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sábado, junho 28, 2014

Manual de governança para uma Igreja construtiva - sermão de Martin Luther King


"E a Igreja deve dizer a homens e mulheres para carregar seus fardos, 
tomar suas tristezas, olhar para elas, e não fugir delas"


Martin Luther King, Jr
Pastor Martin Luther King- (1929 - 1968)



"Guidelines for a constructive Church"

Pastor Martin Luther King

Tradução: João Cruzué

Nesta manhã eu gostaria de apresentar a vocês que nós, seguidores de Jesus Cristo, que mantemos sua Igreja viva e caminhando, também temos um manual de instruções a seguir. 

Em algum lugar atrás das brumas da eternidade, Deus estabeleceu seu manual de instruções. E através de seus profetas e acima de tudo, através de seu Filho Jesus Cristo, Ele diz: “Há algumas coisas que minha Igreja deve fazer. Há um manual que minha Igreja deve seguir.” 


E se nós, dentro da Sua Igreja, não quisermos ver os recursos da sua graça cortados de sua divina providência, devemos seguir este Manual. Ele está claramente estabelecido para nós em algumas palavras proferidas pelo nosso Senhor e Mestre assim que Ele, um dia, entrou na sinagoga [de Nazaré] e fez a leitura no livro do Profeta Isaías: 



“O Espírito do Senhor é sobre mim, 

porque Ele me ungiu para pregar as Boas Novas aos pobres,

 Ele me enviou para dar vista aos cegos,

para trazer à liberdade os que estão cativos e

 para pregar o ano aceitável do Senhor”. 


Estas são as instruções.


Veja você, a Igreja não é um clube social, apesar de que algumas pessoas pensam assim. Elas são apanhadas em seus exclusivismos e sentem que ela é uma espécie de clube social, com um leve viés de religiosidade. Mas a Igreja não é um clube social. A Igreja não é um centro de entretenimentos, apesar de que algumas pessoas pensam que seja. Você pode dizer que em muitas igrejas do jeito que elas agem, revelam que elas pensam que sejam um centro de entretenimento. A igreja não é um centro de entretenimento. Macacos são para entreter, mas os pregadores, não.

Mas, em uma análise final a Igreja tem um objetivo. A igreja está tratando de dar um ultimato ao homem. É por isso que ela deve seguir as instruções.

Eu acho que o tempo não vai me deixar entrar em cada aspecto deste texto, mas quero apenas fazer menção a alguns deles. 

Vamos primeiro pensar no fato de que a Igreja esteja seguindo o manual, procurando curar os quebrantados de coração. Não há provavelmente nenhuma outra condição humana mais atormentadora do que um coração quebrantado. Veja você que um coração quebrantado não é uma condição física, mas uma situação de esvaziamento espiritual. E quem aqui esta manhã já não experimentou um coração quebrantado?


Eu diria que um coração quebrantado vem basicamente da experiência de uma frustração. E eu não acredito que haja muitas pessoas aqui nesta manhã sob o som da minha voz que não ficaram desapontadas com alguma coisa.

Aqui está um jovem ou uma moça, sonhando com uma grande carreira e pretendendo chegar na Universidade para tornar possível aquela graduação. Até descobrir que ele não têm faculdades mentais o bastante, a experiência técnica para adquirir excelência naquele determinado campo. E assim ele termina por escolher uma segunda alternativa de vida melhor e, por isso, ele termina com um coração quebrantado.

Aqui está um casal de pé diante do alta,r em um matrimônio que parecia ter nascido no céu, somente até descobrir que, seis meses ou um ano mais tarde, os conflitos e dissensões surgiram. Argumentos e desentendimentos começaram a aparecer. E aquele mesmo casamento que há um ano  parecia ter nascido no céu, termina na justiça civil e os cônjuges ficam com os corações quebrantados.

Aqui está uma família. A mãe e um pai se esforçando desesperadamente para  educar seus filhos no caminho que eles devem andar. Trabalhando muito para conseguir uma boa educação para eles; trabalhando duro para lhes dar um senso de direção, orando fervorosamente por sua orientação. E, de repente, a despeito de tudo, um ou os dois filhos terminam por entrar em um caminho errado em direção a um país longínquo estranho e trágico. E os pais vêm saber que aqueles filhos, que eles criaram, são pródigos que estão perdidos em um país distante. e assim eles terminam com um coração quebrantado.

E depois, vem aquela última tragédia, que sempre produz um coração quebrantado. Quem aqui nesta manhã não experimentou isto? Quando você fica diante do caixão de um ente querido. Naquele dia quando se fecham as cortinas da vida, aquela experiência chamada morte, que é o denominador comum irredutível de todos os homens. Ninguém perde um amado, ninguém perde uma mãe ou o pai, a irmã, o irmão, uma criança, sem ficar com um coração quebrantado. Corações quebrantados são uma realidade na vida.

E domingo após domingo, semana após semana, as pessoas vêm à Igreja de Deus com os corações quebrantados. Elas necessitam de uma palavra de esperança. E a Igreja tem uma resposta – se ela não tiver, ela não é uma Igreja. A Igreja deve dizer que, em essência, que quebrantamento de corações é um fato na vida. Não tente escapar quando você passa por uma experiência dessas. Não tente reprimi-la. Não termine em cinismo. Não fique com pena de si mesmo quando vier esta experiência. A Igreja deve dizer para este homem e para esta mulher que a "Sexta-feira da Paixão" é um fato na vida. A Igreja deve dizer para as pessoas que a queda é um fato na vida. Algumas pessoas estão condicionadas somente ao sucesso. Elas estão condicionadas apenas a realizações. Então quando as provas e os fardos da vida sobrevêm eles não conseguem se aguentar de pé com eles. Mas a Igreja deve dizer aos homens que a "Sexta-feira da Paixão" é um fato na vida, como a Páscoa. Quedas na vida são fatos muito mais freqüentes que sucessos. Frustrações são um fato muito mais freqüente que realizações. E a Igreja deve dizer aos homens para tomar seus fardos, tomar suas tristezas e olhar para elas e não correr delas. Diga esta é a minha tristeza, e eu devo suportá-la. Olhe bem duro para ela e diga: Como posso transformar este passivo em um ganho?

Este é o poder que Deus deu a você. Ele não disse que você vai escapar das tensões; Ele não disse que você vai escapar das frustrações, Ele não disse que você vai escapar das provas e tribulações. Mas o que a religião diz mesmo é que: Se você tiver fé em Deus, que Deus tem o Poder de dar a você uma espécie de equilíbrio interior através da sua dor. Então não se turbe o vosso coração. Se você crer em Deus, e também crer em mim” Outra voz ecoa “Vinde a mim, todos que estão fatigados e estão sobrecarregados” Como se dissesse: Vinde a mim, todos vós que estais sobrecarregados. Vinde a mim todos vós que estais frustrados. Vinde a mim todos vós com nuvens de ansiedade flutuando sobre o céu das vossas mentes. Vinde a mim todos vós que estais quebrados. Vinde a mim todos vós que estais com os corações quebrantados. Vinde a mim todos vós que estais sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. E o descanso que Deus dá é um que ultrapassa todo entendimento. O mundo não entende este tipo de descanso, porque ele é um descanso que torna possível a você ficar de pé em meio as tempestades exteriores, enquanto você mantém a calma interior. Se a Igreja está verdadeiramente em suas , ela cura os corações dos quebrantados

Em segundo lugar, quando a Igreja está verdadeiramente dentro do manual, ela tem o desejo de pregar a libertação para aqueles que estão cativos. Este é o papel da Igreja: Libertar as pessoas. Isto quer dizer de forma simples, libertar àqueles que estão escravos. Agora se você observar algumas Igrejas elas nunca lêem esta parte. Algumas igrejas não estão preocupadas em libertar ninguém. Algumas Igrejas brancas enfrentam o fato de domingo após domingo de que seus membros são escravos do preconceito, escravos do medo. Você tem em um terço delas, a metade delas ou mais, escravos de seus preconceitos. E os pregadores raramente fazem alguma coisa para libertá-los do preconceito.

Depois, você tem um outro grupo assentado ali, que realmente gostaria de fazer alguma coisa conta a injustiça racial, mas eles têm medo das represálias econômica, políticas e sociais, assim eles ficam em silêncio. E os pregadores nunca diz alguma coisa para levantar suas almas e libertá-las daquele medo. E assim eles terminam cativos. Vocês sabem que isto também acontece nas Igrejas negras. Vocês sabem que há pregadores negros que nunca abriram suas bocas em favor do movimento da liberdade. E não apenas eles não têm aberto suas boas, com não têm feito qualquer coisa. E de vez em quando você tem alguns membros que falam demais sobre os direitos civis naquela Igreja. Eu estava conversando com um pregador, outro dia, e ele me contou que alguns membros da sua Igreja estavam dizendo isto. Eu disse: não preste atenção no que eles dizem. Porque, número 1: Não foram os membros que ungiram você para pregar. E qualquer pregador que permite que seus membros lhe digam o que deve pregar, não tem nada de pregador.

Para que estas instruções fiquem bem claras, Deus me ungiu. Nenhum membro da Igreja Batista Ebenezer convidou-me para o ministério. Você me chamou para a Ebenezer e pode tirar-me daqui, mas você não pode tirar-me do ministério, porque eu consegui o manual e minha unção do Deus todo Poderoso. E qualquer coisa que eu quiser dizer, eu vou dizer aqui deste púlpito. Isto pode ferir alguém, eu não quero saber, alguém pode não concordar com isso. Mas quando Deus fala, quem mais pode profetizar? A palavra do Senhor é sobre mim como um fogo cerrado em meus ossos, e quando a palavra de Deus vem sobre mim, eu tenho que dizê-la, Eu tenho de contá-la a todos em qualquer lugar. Porque Deus me chamou para libertar aqueles que estão no cativeiro.

Algumas pessoas estão sofrendo. Algumas pessoas estão famintas esta manhã. Algumas pessoas ainda estão vivendo em segregação e discriminação esta manhã. Eu vou pregar sobre isto. Eu vou lutar em favor delas. Eu morrerei por elas se necessário, porque eu tenho o meu manual bem claro. E o Deus a quem eu sirvo, e o Deus que me chamou para pregar, já me disse que de vez em quando eu terei que ir preso por elas. De vez em quando eu terei que agonizar e sofrer pela liberdade de suas crianças. Eu posso até ter que morrer por isso. Mas se isto é necessário, eu preferiria seguir o manual de Deus do que o manual dos homens. A igreja foi chamada para por em liberdade aqueles que estão cativos, para por em liberdade aqueles que são vítimas da escravidão da segregação e da discriminação, aqueles que foram apanhados na escravidão do medo e do preconceito.

Então, a Igreja, que está verdadeiramente dentro do manual, deve pregar o ano aceitável do Senhor. Você sabe que o ano aceitável do Senhor é o ano que é aceitável para Deus porque preencheu os requisitos do seu Reino. Algumas pessoas quando estão lendo esta passagem sentem que isto está falando a respeito de um período além da história, mas eu digo a vocês nesta manha que o ano aceitável do Senhor pode ser este ano. E a Igreja é chamada para pregá-lo.


O ano aceitável do Senhor é qualquer ano quando os homens decidirem fazer o certo.

O ano aceitável do Senhor é qualquer ano quando os homens pararão de mentir e enganar.

O ano aceitável do Senhor é aquele ano quando mulheres começarão a usar o telefone para propósitos construtivos e não para espalhar fofocas maliciosas ou boatos sobre seus vizinhos.

O ano aceitável do Senhor é qualquer ano quando os homens pararão de jogar fora as preciosas vidas que Deus lhes tem dado em um viver sedicioso.

O ano aceitável do Senhor é aquele ano quando o povo no Alabama pararão de matar o direito civil dos trabalhadores e o povo que simplesmente está engajado no processo de busca pelos seus direitos constitucionais.

O ano aceitável do Senhor é aquele ano em que os homens aprenderam a viver juntos como irmãos.

O ano aceitável do Senhor é aquele ano em que os homens manterão suas teologia ao lado de suas tecnologias;

O ano aceitável do Senhor é aquele ano em que os homens manterão os fins pelos quais eles vivem ao lado dos mesmos meios em que vivem.

O ano aceitável do Senhor é aquele ano em que os homens guardarão sua moralidade ao lado de sua mentalidade

O ano aceitável do Senhor é aquele ano em que todos os líderes mundiais se assentarem junto à mesa de conferência e perceberem que a menos que a humanidade ponha um fim na guerra, a guerra vai por um fim na humanidade.

O ano aceitável do Senhor é aquele ano em que os homens converterão suas espadas de em relhas e suas lanças em ganchos e que as nações pararão de se levantar umas contra as outras, nem estudarão a guerra nunca mais.

O ano aceitável do Senhor é aquele ano em que os homens permitirão que a justiça role para baixo como águas e a retidão desça como uma poderosa corrente.

O ano aceitável do Senhor é aquele ano em que nós enviaremos ao Congresso e às Assembléias estaduais de nossa nação homens que procederão justamente, que amarão a misericórdia e que caminharão humildes com o seu Deus.

O ano aceitável do Senhor é aquele ano em que todo vale será exaltado, e cada montanha será rebaixada, que os lugares ásperos serão aplainados e que os lugares tortuosos, retos, e a glória do Senhor será revelado, e toda carne verá verão isto em junta.

O ano aceitável do Senhor é aquele ano em que os homens farão para os outros aquilo que eles querem que os outros lhes façam.

O ano aceitável do Senhor é aquele ano em que os homens amarão seus inimigos, abençoarão aqueles que os maldizem e orarão por aqueles os perseguem.

O ano aceitável do Senhor é aquele ano em que os homens descobrirão por causa do sangue Deus fez todos homens para habitarem sobre a face da terra

O ano aceitável do Senhor é aquele ano em que todo joelho se dobrará e toda língua confessará o nome de Jesus. E em todos os lugares os homens clamarão “Aleluia, Aleluia! O Reino deste mundo tem se transformado no Reino de Nosso Senhor de seu Cristo, e ele reinará por todo o sempre. Aleluia, aleluia!”

O ano aceitável do Senhor é o ano de Deus.

Estas são as instruções do manual, e se nós apenas seguirmos o manual, nós estaremos aptos para o Reino de Deus, e nós faremos aquilo que a Igreja de Deus é chamada para fazer. Nós não seremos um pequeno clube social. Nós não seremos um pequeno centro de entretenimento. Mas estaremos em um negócio sério, de trazer o Reino de Deus para esta terra.

Parece que eu já posso ouvir o Deus do universo sorrindo e falando para esta igreja, dizendo “Vocês são uma grande Igreja, porque eu estava faminto, e vocês me deram de comer. Vocês são uma grande Igreja porque eu estava nu, e vocês me deram o que vestir. Vocês são uma grande Igreja, porque eu estava enfermo e vocês me visitaram. Vocês são uma grande Igreja porque eu estava na prisão e vocês me consolaram e visitaram. E esta é a Igreja que é vai salvar este mundo. “O espírito do Senhor é sobre mim, porque ele me ungiu para curar os quebrantados de coração, e por em liberdade os cativos, e apregoar o ano aceitável do Senhor.


Cópia não autorizada pelo tradutor.


Source: http://www.stanford.edu/group/King/publications/sermons/contents.htm


Leia também o sermão Redescobrindo os valores perdidos


cruzue@gmail.com

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Sonhos inacabados: sermão do Pastor Martin Luther King

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Bem fizestes em propor isto em teu coração.

Martin Luther King.

"UNFULFILLED DREANS"

Tradução (1) de João Cruzué

"Eu quero pregar nesta manhã sobre o tema: Sonhos inacabados. Sonhos não realizados. E vou usar como texto básico o capítulo 08 do primeiro livro de Reis. Às vezes ele passa despercebido. Não é uma das passagens mais familiares do Velho Testamento, mas eu não me esquecerei de quando o encontrei pela primeira vez. Ele me impactou com uma mensagem de uma significância cósmica porque diz muito, em tão poucas palavras, sobre as coisas que  experimentamos nesta vida.

Davi, como você sabe, foi um grande Rei. E uma das coisas que era primordial na mente e no coração de Davi era a construção do Grande Templo. E construir o primeiro Templo em Jerusalém, era considerado o projeto de maior relevância a ser empreendido pelo povo judeu. Esperava-se que o rei o levasse a cabo. E Davi tinha o desejo e tentou começá-lo.

E então nós chegamos àquela passagem de primeiro Reis, onde se lê: "E estava no coração de Davi, meu pai, construir uma Casa para o nome do Senhor Deus de Israel. E o Senhor Deus de Israel disse a Davi, meu pai: Porquanto propuseste em teu coração edificar uma casa em meu Nome, bem fizeste em propor isto em teu coração".

É sobre esse desejo que vou pregar nesta manhã: "Bem fizeste em propor isto em teu coração" Foi como se Deus dissesse: "Davi, você não será capaz de terminar o Templo, mas eu quero abençoar-te, porque isto está em teu coração. Teu sonho não se cumprirá. A majestosa esperança que guiou teus dias não será suficiente para trazer à existência um templo que você não será capaz de construir. Mas eu te abençoo Davi, porque isto estava em teu coração. Você tinha desejo de fazê-lo, você tinha a intenção de fazê-lo, você tentou fazê-lo, você começou a construí-lo. E Eu te abençoo por ter este desejo e a intenção em teu coração. É bom que isto estivesse em teu coração.


E muitos de nós começam a construir templos pela vida: templos de caráter, templos de justiça, templos de paz. E então, frequentemente, nós não os terminamos, porque a vida é como a Sinfonia Inacabada de Schubert. Em muitas ocasiões nós começamos, tentamos, nos preparamos para construir uma variedade de templos. E eu acho que uma das grandes agonias da vida é que estamos constantemente tentando terminar aquilo que nos é inexequível. Nós somos compelidos a fazê-lo. E tanto nós, como Davi, nos encontramos diante de várias circunstâncias, tendo que enfrentar o fato de que nossos sonhos não serão realizados.

Agora, deixe-me dizer que a vida é uma história contínua de sonhos despedaçados. Mahatma Gandhi laborou por anos e anos em prol da independência do seu povo. E através da poderosa revolução da não-violência, ele foi capaz de conquistar aquela independência. Por muitos anos o povo indiano foi dominado politicamente, explorado economicamente, segregado e humilhado por forças estrangeiras, e Gandhi batalhava contra isso. Ele batalhou para unir seu próprio povo e nada era mais importante em sua mente do que um país grande e unido movendo-se em direção a um grandioso destino. Este era seu sonho.

Mas Gandhi tinha de enfrentar o fato de que seria assassinado, e morreria com o coração quebrantado, pois a nação que almejava unir, terminou dividida entre Índia e Paquistão, como resultado do conflito entre Hindus e Muçulmanos.

A vida é uma contínua história de projetos de construção de grandes templos sem capacidade para terminá-los.


O presidente Woodrow Wilson sonhou com a Liga das Nações, mas ele morreu antes que a promessa se cumprisse.

O apóstolo Paulo falou certo dia, sobre seu desejo de ir até a Espanha. O maior sonho de Paulo era levar o Evangelho à Espanha, mas Paulo nunca chegaria lá. Ele terminou seus dias na cela de um cárcere romano. Isso é a história da vida.

Tantos de nossos ascentrais costumavam cantar a liberdade. E eles sonharam o dia em que seriam capazes de sair do caverna da escravidão, da longa noite da injustiça. E eles costumavam cantar uma pequena canção: "Ninguém sabe dos meus problemas, ninguém sabe, a não ser Jesus" Eles pensavam de um dia melhor, e eles sonhavam seus sonhos. E eles cantavam: "Estou muito contente porque este problema não vai durar para sempre. Mais tarde, mais tarde, eu vou deitar fora o meu pesado fardo." E eles costumavam cantá-la, pois tinham um poderoso sonho. Entretanto muitos deles morreram antes de ver o cumprimento desse sonho.

E cada um de nós nesta manhã, de alguma maneira, está construindo algum tipo de templo. A batalha está sempre lá. Algumas vezes é bem desencorajador. Outras vezes, muito desencantador. Alguns de nós estão tentando construir um templo de paz. Nós falamos contra a guerra, nós protestamos, mas parece que nossa cabeça está batendo contra um muro de concreto. Parece não significar nada. E é muito frequente que ao construir o templo da paz, você seja deixado sozinho, desencorajado, confuso.

Bem, é a história da vida. E uma coisa que me faz feliz é que eu posso ouvir uma voz clamando através do tempo, dizendo: "Pode ser que não seja hoje, pode não ser amanhã, mas é bom que isto esteja em teu coração. É bom que você esteja tentando" Você pode não ver. O sonho pode não ser cumprido, mas é bom que você tenha um desejo de trazê-lo à realidade. É bom que ele esteja em teu coração.

Agradeçamos a Deus nesta manhã porque nós temos certeza de ter algo significativo em nossos corações. A vida é uma história contínua de sonhos despedaçados.

Agora deixe-me trazê-lo a outro ponto. Quando você estabelece construir um tempo criativo, seja ele qual for, você deve enfrentar o fato de que há uma tensão no centro do universo entre o bem e o mal. Ela está ali: uma tensão no coração do universo entre o bem e o mal. O hinduísmo refere-se a isto como um conflito entre a ilusão e a realidade. Platão explica que há uma tensão entre o corpo e a alma. O Zoroastrismo, uma religião antiga, costuma dizer que há um conflito entre o deus da luz e o deus da escuridão. O Judaísmo tradicional e o Cristianismo dizem que há uma tensão entre Deus e satanás. Qualquer nome que você chame, há uma luta no universo entre o bem e o mal.

Não é tão somente uma luta travada lá fora, em algum lugar entre as forças externas do universo, ela está sendo travada em nossas próprias vidas. Os psicólogos tratam o assunto a sua maneira, e assim dizem eles várias coisas. Sigmund Freud diz que esta tensão é uma crise entre o que ele chama de id e o superego.

Mas você sabe, alguns de nós sentem que há uma tensão entre Deus e o homem. E em cada um de nós, nesta manhã, há uma guerra em andamento. É uma guerra civil. Eu não quero saber quem seja você, Eu não quero saber onde você mora. Existe uma guerra civil acontecendo em sua vida. E cada vez que você levanta para ser bom, há alguma coisa empurrando você e lhe dizendo para ser mau. Isto acontece em sua vida. Toda vez que você se dispõe a amar, alguma coisa continua atraindo você, tentando fazer com que você odeie. Cada vez que você se prepara para ser gentil e dizer coisas boas sobre as pessoas, algo esteja perturbando você para ser ciumento e invejoso, para espalhar o mal e difamar.

Há uma guerra civil acontecendo. Existe uma esquizofrenia, como diriam os psicólogos ou os psiquiatras, acontecendo dentro de todos nós. E há momentos em que todos nós sabemos que de alguma maneira há em nós um Mr. Hyde e um Dr. Jekyll. E nós terminamos por chorar como Ovídio, o poeta romano: "Eu vejo e aprovo as coisas boas da vida, entretanto são as más que eu faço". E terminamos por concordar com Platão: Que a personalidade humana é como uma carruagem com dois cavalos teimosos, cada um querendo seguir por uma direção. Outras vezes nós terminamos clamando como Santo Agostinho, quando ele diz em suas Confissões: "Ó Senhor, faze-me puro, mas não agora". Ou como o apóstolo Paulo: "O bem que eu quero, não faço. E o mal que não desejo, isto faço". Ou nós terminamos dizendo como Goethe: "Que há várias coisas em mim, o bastante para fazer de mim um cavalheiro e um velhaco. Existe uma tensão no interior da natureza humana. E sempre quando nós nos propomos a sonhar nossos sonhos e construir nossos templos, devemos ser honestos o bastante para reconhecê-la.

De volta ao texto básico. Em uma análise final, Deus não nos julga por incidentes separados ou por enganos isolados que fazemos, mas pela inclinação total de nossas vidas. Na análise final, Deus sabe que seus filhos são fracos, que são frágeis. Em uma análise final, o que Deus requer é que nossos corações sejam retos. A salvação não está na conquista da moralidade absoluta, mas no processo e na estrada certos.

Existe uma rodovia chamada BR-80. Eu tenho viajado nesta rodovia de Selma, no Alabama, até Montgomery. Mas eu nunca vou esquecer da minha primeira experiência coma HW-80, quando eu estava dirigindo ao lado de Coretta, Ralph e Juanita Abernathy para a Califórnia. Nós saímos de Montgomery direto para Los Angeles pela "Highway" 80 - e ela pode levar a vários caminhos para fora de Los Angeles. Sabe, mesmo sendo um homem bom ou uma boa mulher, isto não quer dizer que você vai chegar a Los Angeles. Simplesmente quer dizer que você está na Highway 80. Pode ser que você não tenha se esquecido [dos lugares] de Selma, Meridian, Mississipi, Monroe, Louisiania - isto não vem ao caso. A questão é se você está na estrada certa. A salvação é estar na estrada certa, mesmo que não tenha ainda alcançado o destino.

Oh! Eu tenho finalmente que enfrentar o fato de que não há ninguém bom, a não ser o Pai. Todavia, se você estiver na estrada certa, Deus tem o poder, Ele tem algo chamado Graça. Ele coloca você onde você precisa estar.

Agora, uma coisa terrível na vida é tentar chegar a Los Angeles pela HW-78. É quando você está perdido. Aquela ovelha da parábola estava perdida, não meramente porque ela estava fazendo alguma coisa errada, mas porque estava no caminho errado. Ela nem mesmo sabia para onde estava indo; ela ficou tão distraída no que estava fazendo, mordiscando a grama verdinha, que entrou pelo caminho errado. A salvação é ter certeza de que você está no caminho certo. É bom - como nós gostamos - que isto esteja em nosso coração.
Algumas semanas atrás, alguém estava me dizendo algo sobre uma pessoa que eu tenho um grande respeito. E tentavam dizer alguma coisa que não soava muito bem a respeito de seu caráter, sobre algo que estava fazendo. E eu disse: número 1: Eu não acredito nisso. Mas número 2: mesmo que esteja, ele é um bom homem porque seu coração é reto. E em última análise, Deus não vai julgá-lo por um erro isolado que esteja fazendo, se a inclinação da sua vida é reta.

E a questão quero levantar nesta semana com vocês: Seu coração é reto? Se o seu coração não é reto, conserte-o hoje; peça a Deus para consertá-lo. Encontre alguém que seja capaz de dizer sobre você: "Ele pode não ter alcançado as alturas superiores, ele pode não ter realizado todos os seus sonhos, mas ele tentou." Não seria uma coisa maravilhosa para alguém dizer assim sobre você? "Ele tentou ser um homem justo. Ele tentou ser um homem honesto. Seu coração estava no lugar certo." E eu posso ouvir uma voz dizendo, clamando através da eternidade "Eu me agradei de ti" Tu és uma vaso da minha graça porque isto estava em teu coração" E é tão bom que isto estava em teu coração"

Eu não sei nesta manhã que é você, mas eu posso dar um testemunho. Você não precisa sair por aí dizendo nesta manhã que Martin Luther King é um santo. Oh! não. Eu quero que você saiba nesta manha que eu sou um pecador como todos os filhos de Deus. Mas eu quer ser um bom homem. E eu quer ouvir uma voz dizendo para mim, um dia: "Eu te escolhi e eu te abençoo, porque você tenta. É bom que isto estava em teu coração." O que há em seu coração nesta manhã?

Oh! Nesta manhã, se eu puder deixar alguma coisa com você, deixe-me adverti-lo para estar bem certo de ter um forte barco para sua fé. Os ventos vão soprar. As tempestades do desapontamento estão vindo. As agonias e as angústias da vida estão chegando. E tenha certeza de que seu barco é forte, e também esteja muito certo de ter uma âncora. Em tempos iguais a estes, v
ocê precisa de uma âncora. E esteja bem certo de que sua âncora segura o barco.

Estará escuro algumas vezes, e triste tentar, e tribulações virão. Mas se você tiver fé no Deus, de quem eu estou falando nesta manhã, não importa. Por que você pode se erguer no meio das tempestades. E eu digo para você da experiência desta manhã, sim, eu vi um flash do relâmpago. Eu já ouvi o estrondo do trovão. Eu senti o mal tentando conquistar minha alma. Mas eu ouvi a voz de Jesus, dizendo ainda para lutar. Ele prometeu nunca me deixar, nunca me deixar sozinho. Não, sozinho, nunca! Ele prometeu nunca me deixar. Nunca me deixar só.


E quando você tiver esta fé, você pode caminhar com seus pés firmes sobre o chão e sua cabeça para cima, e você não temerá o homem. E você não temerá nada que chegar diante de você. Porque você sabe que ainda está em Creta. Se você subir aos céus, Deus está lá. Se você descer ao inferno, Deus também está lá. Se você tomar as asas do vendo nesta manhã e voar para os lugares mais remotos do mar, deus também está lá. Para qualquer lugar que nos virarmos nós O encontraremos. Nós não podemos escapar Dele".
Fonte: Stanford University


Nota: Exepcionalmente esta tradução não está disponível para cópia.


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sábado, dezembro 28, 2013

Deus responde orações


Monte das Oliveiras - Jerusalém

"Deus responde orações"

Sermão de Dwight Lyman Moody

Tradução de João Cruzué

"Eu suponho que não exista nos lábios cristãos nenhuma palavra tão frequentemente dita nos dias atuais como a palavra “oração” e não haja ninguém neste Hall, que não pensou muitas vezes durante as últimas quarenta e oito horas na importância de orar.

Durante esta semana de oração, são muitos os que não apenas estão pensando, mas falando a respeito disso. Quando há um interesse especial e um despertamento na comunidade sobre o assunto religioso, então muitos cépticos e infiéis, muitos meros professores de cristianismo – e nós não os julgaremos – começam a falar contra a oração.

Eles dizem: “O Criador deste mundo não vai mudar seus planos por causa dessas orações. O mundo segue em frente. Você não pode persuadir a Deus para mudar Sua mente e Sua conduta”. Você ouve isso de todos os lados. Os jovens convertidos ouvem isto. Eu não tenho dúvidas de que muitos estão vacilando e quando se ajoelham ainda dizem: "De fato Deus responde a oração? Existe algo de verdade nisso?

Eu creio que nesta semana de oração seria muito bom tomar a palavra “oração” e percorrer suas pegadas através da Bíblia. Não vamos ler sobre qualquer outra coisa. Eu penso que vocês ficariam perfeitamente assombrados se eu tomasse a palavra “oração” e contasse onde estão registrados os casos de pessoas orando e Deus respondendo suas orações, na Bíblia.

Muitos acham que são apenas os completamente justos e puros que oram. Mas vocês devem se lembrar daquele que orou desta forma, “ Senhor, lembra-te de mim, quando estiveres em Teu Reino”. Vocês também se lembrarão que Cristo respondeu a oração do ladrão moribundo.

Nós não podemos a não ser concordar que todo homem de Deus citado na Bíblia era um homem de oração. Vocês têm, por isso, uma autoridade e encorajamento para pedir a Deus que ouça suas orações e suas orações em favor de outros, como nós diariamente ensinamos para fazer. Muitos estão surpresos com estes pedidos. Mas muitas mães e pais estão regozijando-se porque eles os enviaram para cá. As orações oferecidas aqui têm sido respondidas e seus filhos têm sido salvos.

Noite passada eu estava mais convicto em minha visão mais do que nunca a respeito do poder da oração. “Isto é muito excitante” alguns dizem, “apelos sérios só funcionam quando tocam o sentimento das pessoas e movem seus impulsos fazendo-as inquietas e ansiosas.” Agora, por exemplo, não foi nada dito na noite passada digno de menção, e eu nunca estive mais desgostoso comigo mesmo do que no domingo à noite. Parecia como se eu não pudesse pregar o Evangelho, como se minha língua não conseguisse falar. Mas mesmo assim o número de decisões foi extraordinário.

Na noite passada, quando não havia ninguém falando em absoluto, e assim que eu entrei e perguntei se algum decidido poderia seguir-me para dentro da sala de decisão, tomando uns poucos comigo, e esperando voltar e levar mais alguns, quando eu vi estes, o número era tão grande que saí sem dizer de que não precisavam retornar. Vi centenas de decididos na última noite, e houve de 50 a 70 que ainda ficaram de fora, porque tive que fechar a porta, pois seria impossível de atender a todos.

Muitos dos que não estiveram nas reuniões, converteram-se em seus próprios lares. Deus está trabalhando, não nós. Oh! que bom seria se nós pudéssemos continuar com o rosto no pó e cada um de nós ficasse fora do Seu caminho, para deixar apenas Deus trabalhar. Seria bem mais fácil para Ele entrar em cada habitação em Edimburgo, e para convencer e converter dez milhares de almas.

Examinem Filipenses 4:6 “Não estejais inquietos por coisa alguma, mas em tudo dai graças – marquem bem isto: pela oração e súplica, com ações de graças, deixem as vossas petições serem conhecidas diante de Deus. Ele não diz que responderá a todas, mas diz: E a paz de Deus, que excede a todo entendimento, guardará vossos corações e vossas mentes em Jesus Cristo.”

Ele nos diz para fazer nosso querer conhecido, para fazer nossas petições conhecidas dele, pela oração e súplica. É certo vir e fazer nossas petições conhecidas. Ele nos tem dito para vir e orar pela conversão das almas.

É dito por muitas pessoas que Deus não faz nada de extraordinário em responder orações; que o Deus da natureza continua em frente e nunca muda seus decretos. Leiam em II Reis, os seis primeiros versos do capítulo 20, e vejam: Naqueles dias estava Ezequias doente para morrer. E o profeta Isaías, filho de Amós, veio até ele e disse-lhe: “Assim diz o Senhor, põe a tua casa em ordem, porque tu morrerás e não viverás. Então ele voltou sua face contra a parede e orou ao Senhor, dizendo: Eu imploro a Ti, Ó Senhor, lembra de como andei diante de Ti em verdade e com um coração perfeito, e fiz o que era bom a tua vista. E Ezequias chorou muitíssimo. E aconteceu que Isaías ainda não tinha saído do meio da corte, quando a palavra do Senhor veio a ele dizendo: Volta e dize a Ezequias, o capitão do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai, Eu ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas, eis que eu sararei a ti, e ao terceiro dia subirás à Casa do Senhor e eu adicionarei aos teus dias mais 15 anos; e Eu livrarei a ti e a esta cidade das mãos do Rei da Assíria; e Eu defenderei esta cidade por amor de Mim, e por amor de meu servo Davi.

Isto não foi uma resposta direta à oração?

Ezequias estava tão somente orando por sua vida; nós estamos reunidos aqui para orar pela vida de outros, e não pelo que é temporal, senão pelo bem estar eterno. Ele não estava orando pela causa de Cristo como nós estamos fazendo, mas nós podemos vir hoje e pedir a Deus para salvar as almas dos homens em nome de Cristo, não em favor de nossa causa, mas pela causa de Seu mui amado Filho. Ele ama exaltar este Filho, e ver Cristo exaltado. Nós podemos entrar na Sua presença agora e pedir a Ele para salvar as almas, que isto vai trazer glória e honra ao Filho do Seu seio, e glória e honra para o Filho, que ele se deleita exaltar. "Eu irei", Ele diz para Ezequias, "Defender a cidade por amor de mim, e por amor de meu servo Davi". Isto é apenas um caso.

Veja também Daniel orando. Foram suas orações que trouxeram de volta os judeus para Jerusalém. Foram suas orações que levaram Nabucodonozor a conhecer o Deus de Israel, e foram elas que trouxeram Gabriel do céu para dizer-lhe que era grandemente mui amado. Ele tinha poder com Deus.

Veja também como Deus respondeu às orações de Jacó e às de Isaque. Por toda a Bíblia nós temos registros de respostas de orações. Seria terrível pensar que Deus não tem prazer em responder orações.

Voltem ao capítulo 20 de II Crônicas. Ali nós lemos que os moabitas, os amonitas e outros subiam contra Josafá; ele estava com medo e se pôs a buscar o Senhor, e que mais tarde Judá se ajuntou também para pedir ajuda ao Senhor. É isto que nós queremos – buscar a Deus não apenas aqui nesta assembléia pública, mas sozinhos. Se você tem um amigo não convertido e está ansioso que ele deveria ser salvo, vá e diga isso em secreto a Jesus, e se a bênção não vier - igual a Josafá - gaste alguns dias em jejum, e oração e se humilhação.

“Se o mal vier sobre nós, como a espada, juízo, pestilência ou fome, nós nos apresentaremos diante desta casa, e na Tua presença e clamaremos diante de Ti em nossa aflição, e então Tu nos ouvirás e nos ajudarás.

Quando eu sair pelas ruas, e vir as terríveis perversidades, e blasfêmias, e embriaguez que estão no meio delas, e parecer tudo escuro, mas eu ainda posso olhar para cima e pensar que Deus pode repreender estas negras ondas do pecado e iniquidade. Vamos orar para que Deus queira abençoar esta pátria [o Brasil], abençoar e salvar todo o povo [brasileiro]. Seria algo grandioso para nós, mas muito pequeno para Deus. Que o Senhor possa dar-nos fé!"

Mensagem pregada por
Dwight Lyman Moody numa reunião vespertina de oração
em Edinburgo, Escócia, no dia 06 de janeiro de 1874.
http://www.jesus-is-savior.com

Tradução de João Cruzué
para o blog olhar cristão
Leia também: Por que Deus usava Moody
Se você gostou Leia mais em Mensagens de João Cruzué

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domingo, agosto 18, 2013

Reencontrando os valores perdidos


"Rediscovering Lost Values"



Por Martin Luther King, Jr. (1929-1968)

Tradução de João Cruzué

"Eu quero que vocês meditem comigo nesta manhã sobre este tema: Redescobrindo os valores perdidos.

Há algo errado com o nosso mundo. Alguma coisa fundamental e basicamente errada. Eu creio que não precisamos olhar muito para enxergar isto. Estou certo que a maioria de vocês concordaria comigo em fazer esta afirmação. E quando paramos para analisar a causa dos males de nosso mundo, muitas coisas nos vêm à mente.


Vamos iniciar perguntando se é devido ao fato de não sabermos o suficiente. Mas não pode ser isto. Porque em termos de acumulação de conhecimento, nós sabemos mais hoje do que os homens conheciam em qualquer outro período da humanidade. Nós temos os fatos à nossa disposição. Nós sabemos mais sobre Matemática, Ciências, Ciências Sociais, Filosofia do que nós nunca soubemos em qualquer período da história do mundo. Então, não pode ser porque nõs não sabemos o suficiente. Bem, não pode ser isto, porque nosso progresso científico sobre os anos passados tem sido surpreendente.

Em seguida, gostaríamos de saber se não foi pelo fato de nossa genialidade científica ter ficado para trás.Isto é, se nós não temos feito mais progressos na área científica.O homem através de seu gênio científico tem encurtado distâncias e reduzido tempos. Tanto que hoje (28.02.1954) é possível tomar o café da manhã em Nova York e cear em Londres, na Inglaterra. Por volta de 1753, uma carta levava três dias para ir de Nova York a Washington, e hoje você pode ir daqui até a China em menos tempo que isso. Não pode ser porque o homem esteja estagnado quanto aos progressos científicos. A genialidade científica do homem tem sido assombrosa.

Eu penso que nós temos que olhar mais profundamente o que temos feito para encontrar a real causa dos problemas humanos e dos males deste mundo de hoje. E se nós queremos mesmo encontrar teremos que olhar dentro dos corações e da almas dos homens.

"Assim nós nos vemos pegos em um mundo complicado. O problema é com o próprio homem, na alma do homem. Nós não aprendemos como ser justos, e honestos, e gentis, verdadeiros e amáveis. Está é a causa de nosso problema. O verdadeiro problema é que através de nossa genialidade científica nós fizemos do mundo uma vizinhança, mas através de nossa moral e genialidade espiritual nós falhamos em torná-lo uma irmandade.

E o grande perigo que enfrentamos hoje não é tanto pela bomba atômica que foi criada pelos físicos. Não tanto por aquela bomba que você pode colocar em um avião e jogá-la sobre a cabeça de centenas de milhares de pessoas – tão perigosa quanto ela é. Mas o perigo verdadeiro que confronta a civilização de hoje é aquela bomba atômica que está no coração dos homens, capaz de explodir no ódio mais vil e no mais destrutivo egoísmo — isto é a bomba atômica que devemos temer hoje.

O problema está no homem. Dentro dos corações e das almas dos homens. Esta é a verdadeira causa do nosso problema.

Meus amigos, tudo que eu estou tentando dizer é que se nós queremos seguir em frente hoje, temos que voltar para reencontrar alguns poderosos e preciosos valores preciosos que deixamos para trás. É o único caminho que nós seríamos capazes para fazer de nosso um mundo um mundo melhor, e para fazer deste mundo o que Deus quer que ele seja com um significado e propósito real. A única maneira que nós podemos fazer é voltar, para redescobrir os valores mais preciosos e poderosos que deixamos para trás.

Jesus at 12
Jesus no templo no meio dos doutores da Lei

Nossa situação no mundo de hoje, faz-me lembrar de um popular acontecimento tomou lugar na vida de Jesus. Isto foi lido nas Escrituras hoje pela manhã, encontrado no segundo capítulo do Evangelho de Lucas. A história é muito familiar, muito popular, e todos nós a conhecemos. Vocês se lembram quando Jesus tinha de 12 anos de idade, Havia o costume das festas. Os pais de Jesus o levaram para Jerusalém. Era um acontecimento anual, a festa da Páscoa, e eles subiram para Jerusalém e levaram Jesus consigo. E eles ficaram ali por poucos dias, e depois de estarem por lá, eles decidiram voltar para casa, para Nazaré. E eles partiram, e eu acho, como era a tradição daqueles dias, o pai provavelmente viajava na frente, e a mãe junto com as crianças, atrás. Veja você, eles não tinham as comodidades modernas que nós temos hoje. Eles não tinham automóveis, nem metrôs ou ônibus. Eles andavam a pé, viajavam sobre jumentos e camelos. Então eles viajavam muito devagar, mas era a tradição do pai guiar o caminho

E eles deixaram Jerusalém, caminhando de volta para Nazaré, e eu imagino que eles caminharam um pouco, sem olhar para trás para ver se todo mundo estava lá. Mas então as Escrituras dizem, que eles seguiram jornada de um dia, e pararam,e eu imagino para checar, para ver se tudo estava em ordem. E eles descobriram que alguma coisa muitíssimo preciosa estava faltando. Eles descobriram que Jesus não estava com eles. Jesus não estava no meio. E assim eles fizeram uma pausa e procuraram e não o viram em volta. E eles foram e começaram a procurar no meio da parentela. E eles voltaram até Jerusalém e o encontraram ali no Templo, junto com os doutores da lei.

Agora, o mais importante para ser visto aqui é isto: que os pais de Jesus observaram que tinham partido, e que eles tinham perdido um valor muitíssimo precioso. Eles tiveram senso o bastante para saber que antes de seguir em frente para Nazaré, eles tinham que voltar a Jerusalém para reencontrar este valor. Eles sabiam disso. Eles sabiam que não poderiam ir para casa em Nazaré, sem que voltassem a Jerusalém.

Algumas vezes, você sabe que é necessário retroceder a fim de seguir em frente. Isso é uma analogia da vida. Eu me lembro que um dia eu estava dirigindo de Nova York para Boston, e eu parei em Bridgeport, Connecticut para visitar alguns amigos. E eu saí de Nova York pela pista expressa que vocês conhecem por Merritt Parkway, em direção a Boston, numa ótima avenida. E eu parei em Bridgeport, e depois de ficar por ali por duas ou três horas eu decidi seguir para Boston, e eu queria pegar outra vez a Merrit Parkway. E eu saí pensando que eu estava indo em direção à Merrit Parkway. Eu parti, e rodei, e continuei rodando e eu procurei localizar uma placa mostrando duas milhas para uma pequena cidade que eu teria de cruzar – Eu não cruzei por aquela particular cidade. Então eu pensei que eu estava na estrada errada. Eu parei e perguntei a um cavalheiro sobre a estrada que eu deveria pegar para chegar na Merritt Parkway. E ele disse: “A Merrit Parkway está de 12 a 15 milhas para trás. Você tem que virar e voltar até a Merrit Parkway”; você está fora do seu caminho agora. Em outras palavras, antes de seguir em frente para Boston, eu tinha que voltar de 12 a 15 milhas, para pegar a Merrit Parkway. Não poderia o homem moderno ter pego a avenida errada? Se ele está para seguir para a cidade da salvação, ele tem que voltar e pegar a avenida certa.

E foi isto que os pais de Jesus observaram: que eles tinham que voltar e encontrar o valor mais precioso que eles tinham deixado para trás, a fim de prosseguir. Eles observaram isto. E assim que eles voltaram para Jerusalém eles encontraram Jesus, o reencontraram por assim dizer, a fim de seguir em frente para Nazaré.

Agora isto é o que nós temos que fazer em nosso mundo de hoje. Nós temos deixado muitos valores preciosos para trás; nós temos perdido muitos valores preciosos. E se nós quisermos seguir em frente, se nós quisermos fazer um mundo melhor para se viver, nós temos que voltar. Nós temos que voltar para reencontrar estes valores preciosos que nós deixamos para trás.

Eu quero tratar de um ou dois destes valores muito preciosos, que nós temos deixado para trás, que se nós vamos seguir em frente para tornar este mundo melhor, nós precisamos redescobrir.

O primeiro princípio de valor que nós necessitamos redescobrir é este: que toda realidade depende de fundamentos morais. Em outras palavras, que este é um universo moral, e que há leis morais suportando o universo tanto quanto leis físicas. Eu não estou certo se todos nós cremos nelas. Nós nunca duvidamos que há leis físicas no universo, que nós devemos obedecer. Nós nunca duvidamos disso. E por isso, nós não pulamos de um aeroplano ou saltamos de altos edifícios por diversão – não fazemos isto. Porque inconscientemente nós o sabemos intuitivamente, e assim não saltamos do mais alto prédio em Detroit por achar isto divertido – nós não fazemos isto. Porque nós conhecemos que existe a Lei da Gravitação Universal. Se nós desobedecermos a ela, sofreremos as conseqüências.

Mas eu não estou tão certo se nós sabemos que há leis morais que suportam o universo tanto quanto as leis físicas. Eu não estou tão certo disso. Eu não estou tão certo se nós realmente cremos que existe a lei do amor no universo, e que se desobedecê-la, você sofrerá as conseqüências. Eu não estou tão certo se nós realmente cremos nisso. Pelo menos duas coisas me convencem de que nós não acreditamos nela, que nós temos nos desgarrado do princípio que este é um universo moral.

A primeira coisa que nós adotamos neste mundo moderno é uma espécie de relativismo ético. Eu não estou tentando usar um palavrão aqui, estou tentando dizer algo muito concreto. E isto é o que temos aceitado, a atitude de que o certo e o errado são meramente relativos para nossas convicções. Grande parte das pessoas não podem defender suas convicções, porque a maioria não pode não estar fazendo isto. Veja, se a maioria não está fazendo isto, então nós devemos estar errados. E desde que tomo mundo esteja fazendo isto, isto deve ser o certo. Uma espécie de interpretação numérica do que é o certo.

Mas, eu estou aqui para dizer a vocês nesta manhã que algumas coisas estão certas e algumas, estão erradas. Eternamente assim, absolutamente assim. É errado odiar. isto sempre tem sido errado e sempre será errado. É errado na América, é errado na Alemanha, é errado na Rússia, é errado na China. Era errado em 2000 antes de cristo, e é errado em 1954 A.D. Está errado jogar fora nossas vidas em um viver sedicioso. Não importa se alguém em Detroit esteja fazendo isto, é errado. Está errado em qualquer época e está errado em cada nação. Algumas coisas são certas e algumas coisas são erradas, não importa se alguém está fazendo o contrário. Algumas coisas do universo são absolutas. O Deus do universo as tem feito assim. E contanto que adotemos esta atitude relativa em relação ao certo e ao errado , estamos nos revoltando contra as mesmas leis do próprio Deus.

Agora, isto não é a única coisa que me convence de que estamos desviados do caminho desta atitude, deste princípio. A outra coisa é que temos adotado uma espécie de teste pragmático para o certo e errado – aquilo que funcionar é o “certo”. Se funcionar, está joia. Nada está errado, a não ser aquilo que não funciona. Se você não foi apanhado, é o certo. Esta é a atitude, não é? Tudo bem, em desobedecer os Dez Mandamentos, mas apenas não desobedeça o décimo primeiro: Não se deixe apanhar! Esta é a atitude. A atitude prevalecente em nossa cultura. Não importa o que você faça, apenas o faça com um pouquinho de classe. Sabe, o tipo de atitude da sobrevivência do mais esperto. Não a sobrevivência Darwiniana do mais apto, mas a sobrevivência do mais liso, o mais esperto – é aquele que está certo. É muito bom mentir, se mentir com dignidade. Tudo bem em furtar, em roubar e extorquir, mas o faça com um pouquinho de finesse. E até é muito bom odiar, mas vista seu ódio apenas com trajes de amor e faça transparecer que você esteja amando, quando você está odiando de fato. Apenas vire-se! É assim que é o certo segundo esta nova ética.

Meus amigos, esta atitude está destruindo a alma de nossa cultura. Está destruindo nossa nação. Aquilo que nós necessitamos nos dias de hoje é um grupo de homens e mulheres que queiram defender o certo e resistir ao errado, onde quer que for. Um grupo de pessoas que precisam vir para ver que algumas coisas estão erradas, mesmo se eles nunca são pegos. E algumas coisas são certas, mesmo que ninguém veja você fazendo ou não.

Tudo que eu estou tentando dizer a vocês é: Que o nosso mundo depende de uma fundação moral. Deus o fez assim. Deus fez o universo para ser baseado em uma lei moral. Se o homem desobedecê-la, está se revoltando contra Deus. Isto é tudo o que precisamos no mundo de hoje: pessoas que sustenham o certo e a bondade. Não é o bastante conhecer as firulas da zoologia e da biologia, mas nós temos que saber as implicações da Lei. Não é o bastante saber que dois e dois são quatro, mas temos que saber de qualquer maneira aquilo que é certo, para ser honestos com nossos irmãos. Não é o bastante conhecer nossas disciplinas matemáticas e filosóficas, mas nós temos que conhecer as simples disciplinas de ser honesto e amoroso para com toda a humanidade. Se nós não aprendermos isto, nós nos destruiremos a nós mesmos, pelo abuso de nosso próprio poder.

Este universo depende de fundações morais. Há alguma coisa neste universo que justifica o que Carlyle diz: “Nenhuma mentira pode viver para sempre.” Há alguma coisa neste universo que justifica o que disse William Cullen Bryant: A verdade, quando esmagada na terra, se levantará novamente”. Alguma coisa neste universo justifica os versos de James Russell Lowell:

"A verdade, sempre no cadafalso

O erro, eternamente no trono

Ainda que o cadafalso mude de opinião no futuro

Por trás do obscuro ignorado, de pé está Deus

Dentro das sombras observando tudo"


Há algo neste universo que justifica o escritor bíblico dizer: Você ceifará aquilo que plantar” Esta é uma lei de sustentação universal. Este é um universo moral. Ele depende de fundações morais. Se nós queremos fazer disso um mundo melhor, temos que voltar e redescobrir os valores preciosos que deixamos para trás.

E depois, há uma segunda coisa, um segundo princípio que nós temos que voltar e redescobrir. E isto é aquilo que controla toda realidade espiritual. Em outras palavras, nós temos que voltar e redescobrir o princípio que há um Deus por trás do processo. Bem, vocês vão dizer: Por que você tem tocado neste ponto em seu sermão em uma Igreja? Pelo mero fato de nós estarmos na Igreja, nós cremos em Deus, e não precisamos voltar para redescobrir aquilo. Pelo mero fato de estarmos aqui, e o mero fato de que nós cantamos e oramos, e vamos para a igreja – nós cremos em Deus. Bem, há alguma verdade nisso. Mas nós devemos lembrar que é possível afirmar a existência de Deus com nossos lábios, e negar sua existência com nossas vidas!

O mais perigoso tipo de ateísmo não é o ateísmo teórico, mas o ateísmo prático. Este é o mais perigoso tipo. E o mundo, e mesmo a igreja, está repleta de pessoas que prestam culto com os lábios em lugar de um culto com a vida. E sempre há um perigo em que nós deixamos transparecer externamente que nós cremos em Deus, quando internamente não. Nós dizemos com nossas bocas que nós cremos nele, mas vivemos nossas vidas como se Ele nunca tivesse existido. Isto é o perigo sempre presente confrontando a religião. Isto é um tipo perigoso de ateísmo.

E eu penso meus amigos que isto é uma coisa que tem acontecido na América. Que nós temos inconscientemente deixado Deus para trás. Agora, nós não temos feito isso conscientemente; mas inconscientemente. Veja você, o texto, você se lembra do texto que dizia que os pais de Jesus seguiram uma jornada de um dia inteiro sem saber que ele não estava com eles? Eles não o deixaram para trás conscientemente. Foi sem querer; seguiram um dia inteiro e nem mesmo sabiam disso. Não foi um processo consciente. Veja você, nós não crescemos para dizer: “Agora Deus, adeus! Nós vamos deixar o Senhor agora.” O materialismo na América tem sido algo inconsciente. Desde a ascensão da Revolução Indústria na Inglaterra, e com as invenções de todos os nossos aparelhos e bugingangas, de todas as coisas do conforto moderno, nós inconscientemente deixamos Deus para trás. Nós não pretendíamos isto.

Nós apenas ficamos envolvidos em conseguir nossas contas bancárias graúdas que nós inconscientemente nos esquecemos de Deus. Nós não pretendíamos fazer isto. Nós ficamos tão envolvidos em conquistar nossos carros de luxo, e eles são mesmo ótimos, mas nós ficamos tão envolvidos nisso, que isto se tornou muito mais conveniente dirigir até à praia no domingo à tarde do que vir para a Igreja de manhã. Isto foi inconscientemente, não pretendíamos fazer isto.

Nós ficamos tão envolvidos e fascinados pelas tramas da televisão que nós achamos um pouco mais conveniente ficar em casa do que vir para a Igreja. Foi uma coisa inconsciente. Nós não pretendíamos fazer isto. Nós não apenas nos levantamos para dizer “ Agora Deus, nós vamos embora”. Nós temos seguido uma jornada de um dia inteiro, e então nós vimos que nós inconscientemente conduzimos Deus para fora do universo. Um dia inteiro de jornada – não queríamos fazer isto. Nós apenas ficamos tão envolvidos nas coisas, que nós nos esquecemos de Deus.



E este é o perigo que nos confronta, meus amigos, que em uma nação como a nossa, onde damos ênfase na produção em massa, e isto é de importância considerável, onde temos tantas conveniências e luxo e tudo o mais, há o perigo de que nós inconscientemente, nos esqueçamos de Deus. Eu não estou afirmando que aquelas coisas não sejam importantes; nós precisamos delas, nós precisamos de carros, nós precisamos de dinheiro; de tudo o que é importante para viver. Mas sempre quando elas se tornam em substitutos de Deus, elas são prejudiciais.

Eu devo dizer para vocês esta manhã, que nenhuma dessas coisas podem jamais ser substitutos reais para Deus. Automóveis e metrôs, TVs e rádios, dólares e centavos, nunca podem ser substitutos de Deus. Porque muito antes da existência delas, nós necessitamos de Deus. E por muito tempo depois que elas tiverem passado, nós ainda necessitaremos de Deus.

E para concluir, eu digo para vocês nesta manhã que eu não colocar minha o fundamento de minha fé nestas coisas. Eu não vou colocar minha a base de minha fé em bugigangas e invenções. Com um jovem com grande parte de minha vida ainda pela frente, eu decidi bem cedo dar minha vida por algo absoluto e eterno. Não para estes pequenos deuses que estão por aí hoje, e amanhã se vão, mas para Deus que é o mesmo ontem, hoje e para sempre.

Não nos pequenos deuses que podem estar conosco em poucos momentos de prosperidade, mas no Deus que caminha conosco através do vale da sombra da morte, e nos motiva a não temer mal algum. Este é o Deus.

Não em um deus que pode nos dar alguns carros Cadillacs e Buicks conversíveis, embora eles sejam lindos, que estão na moda hoje e ficarão fora de moda depois de três anos, mas em um Deus que criou as estrelas para ornar os céus como faróis tremeluzentes de eternidade.

Não em um deus que pode construir alguns edifícios arranha-céus, mas em um Deus que criou as gigantescas montanhas, beijando o céu, como se banhassem seus picos no imponente azul.

Não em um deus que pode nos dar alguns rádios e aparelhos de TV, mas em um Deus que criou a grande luz cósmica que se levanta cedo de manhã no horizonte leste, que pinta seu technicolor através do azul, algo que o homem nunca pode fazer.

Eu não vou por os fundamentos da minha fé em pequenos deuses que podem ser destruídos em uma era atômica, mas em um Deus que tem sido nosso socorro desde as eras passadas, e nossa esperança para os anos que virão, e nosso abrigo no tempo da tempestade, e nosso eterno lar. Este é o Deus em quem eu estou colocando o fundamento da minha fé. Este é o Deus que eu rogo a vocês para adorarem nesta manhã.

Saiam e estejam certos de que este Deus vai durar para sempre. Tempestades podem vir e ir. Nossos grandes edifícios arranha-céus podem vir e ir. Nossos belos automóveis virão e passarão, mas Deus estará aqui. As plantas podem desaparecer, as flores podem murchar, mas a palavra de nosso Deus permanecerá para sempre e nada pode impedi-la. Nenhum P-38 desde mundo pode alcançar Deus. Todas as nossas bombas atômicas jamais podem alcançá-lo. O Deus de quem eu estou falando para vocês nesta manhã é o Deus do universo, é o Deus que permanece através de todas as eras. Se nós temos que seguir em frente nesta manhã, nós temos que voltar para encontrar este Deus. Este é o Deus que exige e ordena a nossa máxima submissão

Se nós vamos seguir em frente, devemos voltar lá atrás e redescobrir estes valores preciosos: que toda realidade depende de fundamentos morais e que toda realidade tem um controle espiritual.

Deus abençoe vocês!



Source: http://www.stanford.edu/group/King/publications/sermons/contents.htm

Leia também o sermão O Manual da Igreja Construtiva
cruzue@gmail.com
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domingo, junho 05, 2011

Sermão Além do Vietnã / Beyond Vietnam

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João Cruzué

Comentário do blogueiro: Faz tempo esse meu desejo de traduzir o Sermão "Beyond Vietnam" pregado em 04 abril de 1967, pelo Pastor Martin Luther King. Já traduzi alguns outros sermões dele aqui no Blog Olhar Cristão, mas este me trouxe um interesse especial desde o momento em que soube que, a partir deste sermão, a popularidade e os amigos do Pastor King foram minguando. Os aduladores desapareceram. Os políticos passaram a ter receio de serem fotografados perto dele. As ofertas para seu ministério - antes generosas - foram caindo gradualmente. Ele foi se tornando impopular. Tudo isto aconteceu porque estava na contramão do momento histórico de ufanismo e patriotismo americano que seduzia os jovens americanos para defender a causa da paz e da liberdade no Sudeste Asiático, no Vietnã, do outro lado do Globo. Suas palavras destoavam daquela unanimidada dos meados dos anos 60s. Mas a visão do Pr. King estava certa. Poucos anos depois a sociedade americana acordou do pesadelo. E a pressão subiu tanto, que em 1971 os Estados Unidos desitiram da Guerra. É por isso que o Pastor Martin Luther King é reverenciado e honrado nos Estados Unidos. Ele não negociava com a verdade, nem se calava diante das circunstâncias.

O que me cativou no contexto desete sermão foi a visão correta da guerra que o Pastor King possuia. Em tempos de profundo patriotismo e favoráveis a ela, sua voz destoava. O Pastor King agia baseado em princípios. Ele não negociava com a verdade nem contemporizava com a mentira.

Abrir mão dos princípios cristãos para ser aceito e admirado
pela "tribo" é o maior erro que um líder cristão jamais pode cair, pois Deus não compactua com a injustiça e isto o afasta da presença de Deus.

É por isso que considero este sermão o mais efetivo de todos os que o Pastor Martin Luther King pregou. Ele sabia que iria desagradar, mas estava preparado para as consequências. O Sermão é bem longo, mas espero levar a cabo sua tradução em poucos dias. Eu creio que todos nós precisamos ouvir um pouco mais o que Deus tem a falar através de um sermão que foi dito ha´34 anos.


INTRODUÇÃO.

Tradução de João Cruzué

Quatro anos depois que o envolvimento americano no Vietnã começou, Martin Luther King corajosamente emitiu a sua primeira declaração contra a guerra pedindo um acordo de paz negociado. A sua condenação à Guerra lhe custou a crítica do governo e de alguns colegas do SCLC. Seguindo o conselho para se concentrar nos direitos civis em vez disso, King decidiu se aproximar a questão do Vietnam com certa reserva. Mas quando o Presidente Johnson anunciou seu plano para desviar os fundos da Guerra contra a Pobreza local para gastar na Guerra do Vietnã em dezembro de 1966, King não conseguiu mais suprimir sua oposição. Em Janeiro de 1967, devido em parte ao encorajamento de sua esposa e de conselheiros mais íntimos, o Pastor Martin Luther King fez sua maior e mais contundente declaração pública contra a Guerra do Vietnã perante uma multidão de 3,000 pessoas reunidas na Igreja de Riverside na Cidade de Nova York.

No dia 4 de Abril de 1967, ele pregou um sermão entitulado "Além do Vietnam". King denunciava que o esforço de guerra estava "alistando jovens negros que tinham sido rejeitados pela sociedade, para enviá-los a 21,000 km de distância, para garantir no Sudeste a Ásia as liberdades que eles ainda não tinham conquistado no Estado da Geórgia nem no bairro do Harlem."

Embora alguns ativistas e jornais apoiassem a declaração de King, a maioria foi contra. Os companheiros dos direitos civis começaram a se desvincular da posição radical de King, e o NAACP emitiu uma nota contrária à fusão entre o Movimento pelos Direitos Civis com o Movimento pela Paz. O Pastor King permaneceu determinado, afirmando que ele não estava unindo os direitos civis com os movimentos pela paz, que muitos haviam sugerido.


ALÉM DO VIETNÃ


Pastor Martin Luther King, Jr.

Eu venho até esta magnífica casa da adoração esta noite porque minha consciência não me deixa nenhuma outra escolha. Junto-me a vocês nesta reunião porque estou em mais profundo acordo com os objetivos e o trabalho da organização que nos uniu: Clero e Leigos na questão sobre o Vietnam. A recente declaração de seu comitê executivo são os sentimentos do meu próprio coração e encontrei-me de pleno acordo quando li as suas linhas de abertura: "Um tempo vem quando o silêncio é traição." Este tempo chegou para nós em relação ao Vietnam.

A verdade dessas palavras está fora de dúvida, mas a missão à qual eles nos chamam é a mais difícil de todas. Mesmo quando pressionados pelas exigências da verdade interior, os homens não assumem facilmente a tarefa de se opor à política do seu governo, especialmente em tempos da guerra. Nem o espírito humano muda sem grandes dificuldades contra toda a apatia do pensamento conformista dentro do próprio peito de alguém e no mundo circundante. Além disso quando as questões à mão parecem tão complexas como elas muitas vezes são no caso deste conflito terrível estamos sempre a ponto de ser hipnotizados pela incerteza; mas devemos mudar. Alguns de nós que já começaram a quebrar o silêncio da noite ao descobrir que a convocação para falar é muitas vezes uma chamada de agonia, mas devemos falar.

Devemos falar com toda a humildade que é apropriada à nossa visão limitada, mas devemos falar. E devemos alegrar-nos também, pois seguramente é a primeira vez que isto acontece na história nacional que um número significante dos seus líderes religiosos decidiu ir além das profecias do patriotismo plano às altas terras de uma divergência firme baseada sobre os mandatos da consciência e a leitura da história.

Possivelmente um novo espírito esteja se levantando entre nós. Se for, vamos seguir bem seus movimentos e orar para que o nosso ser interior possa estar sensível à sua orientação, já que precisamos profundamente de um novo caminho além da escuridade que parece tão perto em a nosso redor

Há cerca de dois anos, quando quebrei meu próprio silêncio para falar das ardências do meu próprio coração, quando eu conclamei por uma radical saída da destruição do Vietnam, muitas pessoas interrogaram-me sobre a sabedoria do meu caminho. No âmago de suas preocupações muitas vezes aparecia uma grande e barulhenta uma pergunta: Por Que você está falando da guerra, doctor King? Por que você está reunindo as vozes da divergência? Os direitos de paz e civis não se misturam, eles dizem. Você não está prejudicando a causa da sua gente, eles perguntam? E quando os ouço, embora muitas vezes entenda a fonte do seu assunto, fico sem embargo muito entristecido, por tais avaras mostram que os inquiridores realmente não me conhecem, nem meu compromisso ou a minha chamada. De fato, suas perguntas sugerem que eles não conhecem o mundo no qual vivem. Á luz de tais trágicos equívocos, considero-os um importante de sinal para tentar afirmar claramente, e creio firmemente, por que acredito que o caminho da Igreja de Batista de Avenida Dexter - da igreja em Montgomery, no Alabama, onde comecei o meu pastorado - me dirigiram claramente a este santuário esta noite.

Venho a este púlpito esta noite para trazer um argumento apaixonado à minha nação querida. Este discurso não é dirigido à Hanói ou à Frente de Libertação Nacional. Não é dirigido à China ou à Rússia. Nem é ele uma tentativa de contemplar do alto a ambiguidade da situação atual e a necessidade de uma solução coletiva para o drama do Vietnam. Nem ele é uma tentativa de fazer o Vietnam Norte ou os modelos da Frente de Libertação Nacionais da virtude, nem contemplar do alto o papel que eles podem realizar em uma resolução próspera do problema. Enquanto ambos eles podem ter razão justificável para recear a boa fé dos Estados Unidos, a vida e a história dão o testemunho eloquente ao fato que os conflitos nunca são resolvidos sem confiáveis concessões de ambos os lados.

Esta noite, contudo, desejo falar não Hanói ou da FLN, mas um pouco aos meus colegas Americanos, que, comigo, suportam a responsabilidade maior no fim de um conflito que exigiu um preço alto de ambos os continentes. Desde que sou pregador pela experiência, suponho que não é surpreendente que eu tenha sete razões principais de trazer o Vietnam no campo da minha visão moral. Há desde o início uma conexão muito óbvia e fácil de entender entre a guerra no Vietnam e a luta que eu e outros temos enfrentado na América. Há alguns anos houve um momento brilhante naquela luta.

Parece que uma verdadeira promessa de esperança para o pobre - tanto negro como o branco - pelo Programa de Combate à Pobreza. Houve experimentos, esperanças, novos começos. Então veio o aumento para o Vietnam e eu vi oa promessa do Programa quebrada e estripada como se ela fosse algum brinquedo político ocioso de uma sociedade enlouquecida na guerra, e eu sabia que América nunca investiria os fundos necessários ou as energias na reabilitação do seus pobres pra que as aventuras do Vietnam continuassem engolindo homens e habilidades e dinheiro como um tubo de sucção demoníaco e destrutivo. Então eu fiquei cada vez mais compelido a ver o esforço de guerra como um inimigo do pobre e decidi atacá-lo como tal.

continua






terça-feira, dezembro 28, 2010

Redescobrindo os valores cristãos perdidos



"Rediscovering lost values"


Martin Luther King, Jr. (1929-1968)

Tradução de João Cruzué

Eu quero que vocês meditem comigo nesta manhã sobre este tema: Redescobrindo os valores perdidos. Redescobrindo os valores perdidos. Há algo errado com o nosso mundo. Alguma coisa fundamental e basicamente errada. Eu creio que nós não precisamos olhar muito longe para enxergar isto. Estou certo que a maioria de vocês concordaria comigo em fazer esta afirmação. E quando paramos para analisar a causa dos males de nosso mundo, muitas coisas nos vêm à mente.

Vamos iniciar perguntando se é devido ao fato de não sabermos o suficiente. Mas não pode ser isto. Porque em termos de acumulação de conhecimento, nós sabemos mais hoje do que os homens conheciam em qualquer outro período da humanidade. Nós temos os fatos à nossa disposição. Nós sabemos mais sobre Matemática, Ciências, Ciências Sociais, Filosofia do que nós nunca soubemos em qualquer período da história do mundo. Então, não pode ser porque nõs não sabemos o suficiente. Bem, não pode ser isto, porque nosso progresso científico sobre os anos passados tem sido surpreendente.


Em seguida, gostaríamos de saber se não foi pelo fato de nossa genialidade científica ter ficado para trás.Isto é, se nós não temos feito mais progressos na área científica.O homem através de seu gênio científico tem encurtado distâncias e reduzido tempos. Tanto que hoje (28.02.1954) é possível tomar o café da manhã em Nova York e cear em Londres, na Inglaterra. Por volta de 1753, uma carta levava três dias para ir de Nova York a Washington, e hoje você pode ir daqui até a China em menos tempo que isso. Não pode ser porque o homem esteja estagnado quanto aos progressos científicos. A genialidade científica do homem tem sido assombrosa.

Eu penso que nós temos que olhar mais profundamente o que temos feito para encontrar a real causa dos problemas humanos e dos males deste mundo de hoje. E se nós queremos mesmo encontrar teremos que olhar dentro dos corações e da almas dos homens.

"Assim nós nos vemos pegos em um mundo complicado. O problema é com o próprio homem, na alma do homem. Nós não aprendemos como ser justos, e honestos, e gentis, verdadeiros e amáveis. Está é a causa de nosso problema. O verdadeiro problema é que através de nossa genialidade científica nós fizemos do mundo uma vizinhança, mas através de nossa moral e genialidade espiritual nós falhamos em torná-lo uma irmandade.

E o grande perigo que enfrentamos hoje não é tanto pela bomba atômica que foi criada pelos físicos. Não tanto por aquela bomba que você pode colocar em um avião e jogá-la sobre a cabeça de centenas de milhares de pessoas – tão perigosa quanto ela é. Mas o perigo verdadeiro que confronta a civilização de hoje é aquela bomba atômica que está no coração dos homens, capaz de explodir no ódio mais vil e no mais destrutivo egoísmo — isto é a bomba atômica que devemos temer hoje.

O problema está no homem. Dentro dos corações e das almas dos homens. Esta é a verdadeira causa do nosso problema.

Meus amigos, tudo que eu estou tentando dizer é que se nós queremos seguir em frente hoje, temos que voltar para reencontrar alguns poderosos e preciosos valores preciosos que deixamos para trás. É o único caminho que nós seríamos capazes para fazer de nosso um mundo um mundo melhor, e para fazer deste mundo o que Deus quer que ele seja com um significado e propósito real. A única maneira que nós podemos fazer é voltar, para redescobrir os valores mais preciosos e poderosos que deixamos para trás.


Jesus at 12
Jesus no templo no meio dos doutores da Lei

Nossa situação no mundo de hoje, faz-me lembrar de um popular acontecimento tomou lugar na vida de Jesus. Isto foi lido nas Escrituras hoje pela manhã, encontrado no segundo capítulo do Evangelho de Lucas. A história é muito familiar, muito popular, e todos nós a conhecemos. Vocês se lembram quando Jesus tinha de 12 anos de idade, Havia o costume das festas. Os pais de Jesus o levaram para Jerusalém. Era um acontecimento anual, a festa da Páscoa, e eles subiram para Jerusalém e levaram Jesus consigo. E eles ficaram ali por poucos dias, e depois de estarem por lá, eles decidiram voltar para casa, para Nazaré. E eles partiram, e eu acho, como era a tradição daqueles dias, o pai provavelmente viajava na frente, e a mãe junto com as crianças, atrás. Veja você, eles não tinham as comodidades modernas que nós temos hoje. Eles não tinham automóveis, nem metrôs ou ônibus. Eles andavam a pé, viajavam sobre jumentos e camelos. Então eles viajavam muito devagar, mas era a tradição do pai guiar o caminho
E eles deixaram Jerusalém, caminhando de volta para Nazaré, e eu imagino que eles caminharam um pouco, sem olhar para trás para ver se todo mundo estava lá. Mas então as Escrituras dizem, que eles seguiram jornada de um dia, e pararam,e eu imagino para checar, para ver se tudo estava em ordem. E eles descobriram que alguma coisa muitíssimo preciosa estava faltando. Eles descobriram que Jesus não estava com eles. Jesus não estava no meio. E assim eles fizeram uma pausa e procuraram e não o viram em volta. E eles foram e começaram a procurar no meio da parentela. E eles voltaram até Jerusalém e o encontraram ali no Templo, junto com os doutores da lei.

Agora, o mais importante para ser visto aqui é isto: que os pais de Jesus observaram que tinham partido, e que eles tinham perdido um valor muitíssimo precioso. Eles tiveram senso o bastante para saber que antes de seguir em frente para Nazaré, eles tinham que voltar a Jerusalém para reencontrar este valor. Eles sabiam disso. Eles sabiam que não poderiam ir para casa em Nazaré, sem que voltassem a Jerusalém.

Algumas vezes, você sabe que é necessário retroceder a fim de seguir em frente. Isso é uma analogia da vida. Eu me lembro que um dia eu estava dirigindo de Nova York para Boston, e eu parei em Bridgeport, Connecticut para visitar alguns amigos. E eu saí de Nova York pela pista expressa que vocês conhecem por Merritt Parkway, em direção a Boston, numa ótima avenida. E eu parei em Bridgeport, e depois de ficar por ali por duas ou três horas eu decidi seguir para Boston, e eu queria pegar outra vez a Merrit Parkway. E eu saí pensando que eu estava indo em direção à Merrit Parkway. Eu parti, e rodei, e continuei rodando e eu procurei localizar uma placa mostrando duas milhas para uma pequena cidade que eu teria de cruzar – Eu não cruzei por aquela particular cidade. Então eu pensei que eu estava na estrada errada. Eu parei e perguntei a um cavalheiro sobre a estrada que eu deveria pegar para chegar na Merritt Parkway. E ele disse: “A Merrit Parkway está de 12 a 15 milhas para trás. Você tem que virar e voltar até a Merrit Parkway”; você está fora do seu caminho agora. Em outras palavras, antes de seguir em frente para Boston, eu tinha que voltar de 12 a 15 milhas, para pegar a Merriit Parkway. Não poderia o homem moderno ter pego a avenida errada? Se ele está para seguir para a cidade da salvação, ele tem que voltar e pegar a avenida certa.

E foi isto que os pais de Jesus observaram: que eles tinham que voltar e encontrar o valor mais precioso que eles tinham deixado para trás, a fim de prosseguir. Eles observaram isto. E assim que eles voltaram para Jerusalém eles encontraram Jesus, o reencontraram por assim dizer, a fim de seguir em frente para Nazaré.

Agora isto é o que nós temos que fazer em nosso mundo de hoje. Nós temos deixado muitos valores preciosos para trás; nós temos perdido muitos valores preciosos. E se nós quisermos seguir em frente, se nós quisermos fazer um mundo melhor para se viver, nós temos que voltar. Nós temos que voltar para reencontrar estes valores preciosos que nós deixamos para trás.

Eu quero tratar de um ou dois destes valores muito preciosos, que nós temos deixado para trás, que se nós vamos seguir em frente para tornar este mundo melhor, nós precisamos redescobrir.

O primeiro princípio de valor que nós necessitamos redescobrir é este: que toda realidade depende de fundamentos morais. Em outras palavras, que este é um universo moral, e que há leis morais suportando o universo tanto quanto leis físicas. Eu não estou certo se todos nós cremos nelas. Nós nunca duvidamos que há leis físicas no universo, que nós devemos obedecer. Nós nunca duvidamos disso. E por isso, nós não pulamos de um aeroplano ou saltamos de altos edifícios por diversão – não fazemos isto. Porque inconscientemente nós o sabemos intuitivamente, e assim não saltamos do mais alto prédio em Detroit por achar isto divertido – nós não fazemos isto. Porque nós conhecemos que existe a Lei da Gravitação Universal. Se nós desobedecermos a ela, sofreremos as conseqüências.

Mas eu não estou tão certo se nós sabemos que há leis morais que suportam o universo tanto quanto as leis físicas. Eu não estou tão certo disso. Eu não estou tão certo se nós realmente cremos que existe a lei do amor no universo, e que se desobedecê-la, você sofrerá as conseqüências. Eu não estou tão certo se nós realmente cremos nisso. Pelo menos duas coisas me convencem de que nós não acreditamos nela, que nós temos nos desgarrado do princípio que este é um universo moral.

A primeira coisa que nós adotamos neste mundo moderno é uma espécie de relativismo ético. Eu não estou tentando usar um palavrão aqui, estou tentando dizer algo muito concreto. E isto é o que temos aceitado a atitude de que o certo e o errado são meramente relativos para nossas convicções. Grande parte das pessoas não podem defender suas convicções, porque a maioria pode não devem estar fazendo isto. Veja, se a maioria não está fazendo isto, então nós devemos estar errados. E desde que tomo mundo esteja fazendo isto, isto deve ser o certo. Uma espécie de interpretação numérica do que é o certo.

Mas, eu estou aqui para dizer a vocês nesta manhã que algumas coisas estão certas e algumas, estão erradas. Eternamente assim, absolutamente assim. É errado odiar. isto sempre tem sido errado e sempre será errado. É errado na América, é errado na Alemanha, é errado na Rússia, é errado na China. Era errado em 2000 antes de cristo, e é errado em 1954 A.D. Está errado jogar fora nossas vidas em um viver sedicioso. Não importa se alguém em Detroit esteja fazendo isto, é errado. Está errado em qualquer época e está errado em cada nação. Algumas coisas são certas e algumas coisas são erradas, não importa se alguém está fazendo o contrário. Algumas coisas do universo são absolutas. O Deus do universo as tem feito assim. E contanto que adotemos esta atitude relativa em relação ao certo e ao errado , estamos nos revoltando contra as mesmas leis do próprio Deus.

Agora, isto não é a única coisa que me convence de que estamos desviados do caminho desta atitude, deste princípio. A outra coisa é que temos adotado uma espécie de teste pragmático para o certo e errado – aquilo que funcionar é o “certo”. Se funcionar, está jóia. Nada está errado, a não ser aquilo que não funciona. Se você não foi apanhado, é o certo. Esta é a atitude, não é? Tudo bem, em desobedecer os Dez Mandamentos, mas apenas não desobedeça o décimo primeiro: Não se deixe apanhar! Esta é a atitude. A atitude prevalecente em nossa cultura. Não importa o que você faça, apenas o faça com um pouquinho de classe. Sabe, o tipo de atitude da sobrevivência do mais esperto. Não a sobrevivência Darwiniana do mais apto, mas a sobrevivência do mais liso, o mais esperto – é aquele que está certo. É muito bom mentir, se mentir com dignidade. Tudo bem em furtar, em roubar e extorquir, mas o faça com um pouquinho de finesse. E até é muito bom odiar, mas vista seu ódio apenas com trajes de amor e faça transparecer que você esteja amando, quando você está odiando de fato. Apenas vire-se! É assim que é o certo segundo esta nova ética.

Meus amigos, esta atitude está destruindo a alma de nossa cultura. Está destruindo nossa nação. Aquilo que nós necessitamos nos dias de hoje é um grupo de homens e mulheres que queiram defender o certo e resistir ao errado, onde quer que for. Um grupo de pessoas que precisam vir para ver que algumas coisas estão erradas, mesmo se eles nunca são pegos. E algumas coisas são certas, mesmo que ninguém veja você fazendo ou não.

Tudo que eu estou tentando dizer a vocês é: Que o nosso mundo depende de uma fundação moral. Deus o fez assim. Deus fez o universo para ser baseado em uma lei moral. Se o homem desobedecê-la, está se revoltando contra Deus. Isto é tudo o que precisamos no mundo de hoje: pessoas que sustenham o certo e a bondade. Não é o bastante conhecer as firulas da zoologia e da biologia, mas nós temos que saber as intricações da Lei. Não é o bastante saber que dois e dois são quatro, mas temos que saber de qualquer maneira aquilo que é certo, para ser honestos com nossos irmãos. Não é o bastante conhecer nossas disciplinas matemáticas e filosóficas, mas nós temos que conhecer as simples disciplinas de ser honesto e amoroso para com toda a humanidade. Se nós não aprendermos isto, nós nos destruiremos a nós mesmos, pelo abuso de nosso próprio poder.

Este universo depende de fundações morais. Há alguma coisa neste universo que justifica o que Carlyle diz: “Nenhuma mentira pode viver para sempre.” Há alguma coisa neste universo que justifica o que disse William Cullen Bryant: A verdade, quando esmagada na terra, se levantará novamente”. Alguma coisa neste universo justifica os versos de James Russell Lowell:

"A verdade, sempre no cadafalso

O erro, eternamente no trono

Ainda que o cadafalso mude de opinião no futuro

Por trás do obscuro ignorado, de pé está Deus

Dentro das sombras observando tudo"


Há algo neste universo que justifica o escritor bíblico dizer: Você ceifará aquilo que plantar” Esta é uma lei de sustentação universal. Este é um universo moral. Ele depende de fundações morais. Se nós queremos fazer disso um mundo melhor, temos que voltar e redescobrir os valores preciosos que deixamos para trás.

E depois, há uma segunda coisa, um segundo princípio que nós temos que voltar e redescobrir. E isto é aquilo que controla toda realidade espiritual. Em outras palavras, nós temos que voltar e redescobrir o princípio que há um Deus por trás do processo. Bem, vocês vão dizer: Por que você tem tocado neste ponto em seu sermão em uma Igreja? Pelo mero fato de nós estarmos na Igreja, nós cremos em Deus, e não precisamos voltar para redescobrir aquilo. Pelo mero fato de estarmos aqui, e o mero fato de que nós cantamos e oramos, e vamos para a igreja – nós cremos em Deus. Bem, há alguma verdade nisso. Mas nós devemos lembrar que é possível afirmar a existência de Deus com nossos lábios, e negar sua existência com nossas vidas!

O mais perigoso tipo de ateísmo não é o ateísmo teórico, mas o ateísmo prático. Este é o mais perigoso tipo. E o mundo, e mesmo a igreja, está repleta de pessoas que prestam culto com os lábios em lugar de um culto com a vida.E sempre há um perigo em que nós deixamos transparecer externamente que nós cremos em Deus, quando internamente não. Nós dizemos com nossas bocas que nós cremos nele, mas vivemos nossas vidas como se Ele nunca tivesse existido. Isto é o perigo sempre presente confrontando a religião. Isto é um tipo perigoso de ateísmo.

E eu penso, meus amigos, que isto é uma coisa que tem acontecido na América. Que nós temos inconscientemente deixado Deus para trás. Agora, nós não temos feito isso conscientemente; mas inconscientemente. Veja você, o texto, você se lembra do texto que dizia que os pais de Jesus seguiram uma jornada de um dia inteiro sem saber que ele não estava com eles? Eles não o deixaram para trás conscientemente. Foi sem querer; seguiram um dia inteiro e nem mesmo sabiam disso. Não foi um processo consciente. Veja você, nós não crescemos para dizer: “Agora Deus, adeus! Nós vamos deixar o Senhor agora.” O materialismo na América tem sido algo inconsciente. Desde a ascensão da Revolução Indústria na Inglaterra, e com as invenções de todos os nossos aparelhos e bugingangas, de todas as coisas do conforto moderno, nós inconscientemente deixamos Deus para trás. Nós não pretendíamos isto.

Nós apenas ficamos envolvidos em conseguir nossas contas bancárias graúdas que nós inconscientemente nos esquecemos de Deus. Nós não pretendíamos fazer isto. Nós ficamos tão envolvidos em conquistar nossos carros de luxo, e eles são mesmo ótimos, mas nós ficamos tão envolvidos nisso, que isto se tornou muito mais conveniente dirigir até à praia no domingo à tarde do que vir para a Igreja de manhã. Isto foi inconscientemente, não pretendíamos fazer isto.

Nós ficamos tão envolvidos e fascinados pelas tramas da televisão que nós achamos um pouco mais conveniente ficar em casa do que vir para a Igreja. Foi uma coisa inconsciente. Nós não pretendíamos fazer isto. Nós não apenas nos levantamos para dizer “ Agora Deus, nós vamos embora”. Nós temos seguido uma jornada de um dia inteiro, e então nós vimos que nós inconscientemente conduzimos Deus para fora do universo. Um dia inteiro de jornada – não queríamos fazer isto. Nós apenas ficamos tão envolvidos nas coisas que nós nos esquecemos de Deus.


E este é o perigo que nos confronta, meus amigos, que em uma nação como a nossa, onde damos ênfase na produção em massa, e isto é de importância considerável, onde temos tantas conveniências e luxo e tudo o mais, há o perigo de que nós inconscientemente, nos esqueçamos de Deus. Eu não estou afirmando que aquelas coisas não sejam importantes; nós precisamos delas, nós precisamos de carros, nós precisamos de dinheiro; de tudo o que é importante para viver. Mas sempre quando elas se tornam em substitutos de Deus, elas são prejudiciais.

Eu devo dizer para vocês esta manhã, que nenhuma dessas coisas podem jamais ser substitutos reais para Deus. Automóveis e metrôs, TVs e rádios, dólares e centavos, nunca podem ser substitutos de Deus. Porque muito antes da existência delas, nós necessitamos de Deus. E por muito tempo depois que elas tiverem passado, nós ainda necessitaremos de Deus.
E para concluir, eu digo para vocês nesta manhã que eu não colocar minha o fundamento de minha fé nestas coisas. Eu não vou colocar minha a base de minha fé em bugigangas e invenções. Com um jovem com grande parte de minha vida ainda pela frente, eu decidi bem cedo dar minha vida por algo absoluto e eterno. Não para estes pequenos deuses que estão por aí hoje, e amanhã se vão, mas para Deus que é o mesmo ontem, hoje e para sempre.

Não nos pequenos deuses que podem estar conosco em poucos momentos de prosperidade, mas no Deus que caminha conosco através do vale da sombra da morte, e nos motiva a não temer mal algum. Este é o Deus.

Não em um deus que pode nos dar alguns carros Cadillacs e Buicks conversíveis, embora eles sejam lindos, que estão na moda hoje e ficarão fora de moda depois de três anos, mas em um Deus que criou as estrelas para ornar os céus como faróis tremeluzentes de eternidade.

Não em um deus que pode construir alguns edifícios arranha-céus, mas em um Deus que criou as gigantescas montanhas, beijando o céu, como se banhassem seus picos no imponente azul.

Não em um deus que pode nos dar alguns rádios e aparelhos de TV, mas em um Deus que criou a grande luz cósmica que se levanta cedo de manhã no horizonte leste, que pinta seu technicolor através do azul, algo que o homem nunca pode fazer.

Eu não vou por os fundamentos da minha fé em pequenos deuses que podem ser destruídos em uma era atômica, mas em um Deus que tem sido nosso socorro desde as eras passadas, e nossa esperança para os anos que virão, e nosso abrigo no tempo da tempestade, e nosso eterno lar. Este é o Deus em quem eu estou colocando o fundamento da minha fé. Este é o Deus que eu rogo a vocês para adorarem nesta manhã.

Saiam e estejam certos de que este Deus vai durar para sempre. Tempestades podem vir e ir. Nossos grandes edifícios arranha-céus podem vir e ir. Nossos belos automóveis virão e passarão, mas Deus estará aqui. As plantas podem desaparecer, as flores podem murchar, mas a palavra de nosso Deus permanecerá para sempre e nada pode impedi-la. Nenhum P-38 desde mundo pode alcançar Deus. Todas as nossas bombas atômicas jamais podem alcançá-lo. O Deus de quem eu estou falando para vocês nesta manhã é o Deus do universo, é o Deus que permanece através de todas as eras. Se nós temos que seguir em frente nesta manhã, nós temos que voltar para encontrar este Deus. Este é o Deus que exige e ordena a nossa máxima submissão

Se nós vamos seguir em frente, devemos voltar lá atrás e redescobrir estes valores preciosos: que toda realidade depende de fundamentos morais e que toda realidade tem um controle espiritual. Deus abençoe vocês!


Source: http://www.stanford.edu/group/King/publications/sermons/contents.htm

Leia também o sermão O Manual da Igreja Construtiva


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