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segunda-feira, setembro 07, 2015

Onde estava Deus quando Aylan Kurdi morreu no mar da Turquia?


Fotos principais: Agência Reuters
Aylan Kurdi, 2012 - 2015.
Por João Cruzué
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Esta é uma pergunta digna de análise nesta semana: Onde estava Deus ou onde estava Alah no momento que o pequeno curdo Aylan Kurdi escapou dos braços da mãe e morreu afogado no mar da Turquia junto com seu irmão maior. Uma pergunta a que ateus e crentes produzem respostas segundo suas próprias idiossincrasias. Não sei se minha análise vai satisfazer sua opinião pessoal, mas ela será de acordo com minha forma cristã de entender o mundo.

A Síria, o Iraque o Egito e a Líbia são três grandes países onde recentemente as potencias Ocidentais e também do mundo árabe estiverem agindo fazendo ou estimulando a guerra contra seus ditadores na propalada "Primavera Árabe. Bem, o fato é que esta "primavera" já passou e no seu lugar estamos vendo um verão cheio de tormentas e sangue.

Será que foi Deus a pessoa que instigou a política Ocidental para ir a estes países e transformá-los em ruínas? Lembro-me que os principais líderes mundias nesta questão eram o ex-presidente Sarkozy da França, Toni Blair da Grã Bretanha  e Barack Obama   dos EUA. Do mundo Árabe pouco sabemos a não da imensa riqueza do Rei Salman da Árabia Saudita e dos Emires do Kwait, Dubai entre outros.

Recentemente, vimos a reação do Primeiro Ministro Inglês David Cameron, fechando a porta na cara dos imigrantes  do Norte da África. Depois do triste episódio da morte do menino Aylan, ele ficou tão envergonhado que tratou de dizer que a Inglaterra vai receber milhares de retirantes destas zonas de guerra civil.

Quem pôs fogo e destruição na Líbia, no Egito, no Iraque e na Síria não foi Deus nem Alah. Foram os próprios homens.

Na minha concepção de vida, Deus criou homens e mulheres com inteligência e consciência. Cada um deles tem talentos pessoais e espirituais que de forma conjunta pode resolver qualquer problema da humanidade. À medida que a Ciência e o conhecimento humano avançam, mais e mais achados de "coincidência" ocorrem para o benefício da vida neste planeta.

Acontece, que o coração dos homens onde está a solução para qualquer problema da humanidade se corrompe. Em lugar da solidariedade, eles procuram a ganância, em lugar da paz, eles procuram a guerra, em em lugar de ouvir o que Deus tem para dizer, eles procuram fazer a própria vontade.

As ferramentas para fazerem deste mundo um paraíso foram dadas aos homens, mas eles preferem ouvir a voz do diabo. No Evangelho segundo São João, está escrito: que o ladrão (o diabo) não veio senão para roubar, matar e destruir, mas Deus é o que dá a vida com abundância. Jesus era a luz e veio para os seus, mas os seus não o receberam porque amavam mais as trevas do que a luz.

Portanto, antes de perguntar onde estava Deus, é melhor fazer outra pergunta: O que tenho feito com os talentos e habilidades que me foram dados para melhorar a humanidade? Se alguma coisa acontecer por negligência ou dolo de minha parte, com que razão as pessoas vão colocar a culpa em Deus?

E por falar em mundo árabe, porque será que os maiores líderes sob o céu de Alah estão apenas assistindo de braços cruzados as cidades  pegarem fogo e as criancinhas dos retirantes morrendo pelos caminhos e mares?

É outra boa pergunta.

Cidade de Hallince, Síria.

Acho que Deus já fez a parte Dele. O problema é que os homens que podem fazer alguma coisa não estão fazendo nada. Assim, a solidariedade cristã tem sido trocada por bombas, tanques e fuzis.  É destes lugares que a população foge da morte. Infelizmente foi fugindo da morte que  um inocente perdeu sua vida aos três aninhos. Aylan comoveu a opinião pública e mudou a opinião de alguns presidentes que estavam insensíveis ao sofrimento humano.
Cidade de Kobane, Síria
Quem matou Aylan Kurdi não foi Deus, mas os homens que fazem a guerra em busca do poder, incentivados pela indiferença daqueles que podem acabar com ela, mas não fazem nada.  E a imprensa, ora a imprensa deixou de falar a verdade por inteiro: Aylian era de família curda. Filho de povo desprezado e sem pátria que habita os desertos do leste da Síria, norte do Iraque e sul da Turquia. 




Matérias publicadas:  Folha de São Paulo  e no  Portal G1



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