terça-feira, setembro 03, 2013

Corrupção rouba 300 bilhões de reais por ano da mesa dos brasileiros


CUSTO ANUAL DA CORRUÇÃO NO BRASIL

Ralo da corrupção brasileira
João Cruzué*

Os jornais estão noticiando o recente Encontro patrocinado pelo PNUD com especialistas em combate  em corrupção, realizado na primeira semana de novembro em Brasília.  Alguém disse, presumo depois deste encontro, que a corrupção leva 200 bilhões reais  por ano no Brasil, em moeda constante de 2012. Eu discordo deste valor, pois, creio que foi subestimado. O ralo corrução brasileira é muito maior.

Minhas contas são as seguintes: 
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Orçamentos Públicos em 2012:
União = R$ 2,257 bilhões
Estado de São Paulo = R$ 157 bilhões
Estado do Rio Janeiro = R$  64 bilhões
Estado de Minas = R$ 51 bilhões
Rio Grande do Sul = R$ 40,2 bilhões
Município de São Paulo = 38,8 Bilhões
Outros Estados e Capitais** = R$ 312 bilhões
TOTAL: 2.920.000.000.000,00 (quase 3 trilhões de reais)
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Raciocine comigoDesconsiderando a metade disso, que é verba de salário e encargos, temos como resultado algo em torno de 1,5 trilhão. Os famigerados 10% disso, na média,  dariam 150 bilhões de reais. A sonegação de impostos, chutando muito por baixo, outros 150 bilhões. Total: 300 bilhões de reais por ano. Duas vezes os orçamentos da Saúde e Educação.

ralo da corrupção  brasileira supostamente quantificado pela ONU em 200 bilhões de reais foi subestimado. Ele é muito maior. Minha estimativa chega nos 300 bilhões anuais, no mínimo.

 Minha esperança: É verdade que o STJ está julgando o "mensalão" e que vai mandar alguns corruptos para a cadeia. Ouvi o Ministro Jobim dizendo que este julgamento não vai afetar em nada a conduta política do poder. Eu concordo; a menos que haja uma sequência neste começo de faxina.

Muita coisa ficou de fora. Se este "mensalão" é coisa de 2003, e que manipulou mais de 300 milhões de reais, o ralo operado por Marcos Valério foi só de 75 milhões. Será que ficou só nisso?

O esquema operado a partir de 2008 cujo caixa era muito maior, deixando para trás míseras empresas de publicidade para atacar o filé mignon da bufunfa que são as construtoras. Quando é que este "big mensalão" vai ao Supremo? Parece que nunca, a não ser que apareça no meio disso outro Roberto Jefferson.

E, vem aí o terceira versão do mensalão. Mensalão 3.0. Começando pelo dinheiro público que está sendo jogado fora nas construções de uma dúzia de estádios, que serão usados durante apenas 30 dias, e o superdesejado trem bala, que pode ser a grande "fonte" de financiamento da campanha presidencial de 2014.  O custo desta obra? apenas uns 60 bilhões de reais!

Enquanto isso, a conta do ralo desses mensalões continua   no vermelho:

1 - Cadê a transposição do Rio São Francisco?
 
2 - Por que as favelas das grandes cidades continuam sem a presença do governo, a não ser com a polícia?
 
3 - Por que os professores de qualquer nível escolar continuam ganhando uma ajuda de custo, em lugar de um salário digno?

4 - Por que a agricultura familiar é um projeto falido no Brasil?

5 - Por que o pobre tem que pagar uma faculdade noturna e o rico estuda de graça?

6 - Porque o ensino básico no Brasil ainda não é feito em período integral?

7. Por que o Brasil tem apenas um instituto de tecnologia? 

7 - Por que a saúde do brasileiro não tem dinheiro do governo para operá-la coo mínimo de eficiência?
 
8 - Por que não há mais médicos para contratar para trabalhar nos hospitais? Por que é tão caro um bom curso de Medicina?
 
 9 - Por que nossa gasolina é tão cara se "temos" tanto petróleo?

10. Por que crianças de 1011 anos são prostituídas na Região Norte do País?
 

E mais umas duas dúzias de por quês, que não  alinhei.

Com 300 bilhões (do ralo) sobrando por ano, em 10 anos este país resolveria tanto o problema da Educação quanto o da Saúde.

E se continuar do jeito que está? Bem, a sociedade vai continuar pagando a conta de uma outra forma. Sem estudos, sem saúde, sem emprego, sem um salário e moradia decentes, parte substantiva da geração atual, desassistida, se organiza para tomar isto via atos criminosos. É o que já está acontecendo com a indústria do tráfico de drogas.

Não basta atos de caridade de ONGs para resolver o problema da miséria e da pobreza brasileira. São atos isolados e poucos, que depois são filmados e reproduzidos como vitrines do bem perante a sociedade como se resolvessem o problema de todo mundo. Na verdadsão apenas uma gota d'água, ainda que válida. Mas, a responsabilidade pelo balde, pelo rio, pelo oceano de necessidades que este país tem é de seus governos - populistas e maquiadores da real dimensão do problema.

 Maldita corrupção.


 João Cruzué é servidor público de  Tribunal de Contas

 ** Dobrei a soma dos orçamentos dos quatro maiores Estados
  











domingo, agosto 25, 2013

Amor e hipocrisia


Lírio do  meu quintal
João Cruzué


Amar em termos cristãos, no sentido lateral, é fazer o bem ao próximo sem pensar em reciprocidade. Isto, está bem claro na parábola do bom samaritano. Em sentido mais profundo é estar atento à voz do Espírito para fazer o bem a alguém que necessita de algo no lugar e tempo certos.  A hipocrisia é uma das formas da negação do amor. O hipócrita exalta o bem, mas não tem  um compromisso sincero com a justiça. Sua justiça é apenas uma capa que esconde o egoísmo - o pântano onde brota todo tipo de pecado.

Jesus era movido pelo  amor de Deus. Estava sempre atento à voz do Espírito Santo. Não era assim automático. Ele separava deliberadamente tempo para estar na presença de Deus em momentos de oração e comunhão. Era por isso que chegou à cidade de Nain no exato momento em que a viúva levava o filho morto para o cemitério. E quem foi que mandou o paralítico à beira do Poço de Betesda se levantar e carregar a cama? E, por que ele decidiu pousar na casa de Zaqueu, o corrupto chefe dos Publicanos da cidade de Jericó?

O maior hipócrita da Bíblia, é satanás. Sabe o que é o bem, mas procura nos outros os defeitos e falhas que lhe finge não ter. Quando Deus falou que Jó era um homem justo, procurou  difamá-lo e mostrar os defeitos. Mania de perfeição, mas só de aparências. Ainda existe este tipo de gente nas Igrejas. A primeira coisa que procuram em um novo irmão é onde estão as suas falhas, fraquezas e defeitos. Um hipócrita procura manter o foco nas falhas do mesmo jeito que um abutre procura pela carniça.

Amar é procurar ser útil, solidário, compassivo. É lavar a louça que suja, tendo consciência de que alguém irá fazer tudo em silêncio porque os outros não fizeram a sua parte. O que tem a ver louça suja com amor? De certa forma, o sangue de Jesus foi o "sabão" que limpou os pecados de muitas "vasilhas" imprestáveis., tendo eu sido uma delas. Eu nunca pensei nisto  antes, mas de hoje em diante vou estar consciente disso.

Não é tão fácil amar, principalmente quando você tenta aconselhar alguém que não quer lhe escutar. E o que é escutar? É uma coisa fácil? Não! não é. Eu sei que Deus fala conosco, mas nossos ouvidos costuma estar destreinados para reconhecer sua voz. Certa vez, uma parente meu  me fez a seguinte pergunta: João, quantas vezes Deus chamou o adolescente Samuel, até que ele respondesse "Eis-me aqui Senhor"? Eu disse: Três vezes, mas foram quatro. Por três vezes Deus chamou-o, mas ele não conhecia a voz de Deus. Ele pensava que era a voz de Eli, o Sacerdote.

Vozes parecidas. Este é um grande perigo.  Jesus, na tentação do deserto, depois de 40 dias de jejum, teve fome. Seus olhos foram dirigidos para algumas pedras, ao ouvir uma voz macia e desafiadora: "Se tu és o Filho de Deus, diga a esta pedra que se transforme em pão". Creio que há uma multidão de vozes aparentemente proféticas nos dias de hoje aceitando aquilo que Cristo recusou a fazer.

Estamos vivendo os tempos em que um Evangelho com foco no Velho Testamento está sendo pregado.  O Evangelho da Prosperidade já ficou para trás. Jesus foi muito claro quando disse que não podemos servir a dois senhores. Parece normal, mas não é, ver pastores e Bispos acumulando riquezas em meio a tanta gente com fome de pão e de justiça. Podem dizer que é uma grande besteira, mas é isto que vem ao meu coração neste momento: acumular riquezas pode ser uma forma de escapulir da dependência de Deus. Como posso dizer que a presença de Deus é comigo, se fecho os olhos para tanta miséria e me deito em paz com jatinhos, mercedinhos e apartamentos em Miami?

Será que amar é conhecer a existência da miséria e acumular muitos bens para o futuro? Na verdade, eu considero que de tanto pregar que o cristão não precisa viver na pobreza para ser um discípulo de Cristo, os pregadores do meu tempo acabaram acreditando em um sofisma. E se Deus, da mesma forma que respondeu ao mancebo de qualidade, disser: Vai vende tudo que tens, dá aos pobres e, depois, segue-me - farão eles isto?

É por isso que temo acreditar na mensagem desse evangelho de meus dias. Parece tudo bem racionalizado e explicado, mas estou vendo o povo cristão com um rosto triste, apesar de ricos. E esta tristeza bem disfarçada, escondida, desconfio que seja frieza. E esta frieza só acontece quando a voz do Espírito de Deus não está sendo ouvida. Quando o Espírito fala de um jeito e o povo quer escutar outras coisas, o resultado é o vazio, o frio e a tristeza de coração. E a receita para curar isto está em II Crônicas 7:14.

Amar é abrir os olhos para o que está acontecendo com o nosso próximo. E não importa se ele é meu vizinho, colega de trabalho ou se encontra ferido e faminto nas descidas para Jericó. 

Nota: Fiquei por um bom tempo sem ter vontade de escrever. Acho que devagar eu volto