quinta-feira, março 28, 2013

A política e o pastor evangélico à sombra do carvalho



João Cruzué

Este post destoa a princípio do pensamento geral das lideranças evangélicas de nosso tempo. Digo a princípio porque, no meu entender,  há dois tipos de exercício político: representação política e ação política.  Para  mim, a atuação de um pastor diante de seu rebanho é muito mais valiosa que sua representação solitária adiante de uma Casa Legislativa. Trocar a função ministerial pela representação legislativa é desprezar a santa vocação do Senhor. O Senhor deu dons ministeriais a sua Igreja, e aqueles que foram separados para o Ministério devem viver para o Ministério.

Deus não faz confusão. Quando elege um homem e o capacita para ministrar à frente do rebanho, sua chamada é exclusiva, elevada e maravilhosa. E este pastor, quando posto à prova, dá ouvidos a outra voz, é semelhante àquele profeta novo que desceu em Betel para anunciar o nascimento de Josias da Casa de Davi diante do Rei Jeroboão, profetizando contra o altar. Vou resumir este episódio triste, de desobediência à voz de Deus.

"E estendendo o Rei a mão contra o profeta, ela secou-se imediatamente. Humilhado, o rei pediu oração ao profeta, ele orou, e sua mão ficou curada.  E disse Rei ao profeta novo: Vem comigo a minha casa e conforta-te. e dar-te-ei um presente.

Porém o jovem profeta disse: Ainda que me desses a metade da sua casa, não iria contigo, nem comeria pão, nem beberia água neste lugar, porque assim me ordenou o Senhor: Não comerás pão, nem beberás água, nem voltareis pelo caminho por onde foste. E o profeta se foi, voltando por outro caminho.

E morava em Betel um profeta velho. E o profeta velho, muito experiente nas palavras, albardou um jumento e foi à procura do varão de Deus. E encontrando-o sentado à sombra de um carvalho, perguntou:

--És tu o homem de Deus que veio de Judá?

--Eu sou.

--Então vem comigo a minha casa e come pão.

--Não Posso. O Senhor me disse que não devo fazer isso.

--Ah! também sou profeta como tu, e um anjo me falou pela palavra do Senhor dizendo: "Faze-o voltar contigo para tua casa, para que coma pão e beba água." 

Mentiu.

E sucedeu que depois que comeu pão e bebeu água,  o jovem profeta de Deus foi-se embora, montado no jumento. E um leão o encontrou no caminho e o matou. E tanto o jumento quanto o leão estavam junto ao cadáver, quando foi encontrado.

Como contextualiza bem o momento  atual com este trágico acontecimento do passado, que está registrado em no capítulo 13 do primeiro Livro dos Reis. Ele traz um alerta aos homens de Deus que hoje estão assentados à sombra do carvalho. À sombra da ociosidade. Orgulhosos das conquistas que já fizeram à frente do ministério. 

A sombra do carvalho é muito parecida com o terraço do palácio onde Davi estava, já cheio de  tantas vitórias,  no dia da tentação.

É à sombra deste carvalho que muitos homens de Deus, bispos, pastores, evangelistas, têm sido tentados a trocar o ministério por um cargo político. Ali naquela penumbra, escondidos do sol, tem se ouvido muitos convites semelhantes ao do profeta novo. Convites convincentes, baseados em discursos de profetas velhos cheios de argumentos ardilosos... Olha eu também sou pastor, bispo, homem de Deus como você, seu lugar não é no Deserto, você precisa ir para Brasília - para defender o "POVO", a Igreja Evangélica... volta, vem comer o pão e beber a água do Planalto!

De onde está vindo os muitos escândalos, contradições, fisiologismo, de homens que antes andavam calçados com os sapatos do evangelho, e os trocaram pelos  "jumentos" do secularismo.  Há muitas Igrejas de luto, olhando o que restou dos homens que antes cuidavam do rebanho do Senhor: cadáveres espirituais cercados de leões e jumentos.

A representação política está ao alcance de os todos cidadãos deste país. Mas não para o homem de Deus que tem uma chamada real para o santo Ministério. Se ele voltar atrás, será pela tentação do diabo ou porque já está caído da graça e porque a alma do Senhor já não mais tem  prazer nele.  

 É sempre bom lembrar disso.






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2 comentários:

Aluizio Araujo disse...

A POLITICA E O PASTOR EVANGÉLICO À SOMBRA DO CARVALHO

Lendo seu artigo deparei com algo que mais questiono, desde a minha conversão, não existem dois chamados. Aliás, a impressão que tenho é que para ser político hoje, primeiro precisa ser pastor, por que são tantos na carreira política e nem por isso o povo tem sido bem representado, haja vista os direitos constitucionais que não se cumprem, principalmente na saúde e outros.

Outra coisa que não concordo, pastor de ovelhas é enquanto estar exercendo esse chamado costumou até dizer “fulano estar presidente” ou... No meu entendimento saiu do chamado ou profissão não se deve continuar se referindo a antiga função, até por que não exerce mais por que vai esquecendo aquilo que fazia antes.

Qualquer pessoa de bom senso enxerga até pela lógica que a função de um pastor é de muito mais importância para uma nação do que de políticos, haja vista os milhões de pessoas salvas e com as suas vidas transformadas, melhora como chefe de família, melhora o caráter, concerta eticamente, formando melhores cidadãos que exercer melhor sua cidadania, quer seja como profissional em áreas diversas e até mesmo na área política como gestor público ou legislador. Obrigado João por esse espaço onde podemos de forma responsável postar nossa opinião.

Anônimo disse...

É isso mesmo pastor João! Concordo plenamente! Hj em dia infelizmente muitos pastores estão tão dispersos dos cuidados com as ovelhas e pra ficarem ainda mais distantes, se mentem com política e acabam envolvendo tudo. Veja o Marco Feliciano, eu particularmente nunca gostei do estilo dele de pregação pois sempre achei que ele prega muito em cima de conjecturas para deixar uma história bíblica mais bonitinha, pondo na boca das pessoas da palavra e até de Deus palavras que nunca foram ditas, exemplo é a pregação vergonhosa onde ele fala de John Lennon, que Deus se vingou dele usando a vida de um fã pertubado para matá-lo com 3 tiros, sendo que foi 5 mas 3 daria mais certo com a vingança em nome da trindade. É cada absurdo!Se ele houvesse ficado na dele, fazendo a obra que realmente lhe foi confiada, não veríamos ele próprio sem saber se é mais pastor ou se é mais político, pra mim ele já mostrou qual o lado que ele escolheu enão está passando mais do que a consequência de seus próprios atos...o duro é que tem muitos, mas muitos cristãos que nem analisam e pelo cara ser cristão pronto, vamos ficar a favor de qualquer disparate dele que tá valendo. Na boa, ele não me representa como pastor mas apenas como legislador, apenas isso e nada mais. Paz do Senhor irmão Cruzué, que Deus continue te usando.