terça-feira, agosto 31, 2010

A política brasileira sob um olhar cristão

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Bolsa família
João Cruzué

Tenho evitado escrever sobre política nestes tempos, pois há suficientes fontes para tecer análises para todos os gostos. Isto não significa que eu não tenha opinião. Tenho, mas ela é bem rabugenta, pessimista. "Nunca antes na história desta nação" tenho visto tanto sofisma e manipulação. Vejo que esta eleição presidencial vai ser decidida na base do bolsa-família.

Acabaram-se os comícios; se há debates, eles são chochos e engessados. As batalhas políticas deixaram as ruas e são produzidas na frente das câmeras de TV diante de meia dúzia de pessoas. Os discursos são todos feitos com base em pesquisas qualitativas. Fala-se aquilo que as classes "A", "B", "C", "D" e "E" querem ouvir; naturalmente ao ouvido de cada uma.

E aquilo que os eleitores querem ouvir, não é de forma alguma o que os candidatos pensam. É puro sofisma. Tudo produzido com muitas luzes, pó de arroz, para não mostrar o suor. Não há mais cheiro de povo nessas campanhas. As eleições no Brasil se transformaram em capítulos de novela. Tudo muito bem arrumado, penteado em nome da aparência.

Pesquisas. Por mais que eu tente, não consigo enxergar nenhuma "neutralidade" das pesquisas. Retrato de tendência apenas elas não são, pois forçam a um plebiscito, onde não são as opiniões que valem, mas as estatísticas que cabresteiam o voto. Ainda mais em terras tupiniquins onde o voto é dado para quem vai ganhar. Se isto não é manipulação, o que mais seria?

Para não falar nos financiamentos das campanhas. Belisquem-me se eu estiver sonhando: "Todo poder emana do povo", mas este povo tem duas classes os que votam e os que financiam campanhas. Acho que são destes últimos o poder, que não apenas emana, mas MANDA de verdade.

A grande mídia, percebe-se, está muito preocupada com o cerceamento da informação. Governo não é um presidente, mas dezenas de milhares de pessoas que compartilham o poder. E no meio dessa gente, há muitos que gostariam de colocar uma mordaça na imprensa, como já é feito na Venezuela, Argentina, Cuba... Um governo acima de críticas, aberto somente para adulações.

Sinceramente, estou preocupado. Pela primeira vez, não consegui ainda escolher meus candidatos. Está tudo muito confuso. Propostas de acordo com os ouvidos do povo. E a distância deste povo com o "pudê" só encurta de quatro em quatro anos. Fora disso, não se vê mais tal "pudê".

Por fim, o que mais me entristeceu nas "propostas" até agora foi essa: "a oferta de mais bolsas-família" nos próximos quatro anos. Acho que enxergam o Brasil como um país de mendigos e descamisados. Bolsa-família para todos.

Isso é campanha ou curral eleitoral? Deus que me perdoe!

Enquanto isso, tem muito crente, católico, evangélico que são contra a aprovação da PL. 122, mas vão votar em senadora, senador, deputada ou deputado que na primeira oportunidade vão votar a favor, e pior, ainda vai cuspir no "prato" dizendo que "essa gente (os crentes) são o atraso da sociedade.

Na minha opinião, quem vota errado merece mesmo uma "bolsa família."





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