quarta-feira, setembro 29, 2010

Eleições - blogueiros evangélicos são decisivos na formação de opinião


João Cruzué

Quanto maior a quantidade de líderes evangélicos na blogosfera, maior o nível de informação, conscientização e valorização do voto. Os fatos estão provando isso. É admirável o interesse dos evangélicos pelos meios de comunicação. Embora seja insuficiente para conscientização, é muito difícil, hoje, um jovem evangélico sem conta no Twitter. Mas são os blogs que operam uma comunicação mais consistente; por enquanto alternativa, mais isso pode mudar e melhorar com um trabalho sério e disciplinado.

O fenômeno dos blogs começou a se popularizar entre os evangélicos de 2007 para cá. Junto com a UBE - União de Blogueiros Evangélicos, a partir de 2008, estabelecemos uma política de incentivo para que todo líder evangélico buscasse a criação de um blog para aprender a publicar conteúdo cristão na Web. O crescimento nesta área é irreversível. A cada dia, mais e mais cristãos estão usando blogs como oficinas de comunicação. Recentemente, na direção da ABC - Associação de Blogueiros Cristãos. Muitos blogueiros evangélicos antigos criticavam esta visão, pois achavam que isso nivelaria a blogosfera evangélica por baixo.

Mas o tempo e a observação vem trazendo maturidade para esses blogueiros. E isso criou um formidável capilaridade na comunicação de assuntos atuais e pertinentes aos interesses evangélicos. Inclusive no aspecto político.

É por isso, que nos jornais de hoje, o presidente Lula está preocupado com o voto dos evangélicos, que segundo ele, está sendo "manipulado" por notícias "falsas", como por exemplo, a simpatia da candidata do governo pela aprovação do aborto e do casamento gay, entre outras coisas. Já escalaram até o pastor Manoel Ferreira para aparecer em algumas fotos oficiais para "amansar" a fúria evangélica.

De nossa parte, com toda certeza, só um cego não enxergaria o óbvio. Se procuram desmentir, é porque trata-se de um fato verdadeiro. Na busca do voto de 35 milhões de evangélicos, essa gente jura que "ama" os crentes desde bebezinhos. Falam coisas que todo pastor quer ouvir. Juram fidelidade ao pensamento fundamentalista da Igreja, e dão até aleluia dentro dos Templos evangélicos.

Mas assim que os votos forem contados, vão desengavetar o PLC 122, o PNHD-3, a lei do aborto, etc. O voto, depois de Jesus, é o bem mais valioso que todo evangélico possui. É por isso que estão procurando pastores e crentes de todas as Igrejas evangélicas para que nós ASSINEMOS este cheque - antes de ser preenchido.

Pela primeira vez em uma eleição, o peso político dos evangélicos é ostensivo. E este pesos se torna ainda maior a medida que conquistemos nossos espaços na mídia eletrônica. Precisamos de pelo menos 100 mil blogueiros cristãos na Internet para irrigar esta capilaridade de Boa Vista até Porto Alegre. Isto é bom para o Brasil e bom para a Igreja, não somente em questões políticas, como nas principais: missões, evangelismo, denúncias de lobos, divulgação de boas coisas, etc.

É por isso que vale a pena incentivar, desafiar, ajudar as lideranças cristãs de nosso tempo para que aprenda a publicar conteúdo cristão na Internet a partir de uma simples oficina, que se chama BLOG. Por enquanto isso é gratuito.

E por último, mais uma coisa: a próxima geração que está crescendo dentro de nossas casas, não comprará jornal em papel na banca da esquina. Eles vão se informar na Internet atratés de iPads, celulares, e outras dispositivos diditais. Se você que é lider em algum segmento cristão não está preocupado com isso, preste atenção: quando você se concientizar que é preciso começar, o mundo inteiro já estará na sua frente. E por falta de opção, os seus pequenos podem beber de fontes anti-cristãs. É nisso que precisamos trabalhar.

200.000 blogueiros cristãos até dezembro de 2013, é uma boa meta.

cruzue@gmail.com






terça-feira, setembro 28, 2010

O azeite, o vinho e o fermento


Barco
Barco à vela
João Cruzué

E um certo doutor da Lei levantou-se e disse: Mestre que farei para herdar a vida eterna? E Jesus devolveu a pergunta: O que está escrito na Lei? E então o doutor citou o grande mandamento: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo."

-- Faze isto e viverás! Disse Jesus.

-- E quem é o meu próximo? Insistiu o doutor.

E na sequência o Senhor Jesus Cristo expôs uma parábola, mais tarde entitulada "A Parábola do Bom Samaritano". Hoje pela manhã quando ia para o trabalho, passei pela região do Viaduto do Chá, no Centro de São Paulo. E neste trajeto veio a mim escrever alguma coisa sobre esses três elementos: O azeite, o vinho e o fermento.

Nós encontramos o azeite no Velho Testamento na botija da viúva endividada; no reservatório do candeeiro da Casa do Senhor. Na unção de Davi, ainda adolescente, no quinto verso do Salmo 23, e, entre tantos outros, na visão do profeta Zacarias. Azeite fala de sabedoria; azeita pode ser um rosto brilhando pelo perdão de Deus; azeite é uma bênção surpresa quando tudo o mais se acabou. Azeite é o gosto da vitória; azeite é a unção da promessa de Deus.

Na parábola do samaritano o vinho foi usado para limpar as feridas.

Azeite e vinho falam de solidariedade, de compaixão, de cuidados. Azeite e vinho são as atitudes do cristão verdadeiro que vai além das palavras; além da teologia. A sequência de uso é azeite e vinho. Primeiro a unção do Espírito em seguida a alegria do Espírito. O azeite amacia e refresca um coração ferido e o vinho lava as impurezas e a maldade do pecado. Para adquirir deste azeite e deste vinho é preciso ir à fonte da misericórdia e da compaixão. É preciso depender de Jesus.

Quem ama vai atrás, busca e procura até achar. Quem tem azeite e vinho anda na presença de Deus e navega como um barco cuja vela se faz cheia sob o vento da vontade do Espírito Santo. Isto não se aprende com a leitura de compêndios e comentários. Não vem junto com um canudo de teologia, mas em andar com o Senhor.

O fermento é a substância que incha, estufa, azeda, que enche de vento uma massa. O fermento para fazer efeito precisa ser misturado. Espiritualmente falando o fermento é o mundo sendo misturado no coração cristão. O fermento é a hipocrisia. É uma santidade de aparências. É uma cristã falsificada, mascarada.

O sacerdote e o levita viram o ferido, mas a sua religião estava acima de qualquer coisa. Sabiam o sagrado, mas não tinham mais o Espírito de Deus. Eram vazios de sentimentos, de compaixão. O sacerdote e o levita eram como barcos cujas velas já tinham apodrecido pela falta de uso.

Coisa interessante. Esta parábola é muito atual. Está surpreendentemente contextualizada em nosso tempo e país. Uma geração de sacerdotes e levitas têm ltrabalhado em nossas Igrejas. Eles estão muito ocupados com o que acontece no mundo. Estão encantados com o poder, com a política, com o dinheiro. O fermento já arruinou a vida espiritual deles. Nã têm mais tempo para a compaixão. Não se preocupam mais com os feridos nem com os perdidos, pois já não há mais sinal de azeite e vinho em seus corações. O Espírito Santo já foi apagado de suas vidas, de tantas atitudes mesquinhas, avarentas, falsas aparências. O óleo da unção já não brilha mais em suas faces. É muito provável que também estejam perguntando: E quem é meu próximo? Por que já se esqueceram.

E se eu não tomar cuidado, posso me tornar hipócrita do mesmo jeito. Por isso o exercício da compaixão deve ser sempre lembrado, praticado. Não basta ter uma biblioteca cristã na cabeça, é preciso muito mais que isso para ser um bom samaritano: manter a alegria de servir, de visitar, de sorrir e chorar junto, de ajudar, de amar, de perdoar pela presença do Espírito Santo.



SP 28.09.2010



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