João Cruzué
Ao percorrer outra vez as mesmas curvas, subidas e descidas; rever o mesmo córrego, as mesmas águas, a mesma gameleira, a mesma sumaúma. Iguais por se acharem nos mesmos lugares, mas diferentes, assim com eu, que tinha 8/11 anos e hoje tenho 55.
A gameleira centenária, antes tão frondosa, hoje está com poucos galhos, assim como meus cabelos.
A piorra que fazia sombra ao poço mais fundo e temido do ribeirão ainda está lá. Era ali que meus pais passeavan comigo e levavam o pitó para tomar banho. Nós jogávamos um pedaço de pau lá no meio do poço e ele saltava espalhando água por todos os lados e voltava supercontente com ele na boca. E na passagem sacudia os pelos molhados no meio da gente. Recordações de felizes momentos de um garoto de quatro anos.
E o céu? Lindo. Depois das 6:00, sem lua, pude observar toda a presunção da Via Láctea incluindo até as nuvens de poeira das estrelas, visíveis apenas de um lugar sem iluminação artificial.
Para fechar, ganhei de presente um quadro contendo o original da minha primeira poesia,escrita lá pelos meus 13 anos, gentilmente confecionado e guardado com orgulho pela minha professora de Língua Portuguesa Dª. Ofélia Fernandes.
Boas lembranças de uma criança, hoje quarenta e poucos anos mais velha que eu.
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