João Cruzué
Introdução
É conhecido de sobra o preconceito da grande mídia brasileira contra os evangélicos. Também é mais do que sabido que repetimos esta velha cantilena em reposta a qualquer ataque. Vamos então considerar estas duas premissas em importante análise que diz respeito ao nosso futuro como evangélicos nesta terra tupiniquim.
Salmo 133
Entendo que a liberdade de expressão religiosa alcançada no Brasil - talvez a maior em todo mundo - tenha nos levado a um espírito de independência e individualismo tal, como líderes de igrejas, que em lugar de conquistarmos mais oportunidades, esta situação, na verdade, tem nos deixado vulneráveis pelo excesso de confiança. Isso talvez explique a falta de relacionamento e solidariedade que há entre as grandes lideranças. Foi Carlos Drummond de Andrade que disse uma frase quanto às pessoas de minha terra: Mineiro só é solidário no câncer. Será que vão esperar a "casa" cair para somente depois construir e desenvolver um relacionamento solidário entre as grandes denominações evangélicas?
Atitudes erradas
Diante do mal cotidiano o que pensam os crentes em geral? Por exemplo: há uma corrente que segue uma interpretação afirmando que o verdadeiro crente deve ser um sofredor mudo, como a ovelha. Ora, se isto é um paradigma a ser seguido o mundo cristão não teria abolido nunca, nem a escravidão, nem a servidão por dívidas, nem mudado a forma de pensar quanto ao papel da mulher como ser humano na sociedade. Essa idéia de passividade no sofrimento traz implícita uma similaridade com o sistema de castas hinduísta, como se o crente fosse da casta dos "intocáveis". Sabemos que Jesus foi como uma ovelha muda para o matadouro, mas pelo que eu saiba, não ensinou a ninguém que ficasse mudo ou conformado com a INJUSTIÇA. Ao contrário disso - na parábola da viúva e do juiz injusto em Lucas - ensinou que para nós a fé é justamente esperar pela justiça não de forma passiva, mas "esperneando".
Estereótipo de crentes em novelas
É sabido que a inserção de personagens evangélicos, ora hipócritas, ora desequilibrados, nas novelas globais tem um efeito inverso: em lugar de indignação e nojo produz curiosidade e desejo de ver para crer. De posse deste conhecimento, quando essa emissora inclue personagens evangélicos em seus programas está de fato seguindo uma estratégia eficaz de aumento de audiência às custas de evangélicos.
Atitudes de avestruz
A solução deste problema segundo os mais ortodoxos é fazer como eles - nunca perder tempo com novelas. Se por um lado isto está correto, por outro tem como efeito colateral um péssimo exemplo de cidadania para a família e comunidade cristã. O fato de não ver o preconceito não significa que ele acabará ou diminuirá. Uma novela que atribua características de desequilibrio, hipocrisia e radicalismo a cidadãos evangélicos vai tornar massiva a impressão desta falsa imagem na consciência dos não-evangélicos, a ponto de levá-los a entender (erradamente) que TODOS os evangélicos são desequilibrados, hipócritas e radicais. isso tem sido repisado de propósito e cada vez de forma mais agressiva, porque já se sabe que nenhum pastor questionará isto nem na comunidade, nem na justiça. Mesmo que eu nunca assista uma única novela na vida, esta atitude não é um pouco eficaz, pois não quebra, nem contesta, nem diminue a eficiência do inimigo em espalhar o joio.
Resistência pacífica
Em nossos dias nossa vaidade e falsa segurança é tão forte e nosso individualismo tão grande, que desprezamos investir em solidariedade e comunhão; enfim: parecemos com o povo de Israel depois da vitória de Jericó a caminho de Ai. Dias atrás opinávamos que não deveríamos mais comprar certas marcas de produtos que financiam programas que estigmatizam os evangélicos. As respostas de alguns foram desconcertantes: 1) Crente não fica asssistindo novelas; 2) Não vamos deixar de comprar estas marcas apenas por isso; 3) Isso é falta de ter o que fazer - porque não cala a boca e vai orar? Minha resposta é muito simples: Alguém sabe como Hitler acabou com a força da Igreja Cristã da Alemanha e levou um povo que tinha o temor de Deus a praticar uma das maiores loucuras da história? Resposta: enquanto o nazismo semeava o joio e a difamação a Igreja Alemã ficou quieta, indecisa, paralizada. Não devemos ser passivos a tudo, porque isso é como dar asas às "cobras".
Pastor Martin Luther King
O único pastor evangélico agraciado com um Prêmio Nobel na história foi Martin Luther King, Jr. Ele levou os negros americanos de uma posição social de eternos escravos à condição de cidadadania pela oração, esforço, atidudes que culminaram em Emenda Constitucional, no ano de 1964 - porque depois de tanta escravidão, e maus tratos eles aprenderam o que signifcam as palavras união, mobilização e solidariedade.
Passividade perigosa
A passividade sob ataque é perigosa pois enquanto você se enfraquece, a força do inimigo aumenta na mesma proporção. E voltamos a insistir na mesma tecla: nós como evangélicos não podemos continuar no caminho do individualismo, de pensamento segregacionista de cada Denominação por si. Este espírito de vaidade e desunião em tempos de "vacas gordas" pode custar nossa liberdade de servir e falar de Cristo. Devemos colocar a tranca - agora - antes que a porta seja arrombada. É preciso deixar a vaidade e copiar uma boa característica dos políticos que é a arte de conversar e manter as portas do diálogo sempre abertas. A paz costuma ser mantida pelo respeito ao poderio de fogo.
Conclusão
Para finalizar deixo um versículo que exprime minha preocupação com o nosso momento: "Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena." Para que nossa força seja respeitável no dia da angústia ela precisa ser construída e exercitada antes.
Introdução
É conhecido de sobra o preconceito da grande mídia brasileira contra os evangélicos. Também é mais do que sabido que repetimos esta velha cantilena em reposta a qualquer ataque. Vamos então considerar estas duas premissas em importante análise que diz respeito ao nosso futuro como evangélicos nesta terra tupiniquim.
Salmo 133
Entendo que a liberdade de expressão religiosa alcançada no Brasil - talvez a maior em todo mundo - tenha nos levado a um espírito de independência e individualismo tal, como líderes de igrejas, que em lugar de conquistarmos mais oportunidades, esta situação, na verdade, tem nos deixado vulneráveis pelo excesso de confiança. Isso talvez explique a falta de relacionamento e solidariedade que há entre as grandes lideranças. Foi Carlos Drummond de Andrade que disse uma frase quanto às pessoas de minha terra: Mineiro só é solidário no câncer. Será que vão esperar a "casa" cair para somente depois construir e desenvolver um relacionamento solidário entre as grandes denominações evangélicas?
Atitudes erradas
Diante do mal cotidiano o que pensam os crentes em geral? Por exemplo: há uma corrente que segue uma interpretação afirmando que o verdadeiro crente deve ser um sofredor mudo, como a ovelha. Ora, se isto é um paradigma a ser seguido o mundo cristão não teria abolido nunca, nem a escravidão, nem a servidão por dívidas, nem mudado a forma de pensar quanto ao papel da mulher como ser humano na sociedade. Essa idéia de passividade no sofrimento traz implícita uma similaridade com o sistema de castas hinduísta, como se o crente fosse da casta dos "intocáveis". Sabemos que Jesus foi como uma ovelha muda para o matadouro, mas pelo que eu saiba, não ensinou a ninguém que ficasse mudo ou conformado com a INJUSTIÇA. Ao contrário disso - na parábola da viúva e do juiz injusto em Lucas - ensinou que para nós a fé é justamente esperar pela justiça não de forma passiva, mas "esperneando".
Estereótipo de crentes em novelas
É sabido que a inserção de personagens evangélicos, ora hipócritas, ora desequilibrados, nas novelas globais tem um efeito inverso: em lugar de indignação e nojo produz curiosidade e desejo de ver para crer. De posse deste conhecimento, quando essa emissora inclue personagens evangélicos em seus programas está de fato seguindo uma estratégia eficaz de aumento de audiência às custas de evangélicos.
Atitudes de avestruz
A solução deste problema segundo os mais ortodoxos é fazer como eles - nunca perder tempo com novelas. Se por um lado isto está correto, por outro tem como efeito colateral um péssimo exemplo de cidadania para a família e comunidade cristã. O fato de não ver o preconceito não significa que ele acabará ou diminuirá. Uma novela que atribua características de desequilibrio, hipocrisia e radicalismo a cidadãos evangélicos vai tornar massiva a impressão desta falsa imagem na consciência dos não-evangélicos, a ponto de levá-los a entender (erradamente) que TODOS os evangélicos são desequilibrados, hipócritas e radicais. isso tem sido repisado de propósito e cada vez de forma mais agressiva, porque já se sabe que nenhum pastor questionará isto nem na comunidade, nem na justiça. Mesmo que eu nunca assista uma única novela na vida, esta atitude não é um pouco eficaz, pois não quebra, nem contesta, nem diminue a eficiência do inimigo em espalhar o joio.
Resistência pacífica
Em nossos dias nossa vaidade e falsa segurança é tão forte e nosso individualismo tão grande, que desprezamos investir em solidariedade e comunhão; enfim: parecemos com o povo de Israel depois da vitória de Jericó a caminho de Ai. Dias atrás opinávamos que não deveríamos mais comprar certas marcas de produtos que financiam programas que estigmatizam os evangélicos. As respostas de alguns foram desconcertantes: 1) Crente não fica asssistindo novelas; 2) Não vamos deixar de comprar estas marcas apenas por isso; 3) Isso é falta de ter o que fazer - porque não cala a boca e vai orar? Minha resposta é muito simples: Alguém sabe como Hitler acabou com a força da Igreja Cristã da Alemanha e levou um povo que tinha o temor de Deus a praticar uma das maiores loucuras da história? Resposta: enquanto o nazismo semeava o joio e a difamação a Igreja Alemã ficou quieta, indecisa, paralizada. Não devemos ser passivos a tudo, porque isso é como dar asas às "cobras".
Pastor Martin Luther King
O único pastor evangélico agraciado com um Prêmio Nobel na história foi Martin Luther King, Jr. Ele levou os negros americanos de uma posição social de eternos escravos à condição de cidadadania pela oração, esforço, atidudes que culminaram em Emenda Constitucional, no ano de 1964 - porque depois de tanta escravidão, e maus tratos eles aprenderam o que signifcam as palavras união, mobilização e solidariedade.
Passividade perigosa
A passividade sob ataque é perigosa pois enquanto você se enfraquece, a força do inimigo aumenta na mesma proporção. E voltamos a insistir na mesma tecla: nós como evangélicos não podemos continuar no caminho do individualismo, de pensamento segregacionista de cada Denominação por si. Este espírito de vaidade e desunião em tempos de "vacas gordas" pode custar nossa liberdade de servir e falar de Cristo. Devemos colocar a tranca - agora - antes que a porta seja arrombada. É preciso deixar a vaidade e copiar uma boa característica dos políticos que é a arte de conversar e manter as portas do diálogo sempre abertas. A paz costuma ser mantida pelo respeito ao poderio de fogo.
Conclusão
Para finalizar deixo um versículo que exprime minha preocupação com o nosso momento: "Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena." Para que nossa força seja respeitável no dia da angústia ela precisa ser construída e exercitada antes.
João Cruzué
Blog Olhar Cristão
cruzue@gmail.com
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