sábado, maio 19, 2012

Marcha da maconha na Avenida Paulista

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Snail
João Cruzué

É livre a  expressão do pensamento e o direito de se reunir em ambiente público desde que avisado as autoridades. Concordo com isso, como também sei que estes direitos não são de fato tão absolutos, sob pena de invasão de direitos alheios que podem expressar interesses diversos. Entretanto, nossas excelências do Supremo Tribunal Federal não acham assim.

Na mesma toada da marcha da maconha, imagino que uma fila de marchas tão idiotas quanto estão a caminho. Como é direito meu discordar, pelo que eu saiba, a Constituição de 88 não deu liberdade ao STF para exercer o poder de legislar ou interpretar o espírito das leis distorcendo o verdadeiro espírito que as criou. Mas, isto vem acontecendo.

Por que as marchas pelas causas verdadeiramente necessárias não ajuntam 5.000, 10.000 ou 100 mil pessoas? Vamos a uma pequena lista.

1. Há centenas de muncípios do Nordeste que estão há mais de dois anos sem ter uma chuva forte. Centenas de milhares de pessoas estão passando privações enquanto o governo faz duas coisas: enquanto dá bolsa-família  aumenta o curral eleitoral.

2. Mais de 80 milhões de brasileiros ainda não concluiram o ensino médio. E o ensino básico é mesmo bem básico enquanto o salário do professor é abaixo do básico.

3. Mais de 50 bilhões de reais de recursos públicos vão ser jogados fora na construção de elefantes brancos para serem usados durante 30 dias na Copa de 2014.

4. Nos últimos 10 anos, o Governo já pagou mais de 2 trilhões de reais de juros da dívida pública.  Os impostos que saem do seu e do meu bolso são reservados para "superávit primário".

5. Para usar o  telefone você e eu pagamos 40% de impostos.  Para ligar uma lâmpada ou tomar um banho de chuveiro  são mais 30%. Até o mendigo é contribuinte do governo quando compra um pãozinho.

6. Pobres estudam em escolas públicas de primeiro e segundo graus e depois pagam faculdades particulares. Ricos já estudam em colégios particulares para passar no vestibular das melhores Universidades que são públicas.

7.  E para ficar por aqui, mais de 100 bilhões de reais vão para o ralo da corrupção, se considerarmos apenas a maldita taxa de "sucesso" nas contratações públicas.

Diante dessas "pequenas" coisas, um grupo de apologetas da maconha vão parar hoje a Avenida Paulista, para pletear a legalização do "fumo". Infelizmente, aí está a prova de que  maconha apequena a mente de certas pessoas, a começar por suas causas.









quarta-feira, maio 16, 2012

Para que servem os dias de tribulação

.João Cruzué

Para que servem os dias de angústia e desassossego que nos sobrevêm com a força de uma tempestade e nos fazem chorar, soluçar, sofrer e desesperar...? Diante deles nós paramos e perguntamos: Por que o Senhor permite tempos tão difíceis? Olhando para trás, hoje eu posso ver que Deus prepara consoladores em meio às tribulações, para consolar outros com as mesmas consolações maravilhosamente descritas no primeiro capítulo da segunda carta de Paulo aos Coríntios.

Os dias de tribulação
não são de forma alguma agradáveis. Eles são permitidos por Deus para nosso crescimento como pessoas e como cristãos. Somos tentados a levar uma vida sem compromisso, pouco compromisso ou satisfeitos com os objetivos que temos. Deus, por outro lado, tem plano, missões especiais para cada um de nós. Sem tribulações, talvez, não cheguemos ao belvedere de onde podemos avistar ao longe os propósitos dele.

Quando me lembro dos anos de prejuízoS e tribulações passados eu não mais me sinto deprimido, mas agradecido e, não raro, meus olhos molham de gratidão. É pura realidade que as Igrejas onde congregamos e servimos nos serviram de telhados de vidro. Críticos. Em tempos ruins a Igreja tem defeitos que crescem aos nossos olhos. Nos sentimos pequenos e abandonados pelos irmãos. Coisa parecida sentiu Jesus no Getsêmane. A mesma solidão e a sensação de desamparo. A missão de Jesus era redimir e reconciliar homens e mulheres distanciados com o Criador. Nós nem sempre sabemos para onde vamos e qual é o grande propósito de Deus para nossas vidas.

É durante a tribulação que os espinhos nos ferem, que as humilhações nos dobram o pescoço e podemos contemplar a poeira e o chão. Debaixo desse temporal as sementes enterradas mais profundamente vêm aflorar à superfície. É nesse tempo que nós costumamos conversar mais com Deus. Perdemos a timidez. Até chamar nosso Deus de Paizinho. Aba Pai. Lembrei-me disso ao reaver de memória aquela carta de uma senhora judia mandou aos filhos, a poucos dias da deportação para os campos de concentração da Polônia. "Filho" não se esqueça de orar ao nosso Paizinho...

Deus é especialista
em trabalhar com sementes. Sementes de salvação, sementes de sonhos, sementes de missões. É mais cômodo e menos doloroso deixar os talentos nos seus lugares. Enterrados. Quietos. Assim eles não nos perturbam. Não exigem concertos nem compromissos. E dessa forma desejamos prosseguir sem grandes ou pequenas responsabilidades até o fim.

Mas o nome do Senhor é glorificado diante dos homens pela vida de cada um de nós, que chega ao conhecimento e ao compromisso de amor por Ele. Miremos no testemunho de Moisés. Aos 40, ele sabia do chamado de Deus. Aos 80, ele não mais se importava. Quarenta anos de deserto, ao seu ver, tinham liquidado de vez com o sonho de libertar Israel. Um sonho que fazia parte do passado. Mas não eram assim os pensamentos de Deus. Era presente e futuro. E a contragosto, lá se foi Moisés pelo caminho de volta para o Egito. E de lá saiu vitorioso. Com muitos outros aconteceu a mesma coisa.

É no tempo da tribulação que os olhos de Deus estão mais perto. É também no mesmo tempo que deixamos de lado nossa auto-suficiência para abri a boca para orar. Reclamar, chorar, lamentar. Não gostamos de nos humilhar. Não gostamos de depender apenas de Deus. Como meninos minados não queremos mudar nossas idiossincrasias e aceitar o jugo do Senhor. Mas isso não é o que precisamos. Nossos dias ocultos na penumbra da inércia abrigam uma tristeza atrás de nossos olhos. Podemos até ter tudo. Menos a alegria verdadeira da presença do Espírito. E não tempos por que? Porque estamos distanciados da vontade dele.

E quando reavemos nossos antigos compromissos, e subjugamos nossa vontade perante o Senhor, podemos não ter nada, mas se o Espírito de Deus se move em nós, somos as pessoas mais felizes da terra. O que vale é estar perto do Senhor. Todavia, o Senhor não nos quer ver sem nada. Ele quer que saibamos que nos ama, espera que Ele seja o nosso maior tesouro. Deseja que estejamos prontos para vir. E para ir. Importa que sua presença esteja conosco.

No tempo
da angústia é tempo de conversar com o travesseiro. De contar as estrelas do céu. De perguntar ao Senhor por sonhos e visões. Nosso cotidiano muita das vezes nos faz perder o foco. E os espinhos das preocupações dessa vida sufocam as flores das espigas. É por isso que Deus permite na minha e na sua vida as tribulações e o clima do deserto. Assim como escreveu salmista experiente "Como o servo brama pela corrente das águas, a minha alma suspira por ti, ó Deus! É nas tribulações que nossa alma chega a maior sede pelo socorro de Deus.

Deus não se esquece de nossos sonhos, nem do seu propósito para nossa vida. Se você estiver passando pelo vale da sombra da morte, não se desespere, nem se atemorize. O Senhor não estará longe. Saiba que os dias tormentosos vão passar. Que a presença do Senhor se fará mais constante em sua vida. E então já consolado de seus dias de aflições você vai orar, e vai derramar suas lágrimas diante do Senhor. Não de reclamações nem de lamentos, mas de gratidão de filho, de filha, que encontrou o caminho da presença cotidiana do Senhor.

Aleluia!

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"Muitas vezes não conhecemos nosso coração, nem percebemos quão falso, tortuoso e rebelde ele é. Queremos obedecer à vontade de Deus, mas não percebemos que nos recessos mais íntimos de nosso coração, estamos cheios de opinião própria."
(Watchman Nee)

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