sexta-feira, janeiro 17, 2014

A manipulação do rolezinho


Rolezinho em Shopping
João Cruzué

HISTÓRIA

Por três anos eu testemunhei o movimento Passe Livre, no Centro de São Paulo, pois trabalho ali. Nos dois primeiros anos a "molecada" protestava sozinha e os guardas do metrô eram doidos para lhes baixar a borracha. No terceiro ano (2013) a coisa esquentou. Bateram em uma oficial da PM e no outro dia quase 900 guardas da tropa de choque avançou sobre uns 3000 protestantes que se reuniram nas escadas do Teatro Municipal. A borracha da PM foi tão exagerada que a população também foi para as ruas. Pela primeira vez, em meus 40 anos de São Paulo, eu vi paradas a Marginal de Pinheiros, a Av. Paulista e a Av. 23 de Maio. O protesto se tornou um grande movimento, e os Prefeitos do país inteiro, revogaram o aumento das tarifas do transporte público. A grande imprensa, então, ficou a procura das lideranças do movimento Passe Livre. Como o movimento era mais reivindicatório que político, houve uma frustração geral. Com o quebra-quebra dos "black-blocks" (que esteve presente desde o primeiro dia) o movimento arrefeceu-se antes de ter um "gran-finale".

MANIPULAÇÃO

Por outro lado, houve muita manipulação da imprensa. Inventaram um rol de "causas" como se estas fossem reivindicações autênticas. Não eram. No dia da borrachada, eu testemunhei duas centenas de jovens nas escadarias da Catedral da Sé, cada um com sua cartolina. Ao lado da estátua do Apóstolo Paulo, um estudante escrevia textos em cartolinas. Ao seu lado uma sacola com umas 50 canetas hidrocolor. Nas escadarias, a cada nova frase de protesto, um coro se fazia. Coisas como "O povo não é bobo, abaixo a rede globo" e coisas piores, mandando autoridades tomar... Interessante era não ver uma palavra sequer nem sobre mensalão, nem sobre corrupção. Deve ter havido alguma manipulação política, presumo, pois se em uma noite tentavam quebrar as grades do Palácio dos Bandeirantes do governador Alckmin, na noite seguinte estavam atirando pedras e quebrando as vidraças das janelas da Prefeitura de Haddad. Na verdade, a imprensa foi tão atacada quanto os políticos, haja vista, as viaturas de imprensa queimadas.


A imprensa esperava, eu presumo, um protesto que fosse crescendo ao ponto de fustigar a classe política encastelada em Brasília. Insistia que a grande liderança política estava pasma sem saber o que fazer. Pelo contrário, estavam muito bem sabendo o que fazer: esperavam para ver até onde aquilo ia dar. Como era, principalmente,  um movimento de protesto com tarifas com um pouco (bem pouco) de fermento anti-capitalista e irritação quanto aos gastos estúpidos em estádios para a Copa, o movimento continuou por mais uns 15 dias e parou. Acredito, inclusive, que aquelas "lideranças" do Passe Livre que foram até Brasília conversar com a Dilma, não eram autênticas, uma vez que ouvi eles saindo de lá chamando a Dilma de "Presidenta". E isto significa uma coisa, somente pessoas engajadas ou sustentadas por este governo, chamam a Presidente desse jeito. O movimento passe livre parou porque não tinha visão política somente uma visão de 20 centavos.


ROLEZINHO

Como paulistano por adoção, e morador próximo a um dos Shoppings do rolezinho, estou cansado de ver uma turma de jovens ali nas portas conversando, paquerando e conhecendo novas minas, comemorando... acho que até demoraram para agendar suas reuniões no Face.  Reflexo do MPL. Entretanto, o potencial explosivo deste novo agito foi, agora, percebido pelos profissionais dos protestos - que nunca passaram de uns 100 gatos pingados. Com o auxílio de uma imprensa idiota (desculpe a expressão)  está dada a receita  para  a fabricação de mais  "bomba" de prejuízo social. 

Penso que agora os protestos vão deixar um  pouco as avenidas para perturbar  os Shoppings. Basta 100 gatos pingados com bandeiras vermelhas de não-sei-o-quê  próximo de um Shopping para que uma dezena de helicópteros (da imprensa idiota) apareça para mostrar a imagem do dia".  Pessoalmente, entendo que isto é o maior desserviço que a Imprensa presta ao nosso país. Por falta de massa cinzenta e miopia, os principais assuntos ficam de fora e inutilidades são exacerbadas. Desaprenderam de mostrar o lado bom e humano da cidade. Dizer que isto não traz "ibope" é sofismático.

A molecada só quer causar, agitar, azarar e, agora, aparecer na TV. Os movimentos dos profissionais do protesto  perceberam e é muito provável que agora, em luga das ruas, são os "castelos" da burguesia vão ser espezinhados. Só que tem um problema: quando o protesto é feito no meio da rua, atrapalha motoristas e trabalhadores a caminho de seus trabalhos. Quando a agitação muda para dentro dos Shoppings, é o comércio que será prejudicado e muitos trabalhadores podem ficar desempregados. Inclusive, entre eles vão estar, filhos, filhas, e demais parentes daqueles que não querem trabalhar e vivem de protestos.

Dessa forma, se o rolezinho em pouco tempo for um fenômeno nacional, que isto seja debitado na conta de uma imprensa. Da imprensa descerebrada que fica divulgando, repisando, detalhando o modo de fazer isto. E isto para mim é falta de planejamento do uso da informação de um lado,  e  manipulação proposital e incitação descarada à baderna de outro.












segunda-feira, janeiro 13, 2014

O pai do filho pródigo



Ele voltou!
JOÃO CRUZUÉ

Fui assistir hoje, pela décima vez, o filme Lutero. E sempre que o vejo, aprendo uma coisa nova ou descubro algo que antes não tinha prestado atenção. Desta vez, quase no final do filme, me deparei com a cena em que Lutero contava a parábola do filho pródigo para um grupo de crianças. 

--Por que aquele pai saiu correndo para abraçar o filho? perguntou. 


Eu imagino que todo mundo já saiba, mas de algum modo eu não tinha pensado nisto antes: por que aquele pai se preocupava tanto em estar presente quando o filho voltasse? É o que vamos ver.


Quando o filho pródigo voltou, poderia ter acontecido o mesmo que certamente ocorre na maioria das Sedes das grandes Igrejas evangélicas brasileiras: Nada!  São tantos que se desviam... uma boa desculpa para não comemorar.


Preocupados com tantas reuniões, pregações, convenções, prioridades... os levitas e sacerdotes de nossa época não mudaram, continuam tão religiosos quanto os personagens parábola do bom samaritano. E como tem irmão mais velho em nossos dias!


O pai do pródigo não se esqueceu do seu garoto. Ele o amava. E, todo dia olhava pelo caminho por onde o filho tinha se ido embora. Foi por isso que o avistou ainda longe, voltando para casa. Então saiu correndo ao encontro do moço, abraçou-o e beijou-o.

No filme, Lutero conta às crianças a história do Pai do filho pródigo: Sabem por que aquele Pai saiu correndo para abraçar o filho? Foi porque ele temia que o filho caçula fosse humilhado e mal recebido no dia que voltasse. Ele sabia que se isso acontecesse o jovem voltaria para comer com os porcos. 
Era exatamente isso que teria acontecido se a primeira pessoa a recebê-lo fosse, por exemplo,  seu irmão mais velho.


Esta atitude demonstrada por aquele pai tem um nome: chama-se compaixão. E  nesta  parábola, Jesus mostrou que o SENHOR Deus nosso Pai ama aqueles que batem à porta da Igreja procurando por um sorriso de aceitação e um abraço de perdão.


Ô Glória!