João Cruzué
Existem pessoas que deixam uma sensação de bem estar quando se despendem de você. Elas têm um "não-sei-o-quê" de bom que alegra o seu dia. Isso me lembra o irmão Raimundo um moço alegre, bacana, que conheci nos tempos da minha juventude. "Irmão João, que gravata bonita!". Ele sempre procurava algo nos amigos para destacar e elogiar.
Também conheci o outro lado da moeda. Congreguei em certa Igreja onde existia um cooperador mal-humorado. A primeira vez que algum crente novo chegava àquela Igreja, passava pela lupa daquele irmão. Se não tivesse um defeito à vista, ele tratava de puxar conversa para descobrir algum. Quando saía de perto da gente, ficava aquela queimação no estômago.
Eu passei pelo crivo de um desses irmãos outro dia.
Assim que me encontrou no supermercado, a primeira frase que ouvi foi: "João, você está mais gordinho..." Olha, você precisa fazer umas caminhadas, etc. Não sabia ele que estava 10 kg mais magro, e tinha passado o fim de ano caminhando o bastante para perder 2 quilos, em vez de engordar. Fui contar-lhe uma bênção que o Senhor havia me dado no final do ano, uma baita porta de trabalho. Aí, ouvi: "Sabe, eu nunca precisei de 'bater' cartão".
Não entrei em detalhes nem respondi que não tinha relógio de ponto no trabalho. Mais eu fiquei chateado e deixei para lá.
Não escrevi esta crônica para ficar choramingando, senão para contar uma coisa: como é tão fácil você ser agradável com alguém. Imagino Jesus olhando para Zaqueu. O Senhor poderia dizer muitas coisas ruins sobre aquele baixinho, corrupto e prevaricador.
Acho que Zaqueu levou um susto quando ouviu:
--Zaqueu, desce depressa, porque me convém pousar hoje em tua casa. Imagino que boa impressão aquele chefe dos publicanos de Jericó teve de Jesus.
Você sabia que existem muitas mulheres cristãs que já não vão mais à Igreja porque têm problemas de obesidade ou nem tanto? Elas preferem ficar em casa deprimidas, pelo pavor de ir ao culto e ouvir: "Irmã, você engordou!" Hoje o maior preconceito da sociedade e até dentro das Igrejas não é mais quanto à raça, sexo ou religião. É contra as pessoas que tem alguns quilos a mais.
O conceito mundano de estética estabelecido por nem sei quem, criou a ditadura da anorexia. Coitado de quem tem uns quilinhos a mais. Se for mulher, a cruz então fica muito mais pesada.
Quem é que aguentaria meia dúzia de comentários inconvenientes e recorrentes sobre o excesso de peso, em um culto de domingo? Entristecedor. É possível ser cristão e desagradável ao mesmo tempo? Acho que não.
O que você me diz?
Também conheci o outro lado da moeda. Congreguei em certa Igreja onde existia um cooperador mal-humorado. A primeira vez que algum crente novo chegava àquela Igreja, passava pela lupa daquele irmão. Se não tivesse um defeito à vista, ele tratava de puxar conversa para descobrir algum. Quando saía de perto da gente, ficava aquela queimação no estômago.
Eu passei pelo crivo de um desses irmãos outro dia.
Assim que me encontrou no supermercado, a primeira frase que ouvi foi: "João, você está mais gordinho..." Olha, você precisa fazer umas caminhadas, etc. Não sabia ele que estava 10 kg mais magro, e tinha passado o fim de ano caminhando o bastante para perder 2 quilos, em vez de engordar. Fui contar-lhe uma bênção que o Senhor havia me dado no final do ano, uma baita porta de trabalho. Aí, ouvi: "Sabe, eu nunca precisei de 'bater' cartão".
Não entrei em detalhes nem respondi que não tinha relógio de ponto no trabalho. Mais eu fiquei chateado e deixei para lá.
Não escrevi esta crônica para ficar choramingando, senão para contar uma coisa: como é tão fácil você ser agradável com alguém. Imagino Jesus olhando para Zaqueu. O Senhor poderia dizer muitas coisas ruins sobre aquele baixinho, corrupto e prevaricador.
Acho que Zaqueu levou um susto quando ouviu:
--Zaqueu, desce depressa, porque me convém pousar hoje em tua casa. Imagino que boa impressão aquele chefe dos publicanos de Jericó teve de Jesus.
Você sabia que existem muitas mulheres cristãs que já não vão mais à Igreja porque têm problemas de obesidade ou nem tanto? Elas preferem ficar em casa deprimidas, pelo pavor de ir ao culto e ouvir: "Irmã, você engordou!" Hoje o maior preconceito da sociedade e até dentro das Igrejas não é mais quanto à raça, sexo ou religião. É contra as pessoas que tem alguns quilos a mais.
O conceito mundano de estética estabelecido por nem sei quem, criou a ditadura da anorexia. Coitado de quem tem uns quilinhos a mais. Se for mulher, a cruz então fica muito mais pesada.
Quem é que aguentaria meia dúzia de comentários inconvenientes e recorrentes sobre o excesso de peso, em um culto de domingo? Entristecedor. É possível ser cristão e desagradável ao mesmo tempo? Acho que não.
O que você me diz?
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Um comentário:
Olá João.
“O que você me diz?”
Eu digo que existe gente magra e saudável e outras magras por motivo de alguma doença; há obesos saudáveis e outros por motivo de enfermidade. Mas tais detalhes não passam pela cabeça de quem está escravizado pelo mau-hábito de falar sem pensar antes.
É claro que a crítica construtiva é boa. Pois é o reflexo da mente virtuosa. Mas o bom-alvitre recomenda expressá-la somente quando solicitada.
Eu me lembro das palavras de Jesus:
“Os olhos são a lâmpada do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz; 23 se, porém, os seus olhos forem maus, todo o seu corpo estará em trevas. Portanto, se a luz que existe em você são trevas, que grandes trevas serão!” (Mateus 6.22, 23 – NAA).
Ele disse “se a luz que há em você são trevas”? Parece uma frase sem sentido, é complicado encontrar o que isso significa. Talvez uma força de expressão, um recurso de linguagem metafórico. Eu prefiro pensar que seja aquela situação em que a pessoa está acostumada com a escuridão e não se incomoda muito com o brilho da luz.
Indo da ilustração para a prática, tal lição fala sobre comportamento. Os olhos são figuras de linguagem cujo sentido alude às intenções do coração humano. No caso, ver é o mesmo que estabelecer metas.
Ao cristão, cabe alimentar “objetivos iluminados”, fazer a vontade de Deus no que tange às relações interpessoais. Amar. O amor não faz mal ao próximo e jamais acaba. Portanto, em toda a nossa vida precisamos buscar a luz e vigiar para não nos acostumar com o breu desse mundo sem Jesus.
Abraço.
E.A.G.
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