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quarta-feira, outubro 17, 2012

Um ex-leproso agradecido

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"E Ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor."
É por isso que voltei aqui para testemunhar e agradecer . 


O leproso agradecido 2

Por João Cruzué

O Senhor tem sido maravilhoso para comigo, em todos os sentidos, por isso Quero compartilhar com algumas experiências pessoais no trato com doenças, dívidas e prejuízos. Desejo sinceramente com isso contribuir de alguma forma para que Deus fale com você e lhe mostre uma direção, caso esteja passando por situação semelhante.

Quando  tornei-me um crente em Jesus Cristo, não tinha saúde, nem casa, nem um emprego decente. Não tinha diploma universitário, nem uma uma esposa, nem filhos, netos - uma família carinhosa. Tudo isso consegui, depois, pela graça de Deus que foi me abençoando.

Aos 18 anos, cheguei à Capital paulista com um frasco de 200 comprimidos de Comital L. Uma antiga droga  para controle de epilepsia. Sim, epiléptico mesmo. Assim que aceitei Jesus Cristo com meu Senhor e guia espiritual, a primeira bênção foi a cura daquela doença. Você já presenciou uma pessoa  tendo um ataque epiléptico? Acontecia comigo. É uma cena tristíssima, em que nada pode ser feito, senão colocar a ponta de uma toalha na boca da pessoa para que não morda muito a língua, e depois, é esperar que passe.

Naquela época eu presti e passei no vestibular para a carreira de Economia, todavia, não pude seguir em frente, pois ganhava pouco e o curso era cara. Tive que trancar a matrícula por falta de dinheiro. Alguns anos depois, o Senhor nos preparou um emprego bom, ali na Rua 24 de Maio, bem no Centro de São Paulo. Ali era um escritório de contabilidade para empresas estrangeiras. Na mesma Rua havia um instituto de ensino da lingua inglesa. Pude estudar dois anos de  inglês. Meu salário já era suficientemente bom, para voltar à destrancar a matrícula, voltar à faculdade Sao Luís e concluir o bacharelado em Ciências Contábeis.

Depois do  emprego veio um empresa de contabilidade, uma casa, a noiva, e em 1983 a esposa. Compramos os móveis da casa, e no ano seguinte o primeiro carro. Deus me deu uma família cristã muito abençoada. A primeira filha veio en dezembro/84.. Antes eu nada possuia, mas agora tinha bastante e por isso tinha todos os motivos para estar muito contente com Deus.

Mas aquele tempo passou, e as "vacas" magras chegaram. Os clientes da empresa se foram. O carro foi ficando velho e por necessidade foi vendido. Minha esposa estava grávida de nossa segunda filha. Ela não tinha convênio médico, nem eu as fontes de recursos financeiros, senão uma porta de uma empresa estrangeira nunca secou para nós. Eu cuidava da contabilidade dela. Não era o bastante para um ano inteiro, mas dava para uns oito meses. Ficamos de fato muito apertados, mas nunca desamparados.

Nossa casa era financiada pelo Bradesco em 15 anos. No último ano não tínhamos o bastante para pagar as prestações. O Banco colocou minha dívida em um escritório de cobranças. Tive que renegociar e depois  não pude pagar o renegociado. Então,  certo dia veio um aviso sombrio. A casa iria a leilão por falta do pagamento. E, faltando um dia para perdernos nossa casa, (a um ano de ser quitada) uma senhora da Igreja, amiga de minha família foi até o banco, retirou o  dinheiro de sua caderneta de poupança e o entregou a nós. Foi assim, que Deus não permitiu que perdêssemos a casa depois de tê-la pago por 14 anos e faltando apenas um para terminar.

A provação não foi curta. Ela durou quase 11 anos. Naquele tempo, quando Luiza Erundina ganhou a prefeitura de São Paulo perdemos ainda seis terrenos por invasão liderada por um poco sem casa, liderado por um padre do bairro de Piraporinha. Tentamos uma casa de comércio. Não prosperou. Comecei a mandrar currículo para as empresas. Depois de ter enviado centenas de currículos não obtive uma resposta alguma.

Nos virávamos como podíamos. Minha esposa chegou a organizar excursões em perigosas viagens  "bate-e-volta" para o Paraguai. levando pessoas para fazer compras na sexta à noite, com a volta marcada para sàbado à tarde. Por falta de opção e da fadiga pelo ócio por duas vezes fui para o sítio da família. Em 1993 para plantar tomates e em 2000 para cultivar mandiocas.

Foi assim que tive todos os motivos para murmurar e reclamar de Deus. Lembro-me de uma situação em especial, quando consegui comprar meio quilo de café no supermercado. Ao chegar em casa eu chorei,dei graças a Deus por ele com os olhos molhados. Sabe, quando você enche um carrinho, dois carrinhos, três carrinhos de compras, não tem idéia de que há pessoas olhando você, ali mesmo no mercado, que não podem comprar nem meio quilo de café, e quando o fazem,talvez sejam mais gratas que você. Foi em  situações como aquela, que aprendi por que se deve dar graças.

O leproso agradecido 1

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Para enfrentar tantos anos de dificuldades fomos cortando todas as despesas. Foi-se a escola particular de minha filha mais velha; a mais nova sempre estudou na escola pública. Tivemos que vender a linha telefônica para pagar dívidas. Hoje uma linha vale menos de R$100,oo. Em 1996 vendi nossa linha por R$5.200,00.

O carro velho de minha esposa ficou sem licenciamento de 1993 até 2000. Eu orei assim: "Jesus, nós temos apenas o necessário para as necessidades básicas. Licenciar este carro para nós é luxo. Toma este caso em tuas mãos e não permita que ele seja apreendido. O Senhor ouviu esta oração.

Os que esperam no Senhor renovarão suas forças

Um dia andando pelas ruas de São Paulo, eu precisava ir até a Vila dos Remédios buscar um arco para ornamentação de Igrejas e festas de casamentos. Já estávamos no ramo da ornamentação. E eu orei de novo: "Senhor, preciso ir do outro lado da cidade, lá na Vila dos Remédios. Este carro além de não ter licença, ainda está com placas amarelas. Se me guardar nesta "viagem", vou dar uma oferta de gratidão na igreja.

Nós moramos na Zona Sul. No caminho para a Vila dos Remédios, antes de chegar a Marginal de Pinheiros, lá estava um guarda de trânsito parando todos os carros. Votar eu não podia; além de ser contramão, ia chamar a atenção dele. Acelerar, nem pensar. Vi um motorista parado conversando com o guarda e tive uma idéia: aproximei-me do guarda, parei, e perguntei:

_Seu guarda, como faço para pegar a Marginal de Pinheiros?

Ele me explicou detalhadamente o caminho (que eu sabia muito bem). Nem viu a cor amarela das placas. Fui na Vila dos Remédios e voltei em paz com colunas e arcos, coisas que de forma surpreendente cabiam dentro de um Chevette Hatch.

Quando nossas contas chegavam a um ponto insustentável minha esposa e eu orávamos. Via de regra, meus pais ou a família de minha cunhada Cleuza nos ajudava. Apenas orávamos e Deus falava ao coração daquelas pessoas. Foi assim que descobrimos quem eram nossos amigos de verdade. No tempo da bênção eram tantos...Agora dava para se contar com nos dedos de uma só mão. Os "amigos" desapareceram e a maioria eram crentes.

Três anos antes de Deus abençoar de novo minha vida financeira, recebi de surpresa uma atividade especial para me ocupar. Achei no portão de casa uma carta de um preso. Ele pedia orações, literatura bíblica para evangelizar e algumas bíblias. Aquela carta viera em resposta a um folheto que tinha carimbado e distribuído por mim seis anos antes. Em 18 de fevereiro de 2001 estouraram 29 rebeliões do PCC em presídios paulistas. Foi naquele mesmo tempo que comecei a recolher literatura usada entre Igrejas da Zona Sul de São Paulo. Depois enchia caixas de 6, 12 e 20kg que seguiam pelo correio, direto às mãos de grupos de presidiários crentes.

Enquanto caminhava para o correio, quase todos os dias e durante dois anos, para postar cartas de aconselhamento e buscando contatos com presidiários crentes, o Senhor preparava a porta de meu emprego atual. Do outro lado da agência de correios tem um grande Hospital. Um dia, uma pessoa da família, ligou e pediu para levasse um currículo ali. Depois de 11 anos enviando currículos achei que mais um, não iria incomodar-me. O Senhor abriu a porta e depois de duas etapas de seleção, eu fui escolhido!

Primeiro veio um contrato de emergência, depois de seis meses ele foi prorrogado. Nesse interim surgiu um concurso no mesmo Hospital para vários cargos, e entre eles havia uma vaga para contador público. Passei em primeiro lugar com 38 acertos em 50 questões. E quem preparou tudo isso foi o Senhor Jesus. Em 27 de agosto de 2008, fez cinco anos, um mês e 12 dias que estava trabalhando no mesmo Hospital que pertence ao Município de São Paulo. Em Fevereiro de 2009 e administração mudou para o Centro de São Paulo. Fui convidado (pela terceira vez) para trabalhar na Secretaria de Finanças da Prefeitura. Passei na entrevista com o Sr. Secretário Dr. Walter, mas não fui para a SF. Recebi um telegrama em 12 de novembro 2009, para assumir a uma vaga no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Eu tinha passado em um concurso feito em 2005 (prorrogado) e eu não sabia. Hoje, 10 de março de 2010, faz três meses que sou auditor do TCESP. Em duas palavras: um sonho. Não foi por merecimento, mas porque o Senhor é bom.

Tem mais bênçãos. Sabe a filha que não pude mais custear os estudos na escola particular? Hoje cursa o 3º anos de Letras (português e alemão) na USP. - Universidade de São Paulo. Minha Esposa que no passado ia às vezes sozinha em excursão para o Paraguai? Trabalha como professora na rede pública estadual e se graduou em pedagogia em 2007 . Dos três anos que ela cursou, apenas as mensalidades dos últimos foram pagas, pois conseguiu uma bolsa integral para para estudar por mais de dois anos. O Senhor lhe prometeu isso e cumpriu a promessa.

Sabe o carro velho, o Chevette Hatch 80, sem licenciamento de 1993 até 2000? Primeiro ele foi roubado, e achado na beira de uma avenida uma semana depois. Esperamos mais uma semana e como ninguém mexeu nele nem pôs fogo, pegamos ele de volta e ainda nos foi útil por mais um ano. Depois ele quebrou de vez e o vendemos por risível quantia de R$200,00. Passamos o próximo ano sem carro. Enquanto isso minha esposa e eu orávamos.

Depois de um ano a pé, o Senhor nos abençoou com um Celta Ok. Em outubro de 2006 o trocamos por um Corsa Classic também Ok. Depois veio um Logan da Renault em 2008, uma Livina da Nissan em 2010...

Obrigado Senhor

Em tudo dai graças!

Pode acontecer que em algum tempo de sua vida você tenha de tudo. Mas é muito fácil ser grato a Deus com os bolsos e a conta bancária cheios. Mas lembre-se de que assim como o diabo teve inveja de Jó, também venha a ter de você. De repente você pode se achar em meio a uma grave crise, seja financeira, conjugal, de saúde - o fato é que a crise vem. E durante esses dias difíceis não vá pensar que Deus se esqueceu de você. Ele estará ainda mais perto.

Ore. E não murmure. Tudo que o diabo quer é ver você lançando na face de Deus que  está esquecido, sozinho, abandonado, doente e sofrendo privações. O Senhor vai cuidar de suas necessidades básicas - lembra do licenciamento do carro que eu não tinha dinheiro para pagar. O Senhor quer que você aprenda a dar graças no tempo da escassês. E quando você ora e agradece a Deus também pelas lutas e pelas privações, quem se irrita é o diabo, enquanto o Senhor diz para ele: Está vendo como meu servo ou minha serva é fiel mesmo nessa dificuldade?

Há trabalho para você na seara do Senhor


Vou terminar dizendo que Jesus ama você. Eu passei por dívidas e situações difíceis. O Senhor um dia deu um basta em tudo aquilo e voltou a me abençoar. A principal razão porque escreve este blog é para dar testemunho disso e dizer para você que o Senhor não o/a abandonou e que vai estar no barco com você até a tempestade passar. Ele não nos livre da tempestade, mas sempre prometeu estar conosco no barco.E agora vou recitar para você meu versículo favorito:

"E uma coisa faço, e é que
esquecendo-me das coisas que para trás ficam,
e olhando para as que estão diante de mim,
prossigo para o alvo, pela soberana vocação de Deus
em Cristo Jesus" Filipenses 3: 13-14.

Ô Glóóória!


João Cruzué

cruzue@gmail.com


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