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Sodoma e Gomorra - Quadro de John Martin
João Cruzué
A história de Ló é mais contextualizada a nossos dias do que pensamos. Ele era um homem justo. A própria Bíblia dá testemunho disso. O que aconteceu com ele e, principalmente com sua família, é um dos maiores exemplos deixado na história de Israel para admoestar a cada cristão de que a partir de uma escolha errada, existe a grande possibilidade de continuar fazendo outras escolhas erradas; a soma de todas elas via de regra atinge em cheio aquilo que mais se ama: a própria família.
Quando Abraão saiu de UR, na Caldéia, Ló escolheu acompanhar o tio. Quando Abraão decidiu descer ao Egito para resolver o problema da seca, Ló também desceu e depois subiu junto com o tio. Mas as promessas de Deus não se cumpririam na vida de Abraão, enquanto ele não se separasse totalmente da família. O mandamento de Deus era: Sai da tua terra, e da tua parentela, e da casa do teu pai, e vai para a terra que te mostrarei. Ele cumpriu a primeira parte: saiu da sua terra; no meio do caminho ficou sem o pai - cumpriu-se a segunda parte. A última condição aconteceu quando o tio tomou a iniciativa e propôs a separação, devido a circunstância do excesso de gado e as disputas entre os empregados dos dois.
Da separação em diante, começou uma sequência de escolhas erradas que culminaram na perda do gado, da casa e da própria família.
A primeira escolha errada foi os pastos da campinha do Rio Jordão; eram tão verdinhos e tão lindos que pareciam o jardim do Éden. Ló errou na escolha porque julgou pelas aparências. Se ele pediu tempo para pensar, deve ter comentado o caso com a família. Diante de uma oportunidade rara daquelas, só mesmo um louco faria outro tipo de escolha - ou alguém que orasse e tivesse comunhão com Deus o suficiente para ver além do horizonte daquele "Jardim do Éden". Escolher pelas aparências, confiando apenas nos próprios olhos, isto tem derrubado e destruído muitos crentes. Escolha de cônjuges errados, locais de moradia errados, universidades erradas, companhias erradas, ocupações erradas e até igrejas erradas. Não há mais volta depois de uma escolha errada. A cada grande escolha errada na vida, cabe um preço a ser pago.
Ló, possivelmente, não sabia as campinas faziam parte de um pacote maior complementado por uma sociedade moralmente caída que iria destruir sua família. Ele somente tinha olhos para a beleza dos pastos, que forneceriam o capim para o gado que se multiplicaria tanto ao ponto de torná-lo o homem mais rico do Oriente. Jesus advertiu duas coisas sobre isso: O que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma. Ou pior: perder a família? E falou do outro cuja herdade tinha produzido muito, a ponto de deixar escapar um pensamento: Minha alma, tens em depósito muitos bens: come, bebe e regala-te. Escolher mediante um juízo emitido apenas sobre coisas que chamam atenção pela bela aparência... o mesmo laço do passarinheiro que derrubou Ló e tudo quanto possuía, ainda funciona nos dias de hoje.
Depois da escolha do pasto, Ló foi convencido ou convidado a fazer parte da vida pública de Sodoma, servindo à porta de Sodoma, talvez para averiguar a intenção das pessoas que chegavam e saíam da cidade. É bem possível que fosse um cargo de muita honra, de reconhecimento, mas imagino que foi por causa disso que Ló não acompanhou os acontecimentos que se passavam dentro da sua casa. Estava ocupado demais para acompanhar o dia a dia de sua esposa e das filhas. Talvez o cargo que ocupava tivesse alguma relação com os genros delas. Um fato é inegável: a justiça de ló não estava presente no caráter do restante da família. Contextualizando: será que as ocupações que desempenhamos são tão grandes ao ponto de desconhecermos totalmente o que está moldando o caráter de nossos familiares?
Vou prosseguir no assunto. Vivemos em tempos que o maior lazer dos brasileiros, inclusive dos crentes, não as óperas sabão. Isto mesmo, as novelas que divulgam as novidades em matéria de consumo e comportamento de massas. De adultério em adultério, de fornicação em fornicação, de divórcio em divórcio, de esperteza em esperteza, será que nossos filhos e filhas, sobrinhos e netos, vão ficar imunes a tanto esgoto? Ou será que o apego excessivo (ou até normal) a estas coisas vão produzir lá na frente famílias destruídas como a de Ló? Reclame dentro da sua casa sobre isto... se muito provavelmente não vá enfrentar uma ferrenha oposição! Eu sei que cada família tem a sua cultura, e cada um cuida da sua casa, mas não é dessa forma que o "mundão" com seu esgoto penetra no caráter de nossos queridos?
A quinta escolha de Ló foi discordar do anjo quanto ao lugar de escape. O anjo de Deus mandou que ele escapasse para o monte. Mas Ló racionalizou. Discordou na instrução do mensageiro de Deus e pediu para que o lugar de escape fosse a cidade de Zoar. A mesma que era o portão de entrada da campina do Jordão. Ao chegar lá descobriu que corria risco de morte, e assim finalmente decidiu subir para o monte. Neste ponto, Ló se parece com Saul na rebeldia. Deus mandava uma coisa, e Saul fazia outra. O anjo de Deus mandou fugir para o monte, e Ló acabou indo para Zoar. Não acontece muito disso em nossos dias? A palavra de Deus instrui para fazer uma coisa, e no final há muitos que a relativizam, racionalizando, apresentando justificativas dizendo que antes era assim, mas que hoje não faz mal...
E por fim eu considero a sexta escolha, aquela que foi a pá de cal para destruir o restante da família de Ló. Pergunto: Porque razão, Ló não voltou para junto do tio, como aconteceu na parábola do filho pródigo? Foi um ato de soberba? Vergonha de ter perdido tudo? Não estava disposto a se humilhar por ter dado prejuízo a Abraão? Se Zoar era a entrada Sul da campina do Jordão, o tio não estaria cuidando do gado próximo àquela região?
O interessante, hoje, é que há um falso evangelho sendo pregado exaustivamente por aí insistindo no aspecto financeiro e econômico mais ou menos assim: "Crê no Senhor Jesus e ficarás rico, tu e a tua casa". Na minha opinião, estão fazendo publicidade da "Campina do Jordão" sem admoestar, propositalmente, no que elas se podem se transformar depois.
SP- 05.12.2010. cruzue@gmail.com
Quando Abraão saiu de UR, na Caldéia, Ló escolheu acompanhar o tio. Quando Abraão decidiu descer ao Egito para resolver o problema da seca, Ló também desceu e depois subiu junto com o tio. Mas as promessas de Deus não se cumpririam na vida de Abraão, enquanto ele não se separasse totalmente da família. O mandamento de Deus era: Sai da tua terra, e da tua parentela, e da casa do teu pai, e vai para a terra que te mostrarei. Ele cumpriu a primeira parte: saiu da sua terra; no meio do caminho ficou sem o pai - cumpriu-se a segunda parte. A última condição aconteceu quando o tio tomou a iniciativa e propôs a separação, devido a circunstância do excesso de gado e as disputas entre os empregados dos dois.
Da separação em diante, começou uma sequência de escolhas erradas que culminaram na perda do gado, da casa e da própria família.
A primeira escolha errada foi os pastos da campinha do Rio Jordão; eram tão verdinhos e tão lindos que pareciam o jardim do Éden. Ló errou na escolha porque julgou pelas aparências. Se ele pediu tempo para pensar, deve ter comentado o caso com a família. Diante de uma oportunidade rara daquelas, só mesmo um louco faria outro tipo de escolha - ou alguém que orasse e tivesse comunhão com Deus o suficiente para ver além do horizonte daquele "Jardim do Éden". Escolher pelas aparências, confiando apenas nos próprios olhos, isto tem derrubado e destruído muitos crentes. Escolha de cônjuges errados, locais de moradia errados, universidades erradas, companhias erradas, ocupações erradas e até igrejas erradas. Não há mais volta depois de uma escolha errada. A cada grande escolha errada na vida, cabe um preço a ser pago.
Ló, possivelmente, não sabia as campinas faziam parte de um pacote maior complementado por uma sociedade moralmente caída que iria destruir sua família. Ele somente tinha olhos para a beleza dos pastos, que forneceriam o capim para o gado que se multiplicaria tanto ao ponto de torná-lo o homem mais rico do Oriente. Jesus advertiu duas coisas sobre isso: O que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma. Ou pior: perder a família? E falou do outro cuja herdade tinha produzido muito, a ponto de deixar escapar um pensamento: Minha alma, tens em depósito muitos bens: come, bebe e regala-te. Escolher mediante um juízo emitido apenas sobre coisas que chamam atenção pela bela aparência... o mesmo laço do passarinheiro que derrubou Ló e tudo quanto possuía, ainda funciona nos dias de hoje.
Depois da escolha do pasto, Ló foi convencido ou convidado a fazer parte da vida pública de Sodoma, servindo à porta de Sodoma, talvez para averiguar a intenção das pessoas que chegavam e saíam da cidade. É bem possível que fosse um cargo de muita honra, de reconhecimento, mas imagino que foi por causa disso que Ló não acompanhou os acontecimentos que se passavam dentro da sua casa. Estava ocupado demais para acompanhar o dia a dia de sua esposa e das filhas. Talvez o cargo que ocupava tivesse alguma relação com os genros delas. Um fato é inegável: a justiça de ló não estava presente no caráter do restante da família. Contextualizando: será que as ocupações que desempenhamos são tão grandes ao ponto de desconhecermos totalmente o que está moldando o caráter de nossos familiares?
Vou prosseguir no assunto. Vivemos em tempos que o maior lazer dos brasileiros, inclusive dos crentes, não as óperas sabão. Isto mesmo, as novelas que divulgam as novidades em matéria de consumo e comportamento de massas. De adultério em adultério, de fornicação em fornicação, de divórcio em divórcio, de esperteza em esperteza, será que nossos filhos e filhas, sobrinhos e netos, vão ficar imunes a tanto esgoto? Ou será que o apego excessivo (ou até normal) a estas coisas vão produzir lá na frente famílias destruídas como a de Ló? Reclame dentro da sua casa sobre isto... se muito provavelmente não vá enfrentar uma ferrenha oposição! Eu sei que cada família tem a sua cultura, e cada um cuida da sua casa, mas não é dessa forma que o "mundão" com seu esgoto penetra no caráter de nossos queridos?
A quinta escolha de Ló foi discordar do anjo quanto ao lugar de escape. O anjo de Deus mandou que ele escapasse para o monte. Mas Ló racionalizou. Discordou na instrução do mensageiro de Deus e pediu para que o lugar de escape fosse a cidade de Zoar. A mesma que era o portão de entrada da campina do Jordão. Ao chegar lá descobriu que corria risco de morte, e assim finalmente decidiu subir para o monte. Neste ponto, Ló se parece com Saul na rebeldia. Deus mandava uma coisa, e Saul fazia outra. O anjo de Deus mandou fugir para o monte, e Ló acabou indo para Zoar. Não acontece muito disso em nossos dias? A palavra de Deus instrui para fazer uma coisa, e no final há muitos que a relativizam, racionalizando, apresentando justificativas dizendo que antes era assim, mas que hoje não faz mal...
E por fim eu considero a sexta escolha, aquela que foi a pá de cal para destruir o restante da família de Ló. Pergunto: Porque razão, Ló não voltou para junto do tio, como aconteceu na parábola do filho pródigo? Foi um ato de soberba? Vergonha de ter perdido tudo? Não estava disposto a se humilhar por ter dado prejuízo a Abraão? Se Zoar era a entrada Sul da campina do Jordão, o tio não estaria cuidando do gado próximo àquela região?
O interessante, hoje, é que há um falso evangelho sendo pregado exaustivamente por aí insistindo no aspecto financeiro e econômico mais ou menos assim: "Crê no Senhor Jesus e ficarás rico, tu e a tua casa". Na minha opinião, estão fazendo publicidade da "Campina do Jordão" sem admoestar, propositalmente, no que elas se podem se transformar depois.
SP- 05.12.2010. cruzue@gmail.com