sábado, outubro 17, 2015

Entrevista com o Pastor Armando Vanelli de Mogi Guaçu


REPUBLICAÇÃO
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Pastor José Armando Vanelli e esposa - Pastora Sara
Missão Apostólica Paz e Vida
Mogi Guaçu -SP
Por João Cruzué

Entrevista publicada em julho de 2009

Ficamos conhecendo o Pastor Vanelli através da União de Blogueiros Evangélicos. Lembro-me de que estava interessado em montar uma Rádio digital para operar na WEB. De vez em quando a gente trocava comentários nos blogs, até que mais recentemente tivemos nossa atenção despertada para o variado ministério que ele desenvolve na cidade paulista de Mogi Guaçu. Depois da devida apresentação vamos perguntar algumas coisas para ele. Nosso interesse é conhecer e compartilhar as grandes coisas que Deus tem feito para e através dele.

APRESENTAÇÃO

Pastor José Armando Vanelli é casado com a pastora Sara, juntos têm quatro filhos: Abrahão, Nohemy, João e Ruth, e um neto: Noah. Ele é um homem com muitas responsabilidades. O Pastor é diretor da Missão SAÍDA ( João 10:9) - uma escola de Reeducação Social para dependentes de drogas desde 1978. É diretor mantenedor do Colégio Cristão Favo de Mel, uma escola por princípios que abriga hoje 150 crianças. Diretor e professor do ATHUS - Centro de Treinamento Bíblico que forma líderes cristãos com base na Palavra da Fé. Um curso de dois anos cuja primeira turma está saindo do "forno". É Vice-Presidente do Conselho de Administração da FEAG - Federação das Entidades Assistenciais Guaçuanas. Também é pastor há 25 anos da Missão Apostólica Paz e Vida. Diretor e Palestrante do Projeto PREVENIR, um projeto preventivo contra o uso e abuso das drogas para crianças de 7 a 12 anos. Sem esquecer que também é voluntário da I.CRI - Igreja da Criança ( duas em Mogi Guaçu) em Jardim Novo e Chaparral, onde a frequência média são 100 crianças por sábado. Das 17h30 as 19h30. Ao final todas saem alimentadas. O Pastor também é o responsável pela logística alimentar
ENTREVISTA

Por João Cruzué em julho 2009



1 - Quando o José Armando Vanelli aceitou Jesus?

Em 14 de novembro de 1974, internado em um hospital para tratamento da toxicomania. Passei por 11 internações. Saindo do hospital comecei a frequentar a Igreja do Evangelho Quadrangular. Foi através de um programa de rádio que eu vim aceitei aceitar Jesus.

2 - Quem era o Pr. Vanelli antes da conversão?

Eu era conhecido por Armandinho. Meu pai era o Armando. Tive uma infância dificil, com experiências negativas, lar humilde, irmão mais velho problemático, dependente do álcool, acabou gerando muitos traumas familiares. Desde o primeiro emprego em 1962, era praticamente o responsável da maioria das despesas como aluguel e contas relacionadas com a casa. Dono de uma timidez acentuada, vivia em constante crise de choro.

Tinha um vazio enorme. Eu busquei respostas ao sofrimento em diversas seitas. Certo dia, de repente, um "amigo" apresentou para mim um remédio para as dores. Era agosto de 1965. Primeiro ano do Cientifico, hoje curso médio. Minha primeira experiência com as drogas. Um caminho tortuoso que durou até 1974. Onze internações em hospitais especializados.


Em novembro de 1974, um amigo de verdade, me apresentou um livrinho cinza que contava a história de um mesmo personagem nos quatro primeiros livros, e eu me apaixonei por Jesus e então começava uma caminhada de vitória. Logo estava matriculado num instituto teológico, onde conclui com destaque os estudos. Em 20 de setembro de 1976, no Largo Santa Cecília, em São Paulo, eu fui separado para o ministério. Pastor auxiliar. O tempo passou, tive experiências de implantar e ser pastor em algumas igrejas da região até 1981. Daquele ano em diante então o Senhor me chamou para desenvolver um trabalho de recuperação de viciados em drogas.

3 - Por que 11 internações?

Na verdade a primeira foi em decorrência da toxicomania. As demais porque um viciado em drogas, acaba caindo numa dependência maior, que é o afastamento da comunidade, apoiado pelo patrocínio dos benefícios conquistados pelos recolhimentos efetuados quando trabalhava. Então, entrei por um caminho sem saída, de hospital em hospital, vivendo dos auxílios doenças até que me deparei com o que me deu um descanso perene: Cristo Jesus, libertador de qualquer dependência.


4 - Como começou o ministério de recuperação de viciados em drogas?

Um dia eu alguém me emprestou o livro "A Cruz e o Punhal" do pastor David Wilkerson, para que lesse e depois ajudasse um jovem que estava tremendamente envolvido com cocaína. Naquela época não fui feliz no alcance daquele jovem. Foi uma experiência tremenda. Eu comecei a orar e clamar ao Senhor. Senhor é bom saber sobre o que Jesus fez com Nick Cruz nos guetos de Nova York, mas eu preciso de um milagre aqui em Mogi Guaçu.


Pastor Vanelli com o netinho Noah nos braços
Procurei apoio em diversas igrejas para iniciar um trabalho de orientação, apoio e encaminhamento para entidades afins, mas as portas estavam fechadas. Não havia apoio. Ninguém acreditava no meu projeto. Durante dois anos e meio levei jovens para diversas casas de recuperação. Depois quando eles voltavam, não tinham ambiente para praticar o que aprenderam.

Foi quando em 1984, estimulado por um pastor batista e outro presbiteriano, depois de longas madrugadas de oração, criei juntamente com mais seis irmãos a Equipe Paz e Vida. Seria apenas um trabalho paraeclesiástico. Menos de um ano depois, tivemos que transformá-lo na Missão Apostólica Paz e Vida. Eu não queria mais uma igreja; outra porta aberta. Eu pensava em uma porta de saída para viciados. Foi quando em oração o Senhor me iluminou a mente com sua palavra. em João 10:9:

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"Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim,

será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem."
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Daí, a razão de termos aqui uma comunidade terapêutica para dependente de drogas com o nome Missão SAÍDA. São 25 anos de lutas e vitórias. Eu Pastoreio a Missão Apostólica Paz e Vida desde então. Uma igreja simples, com um rebanho pequeno, cerca de 200 membros, mas já geramos igreja que hoje tem mais de 1000. Creio que tenho sido aprovado, porque venho subsistindo por todo este tempo por causa das ricas provisões de Deus.


5 - Lutas que passou quando aceitou Jesus.

Os contemporâneos declaravam que realmente eu tinha ficado louco por ter encontrado Jesus. Em casa fui tido como traidor da fé da família - espiritismo e catolicismo. Os amigos se mantinham distantes. Na época era suplente de vereador. Depois assumi a Câmara. O eloquente ocupante da tribuna agora era evitado por causa da nova fé. Eles alegavam que era uma fase. Que o entusiasmado passaria logo. Não passou. Vai completar 35 anos. Glória a
GLORIA A DEUS VAI COMPLETAR 35 ANOS!


6 - Pastor que mais o influenciou?

Jimmy Swaggart. Porque era um pastor que trazia uma mensagem compromissada com a verdade. Eu poderia citar grandes pregadores da época, inclusive até mesmo o que me ungiu para o ministério, mas Pr. Jimmy era o que o meu coração se afinava mais. Ele pregava divinamente. Sua mensagens não tinham interpolações. Ele usava o texto sagrado de forma original. Era corajoso, pagou caro por isto e foi homem suficiente para reconhecer o seu erro publicamente. Infelizmente os mesmos que o trouxeram ao Brasil e publicaram em primeira pagina que ele tinha transformado o Maracanã na maior igreja do mundo, 3 meses depois publicavam a sua queda.



7 - Como se tornou participante de tantas atividades em Mogi Guaçu?

Eu sempre fui uma pessoa ativa. Envolvido em atividades comunitárias. Por ter sido infeliz no passado, procurava levar a felicidade ao próximo. Usei todos os meus fracassos para me projetar em segmentos que pudessem estimular o meu próximo ao sucesso pessoal, profissional e familiar.


8 - De que forma ouve a voz de Deus?

Creio pessoalmente que sou um espírito. Tenho uma alma e habito um corpo. Creio que desde o dia em que aceitei Jesus, meu espírito foi recriado. O Espirito Santo habita em meu espírito. Meu homem interior é dirigido Ele. Não posso fugir da verdade de que o sentido é a voz do corpo. A razão a voz da alma e a consciência é a voz do espírito.


9 - O que acha da Igreja Evangélica Brasileira dos dias atuais?

Creio que a Igreja Evangélica Brasileira vive o período da noite. Brilham as estrelas, mas o Astro Rei tem sido relegado ao segundo plano. Os dons especificados em Efésios 4:11 já se cumpriram em nosso meio, mas Deus está com "dificuldade" de liberar uma restauração financeira total a igreja brasileira, porque ela não sabe utilizar dos bens concedidos pelo Senhor.


10 - O Jejum bíblico ainda funciona nos dias de hoje?

Sempre funcionou. E funciona muito nos dias de hoje, ainda mais se podemos praticá-lo com modalidade diversas. Por exemplo, no meu caso, eu não vejo televisão aos domingos (nem se tiver Formula 1...perdão amados), meu compromisso é com o Senhor. Quer jejum melhor do que este? E olha, dá muito resultado.


11 - E sobre o maravilhoso Ministério com Crianças da sua filha e genro?

Pastora Nohemy é casada com Pastor Evandro Luiz Silva. Ela se graduou no Seminário Teológico Carisma de Belo Horizonte ligado à Igreja Batista da Lagoinha. Especializou se no pastoreio infantil. Minha filha juntamente com o seu esposo, implantaram em Mogi Guaçu duas I.CRIs - Igrejas de Crianças. Eles estão prontos a compartilhar suas experiências com quem se interessar através de cursos especiais. Não se trata de um ministério infantil, mas de Igreja de Crianças mesmo. Ela sempre diz que precisamos corrigir esta expressão que usamos para referir as crianças com a Igreja do amanhã. As crianças são a igreja do hoje. Em cada igreja reúne semanalmente cerca de 100 crianças (não são da Missão) aos sábados, onde passam por todo o processo de conhecimento da salvação em Cristo Jesus.



Site da Missão Paz e Vida

Blog: não está configurado para receber visita



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segunda-feira, outubro 12, 2015

Quanto vale o seu fracasso


PASTOR DAVID WILKERSON
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"Prezado santo, enquanto o diabo está mentindo, dizendo que tudo que você fez foi em vão, que nunca verá cumpridas as suas expectativas, Deus em Sua glória está preparando uma bênção maior. Ele tem coisas melhores preparadas, acima de qualquer coisa que você possa imaginar ou pedir."(Pastor David Wilkerson)


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"SERÁ QUE EU TRABALHEI EM VÃO?"

Autor: Pastor David Wilkerson 

"Essa é uma mensagem para você que talvez esteja vivendo debaixo de um peso de desencorajamento. Você olha para sua vida e se deprime pelas expectativas que falharam. Você sente que não realizou muito na vida, e à medida que o tempo se esvai, vê que muitas promessas ainda não foram cumpridas. Durante anos você orou e orou, mas as coisas que acredita Deus lhe ter  prometido não se realizaram. Outros que o cercam parecem ter conseguido tudo, desfrutando do cumprimento de muitas promessas - mas você está carregando uma sensação de ter fracassado.

Olhando para o passado, você se lembra de todos os momentos difíceis. Você conheceu rejeição, sensação de total incapacidade e de fraqueza. Você amou tanto o Senhor, entregando corpo e alma para agradá-Lo, fazendo tudo que sabia. Mesmo assim, finalmente chegou um momento quando se convenceu: "Trabalhei em vão; me esforcei por nada. Foi tudo futilidade". E agora uma coisa irritante entra na cabeça, e cochicha, "Você errou o alvo; não chegou nem perto. A sua vida é prova de que não fez diferença alguma no mundo".

Se você está passando por essa sensação de fracasso, então está em boa companhia. Em verdade, está entre gigantes espirituais.

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Muitos grandes servos de Deus ao longo da história
acharam ter falhado em seu chamado
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O profeta Elias olhou sua vida e gemeu: "Senhor, leve-me. Não sou melhor do que os meus pais, e todos eles falharam contigo. Por favor, tire a minha vida. Tudo foi em vão" (parafraseado).

E o rei Davi? Ele ficou tão desanimado quanto àquilo que achava ser unção desperdiçada em sua vida, que queria bater asas como um pássaro em direção a um lugar isolado. "Quem me dera asas como de pomba! Eis que fugiria para longe e ficaria no deserto" (Salmo 55:6-7).

Até mesmo o grande apóstolo Paulo tremeu de medo ao pensar ter vivido uma vida como obreiro inútil, "Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco" (Gálatas 4:11).

João Calvino, um dos pais da Reforma, teve a mesma terrível experiência. Na hora da morte disse, "Tudo que eu fiz não teve valor algum...os ímpios alegremente atacarão essa palavra. Mas repito tudo de novo: tudo que fiz não teve valor algum".

São Bernardo também suportou esse terrível desânimo. Em seus últimos dias ele escreveu, "Falhei em meus propósitos...As minhas palavras e meus escritos foram um fracasso".

David Livingstone foi um dos missionários mais usados no mundo - seus feitos reconhecidos até mesmo pelo mundo secular. Livingstone abriu o continente africano para o evangelho, plantando muitas sementes e sendo usado por Deus para despertar a Inglaterra às missões. Deu corpo e alma, seguindo uma vida sacrificial para Cristo.

No entanto, durante o vigésimo terceiro ano no campo missionário, Livingstone expressou as mesmas dúvidas terríveis destes outros grandes servos. Ele também achou que todo seu ministério teria sido em vão. Seu biógrafo o cita em seu desânimo: "Tudo que eu fiz apenas serviu para que se abrisse o comércio de escravos africanos. As sociedades missionárias não mostraram fruto após vinte e três anos de trabalho. Todo este trabalho parece ter sido em vão...eu tenho trabalhado em vão".

Um dos grandes missionários que impactaram a minha vida foi George Bowen. A sua vida foi um exemplo poderoso, e seu livro, "Love Revealed" (amor revelado), é um dos maiores livros que já li sobre Cristo. Solteiro, Bowen se afastou da riqueza e da fama para ser missionário em Bombaim, na Índia, no meio do século 19. Quando viu os missionários lá vivendo bem acima do nível das pessoas às quais ministravam, Bowen deixou o sustento da missão e escolheu viver em meio às mais pobres delas. Se vestia como os indianos, e abraçou a pobreza, vivendo numa habitação humilde, e subsistindo às vezes só com pão e água. Ele pregava nas ruas sob calor sufocante, distribuindo literatura do evangelho e chorando pelos perdidos.

Esse homem tremendamente consagrado havia ido à Índia com altas esperanças pelo ministério do evangelho. E havia dado tudo que tinha com essa finalidade, o seu coração, a mente, corpo e espírito. Mesmo assim, em seus mais de quarenta anos de ministério na Índia, Bowen não teve nenhum convertido. Foi só após a sua morte que as missões descobriram que ele era um dos mais amados missionários do país. Até mesmo os adoradores de ídolos viam Bowen como exemplo do que é um cristão.

Hoje, a vida humilde de Bowen e suas palavras de poder ainda incendeiam a minha alma, e a alma de outros pelo mundo. Contudo tal como muitos antes dele, Bowen suportou uma terrível sensação de fracasso. Ele escreve: "Sou o ser mais inútil da igreja. Deus me fere e esmaga com desapontamentos. Ele me edifica, e então permite que eu caia de novo ao nada. Eu gostaria da companhia de Jó, e simpatizo com Elias. Todo o meu trabalho é em vão".

Alguns leitores podem dizer, "Os grandes homens de Deus não deveriam usar uma linguagem dessas. Eles não deveriam nem ter esse tipo de sentimentos. Isso soa como medo e incredulidade". No entanto essa é a linguagem de muitos gigantes da fé, grandes homens e mulheres que consideramos exemplos fiéis. Todos eles tiveram o mesmo horrível sentimento de que "Não consegui chegar àquilo que Deus me chamou. Eu fracassei". Conheço o terrível som dessa linguagem em meu próprio coração".



Você ficaria chocado se soubesse
que Jesus experimentou essa mesma sensação
de ter realizado pouco?

Em Isaías 49:4 lemos essas palavras: "Eu mesmo disse: debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças...". Note que essas não são palavras de Isaías, que foi chamado por Deus em idade matura. Não, elas são palavras do próprio Cristo, proferidas por Alguém que diz "O Senhor me chamou desde o meu nascimento, desde o ventre de minha mãe...o Senhor, que me formou desde o ventre para ser seu servo, para que torne a trazer Jacó e para reunir Israel a ele" (49:1,5).

Quando cheguei à essa passagem, a qual eu já havia lido muitas vezes antes, o meu coração se maravilhou. Eu mal podia acreditar no que estava lendo. As palavras de Jesus aqui quanto a "trabalho inútil" foi uma resposta ao Pai, que havia acabado de declarar "Tu és o meu servo... por quem hei de ser glorificado" (49:3). Lemos as surpreendentes palavras de Jesus respondendo no verso seguinte: "Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças" (49:4).

Após ler isso, me levantei em meu escritório e disse, "Que maravilha! Mal posso acreditar que Jesus fosse tão vulnerável, confessando ao Pai que estava experimentando aquilo que nós humanos enfrentamos. Em Sua humanidade, experimentou o mesmo desencorajamento, o mesmo desânimo, as mesmas feridas. Ele estava tendo os mesmos pensamentos que já tive em relação à minha própria vida: 'Não é isso que eu entendi estava me sendo prometido. Desperdicei o meu esforço. Foi tudo em vão"'.

Ler aquelas palavras fizeram com que eu amasse Jesus ainda mais. Me conscientizei de que Hebreus 4:15 não é só um cliché: o nosso Salvador verdadeiramente é tocado pelo que sentimos em nossas enfermidades, e foi tentado em todas as maneiras como nós somos - contudo sem pecar. Ele conheceu essa mesma tentação de Satanás, e ouviu a mesma voz acusadora: "Você não cumpriu a missão. A tua vida é um fracasso. Você não tem o quê apresentar como resultado do trabalho".

Qual foi exatamente a missão de Cristo? Segundo Isaías, foi trazer Israel de volta para Deus, tirar as tribos de Jacó da corrupção e da idolatria: tornar "a trazer os remanescentes ("os guardados") de Israel" (49:6). O historiador Josephus fala sobre a situação de Israel nos dias de Jesus: "A nação judaica havia se tornado tão má e corrupta no tempo de Cristo, que se os romanos não a houvesse destruído, Deus teria feito cair fogo dos céus, como no passado, para os consumir". Em resumo, Cristo foi enviado como judeu entre os judeus, para livrar o povo de Deus do poder do pecado, e libertar todos os cativos.

Jesus testifica, "(O Senhor) fez-me como uma flecha polida, e me guardou na sua aljava" (49:2). O Pai O havia preparado desde a fundação            do mundo. E o mandado dado a Cristo foi claro: "Fez a minha boca como uma espada aguda" (49:2). Jesus deveria pregar uma palavra como espada de dois gumes para penetrar no mais duro dos corações.

Então Cristo veio ao mundo para cumprir a vontade de Deus e promover reavivamento em Israel. E fez exatamente como lhe foi ordenado, sem proferir sequer uma palavra e sem realizar um único ato senão o que Lhe foi orientado pelo Pai. Jesus ficou exatamente no centro da vontade de Deus, recebendo autoridade total e a mais poderosa das mensagens. Mas Israel O rejeitou: "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam" (João 1:11).

Pense nisso: Jesus pregou à uma geração que viu milagres incríveis - olhos cegos se abrindo, surdos ouvindo, os aleijados podendo andar. Contudo os milagres de Cristo foram repudiados ou minimizados, e Suas palavras ignoradas, incapazes de penetrar o coração endurecido das pessoas. Em verdade, a pregação dele só enfureceu as seitas religiosas. Os próprios seguidores decidiram que a Sua palavra era dura demais e se afastaram dele (v. João 6:66). No fim, até os discípulos mais chegados, os doze escolhidos, O abandonaram. E a nação que Jesus veio para levar de volta ao Pai gritava: "Crucifica-O".

Diante de qualquer olhar humano, Cristo falhou totalmente em Sua missão. O encontramos perto do fim do Seu ministério, junto a Jerusalém,            lamentando a rejeição de Israel, chorando pelo Seu aparente fracasso em reuni-los, e com esperanças aparentemente frustradas. "Jerusalém, Jerusalém...Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta" (Mateus 23:37-38).

Imagine a dor que Cristo deve ter sentido ao proferir tais palavras. Posso apenas especular, mas creio que esse foi o momento quando Jesus se lamentou, "Trabalhei em vão". Imagino Satanás cochichando a Ele nesse momento, "Essa é a casa que fostes chamado a salvar, e a deixastes desolada e deserta".

Por um curto período, o Pai permitiu que Cristo experimentasse esse desespero humano da sensação de fracasso na vida: "Me entreguei inteiro, dei a minha força, o meu trabalho, a minha obediência. O quê mais eu poderia fazer para salvar esse povo? Todo o meu trabalho foi em vão". Ele sentiu o quê todo grande guerreiro de Deus ao longo das eras já experimentou: a tentação de se acusar de fracasso, quando um mandado claro de Deus parece não ter sido cumprido.


Por que Jesus, ou qualquer homem ou mulher de Deus
haveria de dizer essas palavras em desespero:

"Eu trabalhei em vão" ?


Como poderia o próprio Filho de Deus fazer uma declaração destas? E por que gerações de crentes fiéis têm sido reduzidas à palavras tão enganosas? É tudo resultado de se comparar resultados pequenos com altas expectativas.

Pode-se pensar: "Esta mensagem parece que se aplica só a ministros, ou àqueles chamados para realizar uma grande obra para Deus. Percebo que ela é dirigida a missionários ou a profetas da Bíblia. Mas o que ela tem a ver comigo?".

A verdade é que todos nós somos chamados a um grande propósito em comum, e a um ministério: ou seja, sermos como Jesus. Somos chamados a crescer em Sua semelhança, a sermos transformados em Sua imagem. Você simplesmente não pode ser um cristão a menos que esse seja o seu chamado, esse seja o seu único alvo na vida: "Quero me tornar mais e mais como Cristo. Quero ser liberto de todo egoísmo, de toda ambição humana, de toda inveja, impaciência, ira, e da atitude de pensar mal dos outros. Quero ser tudo aquilo que Paulo diz que eu devo ser - para andar em fé e em amor. Senhor, o meu coração anseia ser como Tu".

Que expectativas elevadas! E você tem todas as promessas de Deus para          lhe sustentar. Você segura nas mãos a espada de dois gumes, e seu coração se propõe a ser como Jesus. Então você começa a agir para se tornar como Ele.

Em pouco tempo, algumas mudanças maravilhosas começam a acontecer.          Você fica mais paciente. Cada reação carnal que surge dentro de si, você rejeita, dizendo: "Isso não é ser igual a Jesus". A sua família, amigos, vizinhos e companheiros de trabalho percebem que você se torna melhor. Toda noite, você pode curtir a vitória daquele dia, e se parabeniza dizendo: "Consegui! Fui mais bondoso hoje. Hoje foi um dia bom, semelhante a Jesus".

Há alguns meses atrás, escrevi uma mensagem intitulada "Chamados para a semelhança de Cristo". Nela digo que a semelhança com Cristo começa em sermos como Jesus junto àqueles que estão perto de nós. Verdadeiramente creio nisso. Logo, se você é casado, essa pessoa mais perto é o seu cônjuge. Então me dispus a me tornar o esposo mais semelhante a Cristo que um homem pode ser. E trabalhei nisso, me esforçando para ser mais paciente, compreensivo e atencioso.

Na primeira semana, batalhei para rejeitar toda e qualquer irritação. Fiquei o tempo todo recordando: "Jesus não iria fazer isso. Ele não iria dizer o quê quero dizer. Então não vou dizer. Vou ser como Ele".

No fim da semana, perguntei à minha esposa Gwen, "Você tem visto mais de Jesus em mim?". Ela respondeu, "Sim, eu vejo". Fiquei encorajado. Eu pensei, "É isso aí. Finalmente, após todos estes anos, descobri o quê é preciso fazer para ficar mais como Jesus".

Então a semana ruim chegou. Perdi a minha semelhança com Cristo - pelo          jeito a cada movimento. No fim da semana, perguntei a Gwen, "O quê você acha de mim agora?". Ela disse, "Mais parecido com Paulo".

Eu gostaria de dizer que a cada dia, sob todos os aspectos, estou me tornando mais como Jesus. Mas a minha luta humana na carne para ser tal como Cristo simplesmente não funcionou. E o fato é que nunca funcionará. Eu continuo lutando com pensamentos, palavras e sentimentos diferentes dos de Cristo. A minha carne não possui a habilidade de lançar fora a carne. Tal trabalho é feito unicamente pelo Espírito Santo: "Se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente vivereis" (Romanos 8:13). Em resumo, render-se à obra do Espírito Santo é a única maneira de se tornar verdadeiramente como Cristo.

É em meio à essa guerra contra a carne que muitas vezes caímos no engano. Somos tentados a pensar que fomos chamados, ungidos, e que aprendemos de mestres piedosos - e assim sendo, por que então continuamos a pensar em coisas da carne. Às vezes sucumbimos diante dos mesmos pensamentos que ressoaram ao longo das eras entre o povo de Deus: "Trabalhei em vão. Desperdicei o meu tempo e a minha força. Jamais vi acontecendo aquilo que Deus me prometeu. Não consegui realizar os planos e atos".


Pergunte a qualquer jovem que esteja se afastando de Cristo
por que se esfriou com Ele


Se você perguntasse a um jovem ou à uma jovem, "Por que você voltou ao que era antes?", encontrará a mesma mentira demoníaca plantada no coração deles: "Eu fiz o possível. Orei, li a Bíblia. Fui à igreja, e testemunhei para os meus amigos na escola. Me esforcei ao máximo para viver de modo reto. Mas nunca recebi o milagre que eu precisava. As minhas orações não eram respondidas, e não era liberto. Depois de tudo isso, acabei derrotado. Eu não conseguia tirar da minha cabeça a coisa de que não adiantava, que a minha carne não iria mudar nunca. E que era perda de tempo. Eu sentia que tudo que fizera fora em vão".

E os pais e as mães retos, que tão diligentemente oraram pelos filhos que estavam esfriando? Deus lhes deu promessas e eles se agarraram à elas, clamando a Ele em fé. Mas o tempo passou e o filho nunca reagiu. E agora estes consagrados santos suportam a mesma terrível mentira: "Você falhou, trabalhou em vão. Perdeu tempo estes anos todos. Essa luta só serviu para te esgotar. Não adiantou nada".

Muitos que leem esta mensagem estão desanimados porquê não experimentaram a promessa que Deus lhes fez. Eles não invejam as bênçãos que o Senhor dá aos outros. Eles não se comparam com alguém que pareça estar desfrutando de um milagre. Não, no momento estão olhando para as suas próprias vidas. E estão comparando o que creem Deus lhes prometeu com o quê parece estar acontecendo nesse momento. Para eles, suas vidas parecem um fracasso absoluto.

Examinando o seu caminhar com toda a honestidade e sinceridade, eles parecem ver pouco progresso. Fizeram tudo que Deus lhes disse para fazer, sem jamais hesitar diante de Sua palavra e mandamentos. Mas o tempo passa, e eles vêem apenas o fracasso. E agora estão aniquilados, com o espírito ferido. Eles pensam, "Senhor, será que tudo foi em vão? Será que ouvi a voz errada? Será que fui enganado? Será que a minha missão terminou em ruínas?".


Há duas coisas que eu quero colocar em sua mente
com essa mensagem


Primeiro de tudo, você agora sabe a partir de Isaías 49 que o Senhor conhece a sua batalha. Ele a lutou antes de você. E não é pecado ter pensamentos assim, ou ver-se deslocado com um sentimento de fracasso diante de experiências que lhe despedaçam. Jesus mesmo experimentou isso e era sem pecado.

Segundo, é muito perigoso permitir que essas mentiras do inferno infectem e incendeiem a sua alma. Jesus nos mostrou como sair desse desânimo com a seguinte declaração: "Debalde tenho trabalhado...todavia o meu direito está perante o Senhor, a minha recompensa, perante o meu Deus" (Isaías 49:4). Em hebraico a palavra direito aqui é "veredicto". Cristo está dizendo em verdade, "O veredicto final está com o meu Pai. Somente Ele julga tudo que fiz, e se fui eficiente ou não".

Através dessa passagem Deus está reforçando o seguinte para nós: "Pare de emitir veredictos em relação ao teu trabalho para Mim. Não é da sua conta julgar se foi eficiente ou não. Você ainda não sabe o tipo de influência que teve. Você simplesmente não tem a visão para conhecer as bênçãos que lhe estão chegando". Na verdade, não conheceremos muitas destas coisas enquanto não estivermos diante dele na eternidade.Em Isaías 49, Jesus ouve o Pai dizendo com todas as letras:

"Sim, Israel ainda não foi reunido. Sim, eu lhe chamei para reunir as tribos, e isso não aconteceu do jeito que o imaginavas. Mas esse chamado é uma coisa pequena comparado com o quê lhe deverá vir. Não se compara com o que tenho preparado. Eu agora vou lhe tornar em luz para o mundo todo. Israel será finalmente reunido; essa promessa será cumprida. Mas tu te tornarás uma luz não apenas para os judeus, mas para os gentios. Tu trarás salvação para o mundo inteiro".

"Israel não se deixou ajuntar; contudo aos olhos do Senhor serei glorificado, e o meu Deus será a minha força. Disse mais: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os guardados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra" (Isaías 49:5-6).

Prezado santo, enquanto o diabo está mentindo, dizendo que tudo que você fez foi em vão, que nunca verá cumpridas as suas expectativas, Deus em Sua glória está preparando uma bênção maior. Ele tem coisas melhores preparadas, acima de qualquer coisa que você possa imaginar ou pedir.

Não devemos mais ouvir as mentiras do inimigo. Pelo contrário, devemos descansar no Espírito Santo, crendo que Ele cumprirá a obra de tornar-nos mais como Cristo. E devemos nos erguer da desesperação e nos sustentar sobre essa palavra: "Sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor" (I Coríntios 15:58).

Chegou a hora da abundância em seus trabalhos. O Senhor está lhe dizendo basicamente: "Esqueça e abandone essa 'ideia de fracasso'. Está na hora de voltar para a obra. Nada foi em vão! Há muita coisa chegando para ti - então pare com esse abatimento e alegre-se. EU não deixei você pra trás. Proverei abundâncias maiores do que você possa imaginar ou pedir!".


World Challenge, P. O. Box 260, Lindale, TX 75771, USA.http://www.tscpulpitseries.org/portuguese/ts051219.html
Sermão do Pastor David Wilkerson em 19/09/2005

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