domingo, março 13, 2016

Qual é o tamanho do amor de Deus

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Filho pródigo
João Cruzué.

O nome do Deus cristão é YAVÉ cuja tradução do hebraico quer dizer mais ou menos isto: EU SOU O QUE SOU. Ele também se manifestou ao velho patriarca Abrão, como  EL-SHADDAI, o Deus Todo Poderoso. Qual é o tamanho do amor deste Deus? Tendo feito esta pequena introdução, é sobre isto que vamos meditar.

Tendo chegado o Kairós de Deus  o SENHOR Deus enviou seu filho unigênito, mais conhecido pelo seu nome grego, Jesus Cristo.  Sem entrar em conceitos teológicos, que não vão ser usados na escolha da forma de linguagem deste texto, Jesus é a expressão concreta do amor de Deus.

Quando Jesus contou a parábola do "Bom Samaritano", ele mostrou que os religiosos da parábola estavam tão ocupados com coisas secundárias que deixaram de assistir uma vítima de assaltantes. Aí, veio um viajante que era natural de Samaria, uma região de pessoas preconceituosas e que também sofriam grave preconceito, viu o moço muito ferido, não pensou duas vezes, e lhe prestou socorro. Jesus, nesta parábola lançava em rosto dos fariseus a sua face pouco amorosa.

Quando Jesus viu o cortejo fúnebre do filho da viúva da cidade de Naim, ela nem sabia que Ele se preocupava com sua perda. Sem ter tido uma oração, aquela viúva viu quando um homem se aproximou e mandou o espírito daquele moço voltasse ao próprio corpo. O que era um velório se transformou em uma festa.

Quando Jesus foi cercado por um grupo de hipócritas fariseus, trazendo uma mulher que tinha sido pega em flagrante ato de adultério, eles  pediram para que ele desse o veredito que levaria à morte aquela mulher. Mas Jesus surpreendeu a todos dizendo: Aquele que estiver sem pecado, que atire a primeira pedra. Os acusadores, surpresos, foram embora. 

--Mulher, onde estão os teus acusadores? Eles se  foram SENHOR.

--Nem eu, tampouco. Vai e não peques mais!

Por último, Zaqueu era o chefe da coletoria de impostos da cidade de Jericó. Era odiado porque, eventualmente, liderava um grupo de fiscais corruptos. Entrando na cidade, Jesus viu um homem no alto de uma árvore. Era Zaqueu. Sem olhar para o lado podre do coração do homem, o SENHOR simplesmente fez um convite:

--Zaqueu, desce depressa porque, hoje, me convém pousar em sua casa. Não houve sermão, nem repreensão, nenhuma palavra. Apenas a presença de JESUS, foi suficiente para produzir uma mudança de consciência naquele velho corrupto.

Muitos outros exemplos poderiam ser tomados. Em todas as situações, acima, está evidente a GRAÇA de Deus. Aquilo que a pessoa, por si, não pode resolver, por ser uma situação de impossibilidade, o amor de Deus O leva a abaixar-se até nós para nos perdoar, curar, erguer e nos sentir amados.

Em qualquer situação, a porta do Céu sempre vai estar aberta para a entrada de uma oração. E sempre vai ser um tempo oportuno, por causa do grande amor de Deus. Este amor não pode ser descrito, porque não é possível compreender  a altura, nem a sua profundidade, mas ele pode ser experimentado. 

Basta um passo, uma palavra, um desejo ou um pensamento para Deus, que ELE nunca vai lhe virar as costas. Cada atitude de Jesus, no Evangelho, mostra as várias faces do grande amor de Deus: curando, perdoando, ressuscitando, transformando, ensinando e acolhendo meretrizes, leprosos, fiscais corruptos e outros. 

Desta maneira, de uma forma bem simples, é possível ver que Deus se preocupa conosco. Preocupa-se da mesma forma que o Pai do filho pródigo, que todo dia olhava pelo caminho para ver se seu filho mais novo estava voltando.



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Amor, consciência e fé


Consciência
João Cruzué

O apóstolo Paulo resumiu em sua primeira carta a Timóteo o propósito do mandamento divino para o homem: A caridade de um coração puro, um boa consciência e uma fé não fingida. Os três grandes pilares onde se assenta a vida cristã. Ele também escreveu, no capítulo 12 da epístola aos Romanos que o cristão não deve se conformar com os valores de um pensamento mundano, declaradamente contrário a tudo que é de Deus. A receita de Paulo para os cristãos romanos, embora tenha quase dois mil anos, nunca foi tão atual.

Existe caridade nascida de um coração corrupto? Com certeza. Basta ver o que acontece nos governos populistas, que dão bolsas-esmola para conquistar o sufrágio dos pobres, mas preferem frequentar andar de mãos dadas com os ricos e poderosos. É uma esmola interesseira. Também, no princípio da época cristã, Jesus ensinou que não se deve fazer propaganda de ações beneficentes.

Depois da caridade, Paulo escreveu para Timóteo sobre manter uma boa consciência. Segundo o Dicionário Merrian-Webster, traduzindo da língua inglesa, consciência é a parte da mente que mostra para você se suas ações  são moralmente boas ou más. Ao meu sentir, a consciência é como uma balança que pesa e avalia suas ações. A boa consciência de que Paulo fala é consciência cristã. Meu saudoso pastor Luiz Branco, por várias oportunidades ensinava que cada crente possui uma consciência com sensibilidade diferente. É o caso de que Paulo fala: que se comer carne escandalizar seu irmão, então é melhor não comer.

Sobre a consciência neste mundo pós-moderno, onde as grandes empresas ditam moda e costumes, posso dizer que vivemos em tempos muito perigosos, pois os objetos de desejo e consumo da sociedade não cristã estão CONFORMANDO a mente muitos crentes. A febre de consumo dos smartphones, a forma de exposição nas redes sociais e o pensamento egoísta de nossa época tem amortecido o amor e turvado a consciência, principalmente, da geração mais nova.

João e Paulo sempre foram muito claros sobre o significado de amor ao mundo. Amar o mundo significa gostar das coisas que o mundo (sistema de valores) gosta. Significa se comportar  da mesma forma que um ímpio ou incrédulo se comporta. É andar, falar e relacionar-se de uma forma que não se possa diferenciar que é cristão de quem não é. Quando esta diferença não fica bem visível, é porque a presença de Deus já está ausente daquele que se diz cristão.

Esta forma egoísta, indiferente, insensível, narcisista  de viver, é o núcleo duro de um sistema de valores que o apóstolo João  (I João 2:15) ordenou: Não ameis o mundo, nem o (os valores) no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do PAI não está nele. Isto quer dizer não se deixar dobrar pelos valores do mundo. Os valores da porta larga que Jesus rejeitou em Mateus 7: vv. 13-15.

Se o cristão aceitar como normal e corriqueiro padrões de comportamento e consumo, ele pouco a pouco vai se dobrar ao laço maligno. Não existe um caminho intermediário onde você coloca um pé no caminho da prostituição, da satisfação crescente do próprio eu,  e ao mesmo tempo continua frequentando uma Igreja.

Não se deve confundir religiosidade com  fé.

Religiosidade é quando você vai a Igreja, passa o dia inteiro lá, enquanto sua mãe está doente e acamada em casa. Um exemplo estranho, mas bem mais comum do que você pensa.  A nova geração que adora passar horas e horas mexendo nervosamente os dedos sobre um smartphone , a meu ver está sujeita a um sistema mundano de valores que privilegia o "amor": o amor a si mesma.

Fé, nos dias de hoje é manter uma consciência sensível, para sempre ouvir a voz do Espírito Santo. É esperar no SENHOR e se manter atento e distante daquilo que o mundo ama. Fé é procurar manter-se afastado dos valores que o mundo defende, para agradar a Deus. Deus não nos deu um espírito de timidez. Deus não nos deu um espírito insensibilidade diante da dor e necessidade das pessoas que nos cercam. Deus não nos deu um espírito egoísta que procura colocar o eu em primeiro lugar e o próximo em último. Deus nos deu, isto sim,  um espírito de fortaleza, de amor e de moderação.

Que cada um nesta noite, feche a porta do seu quarto e coloque na balança a forma de comportar e as atitudes do cotidiano. Sobretudo, é preciso avaliar se não estamos pendurados em alguma rede maligna em um oceano de viciados. O primeiro sinal de perigo é a falta de atitudes de amor, principalmente para com os que estão dentro da nossa casa.