Ontem a noite eu falava com um filho muito querido, gerado das entranhas, frutos de uma luta persistente de dez longos anos para trazê-lo por meio da Palavra à vida plena e abundante que Cristo oferece. Lógico que é sempre gratificante ter alguém assim no relacionamento. Isto gera saúde e nos motiva a continuar na empreitada que o Senhor nos chamou.
Às vezes fico pensando que amigos e colegas de ministérios também experimentaram alegria iguais a minha, mas também, tem os que como de igual forma já passei, depararam se na trajetória ministerial com adversidades geradas, por exemplo, por um gigante do tipo Isbi-Benobe.
Falo do episódio de 2 Samuel 21 quando da narrativa de guerras contra os filisteus, mais precisamente a partir do versículo 16. Davi acostumado pelejas renhidas desce com seus guerreiros, mas esta luta resulta num cansaço fora do comum tornando-o presa fácil do maligno Isbi-Benobe que portando uma espada nova intentava ferir a Davi.
O inimigo conhecia a Davi, sabia o que queria ferindo-o, tanto que Abisai que socorre o rei matando o filisteu reúne os companheiros de batalha e convencionam não permitir sob juramento que Davi não mais os acompanharia nas batalhas para que a luz de Israel não se apagasse.
O esquema, a estratégia do inimigo tem a mesmice desde o Jardim do Éden de sempre ferir a liderança, deslocar os que portam a luz do esclarecimento, a direção ou norte do grupo. Nem sempre gostamos de admitir isto, mas é uma realidade. Um pequeno ataque contra o filho, uma ação mais afrontante pessoal por alguém da confiança, tudo isto somatiza um abatimento físico e psíquico, talvez na hora que mais precisamos de energia para a batalha da vida cotidiana em andamento e que parece infindável.
Quem sabe o episódio do socorro de Abisai a Davi leve principalmente os que estão liderando grupos a precaverem se com o iminente perigo de uma proliferação quase que imperceptível dos Isbi-Benobes que se apoderam do momento adequado do nosso cansaço para usar a sua espada ferina para tentar nos anular na árdua batalha que temos que levar avante pela causa do Senhor.
Creio que podemos usar a ênfase do texto, como um conclamar a cada um que está à frente de um trabalho, que lidera, que dirige, que preside, para que atente para a descoberta de um verdadeiro Abisai, capaz mesmo cuidar e velar pela liderança.
Eu tenho tido a felicidade ter encontrado não um, mas vários companheiros, amigos e fiéis escudeiros como Abisai. Um deles é este que falei por telefone hoje, que sempre, onde quer que seja, está sempre pronto a apoiar, socorrer e ser um ombro amigo na hora do cansaço de quem está na batalha há tantos anos.
É lógico que necessariamente não precisa ser ovelha do rebanho, mas filho, como Abisai capaz de estar atento ao perigo do ataque de Isbi-Benobe e capaz de ser como uma mão amiga na hora do cansaço.
Que cada líder encontre seu Abisai e desfrute do companheirismo, amizade e fidelidade, mas que atente também ao perigo da retomada dos Isbi-Benobes, mais fáceis de surgirem do que os Abisais.
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