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João Batista Cruzué
Definitivamente eu cortei meu cordão umbilical com carros. Embora o peso não baixe de jeito nenhum, eu sou fã de andar a pé. Já adotei o Metrô e a CPTM como minha condução cotidiana, descendo uma ou duas estações antes do meu trabalho, para fazer minha caminhada e orações.
Ano passado, por este final de agosto, já tinha caminhado uns 500 km a mais que este ano. Fiquei um pouco frustrado, pois quanto mais andava mais dava vontade de comer. No final do ano, a balança nem se mexeu. Este ano, estou com menos quilometragem.
Sair da Zona Sul para a Praça da Sé de carro durante a semana, nem pensar! Eu vou pelo Sistema Metropolitano de São Paulo. No trecho que faço, eu baldeio três vezes: de metrô para trem e de trem para metrô. Desço na República e vou caminhando.
Mas este ano as "zicas" que estão acontecendo nos trens e metrôs têm passado dos limites. Pode ser coincidência, mas assim que começou o horário eleitoral, o transporte, que vinha rodando macio como uma seda, degringolou de vez. É trem e metrô quebrado para todo lado. Ishhh!
O ápice desta quebradeira aconteceu na quinta-feira passada, dia 23 de agosto, quando o caos se instalou a partir da Linha Azul do metrô. Saí do trabalho já perto das 08 da noite, quando comprei o jornal e desci nas escadas da Estação Sé. No meio da escada, eu já tinha tomado a decisão de voltar.
Parecia até um comício. Um mar de gente nas filas das catracas. E uma fila única saindo daquela massa, serpenteava pelo restante do da Estação. Na descida, olhei tudo aquilo e mais: não conseguia saber onde ficava o começo nem o fim daquela fila. O povo esperava com paciência uma coisa que não viria em boas duas horas. Eu saí, e fui a pé até a Estação República, de lá usei a Linha Amarela até Pinheiros e voltei tranquilo para casa.
Parecia até um comício. Um mar de gente nas filas das catracas. E uma fila única saindo daquela massa, serpenteava pelo restante do da Estação. Na descida, olhei tudo aquilo e mais: não conseguia saber onde ficava o começo nem o fim daquela fila. O povo esperava com paciência uma coisa que não viria em boas duas horas. Eu saí, e fui a pé até a Estação República, de lá usei a Linha Amarela até Pinheiros e voltei tranquilo para casa.
No outro dia fiquei sabendo dos detalhes do caos. Uma composição do metrô tinha quebrado perto da Estação da Luz. Uma fumaça negra começou a penetrar nos vagões, de trás para frente. No meio daquela fumaça, o pânico explodiu. Pessoas atemorizadas com a possibilidade de fogo, dentro de um tubo de concreto embaixo da terra, não pensaram duas vezes: quebraram vidros e abriram portas, para fugir da fumaça ou quem sabe do fogo. O efeito dominó se propagou para todas as Estações da Linha 01. Tudo parado. Houve gente que ficou duas horas em composições paradas nas estações e entre estações.
O reflexo da paralisia da linha 01 atingiu a Linha Vermelha, Itaquera-Barra-Funda. E não ficou só nisso: Quem usava a Linha Verde, Vila Madalena-Vila Prudente, também sofreu. Era impossível no começo da noite descer na Estação Consolação para embarcar na Linha Amarela, Pinheiros-Estação da Luz.
Um dia antes, na quarta-feira, eu precisei baldear em 05 conduções para chegar ao Centro. Na quinta pela manhã, eu nem usei o Sistema Metropolitano porque um trem estava quebrado na Estação Granja Julieta. E à noite foi o ápice do caos.
Curiosamente, tudo isto começou no dia 22 de agosto de 2012. Um dia depois do início da propaganda eleitoral gratuita na TV. Como foram quatro eventos consecutivos, deixei de crer que em coincidências e passei a acreditar que esse caos foi planejado.
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