domingo, abril 12, 2015

Cuidado com a maldição depois de receber a bênção

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Monte Kenya
Carla de Souza*

Escola Bíblica no seu Lar


(Deuteronômio 8, 6-20)


No tempo do deserto o povo [de Israel] experimentou coisas maravilhosas que Deus fez acontecer. É no deserto que vemos a mão de Deus agindo poderosamente. Quando estamos no deserto não tem como esquecer de Deus pois ele é a nossa única esperança, dependemos exclusivamente dele, não podemos fazer nada por nós mesmos para suprir nossas necessidades.

A aflição nos faz buscar mais a presença de Deus, nos faz clamar por bênçãos, faz com que nos humilhemos na presença de Deus. É quando temos nossas necessidade supridas que corremos o risco de abandonar a Deus, afinal já não "dependemos" tanto dele. Temos o que queríamos e precisamos desfrutar da bênção agora; já não temos tanto tempo pra orar, buscar a face de Deus. Corremos o risco de esquecer que quem nos deu a bênção foi Deus, dele vem a vitória.

Podemos nos ensoberbecer e achar que vencemos porque, afinal de contas, eu merecia; orei tanto para conseguir, clamei, jejuei... Acontece que a Palavra de Deus nos diz que " a justiça do homem é como trapo de imundície diante de Deus" (Isaías 64,6), ou seja, a nossa justiça não vale nada diante de Deus. A bênção não vem por méritos próprios e, sim, pela graça de Deus; graça significa "favor imerecido", eu não preciso merecer pra receber. Deus é bom e misericordioso, é claro que um coração contrito atrai a Deus pois a própria Palavra diz: "Deus resiste aos soberbos , mas dá graça aos humildes"(Tiago 4,6). É ele que nos sustenta na prova, nos fortalece em meio ao deserto. Ele só quer ver em nós uma atitude de fé, espera que sejamos gratos a ele por todas as coisas: "Porque dele, por ele e para ele são todas as coisas; glória, pois a ele eternamente. Amém"( Romanos 11,36) .

Por sermos ingratos e soberbos, podemos cair em outro laço: a idolatria. Ídolo é tudo aquilo que ocupa o lugar que deveria ser só de Deus em nosso coração, idolatria é um amor exagerado que dedicamos a alguma coisa ou pessoa a ponto de fazermos qualquer coisa por ela. A idolatria pode ter graves consequências, inclusive perder a bênção e, o pior, ser destruído logo depois de alcançar um grande vitória.

Não é plano de Deus nos dar uma bênção e depois nos fazer perdê-la porém, cabe a nós conservar a bênção que alcançamos. Para isso, precisamos observar os princípios estabelecidos pelo próprio Deus para que andemos em vitória. Devemos cuidar em observar todos os mandamentos do Senhor para não nos esquecermos de Deus, não nos ensoberbecermos, nem andemos idolatrando a bênção em vez de honrar e adorar o doador da bênção: Deus. Ele é a fonte de tudo, portanto merece toda a Glória e todo o louvor hoje e sempre.

Vigiemos, pois, para que a nossa bênção não se torne em maldição em nossa vida.



Carla de Souza, é membro da Igreja Batista Nacional em Chácaras, Contagem/MG,

editora do blog Escola Bíblica no seu Lar



quarta-feira, abril 08, 2015

Robert Morrison: o primeiro missionário evangélico na China




ROBERT MORRISON
(jan.1782 - ago.1834)

Tradução: João Cruzué


Robert Morrison nasceu na Escócia em 1782, de uma piedosa família de crentes presbiterianos. Eram muito pobres e seu pai trabalhava fabricando formas de sapatos. Robert teve que deixar os estudos ainda criança para ajudar-lhe, mas como gostava de aprender, seguiu com os estudos em casa.

Aos 15 anos entendeu o que é mais importante na vida: que ele era um pecador, um homem perdido e para se salvar devia aceitar a Jesus como seu Salvador. Assim ele fez, e depois disso, compreendeu que era seu dever levar também a outros a história desse Salvador para que todos também pudessem se livrar de seus pecados.

Depois de trabalhar por uns tempos nas Igrejas da Inglaterra, Morrison associou-se na Sociedade Missionária de Londres com a ideia de se tornar um missionário na China. Por essa ocasião já dominava o latim, o grego e o hebraico. Como não havia nenhum missionário protestante ainda na China, Morrison se apresentou para ser o primeiro.

Como a principal tarefa que lhe haviam encomendado foi a tradução da Bíblia para o mandarim, se propôs a estudá-lo, enquanto se preparava em medicina e astronomia.


Quando encontrou um manuscrito que continha a tradução de alguns trechos da Bíblia em uma biblioteca, tirou uma cópia para estudar detalhadamente, com a ajuda de um chinês que se ofereceu para ajudar. Esse esforço lhe foi muito útil, pois lhe permitiu economizar um tempo precioso quando esteve na China.

Para chegar até lá teve que viajar por cinco meses. Em 04 de setembro de 1807 aportou-se na cidade de Cantão, ao SUL do país, ao lado de Macau, uma colônia portuguesa. Permaneceu ali durante algum tempo, depois conheceu a jovem Mary Morton, com quem se casou em fevereiro de 1809.

Morrison não se deu conta de quão grandes eram as dificuldades que precisava vencer para chegar lá. O que sabia do idioma não lhe permitia o necessário para uma tradução, e quando buscou um mestre não pode encontrá-lo, pois havia uma lei que condenava à morte qualquer pessoa que ensinasse a língua chinesa a um estrangeiro.


Finalmente, apareceram dois homens que tinham conhecido alguns missionários católicos que aceitaram ajudar, embora cheios de temor. O medo que possuíam não era tanto quanto à morte em si, senão pela sua forma, em meio a torturas terríveis. Estavam a tal ponto assustados que levavam sempre consigo um frasco com veneno para suicidarem-se caso fossem descobertos.

Aprender o chinês não era coisa fácil e por aquela época era ainda pior, pois não existiam nem dicionários nem bons professores.

John Wesley afirmou certa vez que “O chinês era um invento do diabo para que não se pudesse pregar o evangelho aos chineses”. Milne, um missionário que mais tarde seria companheiro de Morrison, dizia que para aprender o mandarim era preciso: um corpo de bronze, pulmões de aço, cabeça de carvalho, olhos de águia, coração de apóstolo e memória de anjo... e a vida de Matusalém.”

Além de trabalhar na tradução da Bíblia, Morrison se ocupou de fazer uma gramática e um dicionário, para que os missionários depois dele, pudessem aprender o idioma com mais facilidade.

Um chinês chamado Tsae A-ko, foi um grande instrumento preparado por Deus para ajudar o trabalho de Morrison.. Ele ia de noite a sua casa, as portas e as janelas eram bem fechadas, para que ninguém de fora visse o que faziam, por que corria perigo de vida, e ali se punha a traduzir ou corrigir, enquanto que Morrison lhe ensinava as verdades do Evangelho.

Foram gastos 14 anos para traduzir a Bíblia e 16, para concluir o dicionário que foi editado em quatro volumes, com cerca de 4.500 páginas cada um. Tsa A-Ko compreendeu finalmente que aquilo que o missionário lhe ensinava era a Verdade e se batizou em 1814, tornando-se então o primeiro evangélico chinês.

Depois de ter traduzido a Bíblia, o problema era sua publicação, pois as penas para quem imprimisse livros cristãos eram tão severas como para aquele que ensinava o idioma. Afortunadamente, depois de muito trabalho, Morrison encontrou quem o fizesse, todavia secretamente. Para diminuir o medo do impressor, quando os pacotes com as Bíblias eram entregues, ele os rotulava com um título falso para disfarçar o “perigoso conteúdo”.


Porém, Morrison não se dedicou somente a traduzir, senão que chegou a estabelecer uma escola chamada Colégio Anglo-Chinês, mais tarde conhecido como Ying Wa College. Esta escola foi transladada para Hong Kong no ano de 1843, quando este território passou a ser controlado pelos britânicos. Esta instituição permanece até os dias de hoje como uma escola secundária.

Robert Morrison nunca teve uma boa saúde e, como trabalha muito, era mesmo impossível que sarasse completamente. Morreu quase repentinamente em 1º de agosto de 1834 em Cantão, China, quanto tinha 52 anos.

Durante sua vida conseguiu a conversão de poucas pessoas, mas seu trabalho traduzindo a Bíblia, preparando o dicionário inglês-mandarim e de edição de uma gramática sinoinglesa, fez com que fosse possível a conversão de milhares de chineses depois da sua morte.


Fonte: http://biografas.blogspot.com/2007/03/robert-morrison.html





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