sexta-feira, outubro 15, 2010

Bem-aventurados os que não desistem de sonhar


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João Cruzué

Hoje, fui caminhar à tarde no intervalo do almoço; como de costume aproveitei para orar. Ao final, tive a visão de escrever uma vez mais sobre como é importante sonhar. É claro que não vou tecer um rol de frases cheias de palavras como: conquistas, vitórias e afins, pois creio que isto cansa, principalmente àqueles que de fato precisam muito de uma bênção – muito esperada - mas que nunca vem. Sei que no Sermão das Bem-aventuranças não está incluso o tema deste texto “Bem-aventurados os que sonham”, mas que ele está implícito em outros contextos do Evangelho, isso está.

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“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis;

batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe;

o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á”

Mateus 7.7-8.

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O sonho não pode morrer. Ele precisa da fé para continuar vivo. E ter fé é teimar em acreditar, mesmo quando não existe a mais remota chance de sucesso. É teimando, insistindo em seus sonhos, que você vai encontrar a porta, vai bater nela, quantas vezes precisar até que consiga realizá-los. O Senhor concede a oportunidade de realizar grandes sonhos apenas para os mais teimosos, os mais insistentes, aqueles que sempre se levantam do pó de uma batalha perdida e continuam até ganhar a guerra. Há vários personagens da Bíblia que travaram batalhas e venceram suas guerras. Vamos citar quatro exemplos.

Abraão não tinha herdeiro. Ele era próspero, tinha um lar, uma esposa, amava e era amado por ela, tinha muitos criados, gado sem conta e o respeito dos vizinhos. Apesar de tudo isso ele tinha uma grande frustração. Faltava-lhe uma coisa, que todos tinham, e ele não – um filho. Quanto ao sonho, se algum dia teve, já o havia sepultado definitivamente. Não havia mais a mínima possibilidade de que Sara e ele, já velhos e secos, tivessem um filho natural. E por isso o Senhor mandou Abraão contar as estrelas do céu para ressuscitar o sonho morto. E um dia, muitos anos à frente, Isaque encheu de riso o lar de um casal de velhos. Ao ser provado pela última vez, quando Deus pediu sacrificasse Isaque em holocausto, não titubeou. Se no passado andou vacilando e mentindo, agora esbanjava fidelidade.

José teve dois sonhos. O sonho de um molho de trigo que se levantava enquanto os molhos de seus irmãos inclinavam-se diante dele, e o sonho do sol a lua e onze estrelas que também se inclinavam diante dele. Os sonhos eram de Deus e mesmo que José não insistisse sobre o assunto, o Senhor os cumpriu literalmente na sua vida. De filho minado a escravo; de escravo a governador do Egito. José não se embaraçou com mágoas, pois tinha um coração perdoador.

Neemias ouviu uma triste notícia a respeito da cidade de Jerusalém, cujo povo vivia em grande miséria e desprezo, os muros estavam fendidos e suas portas queimadas a fogo. E ele chorou, e orou, e jejuou, mas a seguir começou a pensar na reconstrução da cidade. Por trás daquela tristeza de Neemias estava trabalhando a vontade de Deus. Ele, como simples copeiro do rei, tinha pouquíssimas chances de realizar aquele sonho, mas não ficou apenas no choro e nas lamentações. Insistiu em oração e jejum, para que o Senhor preparasse o tempo de falar com o Rei. O impossível ficou por conta de Deus, que um dia, dispôs o coração do rei não apenas para ouvir mas para suprir com materiais e dinheiro exatamente o que fosse necessário para reparar os muros da cidade de Jerusalém e suas portas. Neenias mostrou-se um homem compassivo e não se portava com indiferença diante das necessidades de seu povo e de sua pátria.

E como último exemplo, a viúva do profeta, que além de endividada, ficou desesperado quando o credor veio bater a sua porta para avisar que levaria seus dois filhos para a servidão. Em seu desespero não conseguia ver uma saída, e nunca iria descobrir que só um pouco de azeite, dentro de uma simples botija, daria para pagar todas as dívidas e ainda que sobraria o bastante, para viver do resto. Uma virtude ela possuia: a do não-conformismo e também sabia o que fazer, pois foi reclamar com a pessoa certa - o profeta Eliseu - homem de Deus.

Não julgue inconveniente as grandes frustrações ou aflições de sua vida. Elas podem levar a dois destinos: ao atoleiro da murmuração de onde ninguém sai ou para o caminho da realização de seus sonhos.

Abraão era frustrado. José do “Egito” sofreu com o desprezo dos próprios irmãos. Já Neemias fazia parte de um povo envergonhado e aparentemente abandonado pelo próprio Deus, por causa do pecado. E a viúva de 2 Reis capítulo 4, não aceitava o fato de que, tendo servido a Deus com seu esposo por tanto tempo, viria ficar além de viúva, endividada e desamparada dos filhos.

Frustração, desprezo, vergonha e dívidas. Qual destes espinhos ferem dolorosamente sua alma? Sei que é muito difícil conviver com qualquer um deles, mas o Senhor instruiu a minh'alma para escrever sobre este assunto e prontamente lembrá-la(o) de que há uma porta por abrir, e que isso depende de você. O Senhor também lhe pergunta: O que queres que eu te faça?

O que você quer do Senhor? Onde é a sua dor? Qual é o motivo da sua tristeza? Talvez já tenha contado ou reclamado sobre ela para muitas pessoas ou quem sabe nunca falou sobre isso para ninguém. Mas o Senhor quer que você conte para Ele. Acredite.

Se você já fez isso e nada aconteceu, é sinal de que é preciso ir em frente. Comece a fazer planos, ou volte a sonhar com eles; sonhe com coisas grandes que possam resolver seus problemas, coloque pessoas amigas dentro de seus sonhos - pare de lamentar a sua situação.

Li um sermão há pouco tempo em que o pregador ensinava que não devemos levar causas pequenas diante do Senhor, pelo fato de que ninguém solicita uma audiência com o Presidente apenas para levar ao conhecimento dele algo pequeno. Não é o Senhor maior que qualquer rei ou presidente? Mostre seus grandes sonhos a Ele. O Senhor sabe tudo, mas está lhe perguntando: O que queres que Eu te faça? Seja teimoso, insistente.

Não existe nenhuma bem-aventurança em frustrações, desprezo, vergonha e dívidas. Mas bendito será você se aproveitar a oportunidade que elas trazem tanto para aumentar sua comunhão com Deus quanto para receber dele as grandes bênçãos. De todos os exemplos citados nesta mensagem, os problemas serviram de causa a grandes e maravilhosas bênçãos.

Então, volte a pedir, a buscar e a bater. Há uma bem-aventurança declarada na palavra do Senhor para você. Quem pede, recebe; quem busca, acha; e quem bate, a porta abrir-se-lhe-á. É Por isso que ainda vale a pena voltar a sonhar.


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quinta-feira, outubro 14, 2010

A mudança de planos do profeta Jonas

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Jonas

João Cruzué

Jonas é um dos profetas antigos que mais se contextualiza em nossos dias. Quero dizer com isso que é provável que as Igrejas estejam cheias de Jonas. Há um lado animador em sua história: quando foi confrontado por Deus, entrou em um processo re-educação, e para sair com vida, teve que submeter-se à vontade de Deus .

1 - Jonas era um teólogo moderno, pois tinha um pensamento crítico ao pensar de Deus. Não que todo teólogo seja assim, mas grande parte, sim. Mas graças a Deus por eles, tanto pelos noviços quanto pelos que já provaram na própria pele, experiências com Deus. Dizem que na Faculdade de Gamaliel, Saulo de Tarso cai do cavalo.

2 - Jonas estava seco do Espírito - apesar de ter vocação de profeta, andava envolvido por demais com as opiniões da sua época, em lugar de arranjar mais tempo para ouvir a voz de Deus. Hoje é do mesmo jeito: fazemos tudo correndo - até a oração é rápida, bem diferente da prioridade dos primeiros apóstolos. Se Jonas queria de fato a destruição do povo, já não enxergava mais com os olhos do Espírito.

3 - Por que Jonas não foi substituido? Deus poderia muito bem ter comi outro profeta para pregar em Nínive; havia dezenas deles em Israel. O fato é que a obra que Deus começara em Jonas não iria deixá-la inconclusa. Ele foi criado para o grande propósito de anunciar palavras de juízo aos ninivitas e servir de exemplo às gerações futuras de profetas. Quando propositalmente não foi, o plano "B" de Deus entrou em ação. Jonas mudou de atitude porque tinha somente dus alternativas: ou ia ou morreria.

4 - Jonas não era um pregador eloquente - ele repetia apenas uma frase: "Em quarenta dias, Nínive será subvertida". Era isto mesmo que queria. Pregava a própria vontade. Isso mostra que Deus tem compromisso apenas com Sua vontade. Jonas pregava desejando que o juízo sobreviesse e destruísse os ninivitas. Mas a vontade de Deus era diferente: com as palavras do profeta, o Senhor queria que acontecesse um arrependimento.

5 - Por que há tantos Jonas nas Igrejas? Porque estamos passando por uma época de pregações de um evangelho distorcido.


6 - Quando cristãos passam por lutas continuadas, a primeira coisa que deve ser analisada são as causas e não apenas as consequências. Pode ser que estejam no "ventre da baleia" passando por um processo de instrução prática, para abandono de suas próprias vontades.

Se esta for a causa, não há oração que os tire de lá a não ser que primeiro façam um compromisso de submissão a Deus.