quinta-feira, outubro 26, 2017

A letra e o Espírito

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Por João Cruzué


Há uns 10 anos, eu  escrevia e gostava de ver o contador de visitas do Blog subindo. Depois, com tanto trabalho e estudos,  fui perdendo o pique. Tempo, eu tenho hoje apenas para escrever coisas que julgo realmente importantes e merecedoras de um post. Isso aconteceu ontem, quando eu  dei início a uma releitura  do volume I e II de Samuel do Novo Comentário Bíblico  Beacon, comercializado pela Editora Central Gospel com a seguinte publicidade: 
Envolvente, perceptivo e, academicamente, minucioso e completo, o Novo Comentário Bíblico Beacon expandirá sua compreensão e aprofundará seu apreço pelo significado e pela mensagem de cada livro da Bíblia. 
Escrito a partir da perspectiva teológica Wesleyana, esse comentário indispensável fornece a pastores, estudiosos profissionais, professores e estudantes da Bíblia uma interpretação crítica, relevante e inspiradora da Palavra de Deus no século 21.
Confesso que, pela segunda vez, me senti confrontado com a mesma mensagem paralela embutida no comentário. O resultado disso levou-me a pensar o quanto é sutil o veneno da letra, do academicismo, para um crente pentecostal, não importando se novo ou maduro. Não posso jogar fora a herança que recebi dos pastores suecos que passaram pelo fogo pentecostal da Rua Asusa no começo do século passado.  Um movimento que varreu os cinco continentes em apenas uma década. Os fatos mostraram que somente o Espírito Santo poderia (e pode) fazer algo tão grandioso assim.

Na verdade,  se por um lado o Novo Comentário Bíblico Beacon (NCBB) é uma obra escrita com todo rigor científico, por outro, na minha opinião, há um veneno mortal escondido nas palavras do volume I e II Samuel. Não li os outros volumes do NCBB, portanto minha opinião é restrita a este volume.

Abrindo um parêntesis, falando em rigor acadêmico de uma obra, por experiência própria, conheci alguns detalhes disso, pela ocasião de um artigo de conclusão de curso de pós-graduação em Auditoria. Por isso, notei que as leituras de vários artigos que o comentarista  KEVIN J. MELLISH realizou para escrever sobre I e II Samuel são realmente a prova de que houve esmero na pesquisa científica. Fecho o parêntesis.

Todavia, rigor científico é uma coisa e analisar as coisas pelos olhos da fé nem sempre é científico, considerando que há ciências e Ciências. Exemplo disso, é o que pode ser entendido do que disse o profeta Isaías:

Portanto, eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa com este povo, sim uma obra maravilhosa e um assombro; e a sabedoria dos seus sábios perecerá, e o entendimento dos seus entendidos se esconderá (Isaías 29.14);
Que desfaço os sinais dos profetas falsos, e torno loucos os adivinhos, que faço voltar para trás os sábios, e converto em loucura a sua ciência (Isaías 44.25);
Sou Eu que confirmo a palavra do meu servo, e cumpro o conselho dos meus mensageiros (Isaías 44.26a).

A mensagem subliminar que o autor passa quando o relato dos textos pesquisados insinua que o escritor bíblico construiu uma narrativa planejada para apresentar David aos leitores judeus (e gentios) esterilizada de qualquer inspiração do Espírito. Ao meu sentir, entendi que o material coletado pelo comentarista está passando a seguinte mensagem: O escritor bíblico de I e II Samuel manipulou o texto para apresentar David como um produto autêntico, da mesma forma que um marqueteiro do seculo XXI apresenta um político ao povo. Quanto a isso, sugiro que também leia o comentário de I e II Samuel. Tire a prova.

A primorosidade da obra "Novo Comentário Bíblico Beacon" sob o ponto de vista acadêmico é inegável, como também é inegável o perigo de sua mensagem subliminar, isto é: se o  escritor  bíblico de I e II Samuel bíblicos manipulou uma verdade conveniente, o que se infere, então, quanto à inspiração dos outros livros?

Como pentecostal que sou, repito o conselho de São Paulo: "Examinai tudo, mas retende o bem". Considero, pessoalmente, no que concerne aos comentários  KEVIN J. MELLISH ao livros de I e II Samuel que ali, embutido no pacote, há um gatilho para aniquilar a fé de novos convertidos e também para balançar a fé de crentes maduros que estão passando por grandes provações. 

Sinceramente, a nota que eu dou para o comentário Beacon destes dois livros é zero. Li, sim! Mas, como pentecostal não gostei. Em tempos tão cheios de corrupção em todos os seguimentos da sociedade, só me faltava um comentário bíblico cuja mensagem no meio de tantas citações insinua que não houve inspiração do Espirito Santo senão manipulação por conveniência de um escriba 

Não sei se algum blogueiro já falou sobre isto, mas a amostra que li desta obra - Novo Comentário Bíblico Beacon, me trouxe uma péssima impressão. Como pentecostal, ensinado que a Bíblia foi escrita ao longo dos séculos sob a inspiração divina, percebi que há veneno na farinha desta panela. Considerando que Deus me deu um pouco de sabedoria, gostaria muito de acrescentar umas palavras mais fortes, mas, ponto final. 


SP- 26/10/17.





segunda-feira, outubro 23, 2017

A Igreja Batista da Avenida Dexter e o Filme O Pastor


A Igreja de Martin Luther King

Igreja Batista Memorial King da Avenida Dexter
Montgomery - Alabama - USA.
João Cruzué

As origens da Igreja Batista Memorial King da Avenida Dexter nº 454, remonta a 1877. Cidade: Montgomery, no Alabama - Estados Unidos da América. Sua importância histórica não veio por ter sido construída no tempo da escravidão nem pelo seu projeto arquitetônico. Sua fama MUNDIAL veio pelas ações firmes e sermões ousados de dois grandes pastores que serviram ali de 1948 a 1960, o Dr. Vernon Johns e Dr. Martin Luther king, Jr.

Dr. Vernon Johns, um velho pastor, aceito pelo Conselho Local de Diáconos, apesar de ter um histórico de curtas estadias em várias Igrejas pela militância contra a segregação racial sulista. A começar pelo primeiro sermão "A parábola do Rico e do Lázaro" em que o "rico" eram os brancos opressores dos negros da comunidade. Ele foi 19º pastor e permaneceu na Igreja da Avenida Dexter de 1948 - 1952, quando foi dispensado da Igreja pelos mesmos diáconos que não conseguiam manipulá-lo ou "domesticá-lo", para por fim as dores de cabeça com as autoridades brancas de Montgomery.

O link para assistir o filme está no final deste post.

Para sucedê-lo, em 1954 os Diáconos aprovaram o currículo de um jovem pastor chamado Martin Luther King, Jr., que pensavam ser perfeitamente adequado para aceitar "cabresto". A surpresa não tardou. O jovem pastor da Igreja Batista da Avenida Dexter, 454, virou Montgomery, os Estados Unidos e o mundo pelo avesso. Em 1964, dez anos depois, ganhou o Prêmio Nobel da Paz e  emplacava a emenda dos Direitos Civis na Constituição Americana em Washington, enquanto pregava na praça do Lincoln Memorial o famoso sermão: "I have a dream" - Eu Tenho um sonho.

Este Templo é hoje um monumento histórico nacional americano, porque expressa a memória de um grande servo de Deus que uniu a oração ao discurso, e o discurso a ação! Ele foi o 20º pastor da igreja Batista da Avenida Dexter, 454 de Montgomery - Alabama de 1954 a 1960.

Assista o filma dublado neste endereço: O Pastor


Autor: João Cruzué
Ao copiar mantenha o original
cruzue@gmail.com

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