segunda-feira, maio 10, 2010

Alexandre Menezes dos Santos - outro motoboy negro morto pela polícia

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O PIOR PRESENTE NO DIA DAS MÃES


A mãe - Maria Aparecida de Oliveria Menezes
João Cruzué


Testemunho da Mãe de Alexandre, Sra. Maria Aparecida de Oliveira Menezes.

"Comecei a gritar que ele era meu filho, para não baterem nele. Mas eles falavam que eu parecia um canguru pulando e que, se eu não calasse a boca, eles iriam me prender. Não sei por que tinham tanta raiva." Alexandre deixou um filho de três anos e foi enterrado no domingo "Dia das Mães."Que tristeza! Enterrar um filho no Dia das Mães."

O Desabafo desta mãe, assustou-me. Ela disse que "Queria chamar a polícia, mas era a própria polícia que estava matando seu filho, na sua frente, e na porta da sua casa". Então, ela percebeu que estava impotente, pois nem a polícia poderia chamar. Muito constrangedor.

O filho: Alexandre Menezes dos Santos

Os jornais só se esqueceram de diz que Alexandre também era negro! Dois casos iguais em menos de um mês. Até o Governador Alberto Goldman ficou irritado. E desta vez não vai ser uma cartinha do Capitão que vai resolver o problema. Vai precisar bem mais que isso. Vai precisar de uma boa Capelania cristã para ajudar a diminuir a peçonha da violência.

Não quero atirar pedra na Polícia, mas quando é que esta cultura de violência herdada da ditadura, vai embora? Se isso continuar assim a sociedade das periferias vai ter mais medo da Polícia do que da bandidagem. O que ,infelizmente vem acontecendo, pois o narcotráfico vem ocupando o espaço do Estado omisso, que abandonou as populações mais pobres. Não existe mais políticas públicas para a periferia da Grande São Paulo.

Com o Estado está cada vez mais ausente, e o narcotráfico presente, não é batendo em negros e matando motoboys que o Estado vai cumprir seu papel. Ao contrário, cada vez que a polícia perde o controle e violenta os direitos das pessoas, matando filhos na frente de mães, a bandidagem agradece.


Reportagem da morte de outro motoboy, há menos de um mês, filho de uma professora crente, da Zona Norte de São Paulo. A mestra Elza Pinheiro com carinho.


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