De João Cruzué
O ano foi 2003. E eu estava no sítio passando duas semanas com Dona Glória, minha Mãe. Foi nesta oportunidade que ouvi Deus falar comigo sobre uma promessa que seis anos depois ainda está se cumprindo em minha vida. Em tempos de tantas dúvidas e notícias ruins, vou deixar aqui uma pequena crônica para lhe mostrar que Deus é real e que se preocupa conosco.
Mãe me levou até uma pequena várzea onde havia alguns pés de coco da bahia quase centenários e disse: Eu queria que você plantasse um bananeiral neste lugar. Na época eu estava a poucos meses de vencer um longo trecho de 11 anos de desemprego.
Cova para mudas de bananeiras em terra dura, "ninguém merece". Naquele terreno era adequado as medidas 60 x 60 x 60 cm. No primeiro dia consegui cavar apenas seis. Saí "arrebentado". Não havia um lugar do corpo que não doía. Como diz a cultura do lugar, seu corpo precisa de alguns dias para acostumar com o pesado "batente".
Reza a tradição do lugar, que o melhor dia para se plantar bananeiras é 21 de dezembro, "dia" de São Tomé. Imagino, que seja talvez em parte porque o cacho a ser colhido um ano depois vai ser tão grande, que é preciso ver para crer! Mas eu não estava pensando em cachos de bananas, apenas agradar minha mãe enquanto fazia uns exercícios.
No segundo dia, com o corpo mais acostumado furei mais 11 buracos. O corpo doía menos, mas mesmo assim doía. No terceiro, 20. A partir do quarto dia, vieram dois "camaradas" para me ajudar, pois senão levaria duas semanas na empreitada. Das 160 covas, cavei a metade. Até o ombro direito que de vez em quando doía pelo uso constante de mouse de computador - sarou! Foi buraco demais...
E mais trabalho para arranjar 160 mudas para enchê-los.
E no último dia, um irmão da Igreja Presbiteriana local estava a ajudar-me. Terminamos o plantio as duas horas mais ou menos e fomos orar para agradecer a Deus. Era fim de março. A seca já estava em vigor. Assim que oramos, começou a cair uma chuva de molhar bobos. Ela é fina, mas não tão fina assim, pois em pouco tempo suas roupas estarão bem molhadas.
Chuva no final do ato do plantio só pode ser interpretada como bênção. Mas ela apenas tinha molhado a poeira da superfície do solo.
À noite, no campo, você dorme cedo. Tanto pelo cansaço quanto pela necessidade de acordar bem cedo. Ali pelas oito horas da noite eu pus os joelhos no chão, ao pé da cama, na cobertura da fazenda para depois dormir. Fui surpreendido pelo barulho de outra fina chuva no telhado.
Chuva que cai na mesma hora que você dobra os joelhos em um sítio, também é sinal de bênção, principalmente nos meses de seca.
Então um pensamento veio à minha imaginação: "Deus, pelo visto o Senhor está a provocar-me por uma oração mais atrevida. Eu sempre desconfiei que nosso Deus é bem humorado. Então, fiz uma oração ousada.
--Senhor, amanhã eu tenho que regar cada um daqueles 160 pés de bananeiras. Não vou fazer a oração do preguiçoso e pedir que possas regá-las em meu lugar. Mas se queres mesmo completar o serviço envia outra chuva pelo menos dez vezes mais grosa.
Fui dormir e acordei na madrugada com o maior barulho no telhado. No outro dia tinha até barro na estrada. Caminhando até o local do plantio das bananeiras, lá estavam elas agradecidas.
E foi aí que eu senti um aperto nos olhos e um calor no coração. O Senhor me fez saber que ,se ele se preocupava e cuidava carinhosamente de simples bananeiras, também se preocupava comigo - e com você!
Três meses depois eu consegui uma oportunidade de emprego - depois de onze longos anos. Esta porta não se fechou, mas foi se abrindo de uma maneira surpreendente. Depois de seis anos nesse lugar, fui convidado para fazer parte do "time" de contadores da Secretaria de Finanças do Município de São Paulo, com direito a passar em duas entrevistas com os segundo e primeiro secretários de finanças. Por onze anos eu não tinha sido aprovado em nenhuma.
Mas na semana que seria liberado de um emprego para outro dentro da PMSP, aconteceu o inesperado. Eu recebi um telegrama em minha casa, para ir tomar posse de um cargo conquistado por concurso no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Um concurso feito há quase quatro anos atrás!
Realmente Deus se preocupa com bananeiras e a natureza, mas acima de tudo Ele cuida de nós!
Minha mensagem de Natal em 2009 é bem simples:
Quem sabe você tem passado por tanta dificuldade, por tantos problemas a tanto tempo, por anos a fio? Quem sabe você já perdeu as esperanças por carregar um fardo muito pesado, e apesar de cristão, tem servido de referência ao fracasso?
Bom eu também cheguei a pensar que Deus tinha se esquecido de mim, por muitas vezes, mas não era verdade. Meus sentidos não eram capazes de vê-lo. Mas Ele sempre esteve ao meu lado; observando o processo de quebrantamento do eu do João, para este João viesse a ser preparado para bênçãos tão grandes que sem quebrantamento ele não conseguiria administrar.
Deus tem cuidado das bananeiras, do João, de tantos outros joãos, e neste momento Ele sabe de tudo o que você precisa - inclusive do tempo que você pode recebê-las.
E você vai recebê-las! E todos aqueles que olhavam para você com desprezo, com desdém, com impaciência, também vão olhar uma outra vez: com surpresa e com silêncio, para que se possa cumprir em sua vida o que está escrito no livro do Salmista:
------------------------------------------------------------------
O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos
meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo,
o meu cálice transborda.
(Sl. 23: 1 e 5)
------------------------------------------------------------------
Preparas uma mesa perante mim na presença dos
meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo,
o meu cálice transborda.
(Sl. 23: 1 e 5)
------------------------------------------------------------------
Neste Natal celebre com alegria
o Maravilhoso Abençoador,
Conselheiro, Deus Forte,
Pai da Eternidade e Príncipe da Paz!
o Maravilhoso Abençoador,
Conselheiro, Deus Forte,
Pai da Eternidade e Príncipe da Paz!