Segunda Carta de São Pedro, capítulo 2.
Segunda Carta de São Pedro, capítulo 2.
Em 21 de setembro de 2012, publiquei um post no Blog Olhar Cristão sobre um caso de suicídio na Estação Santo Amaro, na linha - 9 Esmeralda cujo trem descia de manhã bem cedo com destino ao Grajaú. Quem quiser ler, não deixe de ver os comentários, embaixo do texto. Infelizmente, depois de 2012, tomei conhecimento de mais dois casos, coincidentemente, na mesma plataforma que desce para o Grajaú. O último caso, foi na semana passada, penso que no sábado dia 29/03/2025. Estava voltando do treino de bike e, quando comecei a subir a escada da ciclovia, vi muita agitação e bombeiros descendo na via para pegar um corpo embrulhado em papel alumínio. Quando os 6 bombeiros começaram a subir o corpo da via para a plataforma, usando uma escadinha, o papel caiu e ficou a imagem de um moço. Quando saía do outro lado do acesso à estação, que fica na frente da Universidade Cruzeiro do Sul, uma ambulância estava com a porta traseira aberta, e dois socorristas colocaram o corpo dentro do carro, na minha frente.
Foi por ter presenciado estas coisas por duas vezes, que voltei a abordar o assunto que na linguagem técnica do Ministério da Saúde é tratado como um caso de "Lesão Autoprovocada Voluntariamente. Mais adiante (embaixo) vou deixar o endereço de um Boletim do Ministério da Saúde, publicado em 2024 com dados muito tristes sobre suicídios. Contudo, não vai ser este o principal assunto deste post.
O que poderia causar o suicídio? Com certeza, pensamentos angustiantes e contínuos. A pessoa que enfrenta essa situação geralmente se sente sobrecarregada por uma dor emocional intensa, que parece insuportável e sem fim. Pensamentos suicidas representam um estado mental complexo e angustiante, caracterizado por uma profunda sensação de desespero e desesperança.
Essa sensação pode vir acompanhada por sentimentos de isolamento, como se não houvesse ninguém que pudesse compreender ou querer ajudar. A visão distorcida da realidade, com pensamentos negativos e pessimista, obscurece qualquer perspectiva de futuro. Isto é verdade, porque nos anos 2001-2003, quando mandava muita literatura cristão para as "Igrejas no Cárcere" de penitenciárias do Estado de São Paulo, tinha o testemunho de um jovem preso que comprovava isto.
Dizia ele que uma voz martelava continuamente em sua cabeça (dor de cabeça contínua), dizem que ele havia decepcionado os pais, parentes amigos e que prestava para nada e por isso [a voz na cabeça] deveria tirar a própria vida para acabar com isto. Ele escreveu que, às vezes voltava à razão, em cima de uma cadeira com um lençol no pescoço. A única coisa que melhorava a situação, era uma lembrança de seu pai, caminhando com ele até uma feira para comprar pastel.
Ideias de morte e suicídio tornam-se frequentes, e em alguns casos, a pessoa pode começar a planejar ativamente como tirar a própria vida. É importante reconhecer que esses pensamentos não são um sinal de fraqueza ou falta de caráter, mas sim um sintoma de sofrimento profundo que exige ajuda.
Há uma parábola na Bíblia que mostra o caso de um jovem que venceu a angústia de ter descoberto muito tarde o tamanho da besteira que fez. Ele não seguiu pelo caminho do suicídio.
O CASO DO FILHO PRÓDIGO
Como sou cristão [crente em Jesus] desde meus 18 anos, sei muito bem, que o amor de Jesus é muito grande e vou dar um exemplo: A Parábola do Filho Pródigo.
O moço, antes do pai morrer, já pediu sua parte na herança. Achava tudo muito chato em casa e planejava conhecer o mundo. Conhecer novas pessoas, os prazeres e as loucuras da vida. O que fez com que pensasse assim não é revelado. Pois bem, o pai fez o seu gosto. Arrumou uma boa quantia em dinheiro e deu na mão do moço uma boa grana. Este, ficou ainda alguns dias em casa, até que um dia foi embora.
Gastou tudo da forma mais dissoluta e idiota possível. Enquanto tinha dinheiro, vivia rodeado de "amigos" e "amigas". Assim que acabou o dinheiro, sumiram os "amigos". Aí ficou sozinho, ninguém tinha dó dele, começou a passar fome e privações. O único trabalho que conseguiu foi o de pastor de porcos. Sim senhor! Pastorear porcos.
O filho pródigo poderia ser mais um caso que poderia terminar em suicídio. Isolado. Sem amigos. Tristeza por falta de experiência de vida.Se voltasse para casa poderia encontrar a porta fechada, pelo maucaratismo. Ele decepcionou muita gente além de seu pai.
Contudo, ele não entrou pelo caminho que todo suicida entra: a suposição que todas as portas estão fechadíssimas, como passo a descrever.
O pensamento suicida geralmente nasce de uma dor emocional intensa e persistente, que parece não ter fim. A pessoa sente-se sufocada por sentimentos como tristeza profunda, angústia, desamparo ou vazio. Muitas vezes, ela não quer exatamente morrer, mas sim escapar da dor que está vivendo — uma dor que parece insuportável e que afeta sua capacidade de pensar com clareza ou de enxergar possibilidades de melhora.
A pessoa sente-se sufocada por sentimentos como tristeza profunda, angústia, desamparo ou vazio. Muitas vezes, ela não quer exatamente morrer, mas sim escapar da dor que está vivendo — uma dor que parece insuportável e que afeta sua capacidade de pensar com clareza ou de enxergar possibilidades de melhora.
A esperança se esvai, e ela começa a pensar que sua ausência seria melhor para os outros, sentindo-se como um fardo ou uma decepção. Essa sensação de inutilidade e culpa agrava ainda mais o desejo de desaparecer, criando um ciclo de pensamentos negativos difíceis de interromper sozinho.
Mesmo que o mundo ao redor veja caminhos, apoios e saídas, para quem está em crise tudo parece fechado, escuro e sem solução. O suicídio, então, surge como uma tentativa de alívio, uma forma de recuperar o controle diante de tanto caos interno.
Por que o filho pródigo não chegou a este ponto? Por causa da misericórdia de Deus. Ele não chegou a sofrer o ataque de um demônio que normalmente age na vida de pré-suicidas mentindo e enganando fazendo a pessoa acreditar que todas as portas e solução estão fechadas. ELAS NÃO ESTÃO.
O que fez o filho pródigo quando estava no fundo do fundo do poço? Ele começou a pensar:
--E se?
--E se eu me levantasse e voltasse para a casa de meu Pai?
--E se eu pedisse perdão para ele, e dissesse: Pai não tenho o direito de ser chamado seu filho, mas me aceite como um dos seus empregados, vou trabalhar todo dia por um prato de comida.
O que ele não sabia era que todo santo dia, aquele Pai olhava para o caminho onde ele presenciou com muita tristeza aquele moço indo embora com o bolso cheio de dinheiro. Aquele Pai tinha a esperança de um dia o visse de volta.
E, um belo dia, aquele moço voltou e o Pai o estava esperando. Ouviu, perdoou, em vez de triste ficou muito alegre. Mandou trazer 3 presentes: roupas, calçado e um anel.
O que aconteceria se no lugar do Pai, a recepção fosse do irmão mais velho? Pela leitura de toda a parábola você já pode imaginar. Mas o amor do Pai dele era tão grande que, sabedor disso, não descuidava um de sequer da atenção ao caminho da volta.
A Bíblia está cheia exemplos do amor de Deus:
"E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento." (Mateus 9:13)
"Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele." (João 3:17)
"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve." (Mateus 11:28-30)
"Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento." (Lucas 15:7)
"O Espírito do Senhor JEOVÁ está sobre mim, porque o Senhor me ungiu, para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos." (Isaías 61:1)
"Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos." (Isaías 57:15)
"O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia." (Provérbios 28:13)
"Porque Deus amou o mundo [você] de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça [não se mate], mas tenha a vida eterna." (João 3:16)
Se tiver a oportunidade de ler este post e conhecer alguém com problemas, dê uma Bíblia de presente para esta pessoa e mostre a ela este último versículo de João 3:16. Há, sim muitas portas abertas. A principal porta de escape é o Senhor Jesus Cristo. Ele Disse: "Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens."
Deus lhe abençoe!
Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde: Boletim Volume 55 - nº 04 - Panorama dos suicídios e lesões autoprovocadas no Brasil de 2010 a 2021.
SP-06.04.2025
João Cruzué
A região de Samaria possui profundo significado espiritual na narrativa bíblica. Localizada entre a Judeia e a Galileia, sua história começa nas tribos de Efraim e Manassés e ganha destaque quando o rei Onri a estabelece como capital do Reino do Norte (Israel), edificando ali uma cidade que chamou de Samaria (1 Reis 16:24).
Durante os tempos do Antigo Testamento, Samaria se tornou símbolo do afastamento de Israel do Senhor. Seus reis promoveram a idolatria, e os profetas, como Elias e Eliseu, a mando de Deus, denunciaram sua decadência espiritual para que se arrependessem. Em 722 a.C., a cidade foi conquistada pelos assírios, e parte da população foi levada cativa. Estrangeiros foram trazidos para habitar ali, e com o tempo, surgiu um povo mestiço, com práticas de sincretismo religioso, chamados samaritanos. Esse processo gerou animosidade entre judeus e samaritanos, que perdurou por séculos.
O Novo Testamento, porem, mostra que Jesus quebrou essas barreiras preconceituosas ao passar intencionalmente por Samaria. Em João capítulo 4, Ele passa pela cidade de Sicar e, junto ao poço de Jacó, encontra uma mulher samaritana. O diálogo entre ambos revela verdades espirituais profundas. Jesus lhe pede água, surpreendendo-a, pois judeus não se comunicavam com samaritanos. Em resposta, o Senhor revela saber de sua história pessoal e afirma que a verdadeira adoração não depende de lugar, mas deve ser feita “em espírito e em verdade” (João 4:23).
Impactada pela revelação do Senhor Jesus, a mulher reconhece que Ele é o Cristo e corre à cidade para anunciar em João 4:29). O resultado é que muitos samaritanos passam a crer em Jesus, não apenas pelo testemunho da mulher, mas por ouvirem o próprio Salvador. Assim, Samaria, outrora símbolo de rejeição e divisão, torna-se campo fértil para a graça e a reconciliação, demonstrando que o amor de Deus alcança todos os povos, sem acepção.
Outro registro marcante do amor de Jesus contra o preconceito é a parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus em Lucas 10:25-37. Em resposta a um intérprete da Lei que questionava “quem é o meu próximo?”, Jesus narra a história de um homem que descia de Jerusalém para Jericó e foi atacado por salteadores:
--Um sacerdote e um levita passaram de largo, ignorando o ferido. Porém, um samaritano — alguém que, segundo a mentalidade judaica, seria o menos provável a ajudar — moveu-se de íntima compaixão, tratou das feridas do homem, levou-o a uma estalagem e cuidou dele. Ao final, Jesus pergunta e depois da resposta conclui: “Vai, e faze da mesma maneira” (Lucas 10:37).
Essa parábola não apenas exalta a misericórdia e o amor ao próximo como expressão prática da fé, mas também quebra preconceitos religiosos e étnicos profundamente enraizados. Ao colocar um samaritano como exemplo de compaixão, Jesus ensina que a verdadeira piedade está no agir com amor, independentemente de origem ou rótulos religiosos.
À luz da Bíblia, Samaria simboliza tanto a queda espiritual como a restauração pela graça de Deus. Como uma terra marcada por idolatria e desprezo, tornou-se cenário de encontros transformadores com o Salvador.
Ao passar por Samaria, Jesus revelou que o Reino de Deus está acessível a todos, inclusive aos marginalizados. Seus ensinamentos e ações demonstram que a salvação não se restringe fronteiras, etnias e tradições.
Samaria nos lembra que a verdadeira adoração, a compaixão e evangelho de Cristo são para todos os povos, e que, diante de Deus, não há lugar ou pessoa que Ele não possa redimir.
Por João Cruzué
O Livro de Jonas, no Antigo Testamento da Bíblia, registra a história de um profeta hebreu relutante em obedecer uma ordem de Deus. Relutante porque sabia que Deus era perdoador e temia que usasse de misericórdia com um povo mau que não tinha dó nem misericórdia de ninguém.
Jonas (יוֹנָה - Yonah) era filho
de Amitai e natural de Gate-Hefer, cidade localizada na terra de Zebulom, Região
da Galileia, norte do Reino de Israel, conforme mostra o 2º livro 2 Reis,14:25.
E, Deus
ordenou ao profeta para ir à cidade de Nínive pregar uma mensagem de
arrependimento. Nínive era uma cidade conhecida pela maldade. Por isso, Jonas
recusou seguir a ordem de Deus e foge, embarcando em um navio para Társis.
Uma tempestade furiosa
atinge o navio, e os marinheiros, supersticiosos, lançam Jonas ao mar,
acreditando que ele seja a causa da ira divina. Um grande peixe engole Jonas, e
ele passa três dias e três noites em seu ventre. Em agonia e arrependimento,
Jonas ora a Deus, que ordena ao peixe que o vomite em terra firme.
Jonas finalmente
obedece, vai a Nínive e prega a mensagem de Deus. Para sua surpresa, o rei e o
povo de Nínive se arrependem e jejuam, demonstrando humildade e contrição.
Deus, vendo sincero arrependimento, decide não destruir a cidade.
Jonas, porém, fica
muito ressentido com a misericórdia divina, pois desejava ver a destruição da
Cidade. Ele se retira da cidade e constrói um abrigo. Deus faz crescer uma aboboreira
para dar sombra a Jonas, mas no dia seguinte, envia um verme para destruí-la.
Jonas se irrita com o
calor e com a perda da planta. Deus o repreende, ensinando-lhe uma lição sobre
compaixão. Deus argumenta que, se Jonas se preocupava tanto com uma planta,
quanto mais Ele se preocupava com a grande cidade de Nínive e seu povo.
Jonas não queria ir a Nínive por medo e
preconceito. Nínive era a capital da Assíria, um império poderoso e cruel que
frequentemente oprimia Israel. Jonas, como um profeta hebreu, provavelmente
nutria um profundo ressentimento em relação aos ninivitas, vendo-os como
inimigos. Ele temia ir a uma cidade tão poderosa e perigosa.
Jonas era um patriota hebreu e desejava a
destruição dos inimigos de Israel. A ideia de que Deus estenderia sua
misericórdia a um povo tão odiado era repugnante para ele. Mas, sabia que Deus
era misericordioso e compassivo e temia que, se os ninivitas se arrependessem,
Deus os perdoaria, frustrando seu desejo de vê-los punidos. Isto está em Jonas
4:2, onde ele diz: "Ah! Senhor, não foi isso o que eu disse, estando ainda
na minha terra? Foi por isso que me apressei em fugir para Társis, pois sabia
que és Deus misericordioso e compassivo, lento para a ira e cheio de amor, que
ameaça castigar e não castiga".
A história de Jonas é uma reflexão sobre a
misericórdia e a compaixão de Deus, que se estendem a todos os povos da terra,
e sobre a importância da obediência e do arrependimento.
Deus é bom!
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