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sábado, fevereiro 11, 2012

Julgamento do caso Eloa Pimentel - Atualizado


Julgamento do assassino de Eloá Pimentel

Eloá Pimentel

Por João Cruzué


Lugar: Forum de Santo André - SP

Data:início em 13 de fevereiro de 2012, às 09:00

Duração: Previsão de até 03 dias.

Juíza: Dra. Milena Dias

Promotora: Dra. Daniela Hashimoto

Assistente da Promotoria: Dr. José Beraldo

Jurados: Sete sorteados entre 25 cidadãos.

Testemunhas: 19 .

Fonte: Internet.
Materia atualizada em 18/12/2025




Principais Pontos sobre o Caso Eloá Pimentel

  • O caso envolve o sequestro e assassinato de Eloá Cristina Pimentel, uma adolescente de 15 anos, ocorrido em outubro de 2008 em Santo André, São Paulo, e é considerado um dos mais emblemáticos crimes passionais do Brasil, com duração de mais de 100 horas de cárcere privado.
  • Lindemberg Fernandes Alves, ex-namorado de 22 anos, invadiu o apartamento de Eloá, mantendo-a refém junto com sua amiga Nayara Rodrigues da Silva; embora Nayara tenha sobrevivido a um tiro no rosto, Eloá foi baleada na cabeça e na virilha, falecendo por morte cerebral.
  • Evidências sugerem falhas policiais, como o retorno forçado de Nayara ao cativeiro e atrasos na invasão, além de interferências midiáticas que podem ter agravado a situação, transformando o evento em um "circo televisivo".
  • O julgamento resultou em condenação inicial de 98 anos e 10 meses para Lindemberg, reduzida para 39 anos e 3 meses, destacando debates sobre limites penais e direitos humanos.
  • O caso expôs controvérsias familiares, incluindo o pai de Eloá, Everaldo Pereira dos Santos, foragido por crimes na década de 1990 e preso graças à cobertura midiática.
  • Impactos incluem indenizações, como os R$ 150 mil pagos a Nayara em 2018, e reflexões sobre ética jornalística e policial, com um documentário recente na Netflix revisitando o tema.

O Que Aconteceu

O sequestro começou em 13 de outubro de 2008, quando Lindemberg invadiu o apartamento de Eloá durante uma reunião de estudos escolares. Ele libertou dois colegas inicialmente, mas reteve Eloá e Nayara. As negociações com a polícia se estenderam por dias, culminando em uma invasão policial em 17 de outubro, após suposto disparo ouvido pelos agentes. Eloá morreu no dia seguinte, e o caso ganhou repercussão internacional devido à sua duração e ao espetáculo midiático.

Pessoas Envolvidas

Eloá era filha de Ana Cristina Pimentel e Everaldo Pereira dos Santos, este último com histórico criminal. Lindemberg, o agressor, foi defendido por advogados como Ana Lúcia Assad. Nayara, sobrevivente, processou o estado por danos. Especialistas como Rodrigo Pimentel criticaram a polícia e a mídia.exame.comgazetadopovo.com.br

Controvérsias e Legado

Pesquisas indicam que a mídia, incluindo entrevistas ao vivo por Sônia Abrão, interferiu nas negociações, elevando audiências mas comprometendo a segurança. A polícia foi acusada de erros táticos, e o caso influenciou debates sobre feminicídio e direitos das vítimas. Um documentário de 2025 na Netflix resgata a narrativa da família, criticando o "circo" televisivo.ufsm.bryoutube.com


O Caso Eloá Pimentel, ocorrido em outubro de 2008, representa um dos episódios mais trágicos e controversos da crônica policial brasileira, envolvendo sequestro, homicídio e uma intensa cobertura midiática que transformou um crime passional em espetáculo nacional. Eloá Cristina Pereira Pimentel, nascida em 5 de maio de 1993 em Maceió, Alagoas, era uma adolescente comum de 15 anos que morava em Santo André, São Paulo, com a mãe Ana Cristina Pimentel. Seu pai, Everaldo Pereira dos Santos, era um ex-cabo da Polícia Militar de Alagoas, acusado de integrar a "Gangue Fardada", um grupo de extermínio responsável por assassinatos por encomenda na década de 1990. O sequestro iniciou-se em 13 de outubro, por volta das 13h30, quando Lindemberg Fernandes Alves, de 22 anos e ex-namorado de Eloá, invadiu armado o apartamento onde ela e amigos realizavam um trabalho escolar. Inicialmente, quatro jovens foram feitos reféns: Eloá, Nayara Rodrigues da Silva (15 anos), e dois meninos, que foram libertados logo após. Lindemberg, motivado por ciúmes após o término do relacionamento, manteve Eloá e Nayara em cárcere privado, marcando o início de um calvário que duraria mais de 100 horas – o mais longo registrado no estado de São Paulo.

As negociações com o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) da Polícia Militar de São Paulo se arrastaram, com o advogado de Lindemberg, Eduardo Lopes, atuando como intermediário. Em 14 de outubro, Nayara foi libertada por volta das 22h50, mas, no dia seguinte, a polícia a convenceu a retornar ao apartamento para auxiliar nas tratativas, uma decisão amplamente criticada por especialistas como Marcos do Val, instrutor de defesa pessoal, que apontou o risco desnecessário e inédito globalmente. Durante o cativeiro, Lindemberg manteve contato com a mídia, incluindo uma polêmica entrevista ao vivo com a apresentadora Sônia Abrão no programa "A Tarde É Sua" da RedeTV!, que bloqueou linhas policiais e interferiu nas negociações, elevando a audiência para 5 pontos, mas gerando acusações de irresponsabilidade. O Ministério Público Federal moveu ação civil pública contra a emissora, pedindo R$ 1,5 milhão em danos morais coletivos. A cobertura televisiva foi intensa: a Record liderou com 15 pontos de audiência, e programas como o "Fantástico" da Globo atingiram 30 pontos, enquanto a transmissão ao vivo aumentou em 15% o número de televisores ligados na Grande São Paulo.ufsm.br

Em 17 de outubro, após ouvir um suposto disparo, policiais do GATE e da Tropa de Choque explodiram a porta do apartamento, invadindo o local. Em meio à luta corporal, Lindemberg disparou contra as reféns: Eloá foi atingida na cabeça e na virilha, e Nayara no rosto. Nayara saiu andando, ferida, enquanto Eloá foi carregada inconsciente. Lindemberg foi imobilizado, mas imagens divulgadas mostraram policiais pisando em seu pescoço e, posteriormente, ele nu e algemado com o rosto inchado, sugerindo espancamento – o que levou o Condepe a pedir investigação e a Corregedoria a abrir inquérito sobre vazamento de vídeo, negociado por R$ 50 mil segundo a Folha de S.Paulo. Eloá foi levada ao Centro Hospitalar de Santo André, onde faleceu por morte cerebral em 18 de outubro, às 23h30. O caso repercutiu internacionalmente, com destaque no jornal espanhol El País pela comoção no Brasil. Nayara sobreviveu após cirurgia para remoção da bala e longa recuperação; em 2018, recebeu R$ 150 mil de indenização do governo de São Paulo por danos morais decorrentes de erros policiais.jusbrasil.com.br

Lindemberg foi preso imediatamente e transferido para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros. Denunciado por 12 crimes – incluindo homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio, cinco cárceres privados e quatro disparos de arma de fogo –, foi julgado em júri popular de 13 a 16 de fevereiro de 2012, na Penitenciária de Tremembé. A juíza Milena Dias o condenou a 98 anos e 10 meses de reclusão, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo reduziu a pena para 39 anos e 3 meses em 6 de junho de 2013, considerando o limite legal de 30 anos à época (posteriormente elevado a 40). A defesa alegou que o crime não foi premeditado, mas passional, conforme análise do Ministério Público. O julgamento foi transmitido ao vivo por emissoras como Globo, Record e BandNews, intensificando o debate ético.jusbrasil.com.br

Controvérsias permeiam o caso: especialistas como Rodrigo Pimentel, ex-BOPE, criticaram a mídia por "irresponsabilidade criminosa" e a polícia por prolongar o sequestro e enviar Nayara de volta, tornando a situação inconstante em crimes passionais. O jurista Luís Flávio Gomes denunciou a "fascistização" da sociedade pelo desrespeito aos direitos de Lindemberg. Além disso, o pai de Eloá, Everaldo, foragido desde 1993 por quatro homicídios – incluindo o do delegado Ricardo Lessa e seu motorista em 1991 –, foi identificado e preso em dezembro de 2009 em Maceió graças às imagens televisadas dele passando mal durante o sequestro. Ele foi condenado a 33 anos e 6 meses em novembro de 2009, com Lindemberg atuando como testemunha em seu processo em março de 2010.exame.com

O impacto cultural e social do caso é profundo, inspirando debates sobre feminicídio, ética jornalística e táticas policiais. Em 4 de maio de 2023, o programa "Linha Direta" da TV Globo reconstruiu os eventos. Mais recentemente, em 2025, a Netflix lançou o documentário "Caso Eloá: Refém ao Vivo", dirigido por Cris Ghattas, com 85 minutos de duração e indicação para maiores de 14 anos. A obra utiliza o diário íntimo de Eloá, depoimentos de familiares, amigos e especialistas para humanizar a vítima, criticando o "circo midiático" e as falhas policiais, como a demora na neutralização apesar de atiradores de elite posicionados. Um jornalista envolvido defendeu sua ação, mas a narrativa devolve o foco à família de Eloá.gazetadopovo.com.bryoutube.com

Nayara, hoje engenheira, evita comentar o caso publicamente, focando em sua recuperação. A família de Eloá processou emissoras e o estado, mas ações como a de indenização à família foram negadas em 2015 pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. O caso expôs vulnerabilidades em negociações de sequestros e o risco de sensacionalismo midiático, influenciando protocolos policiais e regulamentos de imprensa no Brasil.tjsp.jus.br

Para ilustrar a cronologia, segue uma tabela resumindo os eventos principais:

DataEvento PrincipalDetalhes
13/10/2008Início do sequestroLindemberg invade apartamento; reféns iniciais: Eloá, Nayara e dois colegas. Dois libertados.
14/10/2008Libertação parcialNayara é solta à noite; negociações com GATE e advogado.
15/10/2008Retorno de NayaraPolícia envia Nayara de volta para auxiliar negociações.
17/10/2008Invasão policialExplosão da porta; tiros em Eloá e Nayara; prisão de Lindemberg.
18/10/2008Morte de EloáConfirmada morte cerebral no hospital.
08/01/2009Decisão judicialDeterminada submissão a júri popular.
13-16/02/2012JulgamentoCondenação inicial a 98 anos e 10 meses.
06/06/2013ApelaçãoPena reduzida para 39 anos e 3 meses.
2018Indenização a NayaraR$ 150 mil por danos morais do governo de SP.
2025Documentário Netflix"Caso Eloá: Refém ao Vivo" estreia, revisitando o caso.

Essa tabela destaca a sequência temporal, evidenciando a extensão do cativeiro e os desdobramentos legais.jusbrasil.com.br

O caso continua a ser estudado em análises criminais, como em artigos que classificam o crime como passional, não premeditado, e enfatizam a necessidade de abordagens sistêmicas para prevenir violência doméstica. Documentos acadêmicos, como o PDF da UFSM sobre o envolvimento de Sônia Abrão, reforçam críticas à ética midiática. Em resumo, o Caso Eloá não apenas marcou a história judicial brasileira, mas também serviu como catalisador para reformas em protocolos de crise e regulação de coberturas jornalísticas sensíveis.oabmt.org.brufsm.br

Apesar dos anos passados, o legado persiste em discussões sobre direitos humanos, com juristas como Luís Flávio Gomes alertando para o risco de "fascistização" social em respostas a crimes violentos. O documentário recente na Netflix, com entrevistas inéditas, reforça que Eloá era uma jovem com sonhos, não apenas uma vítima estatística, convidando à reflexão sobre como a sociedade e as instituições falharam em protegê-la.gazetadopovo.com.br

Key Citations




Os pais de Eloá autorizaram que alguns orgãos dela sejam doados,
o que acontecerá madrugada de domingo 20 de outubro de 2008.



Veja mais: album e textos sobre Eloá e Nayara

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