quinta-feira, novembro 28, 2013

Sete Bênçãos no Salmo 23


Barco
Por João Cruzué

O Salmo 23 é uma das leituras mais conhecidas da Bíblia Sagrada. Posso ver nele lindas promessas que se cumpriram no passado, continuam se cumprindo no presente e se cumprirão também no futuro, na vida daqueles que se aproximam para buscar a presença do SENHOR. Entre tantas coisas belas que posso ver neste salmo, existem sete promessas para o nosso dia a dia.

O autor dessas promessas é o SENHOR JEOVÁ..

Quando você aceita Jesus como Salvador da sua alma e Senhor de sua vida, você muda de senhorio e de posição diante de Deus. Assim como no Brasil para ter uma existência civil é necessário o Registro de Nascimento, a Bíblia também ensina, no primeiro capítulo do Evangelho "de" São João que a todos que receberam Jesus em seus corações, pela fé, foi lhes dado o direito de ser em registrados no Livro da Vida como filhos de Deus, por adoção. A esses, o Salmo 23 declara a primeira promessa: O Senhor é meu Pastor e nada me faltará!, atendendo assim suas necessidades básicas. O Senhor Jesus, o nosso Pastor, sabe o que está passando com você e comigo.

Quando Faltavam poucos dias para encerrar o longo período de desemprego por que passei, de 1992-2003, pude experimentar isso bem de perto. Eu estava passando por um mar revolto e o Senhor entrou no barco e levou-me às águas tranquilas. Em março de 2003, estava no sítio da família concluindo o plantio de 160 covas de bananeiras - a maioria delas da variedade maçã. Março, na Região do Vale do Rio Doce é o fim das chuvas de verão. E ao terminar o plantio meu irmão da Igreja Presbiteriana e eu oramos agradecendo a Deus, como é de nosso costume.

Então uma chuva caiu moderadamente sobre a superfície da terra seca. Contudo não a molhou completamente. Vi naquela chuva, justamente no final daquele trabalho o cuidado de Deus. À noite, quando fui deitar-me, lá pelas 8:00 h, assim que pus os joelhos no chão, caiu outra chuva, exatamente quando comecei orar. Entendendo eu que o Senhor estava querendo provocar em min uma oração mais ousada, com muito bom humor orei assim:

--Senhor, hoje por duas vezes já choveu moderadamente. Eu poderia, amanhã, gastar metade do dia regando cova por cova daquelas 160 bananeiras. Mas, já que o Senhor insiste, vou orar com mais ousadia: 

--Se queres mesmo molhar aquela terra, então envia uma chuva grossa, 10 vezes mas forte que estas duas, e molha tudo de uma vez!

E foi aí que no meio à madrugada, acordei com um forte barulho de chuva no telhado da cobertura da fazenda. Grandes goteiras caiam dos beirais do sobrado lá na calçada. No outro dia havia sinais de enxurrada por todos os lados. O Senhor respondeu a oração - mesmo! Ele poderia ter feito tudo na primeira chuva, mas isso passaria despercebido. Ao estimular minha oração queria revelar seu cuidado por mim.

Na terceira chuva entendi o significado do cuidado, do amor, que Deus tem por nós. Se Ele insistiu em mostrar-me que se preocupava com simples bananeiras, naturalmente desejava que eu entendesse que Ele me amava e que estava cuidando de mim e da minha família, durante aquele 11º (e último) ano de desemprego.

Presença, cuidado, paz, segurança, vitória, compromisso e bondade. Sete bênçãos. Todas essas elas estão se cumprindo em minha vida.

Vim de uma família que não tinha paz. Meus velhos, embora católicos, honestos, trabalhadores, eram bem materialistas e me xingavam muito. Um dia comecei a ter ataques epilépticos. Mãe ficou horrorizada, pois toda família de meu pai tinha a mesma doença. Assim que entreguei minha vida para Jesus, na Igreja dos Crentes, eu fui curado dessa doença horrível. Eu tinha 19 anos.

Quando permiti que Jesus entrasse de verdade em minha vida, a paz que eu não tinha veio completamente. Quando descia a antiga Rua 10, do Jardim São Luiz - em 1975 - seguindo para o trabalho onde hoje fica o Extra da Ponte da João Dias, Descia alegre, feliz, como se flutuasse sobre a rua. A família estava endoidecida porque me tornara crente, mas eu não ligava muito para a raiva deles.

Uma parte importante desse Salmo, o quinto versículo, ainda está por se cumprir na minha vida. Aquela que diz que o Senhor prepara uma mesa diante dos inimigos. Na verdade, posso dizer que não possuo inimigos na expressão literal dessa palavra. Mas, entendo que ao me tornar um cristão, deixei de perseguir os degraus da segurança financeira, da riqueza que a família de minha origem sempre priorizou. Para eles, ao me tornar crente, preocupei-me em demasia com o espiritual e deixei de correr atrás do que de fato a sociedade valoriza: a fama e a riqueza.

Eu Aprendi algo importante ao observar um atributo marcante na vida de Davi: antes de tomar qualquer decisão, ele orava e buscava a presença do Senhor para orientar-se. Eu não preciso de riquezas para conquistar paz, alegria, gozo, uma família firme na casa do Senhor - pois tudo isso já tenho. Mas por outro lado sei que Ele vai colocar-me atrás de uma mesa, e diante dela todos os difamadores, murmuradores, incrédulos, para mostrar a todos eles, não que o joão é alguma coisa, mas que o Deus do João é.

Assim como o João, você também está prestes a receber de Deus o que tem buscado. O mesmo Senhor que mostrou-me o cuidado para com simples bananeiras vai enviar no tempo apropriado (breve) aquilo que tanto lhe faz falta. Creia nisso. Ele não descansará enquanto não lhe abençoar com todas as bênçãos prometidas, e seus difamadores ainda vão ter que dizer: como é maravilhoso o Senhor Jesus! Se ainda não é crente, aceite Jesus para as bênçãos do Salmo 23 se cumpram literalmente em sua vida. Se já é cristão e elas ainda não vieram, insista com Deus e não fique com os braços cruzados. Eu sei que o amor de Deus não consiste de palavras, mas de bênçãos.




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sábado, novembro 23, 2013

Como enfrentar o fracasso depois do sucesso


"Posso tudo, naquele que me fortalece"
(Paulo aos filipenses)



Pastor Armando Vanelli

Quase sempre, diante de situações de conflitos, costumamos escamotear com um sorriso de lado, um rosto dissimulado, frases rebuscadas, uma máscara facial, mas os subterfúgios não conseguem esconder aparências que não enganam.

Estou falando de uma crise pessoal, de um situação existencial que é comum a qualquer ser humano. Afinal, nem sempre dá tempo de correr para a cabine telefônica e tirar a camuflagem e sair com aquela disposição comum do “Superman” (ainda vou ter uma camiseta com “V”, nos moldes do Clark Kent, afinal todo mundo pensa que eu sou o Super Vanelli). Mas, a maior prova de que não sou, está aqui nestes escritos que a minha alma filtrou da leitura de um texto bíblico e  que agora extravasa.

Estes conflitos existenciais é comum a todos. E eles aparecem diante de situações que aos nossos olhos se aparentam insolúveis, principalmente quando já esgotamos todos os argumentos pessoais. É lógico que diante de uma crise deste porte, a tendência humana é buscar um bode expiatório. Então automaticamente é formulada uma lista dos possíveis culpados: A família, o pai, a mãe, o chefe da empresa e o Pastor da igreja. Por incrível que pareça, até Deus pode entrar no roll dos culpados. Geralmente o argumento para culpar a Deus parte da premissa de que Ele não interviu na situação, sendo que uma fagulha do seu poder, poderia ter levado a cabo a caso.

Vejamos o texto de I Reis 19:1-10: “Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito e como matara todos os profetas à espada. 

Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias a dizer-lhe: Façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um deles.Temendo, pois, Elias, levantou-se, e, para salvar sua vida, se foi, e chegou a Berseba, que pertence a Judá; e ali deixou o seu moço.Ele mesmo, porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: Basta; toma agora, ó SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais.

"Deitou-se e dormiu debaixo do zimbro; eis que um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come.Olhou ele e viu, junto à cabeceira, um pão cozido sobre pedras em brasa e uma botija de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir.Voltou segunda vez o anjo do SENHOR, tocou-o e lhe disse: Levanta-te e come, porque o caminho te será sobremodo longo. Levantou-se, pois, comeu e bebeu; e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus. Ali, entrou numa caverna, onde passou a noite; e eis que lhe veio a palavra do SENHOR e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?Ele respondeu: Tenho sido zeloso pelo SENHOR, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida.”

--Que incrível narrativa. 

Um dos mais renomados profetas de Deus, debaixo de um profunda crise existencial. Elias sai de um tempo de triunfo, de conquistas, de vitórias, para imergir numa fase de introspeção decepcionante e visualiza interiormente uma profunda catacombe emocional. Apesar de todo sucesso experimentado, agora à primeira instância de sua crise, intenta em seu coração empreender uma fuga: vv. 1-3.

Não olhemos para Elias como homem de Deus, mas como homem.  Porque é nesta mesma condição que agimos diante de crises existenciais. Geralmente diante da crise, uma bifurcação de fuga se desenha a nossa frente e no impeto de escolher uma das vias, acabamos pondo os pés em uma e na outra opção, como se pudéssemos andar pelas duas: primeiro é a do isolamento, tentando esconder do problema, não aceitando a ajuda de ninguém; depois fazemos como uma avestruz: enfiando a cabeça num buraco, preferindo não encarar o problema de frente. É como pudéssemos dizer: não existe nenhum problema, é coisa da minha cabeça.

Lembro-me de uma canção antiga, mas muito bonita,  exortativa, do conjunto Banda e Voz, o mesmo que cantava “Falando de Vida”, e o seu título era “Fugir não adianta”. Muitas vezes usei esta linda música para minha vida e para a de terceiros, porque a realidade conta que a melhor definição para fuga é covardia diante do problema. E o mais delicado ainda, diante de Deus. A Bíblia está repleta de homens vocacionados que diante de difíceis situações, tentaram ou empreenderam fugas diante de problemas.

Vou me ater a três para não estender muito. 

Por exemplo, o patriarca Jacó: “Levantou-se naquela mesma noite, tomou suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos e transpôs o vau de Jaboque. Tomou-os e fê-los passar o ribeiro; fez passar tudo o que lhe pertencia,ficando ele só; e lutava com ele um homem, até ao romper do dia.” Gn. 32:22-24. É bom lembrar aqui que uma fuga pode ser uma fraqueza, mas não um distúrbio de caráter.

Outro personagem famoso: Davi, o grande salmista.” Estremece-me no peito o coração, terrores de morte me salteiam; temor e tremor me sobrevêm, e o horror se apodera de mim. Então, disse eu: quem me dera asas como de pomba! Voaria e acharia pouso. Eis que fugiria para longe e ficaria no deserto.” Sl. 55:4-7 . Davi, tem neste versejar poético, a fuga como resultado do perigo de vida, a opressão do inimigo, o que se tornou uma circunstância aflitiva pessoal.

E finalmente,o profeta Jeremias: “ Prouvera a Deus a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos, em fonte de lágrimas! Então, choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo. Prouvera a Deus eu tivesse no deserto uma estalagem de caminhantes! Então, deixaria o meu povo e me apartaria dele, porque todos eles são adúlteros, são um bando de traidores;” Jr 9:1-2. Uma fuga nunca se justifica, mas Jeremias fala tão enfaticamente sobre esta estalagem no deserto onde pudesse ficar um pouco em paz e  lá não estivesse diante de homens em tamanha rebelião ao Senhor, ele tinha conhecimento só do versículo 2 ao 14 sobre os 20 pecados de Judá.

O grande dilema de quem trilha dois caminhos pesados, como o isolamento e a fuga, é que as introspecções são tamanhas que acabam resultando numa forte vontade de experimentar a morte. (v.4).

Fatalmente esta é uma conclusão funesta. E geralmente esta vontade é como se fosse, segundo pensam alguns, a morte, o cessar do sofrimento. Elias ousou pedir a Deus que lhe tomasse a sua alma, e esta tem sido uma saída para pessoas, que mesmo envolta a uma vida de fé, acabam pedindo a morte diante de um crise profunda. Jonas fez isto, Moisés também e até o paciente Jó.

Por maior que seja a dificuldade, a morte por si só não tem poderes para solucionar problemas existenciais. Desejar, ansiar e anelar a morte só traz complicações à alma, afinal deve ser forte o desejo de quem conhece a Deus, de viver e continuar a sua jornada nesta terra.

Lamentavelmente todos os dias pessoas se pegam em verdadeiras crises, pensando mesmo até tirar a vida, com vontade de morrer e até pedindo a Deus a morte, como se isto fosse o grande lenitivo e finalização dos percalços que a vida nos impõem.

Na maioria das vezes, as pessoas tentam afogar suas mágoas, dores e sofrimentos fugindo pelo caminho da bebida, das drogas ou até mesmo fazendo de conta que a crise é inexistente, não é real. Mas, há um caminho proposto por Deus, para os que experimentam as crises existenciais, e é um “santo remédio”, a busca da orientação de apoio de Deus na Bíblia Sagrada, o que certamente nos traz alivio paras as dores e sofrimentos experimentados.

O grande salmista Davi, o mesmo que também teve a vontade de fugir, de voar para longe, como uma pomba, este mesmo Davi, que mais tarde ainda enfrenta as angustias e dificuldades experimentadas no Salmo 120, quando chega no 121, ele discorre sobre a confiança em Deus e sua ajuda em tempo de angústia. “Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel. O SENHOR é quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita. De dia não te molestará o sol, nem de noite, a lua. O SENHOR te guardará de todo mal; guardará a tua alma. O SENHOR guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.”

Às vezes, no meio de tamanhas dificuldades pode ter uma voz divina lhe chamando para algo, atente-a, saia do comodismo. Diante das lutas, das crises, não escamoteie, não finja, não faça de boa aparência, não tente fugir ou se esconder, obedeça e ponha sua confiança no Senhor e a benção e a salvação serão estabelecidas sobre a sua vida.





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