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domingo, janeiro 29, 2012

Porque Deus permite a depressão



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Vale da Morte - Califórnia

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"Faze-me saber os teus caminhos Senhor; ensina-me as tuas veredas.

Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação;

por ti estou esperando todo dia"

Salmo 25: 4-5.
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João Cruzué

Um fato é inegável: Nós cristãos não estamos livres da crise nem da depressão. Elas podem atingir a todos: Crentes e descrentes sem distinções. Já tenho escrevido algumas vezes sobre isso porque eu estive lá. Foram 11 longos anos de desemprego cujo pão de cada dia foi diminuindo, diminuindo, até quase secar.

Apesar de ser graduado, falar duas línguas, ter trabalhado com estrangeiros por mais de dez anos,não foi suficiente. Quando a porta se fechou, alguém jogou a chave fora.

Eu fiquei sozinho.

O conteúdo deste texto não é técnico. Não vou dissertar sobre os "n" passos para vencer a depressão e sair do buraco. Vou, sim, dar meu testemunho de como passei por ela e que lições tirei, para compartilhar com você que está lendo isso agora e precisa de uma palavra de Deus.

Sem rodeios. Deus permite que passemos alguns dias (ou anos) no vale da desesperança porque tem um propósito especial para nossa vida. Para encontrar este caminho e conhecer este propósito nós temos um problema: nós mesmos.

Somos por demais vaidosos, acomodados a nossa zona de conforto. Nossa vontade costuma prevalecer sobre a vontade de Deus. Nossa oração é pouca. Ficar sem responsabilidades, esplêndido. Nossos planos, apenas humanos. Com tantos atalhos desta vida, perdemos o rumo traçado pela vontade de Deus - O SENHOR.

E de repente, eu comecei a enviar currículos. Dezenas de currículos. Centenas de currículos. Eu fiquei desempregado em 31.07.1992. O ano de 1992 se passou e nenhuma porta de emprego aberta.

Se de um lado o vento Nordeste da luta financeira soprava trazendo a secura do deserto, na vida espiritual as coisas estavam bem. Comecei a dirigir minha primeira congregação, cooperando com o saudoso pastor Luiz Vicente Branco. Foram 67 meses cuidando da congregação da Assembleia de Deus do Parque Santo Antonio. Sim, sessenta e sete, porque eu não sairia com "66". A Igreja não percebia tanto a luta que passávamos, pois os cultos eram muito bons. As festas de Círculo de Oração e de grupo de Crianças, maravilhosas.

Em 1995, nossa filha mais velha estava em colégio particular. Tiramos. Nossos móveis de quarto, sala e cozinha velhos. E nós não trocamos. Nossa linha telefone fixo,nós vendemos para pagar dívidas. Nosso carrinho velho, um Chevette Hatch 80, ficou sem sem licenciamento desde 1992. Bebia um litro de óleo por semana.

Em determinado tempo não tínhamos mais como fazer compras. E um dia fui no supermercado e voltei para casa apenas com meio kilo de café. Eu orei, dei graças, e foi aí que aprendi o valor das pequenas coisas.

Em 1997, não tínhamos dinheiro para pagar as últimas prestações da nossa casa. Era o 15º ano. O último. O Bradesco contratara um escritório de cobrança e fizemos um acordo para pagar os atrasados. Não pudemos honrar o compromisso ajustado. Se não fora a ajuda de uma amiga de minha esposa, nossa casa tinha ido para Leilão. Já tínhamos recebido o aviso. Esta irmã, tirou seu dinheiro da poupança e nos entregou faltando um ou dois dias para o prazo fatal. Aqui, Deus cumpriu sua promessa que está escrita no salmo 23 - Senhor é meu Pastor, e as coisa básicas para a sobrevivência da minha casa Ele não deixará faltar.

A luta não diminuiu. O pão continuava escasso. Em agosto de 2000, eu precisei pedir licença ao Pastor Luiz para cuidar de assuntos familiares. Minha mãe estava precisando de cuidados, e minha família também. Não tínhamos nenhuma porta aberta e eu tive que me "virar". Enquanto atendia a minha mãe, me dediquei ao plantio de um hectare de mandiocas. Veio a seca e levou 1/3 do que havia nascido. Replantei e aguei por 45 dias. A chuva veio e com ela as ervas daninhas, mais altas que os pés de mandioca. Eu chorei. Mas em duas semanas tudo ficou limpo. Tempos de chuva, muito barro, e uma nuvem de mosquitinhos pólvora picando as duas orelhas. A seca e o mato ficaram para trás. O mandiocal cresceu tanto e era tão verde que parecia a "Floresta Amazônica." Meu pastor havia me dado um versículo, que dizia que Deus estava comigo. E estava. Vendi mandiocas por quase dois anos. Foram mais de 50 toneladas.

No começo de 2001, eu acabara de voltar da limpeza das ervas daninhas do mandiocal. Não preciso nem dizer que todo ano, eu continuava enviando currículos, fazendo alguns bicos como contador, com muito pouco resultado. Mas aí, eu entrei na reta final dos onze anos de muitas lutas e aflições financeiras. Ainda faltavam dois anos para os dias no vale terminarem. Não estava mais dirigindo congregação. Também não era mais preciso ficar olhando os pés de mandioca crescerem. Era ano novo e eu estava sozinho em casa. Em São Paulo. A família estava com meu sogro, em outro estado. E foi exatamente na primeira semana de janeiro de 2001 que eu recebi uma carta de um presidiário crente da Penitenciária I de Avaré.

Era o primeiro retorno em seis anos, de alguns folhetos que distribui para ser entregues aos presos dos três distritos policiais próximos de minha casa. Eu estava começando a acertar o caminho da vontade de Deus para mim.

Sim, eu estava deprimido.

Desconheço alguém que fique desempregado por nove anos seguidos que não esteja abalado em todas as áreas de sua vida. E estes abalos vêm principalmente da frustração de querer, mas não poder trazer o pão para dentro de casa. Não me esquecendo de mencionar as palavras ruins que nos momentos de grande angústia, nossos familiares e vizinhos valam. Você já foi chamado de lixo? Você já perdeu toda moral diante da família, por ser um imprestável? Você já foi para uma entrevista suando, tremendo e sabendo que vai ser mais uma portada na "cara"? Sim eu me especializei nestas coisas. Podem não ser as mesmas pelas quais você passa, mas elas produzem as mesmas feridas.

Embora todos me aconselhassem do contrário, o Espírito Santo me convenceu a ajuntar literatura evangélica usada. Depois eu as embalava em caixas e as mandava para os presídios onde conhecia os dirigentes das "igrejinhas" do cárcere. Todos tinham medo, mas o Espírito me disse no início: "Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias o acharás." Eu mandava as caixas depois de cheias pelo correio, e pelo sistema de encomenda normal. Para conhecer os nomes de presos que lideravam os grupos que eram as Igrejas dentro dos presídios, eu escrevia cartas sociais. A primeira caixa com 13,600kg seguiu para a PI de Avaré com 150 revistas usadas de Escola Dominical e uns 16 Bíblias. Durante dois anos e meio eu continuei firme nesta missão. Eu orei e planejei descobrir o nome de presos dirigentes de congregações em 50 cárceres em dois anos. Fiquei a duas congregações desta meta. Foram mais de 500kg de revistas e bíblias para cerca de 30 penitenciárias diferentes, a maioria no Interior paulista. Escrevia muitas cartas de aconselhamentos. Quase tantas quantos foram os currículos que enviei.

Eu comecei no ministério de literatura para presos no mesmo período que explodiram as 29 rebeliões do PCC no Estado de São Paulo. Eu recebi minha primeira carta de preso em janeiro. Em 18 de fevereiro de 2001, as rebeliões vieram. A primeira caixa de literatura seguiu em março do mesmo ano. A assistência religiosa nos presídios do Interior paulista cessou por causa das rebeliões. Era muito arriscado. As autoridades fecharam as portas. E Deus me preparou para atender com literatura neste tempo.

Se eu estivesse na minha vida confortável e próspera dos anos 80, eu jamais teria coragem de recolher literatura para presos. Meu próprio pastor me avisou que aquele trabalho não iria me dar nenhuma projeção ministerial. Eu continuei, porque sentiu a alegria do Espírito em mim. E se não fora esta ocupação, o gelo que levei dos colegas de ministério depois que saí de licença da congregação que dirigia para atender minha mãe, minha fé não teria sobrevivido. Deus me ocupou nisso para dar alguma relevância para uma pessoa que se sentia exatamente um lixo.

Na Estrada de Itapecerica tem um CDD - Centro de Distribuição Domiciliar dos Correios. Ali, durante dois anos e meio eu postei centenas de cartas de aconselhamento e comunicação com presos crentes. Ao lado deste CDD tem o Hospital Municipal do Campo Limpo. E Deus olhou para mim, e quando eu estava indo para o terceiro ano de ministério com literatura usada para presos, Deus me abriu a porta para trabalhar como contador em regime de emergência. Depois veio o concurso e eu passei em primeiro lugar. Contador concursado. Fiquei ali até o início deste ano - 2009. Pertinho da minha casa. Ia a pé. Depois de seis anos naquele lugar, fui trabalhar no Centro. E a Prefeitura de São Paulo gostou do meu trabalho, e convidou-me (três vezes) para fazer parte do time de contadores da Secretaria de Finanças. Fui aprovado em três entrevistas. A última, com o próprio Secretário. E ele me deu a boas vindas à nova Casa.

E o que tem o Salmo 25 com tudo isto?

A partir do momento que eu percebi que o desemprego começou a ficar longo, eu invadi o meu coração. E procurei em todos os cantinhos onde estava o pecado que me impedia de orar e ser ouvido por Deus. E eu tomei a "vassoura" do concerto e comecei a varrer e a perguntar: Senhor onde está esse pecado, para que eu possa confessá-lo e me endireitar diante de Ti? Ele nunca me falou. Só muitos anos depois eu entendi o seu propósito. Foi a partir desses 11 anos de deserta que eu aprendi que o Senhor é o meu SENHOR. Ele manda em mim, e eu obedeço. Ele tinha um segredo para me dizer, mas eu não tinha tempo nem ouvidos. Mas um dia, nove anos depois, quando eu abri a primeira carta de um preso e vi que tinha o mesmo carimbo que eu havia perdido há seis anos, eu percebi que Deus estava falando comigo. E quando eu entendi o espaço de tempo que aquela carta representava, os pelos dos meus braços deram glória a Deus, meu coração se encolheu e eu ouvi uma voz dentro do meu espírito que dizia: "Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias o acharás"

E por dois anos e meio eu lancei o pão. Fiz o que Deus queria que eu fizesse. E fiz com paixão. Quando eu chegava em alguma congregação ou na reunião dos obreiros, os crentes olhavam para o meu rosto e se lembravam das literaturas dos presos. Até hoje ainda me dão revistas para o cárcere.

O tempo de chorar terminou em 14 de julho de 2003. De lá para cá, nestes últimos seis anos, minha família e eu temos sido muito abençoados. A cada ano, as bênçãos aumentam. Mas eu não me alegro tanto por elas, mas por saber que a presença do Senhor está conosco. Que ele me mostrou um caminho mais excelente. Ele me corrigiu e mostrou que havia um serviço especial que era de minha responsabilidade fazê-lo. E como recordação me deixou mais de 500 cartas do cárcere.

Por que Deus permite a crise, a depressão ou um duro quebrantamento em nossa vida?

Eu entendi que ele queria que eu o chamasse de Pai. Que sua vontade era diferente da minha. Que para me mostrar o caminho era preciso 11 anos de desemprego e outros abalos. Que ele estava cuidando para que tivesse raízes mais profundas, para alicerce das grandes bênçãos e pelas outras maiores que Ele me dará. É no vale que se aprofundam as raízes. Hoje eu olho para aqueles anos e dou graças a Deus por eles. Eles não me aniquilaram, senão me tornaram mais humilde, servil, e apaixonado pelo serviço dele.

Não tomei nenhum calmante nem qualquer medicamento para vencer a depressão. Usei uma receita que funcionou muito bem e vai funcionar com você. Eu fazia longas caminhadas. Todo dia.

E durante as caminhadas eu orava.

O exercício físico resolve os problemas de ordem física. A oração vai até o trono da Graça de Deus. Do possível você cuida, e Deus cuida do impossível. Você somente vai conseguir arrancar a tristeza cotidiana com exercícios e oração. É no campo espiritual que você renova suas forças, quando fala com Deus, quando pede ajuda, quando chora nos ouvidos dele. Ele não vai interferir nem tirar você do deserto enquanto não for o tempo. A companhia dele você vai ter. Saiba disso, agradeça por isso, e se alegre pela resposta, pois cada dia no vale também significa menos um dia para a sua virada.

Não vá sair por aí ajuntando literatura para presos como eu ajuntei. Enquanto não ouvir a voz de Deus claramente em sua alma não arrisque em coisas incertas. Enquanto não souber o ministério especial que Deus, porventura, queira que você trabalhe, cuide normalmente de sua fé indo e participando das atividades da casa do Senhor onde você congrega.

Desejo, sinceramente, que seus dias no vale não sejam de forma alguma tão longos quanto o meu. E para terminar vou repetir: Quando Deus permite que um Cristão passe por períodos difíceis, com certeza é para que fique preparado para bênçãos maiores e ministérios maiores.

Quem diria que daquela atividade de escrever cartas para presos, Deus me ensinaria escrever um blog que hoje recebe mais de 1.000 leitores em média por dia? Pense nisto. Foi uma mudança e tanto.


"Qual é o homem que teme a Deus?

Ele o ensinará no caminho que deve escolher.

O segredo do Senhor é para os que o temem;

e Ele lhes fará saber o seu concerto."

Salmo 25: 12 e 14.



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segunda-feira, junho 27, 2011

O discipulado em crise na Igreja Assembleia de Deus


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"DISCIPULADO - CRISE, CAUSAS e a CURA."


A Igreja Evangélica
Assembléia de Deus passa por uma crise no discipulado, de acordo com a opinião do Pastor Charles T. Crabtree, encarregado da Comissão para Educação Cristã e Discipulado da AD nos Estados Unidos (em 2006). Julguei importante repetir esta mensagem, porque as Assembleias de Deus brasileiras também passam pelo mesmo problema. Imagino que seus ministros acham que ministrar apenas o conhecimento teológico (Seminários e EBD) resolve o problema. Não! Discipulado tem que ser feito na prática - indo onde os perdidos estão e interagindo diretamente com eles. Se discipulado fosse somente o repasse de conhecimento, Jesus teria feito todo seu trabalho em uma sinagoga. Dedico o tema para reflexão de Ministros e apreciação dos Leitores do Blog Olhar Cristão. (Irmão João Cruzué)


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Charles T. Crabtree

Tradução de João Cruzué

"Quero dividir com vocês o peso em meu coração com respeito ao discipulado. Na última reunião do Ministério, fui convocado para servir como chefe da comissão de Educação Cristã e Discipulado. Vou conversar com vocês a respeito de uma crise no discipulado. O significado de crise na língua chinesa é "perigo com oportunidade". Eu creio que existe um grande perigo nas Assembleias de Deus no que concerne ao discipulado, mas junto ele vem uma oportunidade de assistir para elevar o nível desta Igreja. Eu quero discorrer sobre as causas da crise e em seguida a sua cura.

Para colocar isto em perspectiva, é importante observar o que acontece na Igreja como o Senhor vê. Afinal a Igreja é Dele. O que Ele pensa a respeito disso, é mais importante do que nós pensamos e o que Ele sabe é ponto final.

Nossos pais
na fé colocaram diante de nós uma ordenança bíblica com o OBJETIVO das Assembleias de Deus: evangelismo, discipulado, e edificação ou adoração. Permita-me tratar destas área com toda honestidade.

EVANGELISMO

Sobretudo, eu creio que a situação do evangelismo nas Assembleias de Deus não é digno de nota. Eu estou preocupado com a situação do evangelismo. Eu não vejo um influxo notável de conversões verdadeiras. Nos últimos dez anos ( 1996-2005) nós tivemos 5,3 milhões decisões declaradas para Cristo.

O crescimento de nossos cultos matutinos no domingo durante o mesmo período foi somente de 221,890 pessoas. Isto é apenas 4,2% de crescimento das conversões. Alguns dirão para mim: “Bem, vir para o culto matutino de domingo não é prova de salvação. Eu lhes direi, se um bebê não estiver sob os cuidados do lar, este bebê estará morto ou perdido ou com grandes problemas.

Alguns apontam que muitos “morreram” durante aquele período, e está é a razão por tão pouco crescimento. Se esta é a taxa de mortalidade, as Assembleias de Deus seriam a mais perigosa entidade no mundo para se juntar. A taxa de mortalidade seria de 200%, bem mais que o número de membros da Assembléia de Deus (EUA) que é de 2.8 milhões.

Outros dizem que as almas são salvas, mas em seguida vão para outras igrejas. Graças a Deusque elas estejam servindo a Jesus. Mas, nós as recebemos de outras igrejas tanto quanto as enviamos. Logo, as estatísticas falam de resultados pífios na área de evangelismo das Igrejas Assembleias de Deus Americana.

DISCIPULADO

As estatísticas também revelam uma crise no discipulado. Em sentido geral, discipulado nas Assembleias de Deus é ineficiente. O discipulado verdadeiro começa com obediência e comprometimento. Eu sinto muito em dizer-lhes que somente uma pessoa em quatro das decisões do último ano (2005) seguiram o Senhor até as águas do batismo, e uma em cinco receberam o batismo com o Espírito Santo. Se nós continuarmos nesta tendência, eu projeto que em dez anos, teremos uma minoria de crentes pentecostais dentro das Assembleias de Deus. Por isso devemos ter uma profunda preocupação a respeito do discipulado Pentecostal.

Adoração

Eu creio que o estado da adoração nas Assembleias de Deus tornou-se incidental em lugar de penetrante. O que eu quero dizer com isso? Para muitos, adoração é um incidente na manhã de domingo, não um estilo de vida. Por exemplo, a musica durante um culto é apenas uma pequena parte da adoração na vida de um crente. A grande expressão de adoração deveria ter lugar entre os domingos. Ele não apenas digno de ser adorado em casa, mas Ele é digno de ser honrado no supermercado e cultuado no lar. A Adoração é para ser constante, humilde obediência ao Senhor em todas as áreas da vida.

AS CAUSAS

Eu tenho uma profunda preocupação a respeito do triplo propósito da nossa Igreja. Quais são as causas por trás das informações? Nós precisamos chegar às causas, e então nós descobriremos a cura. A primeira causa pela ineficiência do evangelismo e discipulado nas Assembleias de Deus e na grande Igreja americana, é a pregação de um outro evangelho – as boas novas para o ego. A cruz não é mais o foco central em grande parte da pregação.

Uma boa pessoa, não é uma nova pessoa.

Parece que a Igreja americana diz para aqueles que passam por suas portas “ Vocês são pessoas boas, e a igreja pode dar-lhes valor adicionado para a vida temporal. E dá. Mas esta não é a primeira razão por que a igreja existe. A Igreja existe para tornar as pessoas prontas para a eternidade, e não para amanhã. Isto não é um evangelho temporal; é um evangelho eterno, e o âmago deste evangelho é a cruz e um arrependimento verdadeiro.

O que nós temos é uma cultura que diz: “Se vocês querem confessar com suas bocas o Senhor Jesus, isto é tudo que nós vamos exigir. Nós não estamos pedindo para uma mudança de comportamento, nós queremos é uma mudança de doutrina. Nós queremos que vocês creiam no caminho que nós cremos, mas como vocês vão agir isto é problema de vocês”. E quando vocês vierem para esta igreja nós prometemos que não confrontaremos vocês com o pecado. Nós não faremos você sentir ao menos um pouquinho convertido”.

Nós vemos isto mais e mais. É a filosofia do universalismo: “Aceitem Jesus, e Deus cuidará do resto. Todo mundo está eventualmente indo para o céu de qualquer maneira... Então não fiquem nervosos. Tudo o que você precisa fazer é ser uma boa pessoa, não uma nova pessoa”.

Em muitas partes do mundo, você tem que crer em seu coração que Deus ressuscitou Jesus de entre os mortos. Você tem que crer que Ele é Senhor, e que Ele é a autoridade final. Se você não crer em seu coração, seria estúpido aceitá-lo com seus lábios por que em muitos países você seria perseguido até, ou mesmo martirizado por causa de sua fé em Cristo. Na América é popular confessar Jesus com os lábios, mas não é popular viver uma vida santa.

Nós precisamos ter um mover do Espírito Santo que trará uma divina revelação concernente ao poder da Cruz junto com o Jesus ressurreto, então as pessoas dirão: A pérola de grande preço é mais valiosa que este lixo, todas estas bobagens e todas estas ricas mercadorias. Deus é digno. Nós não renunciaremos a estas coisas materiais chorando, nós renunciaremos a elas glorificando e adorando e agradecendo a Deus. Jesus nos amou tanto, que Ele disse “Eu quero mudar sua vida, dar-lhe uma nova vida e quero que você comece de novo. A velha vida é uma desordem, você não poderá melhorá-la por si mesmo.” Eu creio que a razão para um evangelismo pífio é uma falta de insistência sobre o arrependimento dentro do coração tanto quanto a confissão da boca.

Calcule o custo antes de carregar a cruz

A segunda causa pela crise no discipulado é encontrada em Lucas 14:26-27: “Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo”.

O que é a sua cruz? Sua cruz é viver em um mundo hostil e abandonando a sujeira, podridão, e pecado nos lares, famílias, locais de trabalho e dizer: “Não, senhor, eu sou um Cristão; eu sou um seguidor de Cristo. A única razão que você pode fazer isto é para amá-lo mais que a sua vida, mais que a você mesmo. O Verso 28 dá um formidável requerimento de discipulado: não comece até que você saiba o custo.

Eu creio que as Assembleias de Deus necessitam irradiar esta mensagem: “O alto custo de servir a Jesus” Você sabe o que acontecerá? As pessoas virão aos milhões para uma causa que é maior que suas próprias vidas. Se nós “amolecermos” o evangelho e deixar passar um discipulado frouxo, nossos jovens não ficarão interessados em algo que não é desafiador.

É tempo de confrontar; é tempo de desafiar e oferecer um estilo de vida alternativo – uma vida submissa a Cristo – de tal modo que as pessoas observarão que é uma alegria segui-LO. Se nós perdermos nossas vidas pela Sua causa, nós experimentaremos uma vida cheia de milagres.

Arrependimento não é um conceito negativo. Ele abre a porta par viver uma nova vida cheia de poder divino e bênçãos, mas por uma razão – viver a vida Cristã, e não apenas ouvir falar dela. A razão das pessoas estarem tão desesperadamente apatetadas na igreja é porque elas não planejam fazer uma coisa que elas ouvem na igreja. Elas não entendem discipulado.

O Espírito Santo fortalece o discipulado

Muitos cristãos vêm a um templo para ouvir as pessoas tentar motivá-las para viver a vida cristã – para dá-las ferramentas espirituais. Mas se elas não vão usar estas ferramentas, por que estariam elas interessadas em examiná-las. Em outras palavras, se elas não estão planejando testemunhar, pregar, alcançar o perdido ou impor as mãos sobre o doente, porque elas necessitariam de batismo no Espírito Santo? Não haveria propósito nisto.

Você contrataria um “personal trainer” para fazer seus exercícios? Em certo sentido muitos fazem isto todo domingo. Eles estão pedindo para que profissionais façam seus discipulados. A razão por que esta igreja não é maior hoje na América é porque os profissionais estão fazendo a obra do ministro que é suposta para ser feita entre os domingos pelos templos. Eles colocaram Jesus debaixo de uma casa preso em quatro paredes e cápsulas de tempo. Não é inteiramente falta dos leigos. Muitos líderes espirituais têm dito para os discípulos de Cristo: Vocês vão vencer aqui, vocês adoram aqui, e vocês servem a Deus aqui. Não se preocupem se tiverem qualquer efeito lá fora. Este tipo de pensamento deve mudar.

É tempo para a Igreja preparar-se no sábado à noite para se levantar na segunda pela manhã e dizer: “Nós vamos ser uma Igreja forte, saudável e nós vamos mudar o mundo através de nossa fé em Deus e nossa obediência ao Senhor. A única maneira que nós podemos impactar a América hoje é ter um discipulado que seja poderoso no Espírito Santo do lado de fora de um templo no período entre os domingos.

Avivamento significa produtividade sadia

A resposta para nosso dilema é o avivamento. Minha maneira de pensar sobre o avivamento é muito diferente do que a maioria pensa. Tempos atrás eu estava em um aeroporto apressado para ir a bordo do avião. Eu ouvi uma tremenda comoção e vi um homem grande no chão. Eles tinham rasgado sua camisa e tentavam revivê-lo. Eu sussurrei uma oração enquanto passava, mas assim que segui a caminho do jato, o Espírito do Senhor falou para mim, e disse; Considera isto. Se eles o trouxerem de volta, todo mundo se regozijará. Se ele tiver o cérebro prejudicado, haverá alegria com um grande sentimento de tristeza. Se eles trouxerem-no de volta e ele estiver bem, haverá uma alegria maravilhosa. Mas se ele disser: “Agora que estou curado, não preciso fazer mais nada”, haverá uma terrível frustração.

Avivamento é trazer a igreja de volta a uma produtividade sadia. Nós não temos um avivamento para sermos abençoados; nós temos avivamento para nos tornar uma bênção.

Vocês estariam chocados em como pequeno eu me senti a respeito de respostas emocionais. A maioria dos avivamentos são pré-pentecostais, preparando pessoas para ser pentecostais. E em seguida nós paramos o louvor em lugar de mover para o discipulado. Pensem a respeito disso. Nós estamos dizendo que ser curado ou ser salvo é o bastante, mas o Senhor quer uma Igreja Pentecostal sadia para estar em constante avivamento – em constante produtividade no evangelismo, no discipulado, na adoração. Minha oração é: “Deus, traga de volta as Assembléias de Deus á conscientização do Senhor como SENHOR, não como um título denominacional para uma vida temporal, mas como uma ferramenta para mudar o mundo.

A terceira causa por trás de um discipulado ineficiente é um descuido de uma exigência básica do discipulado, encontrada em João 8:31: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos”. É por isso que creio que avivamentos são pré-pentecostais. Freqüentemente pessoais experimentam o derramamento do Espírito Santo, recebem o batismo (suas experiências no cenáculo), então voltam-se para a cruz e recebem outra bênção, mas nunca são produtivos. Por que? Porque eles não continuam em Sua palavra. É imperativo que eles continuem sob Sua autoridade.

Depois do Pentecoste, as Igrejas do Novo Testamento foram eficientes porque elas continuaram. Elas continuaram em oração, evangelismo, comunhão, culto, em atitude de servos, e na doutrina dos apóstolos.

A tarefa diante de nós é desafiadora, mas nós estamos confortados porque sabemos que vamos fazer é certo. É certo criar um discipulado pentecostal nas Assembleias de Deus. Por causa disso, Deus nos ajudará.

A CURA

Um novo discipulado.

Então, o que é a cura? A cura é organizar igreja sistematicamente para um novo discipulado. Quando a igreja é preparada para o avivamento, os ministros têm fé para preparar o povo para o influxo. Eu prego em algumas igrejas e quando faço um convite, para meu desespero, não existe ninguém para ajudar em volta do altar. Isto é porque eles não têm planos para dar boas-vindas a novas vidas que vêm para a igreja.

Eu creio que vocês devem ter fé o bastante para fazer planos. Eu creio que as Assembleias de Deus necessitam planejar para um novo dia em discipulado. Conseqüentemente, nós estamos dissolvendo a velha Agência de Escola Dominical e a velha Comissão de Discipulado, e nós vamos colocá-las juntas sob uma única Comissão – a Comissão para Educação e Discipulado Cristão.

Nós organizaremos igrejas modelos pelo país que vão fazer pequenos grupos de acordo com manuais de orientação de uma igreja Pentecostal. Nós promoveremos nossos próprios modelos de pequenos grupos. Nós diremos para as pessoas: “Vá até estes vários modelos espalhados pelo país e aprendam com eles.” Nós treinaremos pastores, diretores em educação cristã, e líderes de pequenos grupos, para estarmos prontos para receber aqueles que estão interessados em começar e sustentar um ministério de pequenos grupos. Através desta estratégia, as pessoas estarão repassando treinamento de praticantes.

As igrejas expressarão o discipulado de muitas maneiras e formas diferentes, segundo a direção do Espírito Santo. Com a ajuda do Senhor, nós nos moveremos de um discipulado ineficiente para um poderoso ministério que levará as pessoas do altar para o trono. Nós tomaremos bebês em Cristo e os discipularemos em produtivos adultos espirituais.

O amor que nunca falha.

Nós devemos iniciar com cuidado e cautela das criancinhas em Cristo. Bebês podem ser um problema, mas eles valem a pena se você amá-los. Meu amigo Jim Hall, dá-nos um ótimo exemplo. Quando um novo bebê está junto com uma família reunida, todo mundo é dono do bebê. Eles passam o bebê de um para outro. Mas quando chega a hora de alimentar o bebê, a mãe dirá: “Onde está o bebê? Eu sou a responsável.”

Eu quero perguntar a qualquer um, “Vocês estariam abertos para amar um novo convertido? Sua igreja poderia preparar mamães e papais espirituais para quando qualquer perguntar: “Onde está o bebê” você poder dizer: “Ele está em boas mãos.”

Haverá alguém que entenda onde estes bebês estão, amá-los, serem amigos deles e cuidar para que eles estejam seguros nos braços amorosos da igreja? Você não sabe o que fazer em discipulado? Ame os. Esta é a resposta. E não vá pelo seu programa, vá pelo deles. Pode não ser conveniente, mas eles são bebês. Eles são dependentes, eles precisam de alguém para entendê-los. Eles têm que ser alimentados para não morrer.

Cristãos bebês estão morrendo aos milhares junto aos degraus das portas das igrejas sem amor e sem cuidado. O que nós estamos dizendo para você é que a grande qualificação é o amor – amor por Jesus, amor pelos perdidos, e amor pelos novos convertidos. O amor nos ensinará o que fazer. “O amor nunca falha.” ( 1 Coríntios 13:8)

Se nós amarmos através de Jesus, nós podemos transpor os problemas e inconveniências. Nós podemos mesmo nos alegrar na viagem. Se nós ofendermos os bebês, isso nunca funcionará; mas se nós amá-los, nós veremos milagres não apenas em suas vidas, mas também nas nossas.

CONCLUSÃO

Com a ajuda de Deus, nós mudaremos nosso mundo através de uma Igreja cheia de força, discípulos cheios do Espírito, que amarão as almas o bastante para transformar programas não produtivos, tradições egocêntricas e atividades sem significado para um ministério excitante de amor por Jesus traduzido em uma vida disciplinada de propósitos eternos e produtividade espiritual."
Fim

Nota: A mensagem acima condensada foi entregue aos empregados do Conselho Geral durante um culto semanal na capela da sede do Conselho Geral das Assembleias de Deus em Springfield, Misouri, EUA, em 15 de agosto de 2006.


Fonte: Enrichment Journal
Tradução de João Cruzué



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