segunda-feira, abril 24, 2017

O que pode vir depois da corrupção


Efeito Venezuela

Cupins 
João Cruzué


Causa-me muita preocupação as notícias que surgiram depois da liberação de sigilo das delações premiadas da Odebrecht. Um país com seus principais políticos e partidos vendidos por dinheiro como bananas na feira de rua. Onde é que mora o perigo do tamanho da corrupção revelada de supetão, é o que gostaria de comentar em algumas palavras.

Nos anos 70 e 80, enquanto o chicote da ditadura comia solto em toda América do Sul, a Venezuela nadava de braçadas no mar da democracia. Mas a corrupção foi aumentando, aumentando, até que nos primeiros anos da década de 90 o Presidente Carlos Andrés Peres foi deposto. Seu sucessor fez uma coisa inimaginável: assinou um tipo de perdão político para um grande narcotraficante venezuelano. Em seguida, o sistema financeiro veio abaixo com a quebra do Banco Latino. Foi neste meio que surgiu a figura de Hugo Chaves. O resto não necessita comentários.

As revelações mais recentes da imprensa brasileira, depois a liberação de boa parte do sigilo da delação dos executivos da Odebrecht foi uma coisa estarrecedora. O que sobrou de pé da honra dos políticos brasileiros foi quase nada. Qual vai ser a reação do povo nas eleições majoritárias de 2018, é algo ainda não conhecido, todavia, com certeza, preocupante.

Corremos o risco de trocar o péssimo por algum muito pior, haja vista o que se passou na Venezuela. Ali a corrupção não acabou.  Depois de uma breve lua de mel, com o preço do barril de petróleo nas alturas, as coisa começaram a piorar. Junto com a corrupção vieram o desabastecimento, a inflação, a violência, o narcotráfico e um país caído na mais profunda miséria.

Sei que este blog não tem muitos leitores. A maioria dos que chegam até este parágrafo são meus amigos de blogs evangélicos de longa data. Pois bem, se você já orava uma hora por dia. Pode dobrar este tempo. O Brasil está a beira do abismo, e somente muita oração vai nos livrar do desastre.

Ora, o que temos de tão ruim assim? Um congresso moralmente corrupto. Os partidos políticos enrolados até o pescoço. Uma Igreja encantada com a política secular e uma sociedade aparentemente passiva. O desemprego segue crescente, o casamento gay veio para ficar. Um secularismo crescente e Deus, no meio de tudo isto, tem sido um grande esquecido. 

Preciso dizer onde tudo isto vai dar? Então,  meu caro irmão e amigo, agora só na oração e no jejum.






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domingo, abril 23, 2017

O Papel da Igreja Evangélica no Brasil em 2017


A MISSÃO DA IGREJA É PREGAR O EVANGELHO

BÍBLIA
João Cruzué

Quero deixar registrado com bastante clareza, aqui, minha opinião sobre o papel da  Igreja  e de seus pastores na política da nação brasileira. Blogueiro evangélico desde 2005, e cristão servo do Senhor Jesus Cristo desde os 19 anos, sou compelido a posicionar-me de forma clara, de acordo com o conhecimento da vontade do Senhor que adquiri neste quase 40 anos. Se o interesse exagerado da Igreja Evangélica brasileira  e de seus pastores não for criticado, comentado, reprovado, combatido, ele só vai aumentar!

É certo que sem a Política, o Estado não vai destinar com eficiência e equidade os recursos dos tributos que pagamos. A Política, para mim, é a arte de conversar com o propósito de conhecer os problemas da nação e levar recursos  para onde há maior carência. Por exemplo: estamos praticamente em 2014 e a transposição do Rio São Francisco ainda não foi concluída. Por outro lado, fala-se abertamente na licitação do trem bala, entre São Paulo - Rio de Janeiro, a um custo de 50 bilhões de reais. Nos meios políticos, o feeling é que a primeira obra está atrasada e precisa ser concluída, enquanto que não é hora de licitar a obra do trem bala.

Quanto a Igreja, O Senhor Jesus não a edificou para outro propósito senão para ser uma casa de oração para todos os povos. Uma instituição divina e mística para cuidar da vida espiritual das pessoas. A Igreja é a porta e o caminho de  reino totalmente distinto do mundo social. Dessa forma, representação política e Igreja são coisas bem distintas. Na Igreja, a autoridade maior é o SENHOR JESUS. Na política, a autoridade maior pode ser qualquer cidadão/cidadã. Mas, em nenhuma passagem do Novo Testamento, seja pelas palavras do SENHOR, ou de Paulo, João, Pedro ou Tiago está escrito que a missão da Igreja é fazer política. A César o que é de César e a DEUS o que é de DEUS.

"Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura" (Marcos 16:15) - é esta a missão da Igreja.

O abandono do arado. É esta, a imagem que vejo quando percebo a preocupação das grandes denominações evangélicas, através de seus líderes,  em participar ativamente de projetos políticos, aspirando posições e cargos de poder temporal. Isto  não é bom. Isto é condenável. Um pastor que recebeu a convocação do SENHOR, a unção ministerial para cuidar do rebanho do SENHOR, quando larga tudo isso para ser um Vereador, um Deputado, Senador, Governador, ou até mesmo um Presidente, está trocando o sagrado pelo profano. Está jogando no lixo o dom do SENHOR.

Não importa se esse pastor, bispo, evangelista, apóstolo seja quem for: trocou a chamada para cuidar do rebanho do SENHOR por uma  cadeira de representação política, sinto muito. É sim, um profeta velho e um homem desviado.

Um erro de estratégia. Uma falta de paciência. Se as denominações evangélicas estivessem trabalhando prioritariamente em projetos de evangelização nos últimos 20 anos, a metade do Brasil já seria do Senhor Jesus. Isto por si só, evitaria a grande perda de tempo (e ministérios pastorais) em projetos políticos, porque se o povo de uma nação se converter ao Senhor, seus políticos serão homens com temor de DEUS.

O que a Igreja tem ganhado com a participação direta de seus pastores nas casas legislativas brasileiras? Meu comentário: pode até  ter colocado muitos pastores no poder, pode a bancada evangélica até ter chegado a 20%. Todavia,  a um custo muito alto daa sua credibilidade. Hoje, diante dos olhos da nação, qual tem sido a imagem, por exemplo: de Bispo Macedo, de um Marco Feliciano, de um Valdomiro Santiago, R. R. Soares, Silas Malafaia...Decididamente a de homens de negócios! Têm fama, mas estão perdendo a credibilidade perante o povo. Têm poder, mas seu sucesso não é sinônimo de inerrância. Poder temporal e fortuna são duas coisas que destoam do perfil do CRISTO. Aliás, alguém não andou oferecendo isto ao próprio Cristo?

Lugar de Pastor evangélico não é na política, mas cuidando da sua missão espiritual: Orando, evangelizando, pastoreando, consolando, aconselhando, repreendendo, ajudando a levantar, a perdoar... Deixar o espiritual pelo material pode ser loucura ou queda da graça de Deus. 

O crente deve ficar afastado da política? Note bem: até agora estava criticando a postura de LIDERANÇAS EVANGÉLICAS que têm exagerado em projetos políticos. Quanto aos crentes que não têm chamada pastoral, nem unção ministerial para o trabalho do SENHOR, ao meu ver, estão livres para ser: médicos, políticos, cantores, esportistas, militares, juízes, advogados, ministros, deputados, governadores, senadores e até presidentes. Cada um ore e aja sempre de acordo com o propósito de Deus para si.

O papel da Igreja não é fundar partidos políticos, nem  separar seus pastores mais populares para serem candidatos a cargos eletivos. Eles têm compromisso com Aquele que os separou. Se a Igreja fizer isto, estará pisando nos dons ministeriais de seus líderes e Deus não vai deixar isto impune, não!

O papel da Igreja Evangélica é pregar o Evangelho da salvação aos pobres para que eles encontre o caminho da prosperidade; é orar pelo enfermo para que ele receba a cura; é repreender  o demônio do oprimido pelo diabo para que ele seja liberto; é dizer ao corrupto para que ele deixe de roubar o sustento do pobre, a correção da aposentadoria da viúva,  o sustento dos velhinhos, o pão da criança desamparada. Isto sim, faz parte da missão da Igreja.

O papel da Igreja é condenar a corrupção, e não caminhar ao lado dos corruptos. O papel da Igreja é preparar seus jovens para apregoar o ano aceitável do Senhor Jesus, em lugar recrutá-los para distribuir "santinhos" nas portas dos templos.

O papel da Igreja não trazer candidatos ao púlpito, mas ensinar  os novos convertidos o som da voz do Espírito Santo, para que possam discernir de pronto  se é o santo ou o profano que está falando. 

Com tantas almas perdidas na miséria e no pecado, a Igreja está precisando de mais Pastores, mais Bispos, mais Apóstolos para enviar ao campo em lugar de mandá-los para ser políticos em Brasília. Mais juízo e menos vaidade.

Por outro lado, é também o papel da Igreja levar, por meio da Palavra de Deus, homens e mulheres  a possuírem o temor de Deus, para que sejam aptos a toda a boa obra, inclusive, servir à nação em qualquer cargo ou função da carreira pública. Se isto não for feito, a corrupção continuará apodrecendo a política e roubando o futuro de milhões de brasileiros.

Crente na política e Pastor na Igreja!