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O NAMORO AINDA EXISTE?
PASTOR CIRO SANCHES ZIBORDI
" Quando eu era jovem e
solteiro, tive a felicidade de ter sido instruído por meus pais e
pastores acerca do namoro cristão. Aprendi que, para ser abençoado no
casamento, é preciso começar certo, tendo um namoro de acordo com a
vontade do Senhor (Rm 12.1,2), pois “... aquele que faz a vontade de
Deus permanece para sempre” (1 Jo 2.17).
Aprendi que há três
fases muito importantes num relacionamento afetivo: namoro, noivado e
casamento. O namoro é a fase em que o futuro casal se conhece e, por
isso, deve conversar, conversar, conversar... O noivado é o período de
preparação para o casamento, isto é, a união do casal propriamente dita.
Como fui abençoado
nessa área, sinto-me no dever de ajudar a outros, o que procurarei
fazer, nesta semana em que ocorre o chamado DIA DOS NAMORADOS, por meio
deste artigo. Sei que, para muitos, o que eu vou dizer aqui parecerá
ultrapassado, arcaico e rígido demais para esse tempo em que prevalecem
influências filosóficas como relativismo, hedonismo, egoísmo,
imediatismo e narcisismo. Mas espero ajudar pelos menos os jovens
realmente interessados em glorificar a Deus em tudo (1 Co 10.31).
O que é o nAMORo?
Confunde-se, hoje
em dia, namoro com flerte, aventura e relacionamento sem compromisso. O
chamado “ficar” parece ter chegado para ficar. E é comum ouvir jovens
dizendo: “Eu só fiquei com ele naquele dia; não foi nada sério”. Entre
as pessoas que não temem a Deus prevalece a idéia de que os namorados
podem se relacionar intimamente, sem nenhuma restrição. E vemos
pscicólogos e a própria mídia incentivando isso.
O namoro — namoro,
mesmo! — é uma fase de conhecimento recíproco, que precede o período de
preparação para o casamento: o noivado. Na palavra “namoro” está
contido o termo “amor”, evidenciando que não se trata de um período sem
importância. O nAMORo verdadeiro é para pessoas que se amam, e não para
aquelas que apenas têm uma atração passageira ou simplesmente não querem
ficar sozinhas.
Quando começar um nAMORo?
Para se começar um
namoro, é preciso ter alcançado a maturidade, período que só vem após a
adolescência, que é uma fase de transição entre a infância e a
juventude. Como não se trata de passatempo, mas de uma importante etapa,
só deve pensar em namoro quem realmente está determinado a casar. Quem
namora por namorar está começando errado e sofrerá as conseqüências (Gl
6.7). E quem diz que namoro sério deve, necessariamente, se preocupar
com as condições mínimas para um futuro casamento.
Certo rapaz que
havia pedido uma jovem em casamento ouviu dela a seguinte condição: “Eu
quero que você converse com o meu pai”. O rapaz concordou em pedir
permissão ao pai da jovem para namorá-la (prática que, hoje em dia, é
tida como retrógrada, infelizmente).
Começou, então, o interrogatório:
— Você trabalha? — perguntou o pai da jovem.
— Não, mas Deus vai me ajudar — respondeu o rapaz.
— Estuda?
— Não, precisei parar. Mas Deus vai me ajudar.
— Tem ideia de como sustentará a minha filha enquanto nenhum de vocês estiver trabalhando?
— Não, mas tenho certeza de que Deus me ajudará...
Ao ouvir as repetitivas respostas, o pai disse à jovem: “Minha filha, eu não sabia que agora eu sou Deus...”
Lembre-se:
Deus ajuda aqueles que se esforçam e têm vontade de trabalhar (Jó 5.7;
Pv 31.27). Quem namora — namora, mesmo! — deve ter um alvo: o casamento.
E deve trabalhar em prol de tal realização.
Como encontrar a pessoa ideal para nAMORar?
Quem pensa em
namorar de verdade, tendo como objetivo o casamento, precisa atentar
para duas coisas importantes. Primeiro, deve orar com fé, esperando no
Senhor (Sl 40.1), pois Ele é poderoso para lhe preparar a pessoa certa
(Pv 19.14). Ao mesmo tempo, é necessário procurar (Pv 18.22), pois em
tudo, na vida, existe a parte de Deus e a do homem (Pv 16.1,2; Tg 4.8).
O jovem cristão deve ter
cuidado com os profetizadores casamenteiros (Ez 13.2,3; Ap 2.20), pois a
profecia, como dom do Espírito Santo que se manifesta, usualmente, num
culto coletivo a Deus, não serve, em regra geral, para ajudar os jovens
crentes a encontrarem a “pessoa preparada”. As suas finalidades são
edificação, exortação e consolação do povo de Deus (1 Co 14.3).
Muitos hoje são infelizes
em sua vida conjugal porque deram ouvidos a falsos profetas. Namoro é
coisa séria! Não se deve permitir que a escolha tenha a interferência de
terceiros, exceto dos pais, que devem sim aconselhar e ajudar os filhos
nessa tomada de decisão.
Deve-se, ainda, orar
e procurar uma pessoa, segundo os critérios contidos na Palavra de
Deus. Nessa busca, é necessário identificar qualidades, como a
espiritualidade (1 Co 2.14-16; 5.11), a beleza interior (Pv 15.13).
Muitos se preocupam demasiadamente com a beleza física, que é enganosa
(Pv 31.30). Esquecem-se de que a beleza da alma é a mais importante (1
Sm 16.17) e permanece mesmo com o passar dos anos, enquanto a exterior é
ilusória, passageira e morrerá tal como uma flor (Pv 11.22; 1 Pe
1.24,25).
É preciso se preocupar
também com a compatibilidade (Am 3.3). Muitos hoje dizem que isso não é
importante e pensam que podem namorar uma pessoa descrente para
ganhá-la para Jesus. Fazer isso, no entanto, é o mesmo que se jogar em
um poço para tentar salvar alguém que lá caiu. E ninguém faria isso.
Deve-se jogar a “corda” do evangelho para o não-crente se salvar, mas
sem nenhum envolvimento sentimental.
Meu conselho é:
antes de começar um namoro, é preciso verificar se não há
incompatibilidades espiritual, social, etária, cultural, etc. A mais
perigosa é a espiritual (2 Jo vv. 10,11). Considerando que a Bíblia
chama os incrédulos de filhos do diabo (1 Jo 3.10), não havendo, pois,
meio-termo, relacionar-se com um significa ter o Diabo como sogro.
Não pense que
um(a) filho(a) do Diabo terá Deus como sogro, em razão de se relacionar
com um(a) filho(a) de Deus, equilibrando, assim, o relacionamento. Nos
casos de mistura, sempre é o crente o prejudicado (Gn 6.1-4; 1 Co 10).
Por quê? Porque está pecando conscientemente, ignorando o que a Palavra
de Deus ensina quando ao jugo desigual com os infiéis (2 Co 6.14-18).
Não há, portanto, nenhum consenso entre a luz e as trevas, entre Cristo e
Satanás.
Que cuidados se deve tomar em um nAMORo?
Aos que já namoram
dou alguns conselhos. É preciso ter a preocupação de não exceder nas
intimidades (2 Tm 2.22). Não é preciso se sentar a um metro de distância
nem pedir para alguém ficar entre os dois. Todavia, não se deve
confundir carinho com carícias, que devem ser guardadas para o casamento
(Pv 6.27,28; 20.21). Para isso, é preciso vencer as concupiscências,
cobiças (Tg 1.14,15; 1 Jo 2.15-17), seja a dos olhos (Gn 3.6; Js 7.21;
Mt 6.22,23), seja a da carne (1 Co 6.19,20). Peço ao leitores
interessados no assunto que confiram todas as referências bíblicas, pois
elas são muito mais relevantes (mas muito, mesmo!) do que as próprias
palavras deste editor.
Quanto tempo deve durar o nAMORo?Nem muito nem pouco tempo.
Geralmente, quem prolonga o período do namoro é porque não tem vontade
de casar. Alguns, após longos anos, casam, mas não são felizes. O
motivo? É possível que o casamento tenha sido ocasionado por pressão, e
não por amor verdadeiro. Por outro lado, quem namora pouco tempo, não se
prepara suficientemente para o casamento e poderá ter problemas sérios
de ajustamento conjugal.
Como conduzir o nAMORo de acordo com a vontade de Deus?Leia sempre a Palavra de
Deus (Sl 119.105); ore todos os dias (1 Ts 5.17; Jr 33.3); cultive o
amor (1 Co 16.14; 13.4-8), pois, sem ele, não há razão para existir
namoro; aprenda a renunciar; não seja sempre o(a) “dono(a) da verdade”
(Fp 2.4); saiba viver em harmonia (Pv 17.1), aprendendo a “dar o braço a
torcer” (Pv 15.1); seja fiel, pois, quem não é fiel no namoro, não o
será no casamento. Quem ama de verdade se mantém fiel até o fim (Pv
5.15-20; Ml 2.14,15).
Feliz dia dos nAMORados!"
Livros do Pastor Ciro aqui: Blog do Pastor Ciro Zibordi
Nota: ilustrações do texto: por João Cruzué
cruzue@gmail.com