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quinta-feira, julho 16, 2015

Jesus Cristo, o advogado dos pecadores


Jesus na casa de Simão
Autor: João Cruzué
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Eu sempre tive muita admiração pelo trabalho dos Advogados, principalmente quando trabalham, gratuitamente e  com zelo,  na defesa de quem não têm como pagar.  O Apóstolo João escreveu na sua primeira carta a seguinte declaração: "Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo - o justo". Dito isto, gostaria de fazer uma despretensiosa pesquisa bíblica, a fim de trazer alguns excertos que evidenciam o exercício desta bela profissão pelo Senhor Jesus Cristo.

No livro do profeta Isaías (59:16), Deus olhou do céu  e viu que o Direito fora deixado em último lugar e a justiça se pusera ao longe, porque a verdade andava trôpega pelas ruas e a equidade batia à porta para entrar. Então, Ele ficou surpreso, pois não havia sequer um intercessor. Este intercessor foi, então, providenciado pelo próprio Deus, conforme está patente no Evangelho de São João:

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele." (João 3:16-17)

Uma das características mais admirável na profissão do Advogado ainda é pouco compreendida no meio popular, pois entende-se, erradamente, que não deve haver defesa para alguém que praticou algo terrível. Aí,  vem seu Advogado e começa seu arrazoado, falando das fraquezas humanas, da forte emoção, que a pessoa é digna de absolvição, porque é um bom filho, um bom pai de família ou uma boa senhora. Esta atitude, que à primeira vista não é bem compreendida, se coaduna perfeitamente com a graça do Senhor Jesus Cristo.

Cristo, o Advogado que nos representa perante o Deus de toda justiça cujos olhos são como chama de fogo e não pode suportar o pecado. Não tendo como pagar o custo, nem como encontrar um advogado que nos representasse diante do trono do Grande Deus, este, por sua graça, se abaixou até nós e nos presenteando com seu único Filho Jesus Cristo, para que  nos justificasse perante o juízo de Deus.

O primeiro exemplo de Cristo atuando como advogado.  Em Lucas 7:36, Simão, um fariseu, homem honrado perante a sociedade convida Jesus para comer em sua casa. Mas, antes de servir à mesa, aparece, de repente, uma prostituta naquele ambiente. Ela unge a cabeça de Jesus com um óleo perfumado, depois começa a chorar, e lágrimas molha seus pés, por fim, solta os longos cabelos e começa a secar-lhe com eles os pés. O dentro da casa do fariseu Simão era geral. Imagino que sua família estava muito envergonhada pela ousadia daquela ex-prostituta constrangimento , que se chamava Maria Madalena. Na mente de Simão, um pensamento surgiu: Se este homem fosse mesmo o Cristo, saberia que esta mulher que está fazendo toda esta confusão é uma pecadora - forma eufêmica da Bíblia dizer - uma meretriz.
Interpretando o que acontecia no coração dos presentes, o Senhor Jesus saiu em defesa da prostituta.

-Simão, tenho uma coisa para ti dizer. Dize-a, Mestre, respondeu o fariseu.

- Um certo homem rico estava cobrando dois devedores. Um devia-lhe 500 dinheiros e o outro, 50. Como nenhum deles tinha condições de pagar-lhe, perdoou-lhes ambas as dívidas.

- Na sua opinião, Simão, depois de ter perdoado as dívidas, qual dos dois devedores mostraria mais gratidão? E o fariseu respondeu: Aquele que teve a maior dívida perdoada.

E o Advogado Jesus, concluiu seu raciocínio: Julgaste bem, Simão. Vês tu esta mulher? Quando entrei na tua casa, não me destes água para os pés, nem ósculo de boas vindas (coisa normalmente feitas naquele tempo pelas regras de etiqueta) mas esta mulher ungiu minha cabeça com óleo, lavou meus pés com lágrimas e os enxugou com seus cabelos. Por isso, eu te digo Simão: aquele a quem pouco pé perdoado, pouco ama. Jesus não disse, mas poderia ter dito: Esta mulher, Simão, mostrou mais gratidão do que você, seus pecados eram muitos e lhe foram perdoados. E olhando para ela, disse Jesus: Filha os teus pecados são perdoados.

Antes da atuação de atuação de Jesus, aos olhos dos presentes na casa de Simão aquela mulher era uma prostituta atrevida que veio fazer um escândalo um almoço formal. Um mico a ser lembrado como boas risadas durante os comentários maldosos que certamente atingiriam os ouvidos da esposa do fariseu Simão. Depois da defesa do Senhor Jesus, a mulher pecadora saiu com honra diante de todos os presentes: Plenamente justificada e com alma lavada do pecado pelo perdão de Deus. 

O segundo exemplo que vou citar está em Lucas 19. Jesus passava pela cidade de Jericó, quando viu um homem em cima de uma árvore. Aquele homem era Zaqueu, chefe dos coletores de imposto, pessoa mal vista e moralmente condenada pelos cidadãos, porque, certamente, era o maior corrupto da cidade. E o que foi que o Senhor Jesus fez?

Diante de uma multidão,  autoconvidou-se para pernoitar na casa de Zaqueu. Tal atitude soou muito estranha diante dos ouvidos de todos. A maioria, senão todos, pensaram: Que gafe monumental este homem, que se declara o Messias, está cometendo. Tanta gente honesta e honrada nesta cidade, e olha só aonde ele vai pousar ...Ele vai ser hóspede do maior corrupto desta cidade.

A partir daquele momento, uma transformação aconteceu no coração de Zaqueu. Espontânea e repentinamente aquele homem foi tomado de uma grande alegria e arrependimento. Seu coração ficou tão alegre que o dinheiro deixou de ser o centro da sua vida. Sem ninguém lhe pedir, ele, voluntariamente decidiu dar metade sua fortuna aos pobres. Depois, se comprometeu devolver na proporção de um para quatro a todo contribuinte que reclamasse que havia pagado tributos a mais do que deveria.

Quem, senão o Filho de Deus para fazer a defesa e justificar um homem pecador apenas com estas poucas palavras: Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em sua casa? 

E como terceiro e último exemplo de minha pesquisa o caso da mulher acusada de adultério, registrado no capítulo 8 do Evangelho de São João.

--Mestre, esta mulher foi apanhada no ato de flagrante adultério. Os acusadores eram escribas e fariseus, os homens mais entendidos em questões legais e religiosas em Israel, no tempo de Jesus. Pela lei, Moisés nos mandou apedrejá-la. E tu, o que dizes.

Jesus, abaixando-se, escrevia com o dedo na areia. E como os acusadores insistissem, ficou de pé, e olhou diretamente para eles, e falou: Aquele que entre vós estiver sem pecado seja o primeiro a atirar uma pedra contra ela. Abaixou-se de novo e continuou escrevendo na areia. Um a um, os escribas e fariseus foram saindo, começando pelos mais velhos... E saíram, porque suas consciências não estavam sinceras, a começar pela covardia de terem trazido apenas a mulher.

Passado algum tempo, o Senhor olhou e não viu mais ninguém, a não ser aquela mulher.

-- Mulher onde estão  aqueles teus acusadores? Ninguém te apedrejou? E ela respondeu: Ninguém, Senhor.

--Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais!

Depois destes exemplos de advocacia do Senhor em favor de três "causas perdidas" tenho a dizer o seguinte: Minha admiração pelos advogados vem pelo fato de que Jesus Cristo é único Advogado com registro na "OAB" do céu. O único com outorga para representar pequenos e grandes pecadores diante do  Deus Altíssimo. 

Quando Jesus olha para mim, ele não busca minhas falhas para relatar uma por uma ao soberano Deus. Ao contrário, eu creio que Ele diz: Pai, há uma chance de mudança na vida do João, conceda-lhe, portanto, o perdão e uma nova oportunidade. É assim que funciona a graça e o amor de Deus.