sexta-feira, setembro 26, 2014

Marta e Maria na presença de Jesus.

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A presença de Jesus

João Cruzué

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Marta Recebeu Jesus em sua Casa.

Maria era irmã de Marta.

Marta estava distraída em muitos serviços.

Maria assentou-se para estar ao pé de Jesus.

Marta foi se queixar.

Senhor, manda Maria ajudar-me


E Jesus lhe respondeu:


Marta, Marta. Por que está ansiosa

e fadigada com tantas coisas?


Maria escolheu a boa parte. A melhor parte.

Maria se esquecera de tudo

quando estava na presença

do Senhor.



Você sabe o que significa estar na presença do Senhor? Vou contar aqui duas oportunidades que tive. Por duas vezes a presença do Senhor deixou sua marca indelével em minh'alma. É por isso que eu sei porquê Maria se esquecera completamente do trabalho e não se moveu de diante de Jesus enquanto ele ensinava.

Na primeira vez, eu estava com o Irmão Enoque na Igreja Assembleia de Deus do Brás, à Rua Major Marcelino. Não eram palavras, era o Espírito de Deus derramando uma alegria tão grande que meu coração se apertou e os olhos molharam a minha face. O pastor pregava, a Igreja estava em silencio e eu sentindo meu coração transbordar de alegria na presença do Senhor.

Na segunda vez, foram poucos anos depois. O Pastor Luiz de França (falecido em 2014) pregava e eu estava na congregação do Jardim Novo Santo Amaro. Era um culto calmo, mas não continuou assim por muito tempo. Pelo menos para mim. Sei que Deus fala com seus filhos, todavia nem sempre com todos no mesmo dia e local. A Igreja (de novo) estava em silêncio, ouvindo,  mas meu coração começou a arder, meus olhos começaram a louvar a Deus com lágrimas que desciam pelo meu rosto. Eu tinha encontrado um cantinho do céu naquela Igreja.

Eu posso lhe dizer, com certeza, depois disso, porque Maria se esquecera de tudo enquanto Jesus falava! Em tempos de tanta coisa triste, ouvir a voz de Deus é muito bom para o nosso coração. A razão disso está naquele versículo que Jesus citou, na tentação do deserto: 

Nem só de pão vive o homem,

Mas de toda palavra que sai da boca de Deus.











domingo, setembro 21, 2014

A União de Blogueiros Evangélicos - UBE, faz sete anos



JOÃO CRUZUÉ

Quero agradecer a Deus pelos sete anos de bons serviços (30.8.2007 a 30.8.2014) que a União de Blogueiros Evangélicos tem prestado à comunidade evangélica  de língua portuguesa.  Foi a primeira comunidade a adotar uma política de popularização dos blogs. A ideia era que toda liderança evangélica, não importando a área de atuação deveria aprender a publicar conteúdo cristão a partir de um blog. Outras comunidades, que apostaram na elitização, não tiveram sorte.

Deus abençoe o presbítero Valmir Nascimento Milomem, a pessoa que Deus usou para levar adiante este trabalho. Naturalmente, ele não esteve sozinho nestes sete anos. Colaboradores fiéis continuam administrando a comunidade: Eliseu Gomes, Wilma Rejane, Sammis Reachers, Cíntia Kaneshigue, Wallace Sousa e Luis Ribeiro. No passado colaboraram também o Pr. Altair Germano, Lucas Santos, Pastora Márcia Alves  e João Cruzué.

Quero deixar um versículo especial da Bíblia para todos os integrantes da equipe da UBE:

Isaías 55;10-11
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"Porque, assim com descem a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca, ela não voltará vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará para que a enviei"





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Brasil: 500 anos de atraso na Educação.


POR JOÃO CRUZUÉ

Em fevereiro de 2008, eu publiquei um comentário sobre o discurso do Senador Cristovam Buarque entitulado: País Ameaçado. Na ocasião o ex-Ministro fazia um Raio-x da situação educacional brasileira e dizia que o Brasil sofreria a invasão de 72 milhões de pessoas que por não possuir nem o ensino fundamental poderiam engrossar nos anos seguintes as estatísticas de violência, corrupção, baixa produtividade e falta de capacidade para criar capital/conhecimento. Ele dizia tudo isto com base nas estatísticas eleitorais de 2008. O que mudou de lá para cá? É esta a nossa proposta de análise.

Vou começar apresentando um quadro comparativo de instrução entre o Brasil e Estados Unidos. As bases de comparação são as seguintes: No Brasil, a base é a estatística eleitoral de 2014 do TSE. A base dos Estados Unidos é de 2013, população com 18 anos para cima, publicada pelo census.gov, o ibge americano. Na minha opinião as bases são aceitáveis para uma comparação de índices.

Tabela de João Cruzué
(em milhares)
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BRASIL

Grau de Instrução

ESTADOS UNIDOS
Eleitorado
%
%
18 anos e +
7.389
  5,17
Analfabeto
  0,35
837
67.791
47,47
Sem ensino fundamental
  8,00
18.966
105.603
73,94
Sem ensino médio
12,56
29.759
23.839
16,69
Ensino médio completo
29,54
69.985
134.783
94,37
Sem curso superior
61,71
146.211
8.039
  5,63
Graduados e +
38,29
90.718
142.822
100
Total
100
236.929
BRASIL: http://www.tse.jus.br/eleicoes/estatisticas/estatisticas-eleitorais-2014-eleitorado - acesso em 7.9.2014
EUA: http://www.census.gov/hhes/socdemo/education/data/cps/2013/tables.html - acesso em 7.9.2014


Vamos iniciar, comparando o déficit de instrução dos dois países. Enquanto nos EUA há 61,71% de pessoas que ainda não possuem graduação superior, no Brasil este índice chega a 94,37%. A tradução disso fica mais fácil assim: para cada 100 americanos, 38 possuem graduação superior. No Brasil  há somente 6 brasileiros graduados em cada 100. Uma vergonha!

A primeira Universidade brasileira, a Universidade Federal do Paraná foi instituída em 1912,ou seja 412 anos depois do descobrimento do Brasil. Harvard, a primeira faculdade americana foi fundada em 1636, passando a ser chamada de Universidade em 1780.

Em 25 de junho de 2014 foi aprovado o novo Plano Nacional de Educação do Brasil, com vigência até 2024. Segundo o Senador Buarque, o Brasil já está gastando 300 bilhões de reais por ano na Educação. Nesta toada, em 10 anos serão despejados no ensino nacional 3 trilhões de reais. A julgar pelos índices do IDEB de 2013, recém divulgados pelo INEP, o país corre o sério risco de ficar estagnado ou mesmo regredir na avaliação dos próximos 10 anos, mesmo despejando 3 trilhões de reais na educação.

Há vários fatores que contribuem para isto. Por exemplo, o magistério do ensino básico é um profissão que ganha um dos menores salários. Em países que se primam por uma educação de alta qualidade (Coreia do Sul, Finlândia) o cargo de professor é cobiçado porque alcança uma das melhores remunerações. Por outro lado, para pertencer ao magistérios nestes dois países, a disputa é acirrada. Somente os que concluem sua graduação entre os 10% melhores são recrutados para o magistério na Finlândia, enquanto que na Coreia do Sul a exigência é ainda maior: entre os 5% melhores. Alta remuneração, para alta qualificação.

Para melhorar o ensino básico no Brasil é preciso contrariar grandes interesses corporativos: os sindicatos de professores, por exemplo. Se hoje fosse decidido que o recrutamento de professores seguisse um padrão "Finlândia" por exemplo, o edital do concurso seria declarado nulo. E se fosse melhorar o salário do professor subindo para 10 mil reais por mês, com base na qualidade de sua formação, os sindicados iriam exigir o mesmo salário para todos, independentemente de formação, graduação ou performance.

Enquanto isso acontece aqui, o mundo lá fora estuda e fala no mínimo duas línguas: a nativa e o inglês.

Desse jeito, sem agregar conhecimento científico à mão de obra,  vamos continuar vendendo uma tonelada de minério de ferro por  R$ 194  reais e comprando um kg de computador por R$ 500 reais.

O mais curioso de tudo isto é que há mais de 130 anos, Rui Barbosa  foi convidado pelo Imperador Dom Pedro II para uma reunião no Palácio. O jovem Rui, militante do Partido Liberal, escrevera o Primeiro Plano Educacional brasileiro, trazia tudo anotado e comentado.  Mesmo sendo da oposição, impressionou sua Alteza Real, que em pouco tempo mandou condecorá-lo com o título de Conselheiro do Império. Sabe qual era o argumento de Barbosa para criação de um curso secundário voltado para o ensino técnico industrial? Que embora os Estados Unidos fossem um país agrícola, lá havia escola para capacitar os moços americanos para processar os alimentos produzidos com a finalidade de agregar-lhes valor. Com isto, em lugar de vender o produto in natura a preço baixo, vende-lo-ia já processado e mais caro.

Infelizmente, hoje, em pleno século XXI ainda estamos vendendo comodities (soja, café, carne e minério de ferro) e importando produtos industrializados - inclusive, 891 mil toneladas de gasolina no último semestre deste ano. Isto com certeza é resultado de termos apenas 6 brasileiros em cada 100, com diploma de nível superior. O outro dado é o recrudescimento da violência, previsto pelo Senador Buarque.





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