João Cruzué / Blog Olhar Cristão
Reuni os dados disponíveis das séries históricas do IBGE para construir uma tabela e com isso facilitar sua consulta. Elaborei uma Projeção da população evangélica para 2010, em abril de 2008, supondo que o Instituto fosse contar a população no Censo de 2010. Como isso não aconteceu, e o questionário utilizado sob amostragem (como sempre foi) fica difícil dizer, em termos absolutos, qual é população brasileira classificada por religião.
Há uma divulgação especulativa na internet de que os evangélicos seriam da ordem de 57 milhões em 2011. Imagino que isto venha do presuposto de que a taxa de crescimento decenal histórica continue a mesma: de 100% a cada 10 anos. De uma forma simples o número de evangélicos dobra a cada 10 anos. Pensando assim , em 2011 os evangélicos seriam 52 milhões, em 2020; 104 milhões e daqui a 20 anos: 200 milhões! Completamente sem lógica.
Depois de ter pesquisado mais um pouco, anotei alguns textos para uma compreensão melhor do tema. Veja esta longa palestra do Professor Doutor Carlos Engemann e do articulista Merval Pereira e para contraponto o pensamento ufanista do jesuíta Padre Joãozinho da RCC que tenta conter a perda de católicos fazendo um benchmarking do pentecostalismo.
Este assunto está longe de ser concluído, mas posso adiantar algumas premissas.
1 - É preciso fazer distinção entre fiéis católicos e católicos nominais. Quando as estatísticas do IBGE projetaram para 2000 uma população católica da ordem de 73%, incluia os dois grupos.
2 - Assim como o Islamismo tem duas vertentes principais: sunitas e xiitas, também o Cristianismo tem Católicos e Protestantes. No países onde há perseguição de cristãos (Miyanmar por exemplo) tanto padres quanto pastores oram juntos. Em tempos de sossego as coisas são diferentes. E quando uma Igreja tem grande hegemonia, em detrimento da outra, a perseguição e o abuso de poder imperam.
3 - A perda de católicos para os apriscos evangélicos vai continuar, mas à taxas decrescentes.
4 - As autoridades católicas explicam a razão perda que houve a partir dos 90s, como a estocada fatal que João Paulo II deu sobre as lideranças da "Teologia da Libertação", que introduziu e propagava o pensamento marxista usando as CEBs - Cominidades Eclesiais de Base. Com isso a opção pelos pobres se esvaiu. Para cobrir este vácuo, tão bem explorado pelo messianismo de Frei Leonardo Boff, Sua Santidade o Papa, permitiu o aparecimento da RCC - Renovação Carismática Católica, com base no município de Cachoeira Paulista/SP, maior veículo de comunicação: Rádio/TV Canção Nova.
5 - De nosso ponto de vista, não foi a desconstrução das CEBs que tornaram possível o grande crescimento dos pentecostais na década dos 90s, mas o fortalecimento do tele-evangelismo tanto da Igreja da Graça quanto da Igreja Universal. A Rede Record de Televisão fez a diferença. Investimento maciço em comunicações. O que o Pr. David Miranda fez na década dos 80s, o Bispo Macedo vez nos 90s.
6 - Ainda há outra explicação bem mais simples na teoria: basta que cada crente ganhe uma pessoa não crente para Jesus a cada 10 anos, para que a população evangélica dobre a cada década. A tabela acima aponta para isto.
7 - Minha interpretação para a queda na taxa de crescimento da população evangélica, e certamente ela vem caindo, também é bem simples: A Igreja pentecostal cresceu e continuou crescendo no Brasil, enquanto era pobre e vivia na periferia das grandes cidades. Calsses "D "e "E". Hoje esses fiéis não moram mais em barracos de madeira, onde um rato atravessava de um lado para outro pelas frestas das tábuas. As moradias melhoraram. Os filhos estudaram. A prosperidade aconteceu. E o que está no Evangelho: "E aos pobres é anunciado o Reino de Deus" deixou de ser cumprido. As Igrejas Assembleias de Deus que congregam 50%, ou mais, dos evangélicos , literalmente abandonou a evangelização dos pobres.
8 - Os presbiterianos, batistas, metodistas, não vieram das classes "D" e "E". Minha intuição diz que ficaram estagnados por falta de esforços consistentes na evangelização dos mais pobres. As Igrejas: Universal e da Graça de Deus têm seu foco pessoas da classe média. De novo os pobres ficaram abandonados.
9 - O Evangelho não avança apenas com palavras. Amar é dar. E Paulo citou o Senhor com estas palavras: "Melhor coisa é dar, que receber. Com estas palavras vou fazer uma crítica mais contundente. A grande maioria das Igrejas Evangélicas nos últimos 20 anos estão mais preocupadas em RECEBER do que dar. Não posso dizer nada quanto ao catolicismo, pois não conheço seu universo.
10 - Para recuperar o vigor das taxas de crescimento de 1960 - 2000, é preciso deixar a hipocrisia de lado. Hipocrisia de tentar um evangelho de palavras sem a correspondência em amor. As igrejas precisam de uma re-engenharia em seus planos e projetos. Precisam voltar a DAR aquilo que estão perdendo: o próprio Cristo! Sim, porque se Deus é amor... e não existe amor para dar, o Cristo deve ter ficado para trás, e precisa ser re-encontrado.
SP-20.03.2011.
.
Depois de ter pesquisado mais um pouco, anotei alguns textos para uma compreensão melhor do tema. Veja esta longa palestra do Professor Doutor Carlos Engemann e do articulista Merval Pereira e para contraponto o pensamento ufanista do jesuíta Padre Joãozinho da RCC que tenta conter a perda de católicos fazendo um benchmarking do pentecostalismo.
Este assunto está longe de ser concluído, mas posso adiantar algumas premissas.
1 - É preciso fazer distinção entre fiéis católicos e católicos nominais. Quando as estatísticas do IBGE projetaram para 2000 uma população católica da ordem de 73%, incluia os dois grupos.
2 - Assim como o Islamismo tem duas vertentes principais: sunitas e xiitas, também o Cristianismo tem Católicos e Protestantes. No países onde há perseguição de cristãos (Miyanmar por exemplo) tanto padres quanto pastores oram juntos. Em tempos de sossego as coisas são diferentes. E quando uma Igreja tem grande hegemonia, em detrimento da outra, a perseguição e o abuso de poder imperam.
3 - A perda de católicos para os apriscos evangélicos vai continuar, mas à taxas decrescentes.
4 - As autoridades católicas explicam a razão perda que houve a partir dos 90s, como a estocada fatal que João Paulo II deu sobre as lideranças da "Teologia da Libertação", que introduziu e propagava o pensamento marxista usando as CEBs - Cominidades Eclesiais de Base. Com isso a opção pelos pobres se esvaiu. Para cobrir este vácuo, tão bem explorado pelo messianismo de Frei Leonardo Boff, Sua Santidade o Papa, permitiu o aparecimento da RCC - Renovação Carismática Católica, com base no município de Cachoeira Paulista/SP, maior veículo de comunicação: Rádio/TV Canção Nova.
5 - De nosso ponto de vista, não foi a desconstrução das CEBs que tornaram possível o grande crescimento dos pentecostais na década dos 90s, mas o fortalecimento do tele-evangelismo tanto da Igreja da Graça quanto da Igreja Universal. A Rede Record de Televisão fez a diferença. Investimento maciço em comunicações. O que o Pr. David Miranda fez na década dos 80s, o Bispo Macedo vez nos 90s.
6 - Ainda há outra explicação bem mais simples na teoria: basta que cada crente ganhe uma pessoa não crente para Jesus a cada 10 anos, para que a população evangélica dobre a cada década. A tabela acima aponta para isto.
7 - Minha interpretação para a queda na taxa de crescimento da população evangélica, e certamente ela vem caindo, também é bem simples: A Igreja pentecostal cresceu e continuou crescendo no Brasil, enquanto era pobre e vivia na periferia das grandes cidades. Calsses "D "e "E". Hoje esses fiéis não moram mais em barracos de madeira, onde um rato atravessava de um lado para outro pelas frestas das tábuas. As moradias melhoraram. Os filhos estudaram. A prosperidade aconteceu. E o que está no Evangelho: "E aos pobres é anunciado o Reino de Deus" deixou de ser cumprido. As Igrejas Assembleias de Deus que congregam 50%, ou mais, dos evangélicos , literalmente abandonou a evangelização dos pobres.
8 - Os presbiterianos, batistas, metodistas, não vieram das classes "D" e "E". Minha intuição diz que ficaram estagnados por falta de esforços consistentes na evangelização dos mais pobres. As Igrejas: Universal e da Graça de Deus têm seu foco pessoas da classe média. De novo os pobres ficaram abandonados.
9 - O Evangelho não avança apenas com palavras. Amar é dar. E Paulo citou o Senhor com estas palavras: "Melhor coisa é dar, que receber. Com estas palavras vou fazer uma crítica mais contundente. A grande maioria das Igrejas Evangélicas nos últimos 20 anos estão mais preocupadas em RECEBER do que dar. Não posso dizer nada quanto ao catolicismo, pois não conheço seu universo.
10 - Para recuperar o vigor das taxas de crescimento de 1960 - 2000, é preciso deixar a hipocrisia de lado. Hipocrisia de tentar um evangelho de palavras sem a correspondência em amor. As igrejas precisam de uma re-engenharia em seus planos e projetos. Precisam voltar a DAR aquilo que estão perdendo: o próprio Cristo! Sim, porque se Deus é amor... e não existe amor para dar, o Cristo deve ter ficado para trás, e precisa ser re-encontrado.
SP-20.03.2011.
.