sexta-feira, outubro 27, 2017

Como mudar a situação política nacional

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Crédito da foto: Correio Popular de Brasília
Brasília
Por: João Cruzué

Caros irmãos e amigos, 
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Tenho lido com grande preocupação o que crentes e não crentes andam dizendo nas redes sociais, sobre os políticos e a situação política do Brasil. Fomos ensinados pelos nossos pastores que o Reino de Deus não é deste mundo. Também sabemos por São João que "[...]o mundo inteiro jaz no maligno" (I João 5.9). Por outro lado, São Paulo disse em  Romanos 13.1 que "[...] que não há autoridade que não venha de Deus". O mesmo Paulo escreveu que "Então virá o fim quando ele (Jesus Cristo) entregar o reino a Deus Pai, quando houver destruído todo domínio, e toda autoridade e todo poder" (I Cor. 15.24). Diante dessas considerações, vou dizer adiante o que penso do atual e delicado momento da situação política brasileira. Está ruim? Está! Pode melhorar? Sim, Pode! mas isto depende de uma mudança. Em lugar de aceitar como verdade um pensamento alheio, devemos, nós mesmos, aprender a ter pensamentos próprios.  

Tendo como propósito um desejo de mudança, a sociedade brasileira decidiu experimentar novos rumos, escolhendo Luiz Inácio da Silva e a proposta petista para presidir os destinos da nação. Até certo tempo deu certo. Depois, o mesmo povo foi às ruas e deu sustentação para que o governo petista da presidente Dilma fosse apeado do poder. Um dos principais agentes que concorreu para esta derrubada foi o Juiz da 13.ª Vara Federal de Curitiba - o Dr. Sergio Moro, popularmente reconhecido como o cabeça da operação Lava Jato, embora tal operação, na verdade, seja de responsabilidade do  Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF).

A corrupção no Brasil sempre existiu. Há indícios dela desde a carta de Pero Vaz de Caminha, na chegada de Pedro Álvares Cabral, passando por Dom João VI (1808 - Laurentino Gomes) em que para se fazer negócios com a Corte era precisar pagar 17% por fora. E para receber os serviços prestados para a Corte, mais 17% teriam que ser pagos para receber o valor pendente. 

No mesmo compasso, é de conhecimento geral e divulgado na imprensa que em 2014 ( Estadão) que sem muito dinheiro não há sucesso do candidato na eleição. Resumindo em uma linha, no artigo de  José Roberto de Toledo e Rodrigo Burgarelli, de 07/11/14, está escrito que dos candidatos que "investiram" até R$ 500 mil na campanha, apenas 3% foram eleitos. Dos 513 Deputados Federais eleitos em 2014, a média de gastos de cada um foi de  R$1.422.000,00.

De onde veio todo este dinheiro? Bom, veio principalmente das contribuições de empresas privadas. A Lava Jato expôs perante toda nação que estas empresas eram principalmente a JBS - Friboi, Odebrecht, OAS, Camargo Correia,  UTC, Delta além de muito dinheiro surrupiado da Petrobras etc.

Bom, e daí?

E daí que no Brasil quem elege os políticos não era o povo. Era o dinheiro de grandes empreiteiras que na verdade, segundo as apurações do MPF (leia-se Lava Jato) tratava-se de sobrepreço das obras. As licitações eram superfaturadas, as empreiteiras tiravam o delas e a diferença ia para o caixa de campanha dos políticos que estão aí. Ou seja, sem muito dinheiro o político não se elege. É um sistema corrupto e perverso em que o povo entra com o voto, mas quem elege é o dinheiro.

E o que este dinheiro compra?

Em um resumo simplista, o dinheiro do caixa de sua "Excelência", o senador compra apoio de um ou vários candidatos a deputados federais. O dinheiro em caixa de sua "Excelência" o deputado federal ajuda a financiar a candidatura de um ou vários candidatos a deputado estadual. E mais: no meio deste rolo compressor, pastores, igrejas, sindicatos, líderes comunitários e o "caramba" também são comprados por dinheiro. No final, conforme o artigo citado no texto, em 2014, o político que arrecadou de R$ 5 milhões para cima se elegeu ou foi reeleito. Dos 59 candidatos à Câmara Federal que arrecadaram entre 3 e 5 milhões de reais, 54 se elegeram. Portanto, contra fatos não é possível contra-argumentar.

De onde vem boa parte do dinheiro arrecadado que elegeu os políticos nas últimas 4 eleições majoritárias (Presidentes, Governadores, Deputados Federais e Deputados Estatuais)?

A Lava Jato revelou que a JBS-Friboi, Odebrecht, OAS, UTC e várias outras empreiteiras COMPRARAM milhares de políticos com o objetivo de se dar bem em negócios envolvendo obras públicas ou empréstimos do BNDES. Não sou eu quem descobriu isso - está tudo na imprensa há pelo menos uns 3 anos.

Dilma foi deposta. O Ministério Público Federal, via PGR apresentou duas denúncias contra o atual presidente Michel Temer. Há pelo menos 3 anos a economia do nosso país está andando para trás ou de lado por causa dos escândalos políticos.

A  11 meses da próxima eleição não, infelizmente não é pragmático destituir o atual presidente. Se isto acontecer, quando outro ocupante do Planalto se assetasse na cadeira, na mesma semana começaria outro buchicho de corrupção. O que isto pode produzir? Mais instabilidade econômica. Grandes empresas podem se retirar do Brasil, da mesma forma que o imbróglio da separação da Cataluña está produzindo em terras espanholas.

Com todo nosso sistema político está corrompido, o certo seria fazer uma limpeza completa. Será que é só o Presidente Temer que deveria ser cassado? E o resto?

Diante disso, é preciso orar um pouco mais pela nação brasileira  e ter paciência por mais 11 meses. Paciência só, não! Como este blog é essencialmente evangélico, cuidado com o voto de cabresto. Cuidado com dinheiro sujo comprando o apoio do pastor da sua Igreja. Precisamos escolher melhor nossos próximos governadores, presidente, deputados federais e deputados estaduais.

Se você continuar votando errado, não adianta  se irritar e gritar "Fora Temer" nas redes sociais. Todo o sistema está podre. Para mudar este sistema corrupto, é preciso paciência, prudência, inteligência e, talvez,  até vergonha na cara. 

Tem outra coisa. Existe uma coisa pior que um sistema político corrupto: A ditadura ou a eleição de um candidato para presidente que nunca foi político. Na pressa de resolver um problema é perfeitamente possível arranjar um outro bem maior. Se você colocar um leão dentro de casa, porque seu gato não está caçando bem os ratos, depois que ele pode engolir você. 

Olhe para a Venezuela. Aquele país estava uma corrupção só, nos anos 90. Hoje, o povo não tem comida, não tem emprego, não tem paz e não tem futuro. Não basta gritar "Fora Temer". É preciso  deixar ele fora em outubro de 2018, com certeza. Mas, se a burrice aumentar, podemos ter uma coisa bem pior. Lembra do Collor?  Foi apresentado pela Rede Globo como o "caçador de marajás". No final, o que ele caçou foi a caderneta de poupança de todo mundo.

Não sei quem disse isso: pensar é uma coisa perigosa. Então comece a pensar. Não deixe que o pensamento dos outros ponha um cabresto na sua mente. Descubra por você mesmo/mesma de quantas e quais maneiras é possível melhorar o Brasil. Se você não sabe, isto também é fazer política. São João escreveu no Evangelho estas maravilhosas palavras de Jesus: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". 

O Brasil está precisando de liberdade!
















quinta-feira, outubro 26, 2017

A letra e o Espírito

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Por João Cruzué


Há uns 10 anos, eu  escrevia e gostava de ver o contador de visitas do Blog subindo. Depois, com tanto trabalho e estudos,  fui perdendo o pique. Tempo, eu tenho hoje apenas para escrever coisas que julgo realmente importantes e merecedoras de um post. Isso aconteceu ontem, quando eu  dei início a uma releitura  do volume I e II de Samuel do Novo Comentário Bíblico  Beacon, comercializado pela Editora Central Gospel com a seguinte publicidade: 
Envolvente, perceptivo e, academicamente, minucioso e completo, o Novo Comentário Bíblico Beacon expandirá sua compreensão e aprofundará seu apreço pelo significado e pela mensagem de cada livro da Bíblia. 
Escrito a partir da perspectiva teológica Wesleyana, esse comentário indispensável fornece a pastores, estudiosos profissionais, professores e estudantes da Bíblia uma interpretação crítica, relevante e inspiradora da Palavra de Deus no século 21.
Confesso que, pela segunda vez, me senti confrontado com a mesma mensagem paralela embutida no comentário. O resultado disso levou-me a pensar o quanto é sutil o veneno da letra, do academicismo, para um crente pentecostal, não importando se novo ou maduro. Não posso jogar fora a herança que recebi dos pastores suecos que passaram pelo fogo pentecostal da Rua Asusa no começo do século passado.  Um movimento que varreu os cinco continentes em apenas uma década. Os fatos mostraram que somente o Espírito Santo poderia (e pode) fazer algo tão grandioso assim.

Na verdade,  se por um lado o Novo Comentário Bíblico Beacon (NCBB) é uma obra escrita com todo rigor científico, por outro, na minha opinião, há um veneno mortal escondido nas palavras do volume I e II Samuel. Não li os outros volumes do NCBB, portanto minha opinião é restrita a este volume.

Abrindo um parêntesis, falando em rigor acadêmico de uma obra, por experiência própria, conheci alguns detalhes disso, pela ocasião de um artigo de conclusão de curso de pós-graduação em Auditoria. Por isso, notei que as leituras de vários artigos que o comentarista  KEVIN J. MELLISH realizou para escrever sobre I e II Samuel são realmente a prova de que houve esmero na pesquisa científica. Fecho o parêntesis.

Todavia, rigor científico é uma coisa e analisar as coisas pelos olhos da fé nem sempre é científico, considerando que há ciências e Ciências. Exemplo disso, é o que pode ser entendido do que disse o profeta Isaías:

Portanto, eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa com este povo, sim uma obra maravilhosa e um assombro; e a sabedoria dos seus sábios perecerá, e o entendimento dos seus entendidos se esconderá (Isaías 29.14);
Que desfaço os sinais dos profetas falsos, e torno loucos os adivinhos, que faço voltar para trás os sábios, e converto em loucura a sua ciência (Isaías 44.25);
Sou Eu que confirmo a palavra do meu servo, e cumpro o conselho dos meus mensageiros (Isaías 44.26a).

A mensagem subliminar que o autor passa quando o relato dos textos pesquisados insinua que o escritor bíblico construiu uma narrativa planejada para apresentar David aos leitores judeus (e gentios) esterilizada de qualquer inspiração do Espírito. Ao meu sentir, entendi que o material coletado pelo comentarista está passando a seguinte mensagem: O escritor bíblico de I e II Samuel manipulou o texto para apresentar David como um produto autêntico, da mesma forma que um marqueteiro do seculo XXI apresenta um político ao povo. Quanto a isso, sugiro que também leia o comentário de I e II Samuel. Tire a prova.

A primorosidade da obra "Novo Comentário Bíblico Beacon" sob o ponto de vista acadêmico é inegável, como também é inegável o perigo de sua mensagem subliminar, isto é: se o  escritor  bíblico de I e II Samuel bíblicos manipulou uma verdade conveniente, o que se infere, então, quanto à inspiração dos outros livros?

Como pentecostal que sou, repito o conselho de São Paulo: "Examinai tudo, mas retende o bem". Considero, pessoalmente, no que concerne aos comentários  KEVIN J. MELLISH ao livros de I e II Samuel que ali, embutido no pacote, há um gatilho para aniquilar a fé de novos convertidos e também para balançar a fé de crentes maduros que estão passando por grandes provações. 

Sinceramente, a nota que eu dou para o comentário Beacon destes dois livros é zero. Li, sim! Mas, como pentecostal não gostei. Em tempos tão cheios de corrupção em todos os seguimentos da sociedade, só me faltava um comentário bíblico cuja mensagem no meio de tantas citações insinua que não houve inspiração do Espirito Santo senão manipulação por conveniência de um escriba 

Não sei se algum blogueiro já falou sobre isto, mas a amostra que li desta obra - Novo Comentário Bíblico Beacon, me trouxe uma péssima impressão. Como pentecostal, ensinado que a Bíblia foi escrita ao longo dos séculos sob a inspiração divina, percebi que há veneno na farinha desta panela. Considerando que Deus me deu um pouco de sabedoria, gostaria muito de acrescentar umas palavras mais fortes, mas, ponto final. 


SP- 26/10/17.