terça-feira, agosto 31, 2010

O Übermensch de Nietzsche e o Cristão

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Obra do "Übermensch"

João Cruzué

Nietzsche não nasceu doido. Nasceu de uma família luterana, ficou órfão de pai, cursou teologia, filosofia, misturou moral com ideal, envenenou-se com o próprio conhecimento, voltou-se contra os aguilhões da moral cristã e, depois, morreu maluco.

Escreveu muitas coisas, principalmente contra o cristianismo. O que o torna amado e endeusado como o grande filósofo desta geração. Aliás, sua fórmula ainda é usada com muito sucesso para vender livros, como por exemplo: por Dan Brown e o falecido Saramago. Basta que alguém (ainda medíocre) deboche do sagrado, para chamar atenção e vender livros.

Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 - 1900) é muito comentado e admirado pela sua filosofia sobre o homem ideal, o Ubermench, o ultimate man, o "além do homem", o "super-homem filosófico", que não se embaraça com princípios morais, a fim de atingir o máximo de si. Para o filósofo, os princípios morais do cristianismo são amarras que enfraquecem o homem, que freiam seus instintos, tornando-o servil, humilde, manso, impedindo-o de potencializar-se.

É certo que o verso: "Deutscheland übber alles", do hino da Alemanha (nazista) "Las Lied der Deutschen" transpirava a "superioridade" da raça alemã, de inspiração evidentemente idealista do autor do "além do homem" - Nietszche.

Hitler seguiu a "cartilha" de Nietzsche, e levou exércitos o exército de "super-homens" alemães a praticar o "Shoah". Então eu me pergunto: onde estava a força deste "super-homem"? Era se revelou uma loucura. O conhecimento do bem e do mal é um atributo humano, mas uma filosofia que estimula a libertação dos freios morais para atingir o potencial de um homem - é um desastre. A história não mente.

O apóstolo Paulo, o anti-Nietzsche, disse: Quando penso: Estou fraco, sou forte! A fraqueza de Deus é mais forte que qualquer poder humano. E não é só os cristãos que pensam assim. Gandhi, tirou os ingleses de cima das costas da Índia, em um tempo que a Union Jack era muito mais poderosa. Ele usou os princípios da não-violência, depois aprendidos pelo Pastor Martin Luther King.

A essência do significado de fraqueza no cristianismo não se pode medir com paradigmas humanos. Quando Jesus Cristo disse: ...E aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, não estava querendo dizer que tinha um espírito fraco, tímido ou covarde, mas que o poder se aperfeiçoa na fraqueza. Quando um homem ou uma mulher se rende à graça salvadora do Criador, ele/ela não se apequena, mas se coloca em posição de ser fortalecido/a por Deus. Tudo posso naquele que me fortalece. Filipenses 4.13.

Se o cristianismo autêntico fosse mesmo coisa de servos e derrotados, não teria sobrevivido diante dos ditadores romanos. De onde vem a força do cristão? Vem do seu relacionamento e comunhão com Deus. A oração de um cristão santo é muito mais poderosa que uma nação inteira.

O "além do homem" que Nietzsche sonhou, livre das ligaduras morais, não se concretizou nem nele próprio. Um super-homem sem princípios é um louco em potencial, pronto para perpetrar qualquer atrocidade.

Não passa de uma utopia filosófica. Na prática o resultado é desastroso. Ainda prefiro ser cristão, pois minha força não está em mim, ela vem do Espírito de Deus.





A política brasileira sob um olhar cristão

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Bolsa família
João Cruzué

Tenho evitado escrever sobre política nestes tempos, pois há suficientes fontes para tecer análises para todos os gostos. Isto não significa que eu não tenha opinião. Tenho, mas ela é bem rabugenta, pessimista. "Nunca antes na história desta nação" tenho visto tanto sofisma e manipulação. Vejo que esta eleição presidencial vai ser decidida na base do bolsa-família.

Acabaram-se os comícios; se há debates, eles são chochos e engessados. As batalhas políticas deixaram as ruas e são produzidas na frente das câmeras de TV diante de meia dúzia de pessoas. Os discursos são todos feitos com base em pesquisas qualitativas. Fala-se aquilo que as classes "A", "B", "C", "D" e "E" querem ouvir; naturalmente ao ouvido de cada uma.

E aquilo que os eleitores querem ouvir, não é de forma alguma o que os candidatos pensam. É puro sofisma. Tudo produzido com muitas luzes, pó de arroz, para não mostrar o suor. Não há mais cheiro de povo nessas campanhas. As eleições no Brasil se transformaram em capítulos de novela. Tudo muito bem arrumado, penteado em nome da aparência.

Pesquisas. Por mais que eu tente, não consigo enxergar nenhuma "neutralidade" das pesquisas. Retrato de tendência apenas elas não são, pois forçam a um plebiscito, onde não são as opiniões que valem, mas as estatísticas que cabresteiam o voto. Ainda mais em terras tupiniquins onde o voto é dado para quem vai ganhar. Se isto não é manipulação, o que mais seria?

Para não falar nos financiamentos das campanhas. Belisquem-me se eu estiver sonhando: "Todo poder emana do povo", mas este povo tem duas classes os que votam e os que financiam campanhas. Acho que são destes últimos o poder, que não apenas emana, mas MANDA de verdade.

A grande mídia, percebe-se, está muito preocupada com o cerceamento da informação. Governo não é um presidente, mas dezenas de milhares de pessoas que compartilham o poder. E no meio dessa gente, há muitos que gostariam de colocar uma mordaça na imprensa, como já é feito na Venezuela, Argentina, Cuba... Um governo acima de críticas, aberto somente para adulações.

Sinceramente, estou preocupado. Pela primeira vez, não consegui ainda escolher meus candidatos. Está tudo muito confuso. Propostas de acordo com os ouvidos do povo. E a distância deste povo com o "pudê" só encurta de quatro em quatro anos. Fora disso, não se vê mais tal "pudê".

Por fim, o que mais me entristeceu nas "propostas" até agora foi essa: "a oferta de mais bolsas-família" nos próximos quatro anos. Acho que enxergam o Brasil como um país de mendigos e descamisados. Bolsa-família para todos.

Isso é campanha ou curral eleitoral? Deus que me perdoe!

Enquanto isso, tem muito crente, católico, evangélico que são contra a aprovação da PL. 122, mas vão votar em senadora, senador, deputada ou deputado que na primeira oportunidade vão votar a favor, e pior, ainda vai cuspir no "prato" dizendo que "essa gente (os crentes) são o atraso da sociedade.

Na minha opinião, quem vota errado merece mesmo uma "bolsa família."