sábado, agosto 21, 2010

O testemunho de fé um de jovem cristão indiano

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Por Aby Mammen

Tradução: João Cruzué

Eu cresci em um lar temente a Deus que frequentava uma Igreja Episcopal protestante. Ali havia uma antipatia geral contra o movimento pentecostal. Eu mesmo me lembro tendo aversão contra ele. Meu pai faleceu quando eu tinha um ano e seis meses de idade; minha irmã nasceu duas semanas depois da morte dele e minha mãe tinha uma pequena interação com algumas irmãs pentecostais, por essa época. Elas costumavam orar pelo meu pai que estava morrendo de câncer.

Irmãos Aby Mammen e Sheena Samuel

Havia uma irmã pentecostal que passou a noite inteira com minha mãe na noite em que meu pai se foi. Aquela irmã era uma estranha para minha mãe. Ela tinha ido ao hospital para visitar e orar pelos doentes, quando descobriu que minha mãe era amiga de uma certa conhecida dela, então ela decidiu ficar com minha mãe. Daquele momento em diante, minha mãe passou a sentir uma atração pelas igrejas pentecostais.

Eu era visitante de igreja e seguia a vida cristã nominal. Eu amava o Senhor, mas na verdade não tinha nascido de novo. Eu tinha 15 anos, quando o Senhor começou a trabalhar na minha vida para me trazer sua graça salvadora. Eu fui atraído pelo Senhor de formas diferentes: através de um folheto, estudos bíblicos, cultos públicos, e finalmente, quando eu vi um homem ser curado pela oração de um pastor, decidi entregar meu coração ao Senhor. Dois meses mais tarde, eu dei testemunho público ao Senhor no batismo em águas e depois passei a frequentar uma Igreja pentecostal.

Meu pastor costumava jejuar por 41 dias sem comer. Ele instou comigo para que pedisse ao Senhor que me enchesse com o Espírito Santo para adorar ao Senhor em línguas estranhas.

Eu não estava tão interessado porque vi alguns irmãos falando muito alto em línguas na Igreja. Assim, eu comecei a orar para que Deus me enchesse com seu Espírito Santo. Eu esperei por três meses. Em uma tarde de quarta-feira, depois da oração matinal, no momento de uma pequena oração intercessória, na reunião da Igreja, meu pastor sentiu um desejo de colocar suas mãos sobre mim e orar. Eu senti o poder de Deus caindo sobre a minha cabeça e se derramando dentro do meu coração, até não mais poder suportar.

Era como se eu estivesse queimando por dentro. Ao mesmo tempo eu senti que estava diante da santa presença do Senhor e que eu não mais ficar em silêncio. Meu corpo inteiro gritou em adoração a Ele. Minhas orações eram muito altas e eu não podia mais me controlar. Eu estava adorando a Deus de uma maneira diferente, que eu nunca tinha experimentado antes. Naquele dia, Deus me deu a evidência de que Ele era real!

No dia seguinte eu fui à escola e dei testemunho do que tinha acontecido comigo a um amigo Hindu. Ele me escutou atentamente. Embora ele não pudesse completamente me entender quando eu disse a ele que leu tinha sido cheio do Espírito de Deus, ele percebeu que alguma mudança tinha acontecido comigo. Ele costumava me ouvir e discutir comigo sobre assuntos relativos a Deus por alguns anos. Anos mais tarde o Senhor também trouxe a sua graça salvadora sobre a vida deste amigo.

Houve uma época, em meus primeiros anos de crente que o Senhor me concedeu o dom da profecia. O Senhor me fortalecia, de vez em quando, para entregar uma mensagem profética para fortalecer alguém. Já faz um bom tempo que o Senhor me fortaleceu dentro desta forma. O Senhor tem me dado um dom de comunicar a Palavra de Deus para as pessoas em uma linguagem simples. Eu tenho usado isso em nossa Igreja e nas reuniões próximas de meu local de trabalho.

Atualmente, nós estamos ministrando para crianças. Deus tem nos concedido três oportunidades: uma vez por semana, com alguns de nossos amigos, crentes, nós vamos até as proximidades de uma escola e ensinamos lições de moralidade (basicamente histórias bíblicas e canções). Uma vez a cada duas semanas nós conseguimos uma oportunidade para ministrar em um convento para meninos e meninas. As crianças são muito receptivas à mensagem que nós pregamos através da Palavra. Nós cremos que trazer uma criança para Cristo em sua tenra idade é muito mais eficaz.

Eu estava muito fraco em meus estudos na escola. Mas Deus transformou a minha fraqueza em força na faculdade. Ele me deu um emprego, que eu não merecia.

Eu faço pare de uma associação paraeclesiástica. O local aonde eu trabalho é um parque tecnológico, ond há mais de 100 companhias de softwares. Há muitos amigos convertidos trabalhando aqui em várias companhias. O Senhor tem levantado muitos irmãos e irmãs maravilhosos para juntos aprender, seriamente, a palavra do Senhor. Toda terça-feira, nós temos um estudo sistemático da Bíblia e um momento de oração. Os amigos que vêem a esta associação são de diferentes denominações. Esta associação tem seguido o modelo da Igreja Batista. A palavra de Deus é muito enfatizada.

Foi nesta associação que eu conheci Sheena, a jovem que hoje é minha esposa.


Nota: Irmão Aby é nosso conhecido há uns quatro anos. Desde o tempo em que era solteiro e achava difícil encontrar uma jovem para se casar. Há uns dois anos ele me enviou seu convite de casamento. Deus honrou sua fé. Quero dizer aos leitores de blog, que tenho visto sinceridade neste moço, nativo da Índia; tenho planos de contar com a ajuda dele para enviar contribuições para sustento de missionários nativos de sua terra, que trabalham em regiões muito difíceis. Já deu para perceber que o Pentecostes funciona na Índia e que a teologia da "prosperidade" não consegue fazer sucesso por lá. (João Cruzué)


Em 21.08.2010

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Os frutos da omissão

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João Cruzué

É cômodo ficar em silêncio diante de algumas situações que nos deparamos em casa no dia a dia. Situações em que ficar calado não vai irritar ou aborrecer alguém - um filho - que deveria ser confrontado, admoestado, aconselhado. Eu desejo expor alguma realidade sobre filhos como: a partir de que momento vamos começar a perceber que a cultura enraizada neles, fugiu aos padrões que nos propusemos a investir em suas pessoas. Isso é bem interessante e também desconcertante.

O que você vai fazer quando descobrir, um dia on futuro, que seu filho (ou filha) é uma pessoa totalmente desprovida de solidariedade, de amor para com você e com os outros? Que não se importa nem um pouco com seus esforços cotidianos e até sobrehumanos para trazer as contas em dia, a casa limpa , a comida na mesa, a roupa passada. Que não se importa se você está com problemas de saúde, e até acha que você é uma máquina de trabalhar, um/a serviçal do lar, um súdito do reino do egoísmo.

Isso é muito mais frequente do que pensamos.

Como este espaço é dedicado a leitores cristãos, não se aborreça com minhas palavras, pois é dentro desta idiossincrasia que estou analisando e escrevendo. Adiante.

Muitos cristãos reclamam, que Deus não costuma ouvir suas orações. Ao ponto de, às vezes, ter dúvidas de sua existência. Mas Deus estabeleceu princípios pétreos para a família e outras organizações humanos. E um deles é o princípio da autoridade. Uma autoridade, seja familiar, política ou religiosa, deve ser respeitada e honrada - e n q u a n t o - atua legitimamente dentro dos limites do respeito e da ética estabelecida. Deus fala de várias maneiras. Fala pela boca dos pais, dos amigos, dos mestres, dos pastores, dos padres... O problema não está no "silêncio" de Deus, mas nos ouvidos surdos de quem NÃO quer mais ouvir.

Há uns 15 anos meu sogro trouxe-nos da Região do Vale do Ribeiro, Sul do Estado de São Paulo muitas jabuticabas. Jabuticabas enormes, cuja espécie não é "sabará". E fiz mudas com as sementes das maiores frutas. E plantei algumas no sítio da família. O curioso, é que 15 anos depois, nenhuma delas frutificou. Durante esse tempo, o que pude observar de diferente era que as formigas e os marimbondos revezaram-se na destruição das folhas novas que surgiam por ocasião do início da primavera.

Apesar de que há poucos que desejam escutar estamos diante de uma questão: será que se DEIXARMOS de importunar nossos filhos, EVITAR aborrecê-los com nossas palavras não estamos passando o (mau) exemplo da OMISSÃO? Se mesmo importunando, aborrecendo, corrigindo, já é difícil notar algum fruto, que dirá se nada dissermos?

De uma coisa, tenho certeza: Deus está conosco quando repreendemos com veemência e autoridade as más ações de nossos filhos. Isso pode ser verificado na Bíblia. Em uma das suas passagens vemos que o velho Isaque amava mais a Esaú do que a Jacó Esaú era profano, mulherengo, fornicário, mas o pai estava cego e não via ou não queria ver.

Em outra passagem bíblica, no começo do 1º Livro de Samuel, os filhos do sacerdote Ele cometiam os piores pecados, e até se prostituíam na porta do ambiente sagrado, mas tudo o que Eli dizia era apenas: estou ouvindo as pessoas dizendo a má fama de vocês. Apenas isso.

E foi pela omissão de Isaque e de Eli que os filhos vieram a ser bem menos do que poderiam ser. Eles não foram confrontados. Eles não foram repreendidos com aspereza. E deu no que deu.

Eu fico imaginando: aquelo filho, aquela filha que você cuidou com tanto carinho, com tanto zelo, por que na idade adulta veio a se revelar uma pessoa mesquinha, egoísta, insensível, má se recebeu tanto... Onde foi parar esse "tanto"? E agora - não há como voltar no tempo para corrigir a partir do momento que o mal apareceu.

Eu sei que é muito difícil ser franco, falar a verdade no tempo e momentos certos. Mas eu sei também, que muitos pais vão ficar com o semblante triste pela vida toda, porque preferiram ficar em silêncio quando deviam ter importunado, aborrecido os filhos.

Se nossos filhos não são solidários, vamos admoestá-los, importuná-los. Se eles sujam a casa toda e cozinha para que uma mãe, doente e cansada limpe, reclame, confronte, repreenda! Se ele ou ela não sabe usar as finanças que tem, aconselhe, avise. Se eles gostam de andar com más companhias, sair e chegar a hora que quiserem, fale, reclame, mostre seu aborrecimento.

Não se omita. Não se apequene diante do tamanho deles.

Porque se fizer assim, quando os dias maus chegarem, você vai se olhar diante do espelho um rosto já marcado por rugas e experiências e vai poder dizer: Senhor, graças eu te dou porque mesmo depois de velho, conservo a alegria do teu Espírito Santo na minha vida.

Eu tenho visto tantos pais tristes...


Sorocaba - 21.08.2010