terça-feira, dezembro 02, 2014

Quando Deus diz não





Wilma Rejane


Há momentos que não encontramos explicação para alguns acontecimentos de nossas vidas. A morte ou separação de alguém querido, uma doença que não cura, um fracasso financeiro e assim sucessivamente. O devir é imprevisível e se não somos capazes de prever o futuro, tão pouco de decifrá-lo. Para quem crê em um Deus Criador, que rege todas as coisas, é Nele que se encontram as respostas, ora reveladas, ora em segredos permanente. Para conforto nosso, o não de Deus, não significa Sua ausência em nossas vidas, visto que a Bíblia relata que servos amados do Senhor também experimentaram momentos de angústia e de terem não como respostas a orações.


A vida é mistério e muito do que se passa conosco só será esclarecido quando não mais vivermos, essa esperança na eternidade, tanto é motivo de conforto, como de desespero, mas jamais deverá ser  causa de abandonarmos a fé: “Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido.” Lucas 12:2.  Portanto, amados, se neste momento atravessamos o vale da sombra da morte, saibamos que desse mesmo vale ressurgirá a luz e que apesar dos pesares, nossa confiança na soberania de Deus deve ser a causa de toda nossa expectativa de dias e se não houver mais dias, Ele mesmo nos recolherá em Seu Reino para um tempo sem dúvidas, sem trevas e sem choro.


Creio que Deus me chamou para falar sobre fé e às vezes é desafiadora a missão,  porque já vivi (e não estou livre de viver) momentos terríveis em que nada do que pedi ou sonhei acontecia. Porções preciosas da minha vida pareciam desmoronar e tudo acabaria ali. Mas eu procurava não “soltar as sementes" que estavam em minhas mãos e mesmo chorando ia plantando aquilo que estava como Promessa na Palavra de Deus. Não era por minha força ou feitos, mas somente por acreditar que Deus transforma e não abandona seus filhos. Eu olhava ao redor e via a pior circunstância, olhava para a Palavra de Deus e encontrava consolo: não, isso aqui não é utopia, não é mentira, é Real. Aleluia!

“...Quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus. “ Isaías 50:10

O não de Deus

Moisés - O que viu o mar se abrir, sinais e maravilhas, na saída do Egito em direção a Terra Prometida. Um dia ele  feriu a rocha , quando deveria ter apenas falado a ela para jorrar água. O Salmo 106: 33 diz: "Deus se indignou com Moisés porque ele falou imprudentemente aos filhos de Israel”. Moisés errou e não mais foi capaz de pisar os pés na Terra Prometida, apesar de ter orado a Deus mais de uma vez para entrar nela. Sabem o que Deus respondeu para ele? “chega Moisés, não me fale mais nesse negócio, não vais entrar lá, se conforme com isso” Deuteronômio 3: 25-26.

Aqui o não de Deus veio como resultado da desobediência de Moisés. Alguns não's, chegam para nós também nessas condições. Ferimos pessoas, desobedecemos ao Espirito Santo, desprezamos Jesus e perdemos de conquistar coisas importantes: "Todavia o meu justo vivera pela fé, se retroceder, nele não se compraz minha alma". (Hb 10:38).

Certa vez Moisés também orou para Deus curar sua irmã Miriã da lepra,  e ouviu como resposta: “ Não Moisés, agora não, ela ficará leprosa por mais um tempo, depois resolvo isso”  Números 12:13-14.

Quantas vezes já oramos pela cura de alguém e a pessoa continuou doente? Quem sabe Deus está a dizer: " agora não, preciso realizar algumas coisas na vida dessa pessoa, resolvo mais tarde, no tempo oportuno”. O que nos cabe é interceder e colocar nas mãos do Senhor,  que poderá curar através de sinais e maravilhas ou via medicina, ou ainda,  Ele pode não curar e a pessoa morrer da enfermidade.

È por isso que a melhor escolha sempre é manter a comunhão e a fé em Deus, em qualquer tempo e para qualquer resposta, sabendo que o possível foi feito por nós, mas o impossível, somente Deus poderia fazer.


Jó – Era integro e fazia holocaustos contínuos a Deus por sua família, tamanho era o cuidado e o amor que tinha para com todos. Ainda assim, seus filhos morreram de forma trágica e Jó padeceu horrores! E aqui sabemos qual a causa de todos os males da vida desse homem: a ação do diabo como forma de desviá-lo do caminho da salvação.

Onde foram parar as orações  de Jó por sua família? Alguma vez você já se perguntou o que acontece com suas orações? Por que parecem não ser ouvidas? Deus estava atento a cada palavra de Jó, as ditas e as não ditas e mesmo com toda desgraça, Deus estava agindo na vida de seu servo para lhe dar o melhor. Jó precisava continuar acreditando, sendo fiel a Deus, mesmo sob a pressão do mundo que lançava julgamentos precipitados e distantes dos de Deus.

 “Clamo a ti, porém, tu não me respondes; estou em pé, porém, para mim não atentas.” Jó 30:20

O estar de pé, significava urgência, pressa, desespero. Mas Deus estava em silêncio a dizer: “Agora não, Jó. Aguarde mais um pouco, estou atento, você não está orando em vão, vou recompensá-lo”.

Orar nunca será vão. Jesus mesmo disse:  "Pedi, e dar-se-vos- a; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe á. E qual de entre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?" Mateus 7:7-9

Orando e a situação continua ruim? Ela poderia está muito pior, sem oração. Deus está trabalhando, ainda que não se perceba.

Poderia prosseguir contando muitos outros casos Bíblicos sobre o não de Deus, mas creio que o Espirito Santo de Deus cumprirá o propósito da mensagem na vida daqueles que estão perseverando em servir a Jesus em um modo digno e honrado de vida. E para os que ainda não creem no Evangelho, oro para que o tempo da restauração chegue as vossas vidas em reconhecimento de que em Deus se encontra toda justiça e Salvação.

Em Cristo, Eterno Refúgio.

domingo, novembro 30, 2014

A chegada do cristianismo no Japão


Japão

João Cruzué 

O Cristianismo chegou ao Japão em meados do século XVI, levado pelas caravelas portuguesas na rota das Índias. Em 1542, uma nau de comerciantes portugueses aportou na Ilha de Kyushu levando armas de fogo para comercializarr e padres missionários jesuítas para evangelizar. Sessenta anos mais tarde, o cristianismo já estava disseminado pelo campo e nas famílias próximas dos Shoguns;  assustados, decidiram limitá-lo. Não conseguindo, partiram para seu extermínio. Cem anos depois, o cristianismo estava praticamente banido pelas armas do shogunato Tokugawa. Duzentos anos mais tarde, a partir de meados do século XIX, a era dos shoguns chegou a o fim através da Revolução Meiji. E o Cristianismo voltou. E voltou para florescer no Japão com a força dos missionários do Ocidente.

O Shogum, (sho = comandante, general, + gun= exército, tropas, militar) o senhor feudal japonês, deu as boas-vindas ao comércio exterior e aceitou os missionários católicos fascinado apenas pelas armas. Diante de uma demonstração, eles concluiram que o dai-shô (a katana e a wakizashi), o conjunto de espadas longa e curta dos samurais, precisava da companhia de uma arma de longo alcance.

Os jesuítas liderados por Francisco Xavier chegaram a converter e batizar a muitos, incluindo tanto camponeses como pessoas da classe dominante, próximas do shogun. Xavier orientou seus companheiros para aprender o Kanji, e daí surgiu o "romanji" - um mistura de latin com a língua nativa, usada no catecismo e na celebração das missas. Duas missões foram construídas, sendo uma no ano de 1550 na capital imperial - Kyoto. Havia também um interesse indireto do shogunato em permitir a introdução de uma nova religião em seus domínios, pois, planejavam com isso quebrar a força dos monges budistas e do shintô. 

Por volta do fim do século XVI, uma idéia sombria pairava sobre o sucesso da primeira missão, no Oeste do Japão. O shogunato passou a suspeitar de que os comerciantes e jesuítas eram na verdade infiltrados de táticas de conquista das potências ocidentais. A isso também foi levado em conta a forma grosseira com que alguns comerciantes tratavam os nativos. Os portugueses já não eram mais vistos com bons olhos. 

Por isso, em 1587, o xogum Toyotomi Hideyoshi proclamou um edito expulsando os missionários cristãos da Ilha de Kyushu. Nenhum franciscano ou jesuíta poderia mais desembarcar ali a partir de 1593. Mesmo assim os jesuítas continuaram ativos no país. Então Hideyoshi intensificou a perseguição. Em 1597 ele proclamou um novo edito de banimento e como aviso executou ao fio da espada 26 missionários franciscanos em Nagasaki. 

Depois dele, outro xogum, Tokugawa Ieyasu, e seus descendentes continuaram a perseguir os camponeses cristãos nativos através de vários editos. Em 1637 houve uma revolta conhecida como a Rebelião de Shimabara, em que 30.000 camponeses cristãos enfrentaram um exército de 100.000 guerreiros samurais do Castelo de Edo, residência da poderosa família Tokugawa. A rebelião foi esmagada com um alto custo para o exército do Shogum. Os cristãos foram destrídos. No ano de 1638, o cristianismo estava oficialmente extinto no Japão. 

Em 1853, o Japão saiu do isolamento e reabriu as portas para uma nova interação comercial com o Ocidente. Missionários de todas as religiões: católicos, protestantes e ortodoxos foram enviados para lá, apesar da proibição. Em 1871, depois da Restauração Meiji, a liberdade religiosa foi introduzida definitivamente pela Constituição Meiji, dando as comunidades cristãs existentes os direitos da existência legal e livre pregação do evangelho.

A Restauração Meiji foi uma sucessão de fatos que levaram o Japão a deixar o obsoleto sistema feudal para se tornar uma potência mundial nas décadas a seguir. Um desses acontecimentos foi a quebra da tradição com a mudança empreendida pelo Imperador Meiji, de Kyoto, a capital imperial, para estabelecer sua residência oficial no Castelo de Edo - a sede do shogunato da poderosa família Tokugawa. O Castelo de Edo e seus arredores vieram a se transformar em Tokyo (Capital do Leste), a grande metrópole japonesa. Com a mudança do imperador e a reabertura dos portos para o comércio exterior a era dos samurais e do feudalismo no Japão chegou ao fim.

A liberdade religiosa não foi o bastante para fazer do cristianismo uma religião popular no Japão. Ele tem crescido a taxas minúsculas; os cristãos são apenas cerca de 1 a 1,5% de uma população de 127 milhões.

Os símbolos cristãos têm sido mal compreendidos no Japão porque a forma de transmitir a mensagem do evangelho talvez não esteja adequada à compreensão nativa. A cultura japonesa tem olhos diferentes para pesar o valor das coisas. Para um japonês é incomum e até mesmo considerado de péssimo gosto, por exemplo, a construção de um templo em uma rua ou avenida movimentada, afirmam alguns analistas cristãos.

Por outro lado há coisas que os atraem no cristianismo, como por exemplo, a celebração da Santa Ceia. eles entendem bem a mensagem de um memorial de Cristo cujo corpo é o pão que é partido por nós. Eles são simpáticos a oportunidade que existe no final da missa/culto, principalmente de celebração da eucaristia/ceia, para por em dia o relacionamento social, reportou um padre católico.

Fontes de pesquisa: textos em inglês na WEB de autorias não conhecidas.
LEIA TAMBÉM: A História do Pentecoste no Japão


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