Pastor Martin Luther King, Jr.
João CruzuéCom receio de sofrer retaliações (fatwa) dos religiosos islâmicos, a empresa Sony adiou o lançamento mundial de um game. O produto que já foi distribuído está sendo recolhido de todas as lojas do mundo. Foi descoberto que uma música contida no jogo tinha dois versos extraídos do Corão – a “Bíblia” do Islã.
“Nós tomamos providências imediatas para retificar o produto, e sinceramente pedimos desculpas por qualquer ofensa que isto tenha causado”, explicou a empresa.
Há pouco mais de um ano esta mesma empresa teve que pedir desculpas à Igreja Anglicana porque o design de um jogo violento de uma de suas marcas reproduziu o cenário da Catedral de Manchester. Embora não o tenha retirado do mercado. Mas, como o nível de consciência do Islã é muito mais elevado a Sony não quis repetir o erro.
Em nossa opinião isso não foi nada mais do que uma campanha promocional. Tem sido uma constante o (ab)uso de assuntos ou personagens religiosos para despertar a curiosidade mundial. O maior e mais recente mau exemplo disso foi o Livro Código Da Vinci. Os eventuais percalços nesta estratégia são financeiramente muito bem recompensados com bilhões de lucros. É um risco calculado.
Quando se trata de ofensas ao cristianismo as grandes empresas não se importam muito pois sabem que a secularização já arrefeceu os brios da Igreja. Mas quando o assunto é o Islã a coisa muda, pois a consciência islâmica não aceita contemporização.
Há pouco tempo uma marca de sabonete “albany” foi a financiadora oficial de uma novela global que expôs (mais) uma visão preconceituosa e ofensiva ao povo evangélico rotulando-os como inquisidores, radicais, e hipócritas. Hoje os supermercados estão cheios sabonetes desta marca popular. Quando passo em frente das gôndolas e os vejo, minha consciência lembra-me de que devo dar um belo sorriso de desdém para eles. Ainda mais pela razão de que muitos crentes em sua simplicidade os compram, e com isso financiam uma campanha difamatória contra si próprios.
Fique atento às ofensas e ao preconceito. Nem de longe pensamos em emitir “fatwas” para coagir nenhuma empresa a respeitar o nosso modo de vida evangélico, pois temos o exemplo bem sucedido da não-violência recomendado pelo Pastor Martin Luther King. Sabendo que o “calcanhar de aquiles” de qualquer uma delas é o “bolso”, nada melhor que um boicote contra suas marcas e produtos ofensivos, para lhes trazer à memória duas palavras muito importantes: prejuízos e respeito.
cruzue@gmail
SP-20.10.08
.