; eso no es aún fe religiosa, aunque puede prepararla. Fe es experiencia de Dios, en uno mismo y en lo que percibe, en lo que entiende y en lo que no entiende; experiencia vital, a veces respuesta, las más de las veces sólo silencio ante un infinito que nos sobrepasa. El enigma está ahí, no obstante la fe: “un enigma que no puede resolverse únicamente por los avances del conocimiento objetivo, porque lo que le otorga su carácter único es la raíz de la libertad de cada individuo” —en, Theobald, Christof, et al., L’univers n’est pas sourd. Pour un nouveau rapport sciences et foi, Bayard, París, 2006, p.358—.

Muchos científicos y muchos teólogos están replanteando la relación ciencia-fe. Han superado la antigua posición de “conflicto insuperable”, también la de “total independencia” entre ellas; y han entrado a un “diálogo constructivo” que las enriquezca a ambas. Un caso que en lo personal me resulta ilustrativo es el de John Polkinghorne, notable físico cuántico y matemático inglés que, en paralelo con su profesión científica, estudió teología y se ordenó de pastor en la iglesia anglicana; con buen conocimiento, tanto de la ciencia como de la teología, busca la conciliación entre ambas, indagando “una mutua inteligibilidad de doble dirección”. Su argumento central es la “verosimilitud” de la fundamentalidad creadora de Dios. En vez de citar sus libros, remito al magnífico ensayo de Javier Monserrat, “John Polkinghorne: Ciencia y religión desde la física teórica”, en, Pensamiento: Revista de Investigación e Información Filosófica, vol. 61, No. 231 (2005), pp. 363-393.

Para Polkinghorne Dios es una hipótesis de “fundamentalidad necesaria”, más verosímil y de mayor fuerza explicativa que la hipótesis atea de la autosuficiencia necesaria y absoluta del mundo físico, o de la posición que remite al azar cuanto no podemos explicar, o de la que sostiene la incomunicación total entre la ciencia y la religión. Llega a afirmar: “La búsqueda de comprensión que es natural al científico es, al fin de cuentas, la búsqueda de Dios; así es como la religión continuará floreciendo en esta Era de la Ciencia”.

Otros científicos que no se resignan al inmanentismo, recurren a explicaciones panteístas (Dios se identifica con el mundo) o panenteístas (Dios está presente en toda la creación); Polkinghorne va más allá: se adscribe al concepto bíblico de un Dios personal que se comunica con nosotros. Lo que me interesa destacar es que existe hoy un diálogo serio entre científicos y teólogos, que está replanteando la relación entre ciencia y fe en los términos que exige el presente. Un presupuesto necesario es aceptar la limitación y los condicionamientos de la razón científica.

Hay diversas formas de conocer, muchas aún muy poco exploradas. Reducir nuestro ámbito cognoscitivo a la razón científica sería lamentable, incluso para la ciencia misma. Me acerco a realidades inasibles para la razón cuando la música me traslada a otras dimensiones; no puedo negar el universo de Mahler o de Mozart por el hecho de que la razón científica sea incapaz de penetrar en él. Me acerco a realidades metacientíficas también cuando me envuelve la mirada de un retrato de Rembrandt, o me sumerjo en los versos de Piedra de Sol de Octavio Paz, o me enternece la sonrisa de un niño o la mirada amorosa de una madre. Somos más que razón; somos vivencias de amor, temor y esperanza, conciencia de nuestra vulnerabilidad, seres éticos, obligados a solidaridades con los demás; somos quizá símbolos o indicios de otra realidad. No nos reduzcan, por favor, a una ecuación de relaciones ni a un pequeño modelo de insumos y productos.

Todos los seres humanos tenemos más preguntas que respuestas; es ésta una asimetría existencial que nos persigue de la infancia a la vejez, como característica esencial de nuestra especie. Las preguntas fundamentales, las “de sentido” –¿qué soy, qué es mi vida, qué es mi muerte, qué puedo conocer, qué debo hacer, qué puedo esperar, hay Dios y es posible comunicarme con él?— están en pie. Ante ellas las ciencias tienen muy poco que decir; ante ellas, a veces, la experiencia de Dios puede iluminarnos, si se dan ciertas condiciones: silencio interior, humildad, desprendimiento de las cosas, aceptación de nuestros desamparos y apertura amorosa al prójimo. Esto es para mí la fe.

Todo lo dicho hasta aquí lo dijo de una manera más bonita y sencilla Einstein: “Hay dos maneras de vivir: una, como si nada fuese milagro; otra, como si todo fuese milagro. Misterio es también por qué elegimos entre una y otra."


Dr. Pablo Latapí Sarre
*Investigador Titular C en el Instituto de Investigaciones sobre la Universidad y la Educación, UNAM
*Investigador Nacional de Excelencia y Emérito del SNI
*Miembro del Consejo Consultivo de Ciencias de la Presidencia(CCC)


Fuente: La Cronica de Hoy - Mexico.
Miercoles - 02 de julio de 2008


João Cruzué - Blog Mirar Cristiano
cruzue@gmail.com


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