domingo, outubro 16, 2011

Carta aberta aos Blogueiros Evangélicos

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João Cruzué

Desejei muito escrever este texto, cujo propósito é falar com sinceridade aos ouvidos de meus colegas da grande blogosfera que estão no caminho desde 2007 ou antes. Neste momento, muitos de vocês estão pensando: Será que valeu a pena?

Sim, valeu a pena.

Valeu a pena porque começamos uma trilha pouco palmilhada. E deixamos rastros que forma seguidos por dezenas, centenas, milhares - dezenas de milhares. Com poucas oportunidades na vida real, muitos de nós fizemos da Internet o nosso Púlpito.

Uma das coisas que me trouxeram aqui foi contar (literalmente) para todo mundo as grandes lutas pelas quais passei. E não só isto, mas também as bênçãos - bem maiores - que o Senhor conquistou para mim. Eu não conquistei coisa alguma, foi Ele que trouxe cada vitória que recebi.

Creio que assim também foi com você. É algo recente, o interesse em explorar o potencial dos fracassos na vida das pessoas. E este interesse vem pela seguinte razão: O combustível do fracasso potencializa o alcance do sucesso. O ir além do possível.

Quero dizer aos amigos blogueiros, que ainda têm tempo para uma visita no blog olhar cristão, que para manter o fogo do entusiasmo sempre crescente, não podemos nos esquecer das lições do passado. E uma delas é a humildade. Aquele sentimento que provoca dependência e desejo de estar juntos, para que a força de um seja o incentivo de outro.

Hoje, quando você analisar a Internet, vai ver que grandes portais evangélicos estão surgindo. Eles vêm das grandes corporações religiosas, pois é isto que são as Igrejas de hoje. A comunicação fria e impessoal do que acontece no universo evangélico. Da mesma forma que faziam na mídia impressa.

Mas estes portais não têm alma. Estão aí, de novo, pegando o último vagão da história, para não ficar comendo a poeira da falta de visão.

Se desanimarmos agora, todo o pioneirismo, visão, liberdade de expressão, sacrifícios, horas roubadas de nossas famílias, madrugadas revisando textos, vão tudo para a vala do esquecimento. Não! Não foi pouca coisa o que fizemos. Por baixo, entre 30 a 50 mil líderes estão publicando na Internet hoje.

Sim, nós também erramos. Dispersamo-nos, quando devíamos nos manter unidos. Criticamos, quando devíamos incentivar uns aos outros. O maior erro, é o isolamento. O abandono daqueles que comungavam dos mesmos ideais. Ao fazer assim, repercutimos o que havia de pior nas Igrejas de onde viemos. Elas perderam a humildade. Podem crescer, mas não há mais cimento para unir até mesmo as almas de seus antigos membros.

A comunhão com o Espírito passa pela comunhão de todos os membros. O funcionamento do corpo, tão bem descrito pelo Apóstolo, onde ossos, nervos e carne se harmonizam para prover a estrutura de um movimento.

Minhas palavras são como grãos de areia assoprados pelo vento. Talvez daqui a um ano possam chegar diante das pessoas que estou pensando agora. Não tenho o direito de cobrar nada, mas me orgulho de ter provido informações e deixado know-how para que muitos hoje estivessem blogando.

Não, eu não estou cansado. A inspiração é como o vento que assopra e nos leva para onde Ele quer. Não é hora de parar.

Devemos continuar e também levar o máximo de pessoas a escrever, porque quem escreve, aprende mais do que aquele que lê. A experiência é importante para a cultura - o acúmulo do conhecimento. Não, os nossos blogs não vão se desprezados porque surgiu o Portal "A" nem o Portal "B".

Mas para isso, é preciso reverter nossa atitude de dispersão e retomar o mesmo caminho que iniciamos. Cada um incentive seu amigo. Deixe um comentário no trabalho de seu companheiro. Precisamos de mais fraternidade - de mais "cimento". Nossas maiores conquistas ainda estão lá na frente.

Publiquem seus testemunhos. Publiquem suas bênçãos. Publiquem suas fotografias. Criem textos. Textos criativos. A hora não é de ficar assentados à beira do caminho, nem amentar as pedreiras, em de deixar que os espinhos da prosperidade sufoquem o talento que recebemos

Eu escrevo para a glória de Deus. E que Deus continue sendo glorificado em nossos textos.



Irmão João Batista Cruzué
Blogando desde 2005.
cruzue@gmail.com






sábado, outubro 15, 2011

O valor do fracasso na vida de Steve Jobs



"How we succeed by failing"
O sucesso produzido pelo fracasso
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Por Kathleen Parker

Washington Post

Tradução de João Cruzué

Em tempos em que a página de Steve Jobs na Wikipédia foi revisada por causa do passado, os eulogistas acrescentaram uma nota de rodapé à sua biografia do êxito Fracasso.
Jobs, embora selvagemente cheio de sucesso, também teve grandes fracassos. Nisso, observamos, talvez esteja maior lição da sua vida: Às Vezes, você tenha de fracassar para alcançar o sucesso.

Ninguém emerge no topo. Mesmo aqueles que nascem em berço de ouro, eventualmente costumam dar uma volta na roda do infortúnio. Alguém com um perfil de realizações também pode ter uma coleção de fracassos, humilhações e tombos de costas. Jobs foi despedido pela própria companhia que ajudou fundar. E foi ainda nesse período de exílio que pegou uma pequena companhia de computação gráfica, mais tarde chamda Estúdios de Animação de Pixar, cuja venda o tornou bilionário.

Pode-se dizer que cair é humano, mas ressuscitar-se é um ato de coragem.

Jobs reconheceu seus fracassos em um discurso de começo de 2005 em Stanford, revelado agora. Ele revocou as noites que dormiu no chão dos quartos de dormir dos amigos e andar a pé por 11 quilômetro até um templo Hare Krishna para ter uma boa refeição na semana. Ninguém não pode marcar um encontro com o gênio da lâmpada para sacar a moral desta história.

Isto parece um desenvolvimento bastante natural da evolução, onde os fortes e astutos sobrevivem (e conquistam a garota) e os menos realizadores comem sucatas e apreciam a companhia da gentalha. "Perdedores", assim são chamados. Tão habitual é a nossa atenção ao fracasso que nem ao menos temos uma palavra para expressar o que os alemães definem o prazer em ver o fracasso dos outros.

Uma história dos fracassos humanos daria uma longa e interessante leitura, apesar disso, nós preferimos livros sobre o sucesso. Emocionamo-nos com o tema da vitória reta de chegada, aplaudimos o ponto extra e admiramos a nota 10 perfeita. Na literatura, qual não é o gosto da redenção senão a recuperação do fracasso humano? Não amamos ninguém mais do que homens ou mulheres que dizem: Eu cometi um erro, sinto muito, por favor me perdoe. Perdoar? Queremos carregar até o penitente em nossos ombros.

A confirmação do poder do fracasso, inspirada por Jobs recentemente, fornece uma reflexão espiritual bem-vinda para adultos estressados. Mas estamos nos esquecendo talvez o mais importante conto de moralidade que traz consequências profundas ao nosso futuro. Nossa obsessão pelo êxito e nosso medo do fracasso fluiu na formação de nossos jovens, nossas crianças, porum alto preço não só ao seu bem-estar psicológico mas também, enfim, à nossa capacidade de competir em um mercado global.

Em outro endereço de começo famoso, J.K. Rowling a Harvard em 2008, a autora "de Harry Potter" elogiou seus próprios fracassos como valiosos. “O fracasso deu-me uma segurança interior que eu nunca tinha alcançado passando nos exames,” ela disse. “O fracasso ensinou-me coisas sobre mim que não poderia ter aprendido por nenhum outro caminho.”

Se aceitarmos que a sabedoria, a confiança e uma melhor Apple são dádivas do fracasso, então por que tememos tanto permitir que as nossas crianças o experimentassem? Em uma cultura onde o fracasso não é bem entendido como necessário para crescer e realizações diminuídas por um código de resultados que resguarda o direito — então ninguém conseguirá ser mais sábio ou melhor. E uma nação povoada por tal tipo de pessoas, talvez possa não sobreviver.



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