quarta-feira, janeiro 08, 2014

A escolha de Rebeca e a vontade de Deus



Isaac and Rebecca
Isaque e Rebeca

João Cruzué

Estive pensando sobre as experiências de Jacó, suas escolhas, tribulações e seu atrevimento em lutar contra o anjo de Deus em favor de sua família. Devo escrever sobre isto nos próximos dias, porque em meio aos meus pensamentos, antes de escrever sobre Jacó, achei conveniente analisar um pouco a vida desta mulher corajosa e de escolhas surpreendentes. E foi assim, que ao chegar em casa à noite, deixei de ver o "Jornal Nacional" para me dedicar à a este texto: A escolha de Rebeca.

Rebeca era esposa de Isaque; a mãe de Esaú e de Jacó. Uma mulher acostumada a tomar grandes decisões desde jovem. Ela não hesitava e sempre acertava em suas decisões. Em determinado momento, porém, quando aconselhou o filho mais novo a enganar e usurpar as bênçãos da primogenitura do irmão, seu conselho trouxe a cizânia, o ódio e ameaças de morte. A Rebeca decidida, que sempre acertava, agora estava em apuros ao ver sua casa açoitada pela "tempestade" por causa de uma bênção de primogenitura. Com um coração atribulado, apressado, ficou sem paz de espírito passando adiante de Deus. Ela e Deus estavam de acordo sobre Jacó, mas quanto ao conselho dado e a forma de obter a bênção pela fraude nada tinha de orientação de Deus.

Rebeca revela-nos seu caráter em sua primeira aparição na Bíblia. Ao tempo que Eliezer viajou para Harã, onde morava a parentela de seu senhor, ele foi preocupado. Em meio à dúvidas e incertezas, orou. Como poderia ter êxito na viagem em busca de uma esposa para o filho de seu senhor Abraão? E nem bem terminara a oração, quando uma jovem formosa subia da fonte trazendo um cântaro cheio. Mau humorada? Não! Atendeu um pedido impertinente. Preguiçosa? Não! Surpreendentemente, ofereceu-se para dar de beber também aos camelos. Medrosa? Não! Aceitou sair da segurança do lar paterno para viajar com um desconhecido rumo a uma terra distante. Indecisa? Não! Viajou para se casar com um moço que nunca antes vira. Rebeca era muito especial: ela era a resposta de Deus às orações de Abraão - o homem mais abençoado da terra.

Se Rebeca era resposta de oração, seu noivo precisava saber disso. E diz a Bíblia que Isaque saíra à tarde para orar no campo quando avistou a caravana que trazia sua noiva. Eles casaram-se. E esperaram 20 longos anos para terem os primeiros filhos. Um tempo longo demais. Isaque orou, e orou, e orou. Orou até que Deus respondesse e Rebeca ficasse grávida. Grávida, sim! De gêmeos. E eles se mexiam e lutavam dentro dela. Preocupada, ela orou: "Senhor o que significa isso?" E Ele lhe respondeu algo que nunca mais se esqueceu: "Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão nas tuas entranhas: um povo será mais forte do que o outro e o maior servirá ao MENOR. Jacó e Esaú.

Esaú cresceu e não tinha temor de Deus. E eis as provas: ele conhecia muito bem a história do casamento dos pais, no entanto, para desgosto deles, amasiou-se com duas mulheres ao mesmo tempo. E elas foram causa de amargura de espírito para Isaque e Rebeca. Esaú dava tão pouco valor ás coisas de Deus que certa vez aceitou negociar os direitos de sua primogenitura, as bênçãos de Deus, em troca de um prato de lentilha por causa de algumas horas de fome. Na sua hierarquia de valores Deus estava mesmo em último lugar.

Jacó, o irmão mais caçula, era diferente. Foi ele que propôs o negócio do prato de lentilhas em troca dos direitos da primogenitura: ele tinha interesse nas coisas de Deus. Acreditava nelas. Jacó esperou cerca de 70 anos para se casar. Não se prostituiu nem se amasiou. Jacó não vacilava. Até o dia em que fora avisado que a bênção da primogenitura iria mesmo para o irmão Esaú. O Esaú profano, incrédulo e mulherengo. Diante da injustiça ficou com um coração perturbado. Ao conselho da mãe, esqueceu-se, de que Deus estava no controle e agiu precipitadamente. Disfarçou-se e mentiu pelo menos três vezes

Por que Rebeca instruiu o filho mais novo a se disfarçar, enganar e usurpar a primogenitura de Esaú? A Bíblia diz que Isaque perdera a capacidade de enxergar. E sua cegueira não era apenas física - ele sabia das atitudes ímpias de Esaú, mas fingia que não estava vendo nada. Não há uma linha sequer na Bíblia que registre qualquer repreensão de Isaque contra Esaú. Isaque amava Esaú pelas afinidades com a caça. Esaú era o filhinho do papai. Já Rebeca amava Jacó. Guardava em seu coração a profecia que Deus lhe dissera quando  estava grávida: "Que o maior servirá o MENOR".

Era um lar dividido. Os pais e os filhos pensavam e julgavam coisas de maneiras diferentes. Rebeca fez o que fez porque temeu que Isaque orasse e abençoasse um filho que não merecia. O medo durante uma decisão difícil significa que esta decisão tem tudo para dar errado. O que aconteceria se Jacó, num momento de franqueza falasse a verdade no ato da oração da bênção da primogenitura? Para esta pergunta não tenho resposta, mas Rebeca chamou para si a responsabilidade da maldição caso o logro fosse descoberto. Deus estava vendo tudo, e a conta foi paga por quem executou o logrou: Jacó.

Foi uma escolha muito difícil: levar o filho mais novo ao caminho do engano. Agir contra a decisão do esposo e causar prejuízo e revolta ao filho mais velho. Pela primeira vez o lar de Rebeca passava por um grande reboliço. Foi tal as consequências do roubo da primogenitura que um espírito de vingança e morte pairou sobre a sua casa. O lar de Rebeca agora estava à deriva, desconcertado.

Rebeca sabia que Jacó seria maior que Esaú. Mas, imaginou que a sorte de Jacó estaria nas palavras de Isaque e não nas mãos do Abençoador. Como Deus estava no controle, sua misericórdia não permitiu que Esaú matasse o irmão. Se Rebeca julgou que o fim justificava os meios, estava errada. O pecado nunca servirá de atalho para uma bênção, e "Há caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele há morte".

A escolha de Rebeca nos traz uma lição: diante de uma circunstância que envolva uma escolha difícil é preciso ter o coração em paz para decidir. É assim que está escrito em Colossenses 3:15: "Que a paz de Deus domine em vossos corações!" Naquela ocasião Rebeca estava com medo. Tinha medo de que a primogenitura fosse para uma pessoa injusta.

Quando Rebeca deixou a casa dos pais para viajar em companhia de um estranho a fim de se casar com um noivo que nunca vira, decidiu com um coração equilibrado e em paz. Mas, quando os dias da bênção da primogenitura de Esaú chegaram, Rebeca andava atribulada e aflita. E errou.

Que Deus nos guarde de tomar decisões com um coração atribulado. Uma injustiça não justifica uma vingança, pois Deus não perde o controle da história. É melhor não pular o muro da paciência para conquistar uma bênção; você pode passar por cima da vontade de Deus e quando se der conta ,vai ver que abriu uma brecha para as investidas do diabo. Cuidado!








domingo, dezembro 29, 2013

Mensagem para o ano novo

.
FELIZ 2014!

Jesus e a mulher cananeia

------------------------------------------------------

"Esforçai-vos, e Ele fortalecerá o vosso coração 

vós todos os que esperais no Senhor."

Salmo 31:24
--------------------------------------------------


João Cruzué

"Senhor, filho de Davi, tem misericórdia de mim. Senhor, socorre-me. Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores." Disse, uma mulher cananeia. "Ó mulher, grande é a tua fé. Seja feito para contigo, como tu desejas", Disse Jesus. E desde aquela hora, a filha daquela mulher ficou livre. Atitude, humildade, oração e vitória

A mulher cananeia tinha uma filha cativa por um demônio que a fazia sofrer miseravelmente. Jesus estava passando na região de Tiro e Sidon. Ela estava diante de uma única oportunidade. E não a desperdiçou. Quem sabe você tem um problema parecido.

Não sabemos quantos anos tinha a filha daquela senhora. Mas sabemos que sua mãe tinha um propósito: conseguir a liberdade da filha. Ela não era de Israel. Era estrangeira. Ela não tinha amigos entre os discípulos de Jesus, por isso gritava. Perturbava. E Jesus permanecia em silêncio. Era o Messias; o enviado de Deus exclusivo para Israel. Os estrangeiros, naquele tempo, não faziam parte da sua missão. A mulher insistia.

E quem busca, acha. Quem pede, recebe. E quem bate, a porta abrir-se-lhe-á. Ela seguiu literalmente esta receita, sem nunca tê-la ouvido. Buscou, pediu, gritou e bateu. Humilhou-se. Insistiu. Até receber a admiração e o favor do Senhor - a libertação da filha. Chegou aflita, desesperada. Ouviu palavras duras, mas não desanimou. Saiu chorando, mas não de tristeza: de contentamento. Sua filha estava livre.

Ninguém sabe como aquela mulher achou Jesus. Nem ficou evidente quem lhe falou sobre o poder do Senhor sobre os demônios. Também não está escrito como descobriu que a vida miserável da filha era causada por um demônio. Aquela mulher estava no tempo e lugar certos. Disse Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. "Buscar-me-eis e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração"

Como foi possível àquela mulher conseguir sua bênção com tão poucas palavras? Oração. Sim, oração sincera. Não aquela oração de desfiar as contas de um terço cheio de "padre-nossos" "ave-marias" e "santa-marias" Era um oração produzida por um espinho na alma, que a fazia gritar e clamar: Senhor, filho de David, tem misericórdia de mim.

Há muitos que oram, mas não recebem. E não recebem, porque oram mal. A oração para ser respondida tem que estar em harmonia, em sintonia, com a vontade do Pai Eterno. Bênçãos grandes vêm de grandes orações. E não de orações grandes.

Você está com um espinho na alma? Sua dor é muito grande? Insuportável? Medite nas atitudes da mulher cananeia. Deixe de lado seus preconceitos. Seu status. Para chegar até o dono das bênçãos é preciso se despojar da soberba. Da presunção humana. Do pensamento cartesiano. Abra seu coração e clame a Jesus. Entre no quarto e feche a porta. Ajoelhe-se ao pé da cama e fale com Jesus, como se ele estivesse assentado nela.

Insista.

Ore hoje. Amanhã. E continue orando. Jesus não é uma lenda. Ele é real. É o filho do Deus vivo, que morreu na cruz, mas hoje está vivo, assentado à direita do Pai. Seus ouvidos estão atentos às orações dos que estão necessitados. Desesperados. De corações quebrantados.

Mas não basta ser necessitado. Estar desesperado. Quebrantado de coração. É preciso ter atitude: buscar, pedir e bater na porta com um coração sincero. Não uma única batida na porta, mas várias. Não um pedido envergonhado, mas um clamor bem alto. Não uma busca de faz de contas, mas verdadeira.

A mulher cananeia não foi a Jesus achando que talvez ele a atenderia. Ela foi disposta a ser ouvida de qualquer maneira. Não importava ser chamada de filhote de cachorro, desde que alcançasse o direito de comer das migalhas que caiam dos pratos dos seus senhores.

E quando o Senhor ouviu essa resposta, se compadeceu da dor daquela mulher, porque viu nela uma grande fé. E fé é a certeza das coisas antes de vê-las.

Vem aí o ano de 2014.

Já disseram e escreveram que vai ser um ano da Copa. Eu não creio tanto nisso. O ano de 2014 vai ser, sim, o ano que você vai receber a maior bênção da sua vida. "Esforçai-vos, e Ele fortalecerá o vosso coração, vós todos os que esperais no Senhor". Salmo 31:24.