sábado, junho 03, 2017

Postura da Igreja Evangélica diante da corrupção

Ovelhas sem pastor
João Cruzué

Este é o tipo de texto que você não vai encontrar no site de uma grande Igreja evangélica. E por que não vai? Porque suas lideranças "acham" que isto nada tem a ver com a missão da Igreja. Errado! É preciso sim tomar atitudes cristãs, ter um postura cristã, e romper com o silêncio da indiferença que nunca foi cristão.

Por mais de 40 anos o dragão da inflação devorou o bolso das famílias brasileiras. Era o gafanhoto. Devorava o suor dos assalariados de tal maneira que chegou um tempo em que dormiam com 100 cruzeiros no bolso e acordavam com 50. Até que chegou o julho de 1994. De lá para cá o dragão deixou de torrar os caraminguás dos brasileiros. Tenho certeza  que muitos pastores e muitos crentes oraram para que esse dia se tornasse realidade. E se tornou!

Todavia, outra praga apareceu e vem se multiplicado exponencialmente: as Ratazanas brasiliensis que institucionalizaram a corrupção na vida pública brasileira. Se antes ela era praticada na penumbra da noite, hoje ela é o substantivo abstrato mas saliente entre os pequenos e grandes ratos que moram nos esgotos de Brasília.

A moralidade? ora a moralidade... é uma virtude que tem sido condenada ao calvário enquanto os barrabás por baixo dos panos compõem poemas franciscanos, produzindo rimas de gerúndio com o presente do indicativo.

O futuro de nossa nação está seriamente ameaçado. Todo dia, centenas de velhinhos, crianças, índios e mendigos  estão morrendo de fome e  miséria, porque algum larápio meteu a mão no dinheiro público A Casa de Deus está corando de vergonha. O dízimo financia novelas, as ofertas estão comprando fazendas de gado e Haras para criação de cavalos. É um prevaricar sem fim e sempre crescente.

A corrupção é hoje a maior praga que assola nossa nação. Vem seguida da violência. Legiões de demônios agem com desenvoltura espalhando  miséria através das mentes que só pensam em como se dar bem com o dinheiro público. Uma simbiose real sustentada no plano espiritual. Filhos de Can assalariados pelo cão.

Eu já estou enfadado e irritado de tanto ouvir  nomes: "cachoeira", alfa, beta,  Monte Carlo e Delta. Mas como ratos somente andam em pares, cadê os outros roedores? Certamente estão fazendo a oração do bode emissário. Um vai para o deserto, enquanto o restante da quadrilha disfarça, e disfarça muito bem, como se fossem santos de carteirinha, desde o nascimento

E diante de tudo isso, seguem indiferentes e omissas as lideranças das grandes Igrejas Evangélicas Brasileiras, fazendo corar no túmulo os muitos personagens bíblicos que desciam a língua publicamente nas atitudes e ações de governantes que se prostituíam.

Perguntar faz parte da minha liberdade de expressão: Por que será que Tantos líderes evangélicos anda tão "caladinhos" e não têm protestado com veemência contra estes malandros que roubam o sustento dos órfãos, o pão  das viúvas e a referência dos jovens?

O silêncio destas lideranças é o maior incentivo para quem está roubando o dinheiro público. Porque neste caso específico, quem cala está CONSENTINDO em alguma coisa má.

Orar apenas não basta. Agora não é tempo de orar, mas de cobrar rispidamente mais vergonha na cara e amor ao próximo. Se o pastor e o bispo  não tem mais unção para fazer isto, a quem então iremos recorrer?

A Igreja de Jesus não vai desaparecer, mas essas associações religiosas que estão aí pregando um evangelho  de faz de conta$ e que conta$$$. Os crentes podem até perdoar escorregões morais, mas a sociedade, não. É como o sal que perde o prazo de validade e não presta mais para nada.

Esta talvez seja a maior oportunidade que a Igreja Evangélica já teve para evangelizar esta nação. A sociedade precisa de um paradigma. De um exemplo a seguir. De referências. Mas cadê a postura?







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sexta-feira, maio 26, 2017

A sinceridade de um amigo




Wilma Rejane


Fiéis são as feridas feitas pelos que ama, mas os beijos dos inimigos são enganosos. Provérbios 27:6

Feridas são interrupções na lisura da pele afetando sua normalidade. São lesões superficiais ou profundas que exigem remédios e cuidados especiais. A verdade dita por um amigo é comparada a abertura de uma ferida, exige uma ruptura com velhos hábitos e/ou pensamento comum estagnado. Abrir uma ferida é provocar dor, choro, incômodo. Feridas são necessárias para quem almeja a cura. 

O problema é que nem sempre interpretamos de bom grado as verdades ditas a nosso respeito. A vaidade e o orgulho são como um duro casco impenetrável que não permite rupturas, ferimentos. E nessa "proteção" vão se acumulando  sujeiras que somente uma ferida, uma abertura expurgaria em purificação. 

O provérbio diz que os amigos são sinceros,custe o que custar. Mas os inimigos são hipócritas e agem com lisonjas e agrados a fim de acariciar o ego, armando uma rede para queda (Provérbios 29:5). É perigosa a satisfação adquirida por meio de elogios e glorias e é de bom proveito a repreensão franca e verdadeira.

Encontrei um verso Bíblico bem apropriado para esse tema, ele foi pronunciado por Paulo a igreja de Coríntios: " Pelo que façamos festa não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade" I Coríntios 5:8.

O fermento velho era a hipocrisia dos fariseus com toda sua pompa,orgulho e inflexibilidade as verdades do Evangelho. Jesus reiteradas vezes os chamou de hipócritas, mas isso não doía neles, pelo contrário, os fazia inchar de orgulho. Seus cascos eram impenetráveis e a sujeira era uma como proteção às rupturas. Fariseus quando repreendidos procuravam meios de vingarem-se. Vingança não deve fazer parte de uma amizade sincera.

Sinceridadeeilikrineia (Strong 1505)- julgado pela luz do sol. Os bazares orientais expunham suas mercadorias à luz do sol para prová-las. Alguns mercadores desonestos remendavam peças rachadas ou cobriam os defeitos com uma cola.

A falsidade é assim como "cobrir os defeitos com uma cola". E a sinceridade é esta que resiste à prova da claridade. Assim, temos como dever julgar o que dizem a nosso respeito se nos é dito com sinceridade ou com falsidade. Somos nós que colocamos "a mercadoria sob a luz" para examinar sua qualidade. Quantos não se vêm em apuros,indo por caminhos de erro e perigo por não avaliarem corretamente as amizades? 

Amigos verdadeiros são os que nos aproximam de Deus e daquilo que Deus quer para nossas vidas. Estes são bem raros, mas resistem a prova do tempo e de nossas imperfeições. São pessoas que nos querem bem e querem o nosso bem. "O justo serve de guia para o seu companheiro, mas o caminho dos perversos os faz errar" (Provérbios 12:26)

Jesus experimentou do beijo falso do inimigo chamado Judas Iscariotes ao ser capturado para crucificação no Getsêmani. Mas a falsidade do inimigo não foi capaz de vencer o poder da Verdade que vertia de seu corpo ferido, ensanguentado. Por suas chagas fomos todos sarados (Isaías 53:1-5). Feridas são necessárias quando nos fazem refletir o caráter de Cristo. Amigos necessários são aqueles que não se alegram com o pecado alheio, nem escarnecem dos justos,antes têm prazer na bondade e esta bondade é a Palavra de Deus (Salmo 1:1).

Mas não sejamos ingênuos, a Palavra de Deus também se encontra na boca dos tolos, dos perversos, dos enganadores. Contudo, pelos frutos os conhecereis. Se alguém vive provocando discórdias, fofocas e não guarda segredos, é bom manter cautela:

 "O homem perverso provoca dissensão, e uma fofoca separa amigos íntimos." Provérbios 16:28

"A fofoca trai a confiança, mas um homem de confiança mantém um segredo. " Provérbios 11:13


A Bíblia diz ainda  que o amigo ama em todos os momentos e na angústia nasce o irmão (Pv 17:17). Assim, temos os dias de angústia como um referencial sobre amizades. Amigos de verdade não abandonam na angústia, antes confortam, compreendem.

Convêm dizer que Jesus teve amigos não cristãos, homens pecadores. Contudo, Ele foi capaz de influenciá-los de tal modo que puderam ser transformados pelo seu companheirismo. É assim que Ele nos ensina a mantermos a diplomacia, a amizade com pessoas de credos diferentes do nosso e que isso não seja como o fermento dos fariseus a crescer em nossos corações para malícia e maldade. Pelo contrário, o cristão é que deve influenciar os que ainda não conhecem a Verdade do Evangelho.

Vide Daniel, ele foi capaz de ser amigo do rei Nabucodonosor sem se deixar levar pelas dissimulações e idolatria do rei. A moabita Rute foi diretamente influenciada por sua nora judia Noemi. João Batista pode ser visto como amigo do rei Herodes porque lhe repreendeu sobre o adultério querendo que Herodes se arrependesse e mudasse de vida. Mas acabou sendo morto por trama de Herodias (amante de Herodes) que não acatou as repreensões e planejou vingar-se matando-o. Através desses exemplos é possível constatar que as amizades verdadeiras se mantêm apesar dos conflitos. E as inimizades perduram e se consomem quando os interesses pessoais são maiores que o amor mútuo.

Deus nos abençoe com bons amigos.