domingo, abril 29, 2018

Como o cristianismo chegou ao Japão

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Monte Fuji
João Cruzué 
O cristianismo chegou ao Japão em meados do século XVI, levado pelos ventos que impulsionavam as caravelas portuguesas pela rota das Índias. Em 1542, uma nau de comerciantes portugueses aportou na Ilha de Kyushu , levando armas de fogo, entre as mercadorias e padres missionários jesuítas. Sessenta anos mais tarde, o cristianismo já estava disseminado no campo e até no meio das famílias próximas dos Shoguns. Assustados, decidiram limitá-lo. Não conseguindo, partiram para o extermínio. Cem anos depois, o cristianismo estava praticamente banido pelas armas do shogunato Tokugawa. Duzentos anos se passaram. A partir de meados do século XIX, a era dos shoguns chegou a o fim através da Revolução Meiji. E o Cristianismo voltou a florescer no Japão com a força dos missionários do Ocidente.

O Shogum,
 (sho = comandante, general, + gun= exército, tropas, militar) o senhor feudal japonêsdeu as boas-vindas ao comércio exterior e aceitou os missionários católicos, fascinado apenas pelas armas. Diante das demonstração do fogo das armas municiadas à pólvora, eles concluíram que o dai-shô (a katana e a wakizashi), o conjunto de espadas longa e curta dos samurais, precisava da companhia de uma arma de longo alcance.

Os jesuítas liderados por São Francisco Xavier chegaram a converter e batizar a muitos, incluindo tanto camponeses quanto pessoas da classe dominante, próximas do shogun. Xavier orientou seus companheiros para aprender o Kanji, e daí surgiu o "romanji" - um mistura de latim com a língua nativa para uso no catecismo e na celebração das missas. Duas missões foram construídas, sendo uma delas no ano de 1550 na capital imperial - Kyoto. Havia interesse indireto do shogunato em permitir a introdução de uma nova religião em seus domínios, pois planejavam com isso quebrar a força dos monges budistas e do shintô. 

Por volta do
 fim do século XVI, uma idéia sombria pairava sobre o sucesso da primeira missão, no Oeste do Japão. O shogunato passou a suspeitar de que os comerciantes e jesuitas eram na verdade infiltrados de táticas de conquista das potências ocidentais. A isso também foi levado em conta a forma grosseira com que alguns comerciantes tratavam os nativos. Os portugueses já não eram mais vistos com bons olhos. 

Por isso, em 1587,
 o xogum Toyotomi Hideyoshi proclamou um edito expulsando os missionários cristãos da Ilha de Kyushu. Nenhum franciscano ou jesuíta poderia mais desembarcar ali, a partir de 1593. Mesmo assim os jesuítas continuaram ativos no país. Então Hideyoshi intensificou a perseguição. Em 1597 ele proclamou um novo edito de banimento e como aviso executou ao fio da espada 26 missionários franciscanos em Nagasaki. 

Depois dele, 
outro xogum, Tokugawa Ieyasu, e seus descendentes continuaram a perseguir os camponeses cristãos nativos através de vários editos. Em 1637 houve uma revolta conhecida como a rebelião de Shimabara, onde 30.000 camponeses cristãos enfrentaram um exército de 100.000 guerreiros samurais do Castelo de Edo, residência da poderosa família Tokugawa. A rebelião foi esmagada com um alto custo para o exército do Shogum. Os cristãos foram esmagados. No ano de 1638, o cristianismo estava oficialmente extinto no Japão. 

Em 1853, 
o Japão saiu do isolamento e reabriu as portas para uma nova interação comercial com o Ocidente. Missionários de todas as religiões: católicos, protestantes e ortodoxos foram enviados para lá, apesar da proibição. Em 1871, depois da restauração Meiji, a liberdade religiosa foi introduzida definitivamente pela Constituição Meiji, dando as comunidades cristãs existentes os direitos de existência legal e da livre pregação do evangelho.

A restauração Meiji foi uma sucessão de fatos que levaram o Japão a deixar o obsoleto sistema feudal para se tornar uma potência mundial nas décadas a seguir. Um desses acontecimentos foi a quebra da tradição com a mudança empreendida pelo Imperador Meiji, de Kyoto, a capital imperial, para estabelecer sua residência oficial no Castelo de Edo - a sede do shogunato da poderosa família Tokugawa. O Castelo de Edo e seus arredores vieram a se transformar em Tokyo (Capital do Leste), a grande metrópole japonesa. Com a mudança do imperador e a reabertura dos portos para o comércio exterior a era dos samurais e do feudalismo no Japão chegou ao fim.

A liberdade religiosa não foi o bastante para fazer do cristianismo uma religião popular no Japão. Ele tem crescido a taxas minúsculas; os cristãos são apenas cerca de 1 a 1,5% de uma população de 127 milhões.

Os símbolos cristãos
 têm sido mal compreendidos no Japão porque a forma de transmitir a mensagem do evangelho talvez não esteja adequada à compreensão nativa. A cultura japonesa tem olhos diferentes para pesar o valor das coisas. Para um japonês é incomum e até mesmo considerado de péssimo gosto, por exemplo, a construção de um templo em uma rua ou avenida movimentada, afirmam alguns analistas cristãos.

Por outro lado
 há coisas que os atraem no cristianismo, como por exemplo, a celebração da Santa Ceia. eles entendem bem a mensagem de um memorial de Cristo cujo corpo é o pão que é partido por nós. Eles são simpáticos a oportunidade que existe no final da missa/culto, principalmente de celebração da eucaristia/ceia, para por em dia o relacionamento social, reportou um padre católico.

Fontes de pesquisa
: textos em inglês na WEB de autorias não conhecidas.


LEIA TAMBÉM: A História do Pentecoste no Japão

João Cruzué



cruzue@gmail.com



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Três conselhos de David para Salomão


De pai para filho
João Cruzué

E, chegando os dias de sua morte, Davi chamou o Rei Salomão e deu-lhe alguns conselhos. Esta tomará três deles par nossa meditação. Esforça-te; sê homem; guarda e observa.

Esforça-te - esforço significa para mim: compromissos, planejamento e suor. Compromissos com Deus, consigo mesmo, com a família, com a Igreja e com a comunidade. Uma escada com cinco degraus, onde no mais alto deve estar o Senhor. Planejamento para não perder tempo e energias nadando contra maré, ou como diz a sabedoria popular: "dando murros em ponta de faca". Planejar significa pensar, pesar os recursos, meditar no contexto das coisas - mas principalmente ouvir bons conselhos.

Há Conselhos e conselhos. Em meu local de trabalho vez por outra surgia uma situação difícil. Então, procurava conversar com meus auxiliares, separadamente. Fato interessante é que um conselho depende muito da capacidade de discernimento de quem ouve. Uma característica determinante para pesar se ele é bom ou ruim pode ser encontrada em Mateus 05:9. Ali diz que os pacificadores serão chamados Filhos de Deus. Por causa disso, dava mais atenção à palavra de meu auxiliar mais jovem. O mais velho aconselhava "chutar o pau da barraca" e o mais novo recomendava continuar o diálogo, ter um pouco mais de paciência. Por isso, fui bem sucedido na solução daqueles problemas.

O conhecimento suficiente para colocar os planos em prática, não será perfeito se vier apenas de uma cabeça. É muito bom ouvir a esposa, os amigos das horas difíceis, os pais, irmãos mais equilibrados. É muito conhecida a história dos cegos apalpando o elefante. De acordo com o que apalpavam, cada um tinha uma visão diferente. As coisas futuras também são como "elefantes". As vezes conhecemos uma parte, e ao ouvir a visão de outros, podemos ter uma imagem do futuro, bem mais clara no presente. As chances de uma plano dar certo sem ouvir conselhos são as mesmas de sair com uma vela acesa ao vento. Um detalhe curioso é que quanto maior é o sucesso que alguém alcança, mais difícil será sua capacidade de querer ouvir conselhos. O Rei Davi era muito experiente na arte de se aconselhar. Sua humildade nisso, levou-o a ser o maior dos Reis de Israel.

Salomão, entretanto, parece que confiava na sua grande sabedoria, na fama e no sucesso de seus negócios. Se ele possuia conselheiros, creio que não os ouvia. É muito difícil conservar uma atitude humilde diante do sucesso.

Ouvir para planejar melhor, e esforçar sobre os melhores planos. É um suor que vai valer a pena.

O segundo conselho que Davi deu para Salomão foi: Sê Homem! Isso tem a ver com um espírito de coragem. Não guardo muitos versículos na mente, mas de II Timóteo 1:7 não me esqueço: "Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mais de fortaleza, e de amor, e de equilíbrio." De todos meus colegas de trabalho, no Hospital, não me esqueço do Ricardo Santos.
Qualquer que fosse a dificuldade do problema ele nunca dizia uma palavra desanimadora. Havia coisas impossíveis, mas nós nunca o víamos mostrar-se frouxo.

Alguém já disse com muito acerto que para conseguir as coisas impossíveis que estão no futuro, basta fazer o possível de cada dia.

Esforçar-se com coragem, amor e moderação.

E para concluir, o terceiro conselho de Davi para o Rei Salomão foi - Guarda no coração os mandamentos do Senhor e os pratique para que prosperes em tudo quanto fizeres, e onde quer que estiveres. Como o modo dos verbos estão no subjuntivo, neste conselho estava implicito o livre arbítrio de Salomão, ou seja, obedecer ou deixar de obedecer. Os três conselhos foram dados por um pai, homem experiente, ungido de Deus e fiel.

De nada adiantou a sabedoria de Salomão, pois não tinha ouvidos para ouvir.


Meditação em IReis 2:1-3.