.
João CruzuéSe você tivesse diante de um processo de escolha difícil, qual caminho tomaria: socorrer um ente querido ou investir apenas no ministério pastoral? Não tenho nada de tão importante assim em vida, para que venha influir na vida de alguém, mas julguei conveniente escrever algumas linhas para dizer que oportunidade não voltam se fizermos escolhas erradas contrariando a voz do Espírito Santo.
Em meados de 2000 eu estava à frente de uma congregação com mais de 100 almas. Deus era comigo, ajudando-me muito no cuidado ministerial. Pela mesma ocasião minha mãe começou a ter sérios problemas de saúde mental. Eu pedi uma licença de seis meses ao Pastor Setorial para cuidar do assunto. A princípio ele não se agradou, mas Deus disse-me que seria bem-sucedido. E eu tinha chegado ao limite, antes de conversar com ele. E o fato interessante era que ao dobrar o joelho para orar, minha consciência se apresentava nítida enquanto marcava em brasa o meu coração com o nome de minha mãe.
Eu fui substituído. Conversei com a família e, durante dois anos, mês sim, mês não, eu viajava 900 km, para fazer companhia a minha mãe. Diante dos colegas de ministério eu fiquei com uma mancha. O julgamento deles era diverso do meu. Achavam que primeiro vem o ministério e depois o resto.
Dez anos depois, ainda continuo analisando minha escolha. Descobri que não valia a pena pensar como eles. Perdi o interesse de andar com eles, pois a mim pareceu-me que não estavam dispostos a sacrifícios pela família. Eu não desisti do ministério, mas o Senhor é Senhor do meu tempo, da minha vida e sabe do propósito para o que me criou.
O que aconteceu nestes dez anos? Bom, seis meses depois de estar cuidando de minha mãe, comecei a coletar literatura para enviar para as igrejas do cárcere nas Penitenciárias do Estado de São Paulo. Durante dois anos e meio, coletei e enviei pelo correio mais de 500kg de revistas usadas de Escola Dominical, sempre acompanhadas de algumas Bíblias. Em 14 de julho de 2003, o Senhor pos fim a 11 anos de desemprego, quando abriu-me as portas para ser o contador da Autarquia Hospitalar do Campo Limpo. Trabalhei seis anos ali. Não consegui resolver todos os problemas de minha mãe, mas ela melhorou bastante, e se sentiu bem mais segura.
No final do ano passado, recebi um telegrama em minha casa solicitando minha presença no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para assumir uma vaga conquistada em concurso. Data do concurso 11.12.2005. Quase quatro anos. Mudei de emprego e passei a ganhar um dos melhores salários do Estado.
Eu não contei toda a história. Tive um grande prejuízo por causa de um negócio com outro familiar. Perdi seis terrenos comprados e pagos para esta pessoa. Na época do desemprego a venda desses imóveis livraria minha família das grandes dificuldades que passamos. Eu perdoei o prejuízo e coloquei a causa nas mãos de Deus, sabendo que mais o Senhor tem para dar do que o diabo para carregar!
Examinando o passado e principalmente as duas escolhas mencionadas, percebo que meu coração está em paz. Eu não sei se foi por ter feito as escolhas certas que o Senhor colocou em minhas mãos um cargo de auditor no Tribunal. O que sei é que não tenho nada em meu coração que me faça envergonhar das atitudes que tomei. Elas me custaram muitas feridas e muitos mal-entendidos, mas no final de tudo eu percebi que se não fora Jesus ao meu lado eu teria ficado sozinho.
Mas é melhor ficar sozinho e ter a presença de Jesus do que um ministério de fachada. Acho que é uma grande hipocrisia ensinar amar ao próximo do alto de um púlpito, enquanto abandona pais, mães e a família à própria sorte. Isso é loucura, que nossos filhos, dias mais tarde, vão lançar em nosso rosto.
Se assuntos dessa natureza também estão fazendo parte do seu dia a dia, eu creio que uma consciência em paz com Deus é muito mais valiosa. Mais que uma posição eclesiástica conquistada a preço da negligência, da omissão envolvendo um ente familiar. O preço pode não ser suficiente para comprar a sua própria consciência.
No final do ano passado, recebi um telegrama em minha casa solicitando minha presença no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para assumir uma vaga conquistada em concurso. Data do concurso 11.12.2005. Quase quatro anos. Mudei de emprego e passei a ganhar um dos melhores salários do Estado.
Eu não contei toda a história. Tive um grande prejuízo por causa de um negócio com outro familiar. Perdi seis terrenos comprados e pagos para esta pessoa. Na época do desemprego a venda desses imóveis livraria minha família das grandes dificuldades que passamos. Eu perdoei o prejuízo e coloquei a causa nas mãos de Deus, sabendo que mais o Senhor tem para dar do que o diabo para carregar!
Examinando o passado e principalmente as duas escolhas mencionadas, percebo que meu coração está em paz. Eu não sei se foi por ter feito as escolhas certas que o Senhor colocou em minhas mãos um cargo de auditor no Tribunal. O que sei é que não tenho nada em meu coração que me faça envergonhar das atitudes que tomei. Elas me custaram muitas feridas e muitos mal-entendidos, mas no final de tudo eu percebi que se não fora Jesus ao meu lado eu teria ficado sozinho.
Mas é melhor ficar sozinho e ter a presença de Jesus do que um ministério de fachada. Acho que é uma grande hipocrisia ensinar amar ao próximo do alto de um púlpito, enquanto abandona pais, mães e a família à própria sorte. Isso é loucura, que nossos filhos, dias mais tarde, vão lançar em nosso rosto.
Se assuntos dessa natureza também estão fazendo parte do seu dia a dia, eu creio que uma consciência em paz com Deus é muito mais valiosa. Mais que uma posição eclesiástica conquistada a preço da negligência, da omissão envolvendo um ente familiar. O preço pode não ser suficiente para comprar a sua própria consciência.