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terça-feira, dezembro 30, 2008

Uma resposta cristã ao Código Da Vinci


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A Última Ceia - quadro de Leonardo Da Vinci

Por Roger Cotton

Tradução: João Cruzué

"O Código da Vinci não passa de um simples romance, e como tal, descobri que é muito pernicioso. Ele Induziu recentemente a uma busca pelo "Santo Graal" e o que ele propõe realmente são documentos secretos mostrando que Jesus era casado com Maria Madalena, e que produziram uma linhagem de sangue real. O uso de um narrador comentando teologica e filosoficamente sobre a vida, religião e Igreja – usando uma linguagem de exageros - soa, com aquelas afirmações dentro do romance, como "verdades" que nós deveríamos considerar – verdades secretas que precisaríamos recuperar - para libertar a nós mesmos das "mentiras" da Igreja. Isto chama a atenção das pessoas e vende livros.

Entretanto, o diretor de estudos do Novo Testamento, Bem Witherington II, em seu livro O Código do Evangelho (Inter Varsity, 2004) respondendo ao Código Da Vinci, disse: “Ele pode ser bastante divertido, tanto quanto é corruptor". Nós devemos tratar este livro como ele realmente é – não uma ficção histórica mas quase uma inteira ficção, pelo menos quando ele traz suposições e afirmações quanto a Jesus, Maria Madalena e os primórdios do cristianismo.

Eu gostaria de esclarecer alguns dos seus maiores enganos em relação à história da Igreja e à Bíblia, bem como os pontos básicos de nossa fé cristã nas escrituras, os quais são opostos às idéias desse livro. Eu fico em débito com a excelente pesquisa de Witherington sobre estes fatos.

A primeira e maior ficção defendida no livro é que há muitos outros documentos iguais ou melhores que os quatro Evangelhos, que a igreja tem suprimido, que exaltariam uma “divindade feminina” e ensinam que Jesus é apenas humano e não divino. A verdade é que os tais documentos (20, e não 80) foram claramente escritos depois da composição do Novo Testamento. Eles estão fora dos grupos da corrente principal dos primórdios da Igreja. E quanto aos rolos do Mar Morto, eles são judaicos e nada dizem sobre Jesus.

Os Evangelhos gnósticos a que Brown, freqüentemente se refere, na verdade ensinam que o mundo material jaz no maligno, incluindo o sexo, e que o homem está em posição de autoridade sobre a mulher. Estas idéias são o contrário do que o livro de Brown ensina, todavia ele reivindica que estes documentos dão suporte as suas idéias, as quais estão em oposição à Bíblia. Brown diz que aqueles documentos claramente afirmam que Jesus foi casado com Maria Madalena, mas Witherington mostra que ele os cita erroneamente. Além do mais, eles nunca estiveram em qualquer lista de escrituras inspiradas e oficiais.

A segunda maior ficção diz que Constantino e a Igreja no Concílio de Nicea, trouxeram textos novos, antibíblicos, ensinando que Cristo era divino, e suprimindo a "verdade", por decisão no voto, sobre Sua humanidade, o "casamento" com Maria Madalena, e eliminaram os livros que ensinavam estas coisas. A verdade é que o Concílio nunca propôs as crenças afirmadas em seus credos ou a lista de escrituras do cânon, mas formalizou as que a maioria já há de muito cria. O Novo Testamento sempre ensinou claramente que Jesus é Deus: João 1:1-3, 18; Romanos 9:5; Filipenses 2:6-11; Hebreus 1:2,3 e I João 5:20.

A terceira ficção é que a Igreja foi ameaçada pela idéia de Jesus tendo uma esposa e filhos, porque assim Ele poderia não ser divino e a Igreja perderia sua mais poderosa reivindicação de ser o único caminho para Deus. Pelo contrário, a Bíblia claramente afirma que Jesus é o único caminho para Deus e que a Igreja não controla tal caminho (João 14;6; Atos 4:12). Sobre o outro ponto, a Bíblia ensina que Jesus, a encarnação do Filho de Deus, é totalmente Deus e totalmente humano. Assim é que, Ele poderia ter se casado e também ter filhos, mas escolheu não fazê-lo, dentro do plano de Deus.

Com relação a idéia de uma divindade feminina e santidade do sexo, a Bíblia e o Cristianismo não rebaixa o sexo, mas afirma que ele é muito especial e somente diz respeito ao casamento. Entretanto, ele não é um caminho para realizações espirituais e experiências com Deus, como se afirma no livro. A Bíblia inteira é contrária a utilização do sexo dentro da adoração, como os pagãos têm feito desde os tempos antigos. A Bíblia claramente se opõe a toda adoração de deusas. O Único e Verdadeiro Deus não é nem masculino nem feminino, porém Jesus usou o termo “Pai” e nos ensinou a fazer o mesmo. Uma outra razão maior para não se referir a Deus como mãe, como Elizabeth Achtemeier mostrou, em “Por que Deus e não Mãe?” – [Revista] Christianity Today, 16 de agosto de 1993, é que isso conduz à idéia de um Deus dando-nos à luz, e por esta razão O rebaixando para ser um como nós e com a natureza de nos criar para ser deuses.

O Código Da Vinci expressa muito das idéias populares atuais de nosso mundo e nos ajuda a ver onde estão os pontos de debate para nossa fé. As atitudes encorajadas por esse livro, as quais são a mais séria oposição à verdade que Deus tem revelado nas escrituras são as seguintes: despersonificar Deus, trazendo-O para baixo, para o nosso nível e nos elevando à deidade – enquanto elimina Sua santidade; para negar a necessidade de um salvador fora de nós mesmos e a necessidade de arrependimento que nos mostra como mortos sem Cristo; para tratar Jesus apenas como um grande homem; para negar que as escrituras são a palavra inspirada de Deus; para fazer do sexo uma parte da adoração; para roubar o maior objetivo da lei moral; para negar que há uma verdade absoluta; para fazer de nossas experiências a única autoridade religiosa ou espiritual para nossas vidas, e para desconsiderar a história de qualquer valor.


As principais verdades
bíblicas, que creio devemos deixar bem claro e afirmar continuamente são as seguintes: 1) Deus é uma pessoa, atuando para o nosso bem no mundo, o qual Ele criou e do qual Ele é totalmente distinto, comunicando abertamente conosco em linguagem humana real, escrita na Bíblia e não em códigos secretos. 2) Deus nos fez, nos ama e quer restaurar o relacionamento pessoal, íntimo e sem fim, que nós quebramos com ele através de escolhas egoístas. Ele providenciou o único caminho para Ele através da encarnação, morte e ressurreição de seu Filho, Jesus, o Cristo, que é totalmente Deus e totalmente humano. Ele deu significado e propósito para nossas vidas. 3) Ele nos fez para desfrutar de grandes realizações em uma vida de harmonia com Sua vontade, caráter e valores através do Espírito Santo. Isto inclui guardar a intimidade e o ato sexual dentro de um relacionamento marital (macho-fêmea) vitalício e exclusivo.


Em conclusão,
o melhor antídoto é ler e meditar sobre a verdade nas Escrituras e guardar nosso relacionamento com o Senhor de forma santa. E aqui estão algumas das mais claras afirmações das Escrituras que dão algumas das crenças básicas da fé cristã: Mateus 16:13-20; Lucas 24:36-49; João 1:1-5, 10-12, 14, 18; 3:16-18; 14:6, Atos 4:12; 10:34-43; 17:30-31; Romanos 1:16-25; 1 Coríntios 15:1-8; 17-19; 2 Timóteo 3:15-16; Hebreus 1:1-3; 1 John 1:2,3, 5-2:2; 4:1-16; 5:1-5, 11-12, 18-21; Apocalipse 22:12-17".


Autor: Dr. Roger Cotton

Perfil: http://www.agts.edu/faculty/cotton.html
Fonte: Enrichment Journal - Springfield - USA
Tradução: João Cruzué - SP 09/02/08 -00:00h


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