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Portal G1 |
"A visita ao Brasil do monarca do Vaticano, Jorge Mario Bergoglio, começou como provavelmente vai terminar: como um grande show de entretenimento e alienação, do qual estão à frente a Igreja Católica, governo do Estado e Prefeitura do Rio de Janeiro, e as grandes empresas de mídia. Como coadjuvantes, milhões de católicos e algumas empresas – a começar pelo McDonalds.
Como espetáculo cultural de grande porte, a “vinda do Papa Francisco” conta no Brasil com uma assessoria de imprensa de igual tamanho: a Rede Globo é parte fundamental do show armado para tentar fazer respirar uma igreja que tem perdido milhões de fiéis na América Latina, em geral, e no Brasil, em específico. A linha editorial do Jornalismo da Globo aponta para isso, e os próprios repórteres e apresentadores se envolveram de tal forma com a pauta, já neste primeiro dia, que nada mais fizeram do que repetir banalidades acompanhadas de sorrisos bobos e deslumbrados.
Além da longa transmissão da chegada de Bergoglio e de seu passeio de carro durante a tarde, sempre permeada de banalidades que, se é verdade que despertam certo interesse do público, nada possuem de interesse público, a cobertura do Jornal Nacional, principal telejornal da emissora, foi uma enorme peça de relações públicas, com total esquecimento do que significa jornalismo. O JN narrou as mãos apertadas, os abraços e sorrisos, mostrou a emoção de religiosos, destacou os vidros abertos do “papamóvel” e, como já tem sido recorrente, a “simplicidade do Papa”. O trabalho de assessoria de imprensa deu direito até a uma longa narração de toda a agenda que Bergoglio deverá cumprir durante a semana.
Ao mesmo tempo, um tenso protesto no Rio de Janeiro levantou críticas aos gastos públicos com a vinda de Bergoglio (que devem chegar a R$ 180 milhões). No Jornal Nacional o protesto foi referido rapidamente, mas sem que fossem relatadas as motivações do ato. Simplesmente “um protesto”.
A TV Globo, utilizando-se de uma concessão pública em um espaço pretensamente jornalístico, deixou de lado a laicidade e devotou-se a celebrar a “vinda do Papa ao Brasil”. Tratou Bergoglio por “Santo Padre” e “Sua Santidade”, adotando acriticamente o discurso oficial da Igreja Católica. Fez sua parte na construção do show, e assim deverá seguir."
Fonte: http://jornalismob.com
Comentário do blogueiro: Estão explorarando mesmo muitos beijos em criancinhas. Do jeito que a visita está sendo divulgada, é como se o Papa fosse o próprio Jesus Cristo que nesta história tem ficado em segundo ou terceiro plano. Não consigo enxergar uma humildade no Cardeal Jorge Mário Bergoglio, um vez que há uma campanha de publicidade genialmente planejada, martelando exaustivamente uma suposta característica para que ela "cole" na pessoa do Cardeal Bergoglio. Ou seja, uma campanha publicitária com o nosso já "velho" conhecido "padrão global" de qualidade (João Cruzué).
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