sábado, dezembro 13, 2014

A pontualidade do professor de escola dominical


Por: Jonas M. Olímpio


Pontualidade é uma questão  de
organização, e organização é uma
questão de responsabilidade
    A primeira coisa a ser observada em uma pessoa responsável é o compromisso, e quem é comprometido com aquilo que faz costuma ter uma séria preocupação com a pontualidade. Você é um bom professor de Escola Dominical? Então, com certeza, você chega na igreja pelo menos meia hora antes da aula para ter tempo suficiente para orar, preparar o ambiente da tua sala e receber seus alunos um por um, não é mesmo? Esse parece ser apenas mais um detalhe sem grande importância, no entanto, esse é um dos fatores mais observados pelos pastores e superintendentes antes de colocarem ou de decidirem se manterão um professor no corpo docente da congregação; e essa é também uma característica que influi muito em sua credibilidade perante os alunos, pois poucos confiam na seriedade de alguém que não demonstra compromisso em seu trabalho. E uma outra coisa também muito importante a se destacar é o fato de que a palavra pontualidade, em seu contexto geral, não se refere apenas a chegar cedo ou na hora marcada, mas também à honestidade, porque implica em cumprir com seus deveres dentro de um período de tempo estipulado. No que se refere aos professores de Escola Dominical, inclui também saber respeitar o tempo de aula, controlando-se para não causar transtornos.
O homem tem em suas mãos o
maravilhoso poder do controle do
tempo; mas para conseguir
utilizá-lo é preciso ter sabedoria e
força de vontade
    Aplicando princípios bíblicos podemos desenvolver um melhor trabalho na área do ensino. E as Escrituras nos orientam que o controle do tempo influi diretamente em seu aproveitamento (Ef 5:16); a sua boa utilização ajuda a conquistar quem não participa do trabalho (Cl 4:5); tudo tem o seu tempo devido e, fora dele, não há como ser bem sucedido (Jo 9:4); devemos nos dedicar ao máximo dentro de nossos limites, pois não sabemos até quando teremos a oportunidade de cumprir nossa missão (Ec 9:10); e devemos jamais nos esquecer que tudo tem o seu preço, e negligenciar a Obra do Senhor custa muito caro (Jr 48:10). Essas orientações bíblicas, na prática, resultam num grande êxito aos obreiros que se preocupam com a busca do conhecimento da Palavra, pois um bom professor sabe que, nos difíceis dias atuais em que as pessoas estão tão carentes, um pequeno sinal de respeito, não as deixando esperar e nem as fadigando com longos discursos além do horário, representa a conquista e a preservação de mais alunos; muitos crentes não frequentam Escola Dominical devido à desorganização em relação ao horário de início e término das aulas; quando uma ministração atrasa ou ultrapassa o tempo estipulado, não surte o efeito esperado porque o foco do público passa a ser dividido entre a mensagem e a atitude antiética do palestrante; a dedicação precisa ser total dentro de suas possibilidades, pois um dia você não mais terá condições de trabalhar, e aí não haverá como voltar atrás; temos uma grande responsabilidade em nossas mãos e, mesmo que não consigamos realizar um trabalho perfeito, não temos o direito de usar as dificuldades como desculpa para o fazermos de qualquer maneira, pois o ensinamento é algo muito sério e seremos duramente cobrados se ignorarmos a sua importância.

    O controle do tempo é algo muito simples se o professor souber se organizar, vejamos algumas dicas:

  1. Se a aula começa as 09h00m, o professor deve estar na igreja por volta das 08h30m ou antes; então ele deverá acordar mais ou menos as 07h00m para ter tempo de tomar um banho, se arrumar e revisar o material antes de sair de casa.
  2. No caso do superintendente, ele deve estar sempre atento ao relógio, e evitar discursos, falando apenas o essencial, antes da divisão das classes para não prejudicar o tempo de aula.
  3. O professor deve controlar o tempo da ministração cuidando para que o comentário de cada tópico tenha em média por volta de 15 minutos. É claro que se deve considerar que nem todas as lições têm o mesmo tamanho.
  4. Em ocasiões em que a aula é dividida entre dois ou mais professores, a atenção ao relógio deve ser redobrada para não prejudicar o trabalho dos seus colegas.
  5. Não é preciso "ter uma metralhadora na língua", mas o professor também não pode falar muito devagar; pois, além de ser muito entediante, isso também pode impedir que ele consiga dar a conclusão dentro do tempo estipulado.
  6. Um mestre também precisa ter uma certa habilidade na leitura. Pessoas que tenham dificuldade para ler, geralmente não conseguem passar todo o conteúdo ou causam atraso na finalização. E também deve-se evitar pedir para alunos semi-analfabetos lerem tópicos da revista ou versículos bíblicos; pois além de os expor ao constrangimento, estará perdendo um tempo precioso.
  7. Contar muito testemunho pessoal, além de transformar a aula numa autobiografia do professor, também toma o tempo da exposição da lição.
  8. Se algum aluno fizer um comentário muito extenso, é preciso, com muita sabedoria e educação, cortar seu discurso dando-lhe a devida resposta e prosseguindo com a aula.
  9. Alunos que conversam muito entre si também podem causar atrasos; nesse caso, uma solução ética e eficiente consiste em dirigir, diretamente a ele, uma pergunta em relação ao que você está falando - que certamente não conseguirá responder - e, depois de passar por esse pequeno constrangimento, se não for muito cara-de pau, com certeza vai diminuir o blá-blá-blá com os colegas de banco.
  10. No encerramento, o superintendente deve resumir ao máximo seus comentários e a leitura do relatório; pois é importante sempre lembrar que algumas irmãs ainda vão fazer o almoço, e se saírem de lá muito tarde podem não querer voltar mais.

Um professor que realmente gosta
do que faz, zela com carinho,
administrando eticamente seu
trabalho, inclusive em relação ao
controle do tempo
    Essas são apenas algumas regras básicas dentro de um perfil geral da maioria das igrejas; mas, é claro que em cada lugar, de acordo com cada situação, os procedimentos variam conforme a necessidade e a capacidade de cada professor, considerando-se também as condições de trabalho que lhes são oferecidas. O importante é que cada um se dedique com o máximo de responsabilidade sabendo que um tempo perdido não representa apenas atraso, mas também uma perda com prejuízos que podem ser irreparáveis tanto para a Escola Dominical quanto para os alunos, como também para si próprio. Um bom professor jamais se deixa derrubar pela preguiça em relação ao seu horário de chegada e nem se deixa levar pelo relaxo trabalhando da maneira que lhe parecer mais conveniente; ele zela pelo tempo porque sabe que ensinar não é apenas falar, mas agir dando exemplos práticos de tudo aquilo que se ensina. A Bíblia ensina que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Pr 1:7), e um mestre sábio tem total consciência de que temer a Deus consiste em administrar com reverência a Obra que Ele colocou em suas mãos com decência e ordem (1ª Co 14:40). A pontualidade é uma das mais visíveis características de quem leva seu trabalho a sério.


O sofrimento na visão do evangelho da prosperidade


Colher de fermento
Por João Cruzué

No exercício da visão noturna, aquilo que você vê nem sempre é o que parece, foi o que percebi isto, viajando de carro, à noite. Nesta situação, tudo deve ser reavaliado, para se certificar de que o que está à sua frente é uma reta, ou uma curva para a direita, ou se aquela coisa clara, a uns 100 metros não passa de um tronco árvore. Na vida espiritual, eu creio que uma só reavaliação das coisas que nos cercam, pode não ser suficiente para evitar que andemos por caminhos errados. Uma boa reflexão para este sábado.

No capítulo 16 do Evangelho, segundo Mateus, Jesus está advertindo os jovens discípulos, para se acautelarem com o fermento dos fariseus. Eles pensando no pão (que se esqueceram de comprar), e Jesus, falando de outra coisa,  prevenindo-os sobre um fermento doutrinário.

Eu fiz uma ligeira pesquisa, no site da Fiocruz, para saber um pouco mais sobre o fermento. Ali está escrito que o fermento biológico constituído de fungos microscópicos, também chamados de leveduras. Elas agem, liberando gás carbônico na massa do pão para que ele fique depois macio e fofinho.  Sem o uso do fermento, o pão ficaria com uma consistência dura, que seria rejeitada no café da manhã, porque não estaria do jeito que nos acostumamos a consumi-lo.

Um evangelho fofinho e macio (light e soft) ao mesmo tempo. Um "novo" evangelho de um "cristo" que está reocupado em transformar as pedras (duras) em pães (fofinhos) para satisfazer as comichões dos ouvidos de filhotes de fariseus, gerados dia a dia pelos profetas da prosperidade. Acho que é isto que dá para perceber.

No tempo de Cristo, uma das principais características dos fariseus era o apego às coisas materiais, por isso eram avarentos. Nos dias atuais, isto continua do mesmo jeito. E o fermento deles, é bem atraente: pregam um evangelho que é macio para os ouvidos. Uma igreja de faz de contas, onde a única coisa real é o dinheiro e o hedonismo.

Por que será que Jesus chamou 12 discípulos do meio de gente humilde? Eu creio que foi com o propósito claro de evitar que a futura Igreja não nascesse de um mal crônico. Por que depois que o Senhor Jesus jejuou 40 dias, o diabo veio para sugerir três propostas fermentadas? Usar o Evangelho para transformar pedras e pães, usar o poder divino para tentar a Deus e a pregar o Evangelho para ficar rico e poderoso.

Se naquele tempo Jesus já está preocupadíssimo com a contaminação da Igreja com o fermento dos fariseus, posso muito bem imaginar o que Ele não diria, hoje, quando vemos os valores morais de grandes líderes evangélicos serem trocados por valores políticos. Fiquei impressionado de ver, há poucos dias, um "missionário" de uma grande denominação (Igreja Internacional da Graça) apresentando à sua congregação os três filhos recém-eleitos para os cargos de Deputado Federal e Deputado Estadual. Do ponto de vista secular, sem dúvida, foi um belo feito, mas do ponto de vista do Senhor Jesus, uma lástima.

Não estou dizendo que o cristão, para ser cristão de verdade, tem que sofrer 24 horas por dia, pois não era isto que acontecia com Jesus. Mas, durante os dias que ELE, seus apóstolos e os missionários do começo do século passado, o que mais passavam era por sofrimento. O objetivo do sofrimento, diante de Deus, tenho eu uma suposição que pode estar perto da verdade: pode ser que o sofrimento seja um antídoto contra o fermento.

Sabe, estou ficando velho, mas não, cego. A Igreja que estou vendo hoje está padecendo de secularismo. João disse  para que não amássemos o mundo. Amar o mundo, neste sentido, é passar a olhar, sentir, comportar, e aceitar os valores e visões da sociedade atual. Isto é fatal para uma Igreja e para seus fiéis.

Não li na Bíblia que Jesus dissesse que todo cristão tem que ser um sofredor a vida inteira. Mas, eu duvido que um cristão verdadeiro, diante de tanta coisa ruim e louvada por  nossa sociedade, olhe e fique satisfeito. Tenho certeza que não. Por exemplo, em um país tão corrupto quanto o Brasil, cuja corrupção já se tornou uma instituição, o cristão que vê seus pastores trocando a Igreja por Brasília e comendo e bebendo  no meio desta gente, será que isto é, por acaso, motivo de alegria?

Por outro lado, o sofrimento,  na visão de um pregador de prosperidade, é algo antibíblico. Ensinam que Cristo já sofreu por nós, para que nós não mais precisemos passar por isso. Agora é só vitória... Gostaria que essa gente assistisse o filme "Mein Kampf", um documentário feito a partir de filmagens feitas pelos próprios nazistas. Como explicar o que aconteceu no Gueto de Varsóvia e nos fornos de Auschwitz-Birkenau. lugares onde milhões de orações não foram respondidas...


Os tempos são muito difíceis. Não convém aceitar tudo e participar de tudo como se fosse faz-de-contas... Disso teremos que prestar contas ao Senhor, por omissão, ou por negligência ou por conformismo, ou por pecado. 

O Sucesso de nenhum evangélico, dono ou pregador de TV, não é garantia nenhuma de que seja um homem de Deus - hoje. Mas pode ser que ele esteja vivendo das cinzas do que homem de Deus que já foi no passado. Não há nenhum sinal do verdadeiro Evangelho na prosperidade que pregam hoje. 

Eu apenas creria, se essa gente fizesse aquilo que o Mestre sugeriu ao "Mancebo de Qualidade": Vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu.



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terça-feira, dezembro 09, 2014

Os túneis da linha amarela do metrô de São Paulo


João Cruzué


A linha quatro do Metrô de São Paulo tem o nome Linha 4-Amarela. Sou seu usuário desde 2011, quando ia de Pinheiros à Paulista. Dali, baldeava para a Linha 2-Verde, descia na Estação Paraíso, para fazer a última baldeação no Paraíso e seguia na Linha 1 Azul até a Estação Tucuruvi. Hoje embarco na Estação Pinheiros e, se saio mais cedo, desço na Estação Luz para caminhar até perto da Praça da Sé. Semana passada, eu matei minha curiosidade, embarcando na primeira porta e me debrucei junto ao vidro do para-brisa do trem, para olhar toda a extensão dos túneis, desde a Estação Pinheiros até a Estação da Luz.

Cruzando por cima das pistas da Marginal Pinheiros, eu tenho acesso àquele prédio redondo, com muitos lances de escadas rolantes, chegando há uns 50 metros de profundidade. Geralmente, um terço das pessoas não gostam de descer pelas escadas rolantes. Vão a pé pelas escadas "andantes", e bem lá embaixo, usam apenas uma vez as escadas rolantes. Eu desço ouvindo as notícias do dia e só desligo o rádio do celular na chegada à plataforma de embarque.

De bruços sobre o balcão do para-brisas esquerdo do primeiro carro do Metrô da Linha 4-Amarela eu comecei a olhar o túnel à minha frente. É curva para a esquerda, depois ainda mais à esquerda ainda, depois as curvas seguem para a direita, subindo, até a Estação Paulista/Consolação. Dali para frente, começa a descida. Nos primeiros metros de cada linha, depois da estação, tem uma área de escape para que um trem possa sair de uma linha para acessar a outra. Na Estação Paulista, há um terceiro trecho de trilhos que, se precisar, cabe uma composição inteira. 

Os túneis são recheados de grossas placas de concreto e aço,  formando uma semi-circunferência de boca para baixo. O curioso é que você olhando de dentro do primeiro carro, parece que a roda do trem está mais para dentro, por causa do trilho, da a sensação de que o trem é muito mais largo que o trilho. 

Várias trens vinham de encontro ao nosso, e a distância entre dois três seguindo em sentidos opostos, deve ser coisa de uns 80 cm. Na Estação Paulista o túnel tem o dobro da largura, e também um pouco mais alto. Por cima de cada estação tem um mezanino, onde os passageiros transitam de um lado para outro para embarcar no trem.  Ainda não estão prontas as Estações Oscar Freire e Mackenze. O mezanino da Oscar Freire está sendo feito agora

Muito interessante é a mídia underground, aquela sequência de uns 100 a 200 metros de TVs digitais, do lado direito de quem sobe da Estação Fradique Coutinho para a Paulista. Aquela tartaruga colorida nadando vagarosamente nas águas claras do mar, é de uma beleza ímpar.

E, embora, nem todos passageiros saibam que aquilo não tem maquinista, é assim que é: sem maquinista. Dizem que o controle é como joystick de videogame. Mas quando o condutor fala, parece que o maquinista está dentro do trem - mas só parece.

O que melhorou?

Se antes um passageiro que quisesse  sair do centro para chegar em Santo Amaro ou ao Grajaú precisavam perder 30, 40 minutos, indo de ônibus pela Av. Nove de Julho até a Estação Cidade Jardim da CPTM, hoje, com 12 minutos você sai da Praça da Sé do Metrô e chega na Estação Pinheiros da CPTM. Para muita gente, o deslocamento da Periferia até o Centro foi encurtado de uma a duas horas. O que muita gente não esperava, eu acho, é que não houvesse tanto passagem na hora do rush para usar a Linha 4-Amarela.

E tudo debaixo do chão. Antes de terminar, colocaram uma decoração de festa de final de ano. Nos ambientes dos três da Linha 4, do teto ao chão, ficou um ambiente de sala de jantar em dia de Ceia de Natal. 



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